2011-09-19

Maratona de Penedo Gordo – 10 de Setembro de 2011

Relato do PL:

“Conjugaram-se diversas circunstâncias para que os Just4fun regressassem a Penedo Gordo, precisamente no ano em que esta prova voltou a realizar-se, e a presença de seis elementos (cinco nos 100 km e uma nos 50) parece revelar que é sempre fácil arranjar quórum para este evento.

Foi com pena que vimos esta maratona desaparecer do calendário durante uns anos e foi com regozijo que a vimos reaparecer e nós: - Presente!!!

Arranjou-se com a organização maneira de pernoitar no Pavilhão, que não sendo os aposentos ideais, nos resguardaram do frio da noite a custo zero e nos evitou ter de acordar “de véspera”, uma viagem de madrugada e andar a correr para estar às 9:00 na linha de partida.

Assim a maratona começou na véspera, num bar de Karaoke a beber uma sangria manhosa (desconfio que era de pacote). Salvaram-se as tostas mistas e as queijadas e desconfio que se lá ficássemos mais algum tempo ainda tomávamos conta do “palco”, o que não ia abonar muito a nosso favor ;-), mas seria apenas um pormenor no que ainda estaria para vir.

Recolhemos cedo ao pavilhão, mas a organização ainda andava a tratar de detalhes da prova pelo que acabámos por não cair cedo na “cama”, o que não calhou mal, porque complementámos o “jantar” com uns bolinhos que a organização nos ofereceu.

A alvorada foi cedo, com a chegada do pão para o pequeno-almoço, mas até foi bom, porque fizemos os preparativos todos com muita calma, enquanto tomávamos um pequeno-almoço reforçado (pão com queijo e com fiambre, bolos, sumo (joi) e um expresso à maneira, sentadinhos numa mesa exclusiva para nós.

Depois do material todo arrumado e do equipamento preparado, fomos petiscar mais qualquer coisa (segundo pequeno–almoço), porque 100 km não se fazem só com tostas mistas e sangria manhosa ;-).

Colocámo-nos na grelha de partida de modo a não estorvar as locomotivas e à hora certa lá arrancam os cento e tal participantes.

Até ao primeiro abastecimento fomos algo desgarrados, mas aí juntámos um grupo de cinco que seguiria junto até à separação de percursos (entretanto o TA já ia lá para a frente). Neste abastecimento, literalmente acampámos a comer e beber, enquanto aguardávamos que o grupo ficasse completo, e conversa puxa conversa, já estávamos quase a aceitar uma açorda para o jantar ;-). Aí a organização começou a desconfiar ;-)

Após a separação seguiu um grupo de quatro para os 100 km e no abastecimento seguinte quase víamos a carrinha pelas costas. Felizmente apanhámo-los já na fase final do arrumar da trouxa e se no anterior era açorda, aqui perguntámos se tinham minis, mas eles disseram que só tinham vinho. Ora como “em cima do melão, vinho de tostão”, guardámos esta informação preciosa e perguntámos pelo vinho depois de terminado o melão... Era treta deles.

Lá seguimos para o seguinte à procura das minis ;-), mas entretanto dissemos para avisarem os abastecimentos seguintes que íamos parar em todos...

E foi assim que fomos até ao final, seguindo de abastecimento em abastecimento em cavaqueira e a ver as paisagens, sempre em busca das minis, que só conseguimos descobrir na meta ;-).

À conta destas brincadeiras, ficámos conhecidos como o grupo que têm um quatro na camisola e que pede vinho nos abastecimentos. Também à conta dos dois que já tinham chegado (TA e EN), tivemos uma recepção com toda a gente a bater palmas (estavam só à espera que chegássemos para desmontar o estamine) fotos de grupo para o BTT-TV e um almoço cozinhado na hora só para nós. É que eles os dois fizeram um trabalho de bastidores espectacular, não permitindo que desmontassem a meta e fazendo com que guardassem carne para grelhar para os Just4Fun (esperaram horas para almoçarem connosco).

Fomos os quatro últimos (AAF, DN, JHB e PL), mas como dizíamos, gozámos mais que o primeiro e parece que até tivemos mais palmas. A melhorar no apoio aos últimos, a organização só terá que salvaguardar que não desarmam a tenda antes destes chegarem (este ano só não aconteceu isso porque TA e EN não deixaram) e dizer ao carro vassoura para dar 100 ou 200 m de distância, dado que não é agradável ir com aquele ruído nos ouvidos durante 20 km.

A verdade é que foi muito divertido voltar a Penedo Gordo, a maratona ainda é o que era, as gentes continuam espectaculares e a vontade de voltar é inegável. Vamos ver se nos deixam inscrever no próximo ano ;-), é que a passagem dos Just4Fun no Penedo Gordo deixou “marcas” ;-). Na verdade tivemos mais fama que proveito, porque no final, tendo em conta a viagem de regresso, acabámos por optar por bebidas que não entrassem em conflito com a Brigada de Trânsito ;-)

PL”

2011-08-31

Etapa final da Volta a Portugal - 15 de Agosto de 2011

Onde está o Wally? Just4Fun apanhado a ver os ciclistas passar:

Just4Fun nos Pirinéus - Pedals de Foc

Relato do JP:

"Pois é... como tudo o que é bom se acaba depressa, passou uma semaninha num instantinho!

Bem, não foi bem uma semaninha. Foram 6 dias já com 1 dia para cada lado de viagem. Sempre são 1240 km para cada lado e feitos num único carro onde iam as 4 bikes e os 4 marmanjos amontoados com mochilas, alforges, ferramentas e outros quejandos...!

Ficaram muito, muito boas recordações e a experiência que foi pedalar a 2300 mts de altitude, que foi o ponto mais alto de toda a rota dos Pedals de Foc, nos Pirinéus, com saída e chegada a Viella. A saída foi debaixo de chuva, o que de certo modo aumentou os níveis de adrenalina, mas a chegada foi com sol e uma temperatura excelente para se pedalar!

Resumiu-se em cerca de 220 km já com uma ou outra volta a mais, pois a rota total era de 215 km e um total ascendente a rondar os 6000 mts de acumulado. Nada de transcendente, se bem que o peso acrescido da bagagem que carregávamos é que fazia toda a diferença! Mesmo assim, fomos apelidados dos "portugueses malucos"... pois mais ninguém se atreveu a fazer aquilo com alforges. Aliás, chegámos mesmo a ser desaconselhados no uso dos mesmos! O restantes aventureiros usaram os meios disponibilizados pela organização, pagando à parte como é óbvio...! Mas o nosso "F.M.I." fez com que poupássemos nesse aspecto...! :)

Mesmo com tanto peso, era ver-nos quer a subir, quer a descer (principalmente) a passarmos por eles que nem doidos (como nos chamavam), desviavam-se mesmo para que passássemos e assim apreciavam as nossas conduções...! Aquilo que não sabiam, era que alguns de nós quase não tinham pastilhas de travão devido à sobrecarga que levávamos...! ;)

Quando completámos a rota, local coincidente com a loja da organização, a nossa fama já havia chegado lá... antes mesmo de nós! rsrsrsrsrs

Foram de facto uns dias espectaculares, passados com amigos muito divertidos e todos com o mesmo espírito: Desfrutar de toda a rota. Aproveitando cada canto e recanto. Sem pressas. Sem corrermos demasiados riscos que hipotecassem a aventura e principalmente divertimo-nos muito com as "macacadas" de cada um. Tudo isto, no meio de paisagens soberbas e num ambiente que não sendo único, nós não o temos por cá!

Houve ainda uma etapa marcante, a terceira etapa, que num total de 66 kms teve um acumulado muito interessante... pois nesta etapa estava aquela que era a subida "rainha".

Logo à saída da residencial onde pernoitámos, estavam à nossa espera 11,5 km de ascensão, onde passámos dos 1244 mts de altitude aos 2138 mts... numa subida seguida e progressiva de 900 metros de altitude em apenas menos de 12 km e não esquecendo que carregávamos os tais 23/24 kgs de bagagem... Chegados ao topo, houve uma ligeira subida e seguiu-se um plano mais ou menos direito e voltámos a subir até aos 2300 de altitude, onde se situava o ponto mais alto ciclável desta rota. Pena que o nevoeiro que estava instalado não nos tivesse deixado ver na sua plenitude, tudo aquilo que os montes tinham para nos mostrar!!!

Pelo meio houve ainda algum contacto com outras pessoas que estavam em aventuras semelhantes pelos Pirinéus. Aventuras essas, bem mais audazes, por sinal. Pois faziam a "TransPirináica". Uns de bicicleta, em grupo, e até um elemento a solo. Faço-lhe daqui a minha vénia. Encontrámos ainda um casal, pai e filha, que pernoitaram na mesma casa onde pernoitámos na primeira noite e que faziam a dita TransPirináica mas de cavalo. Qualquer coisa como 25 dias, já incluindo 5 dias de descanso pelo meio. Ainda assim, 20 etapas a cavalgar por entre pedras e trilhos, alguns deles bem escorregadios... é de louvar!!!

Avarias praticamente não houve, a não serem dois furos. Um do RF e outro do meu. Houve de facto problemas com as pastilhas de travões nas bicicletas que já levavam pastilhas um tanto desgastadas. Mesmo tendo trocado as mesmas por outras também já com algum desgaste, ainda assim acabaram por terem chegado ao fim quase sem pastilhas de travão. Ainda com os travões, notou-se que em altitude havia alguns problemas com a pressão de óleo no sistema hidráulico. Felizmente não notei nada disso, mas também, os meus travões tinham apenas 200 e poucos km antes desta volta...! Quedas praticamente, não houve. Praticamente... pois o amigo RF teve dois (muito) ligeiros deslizes laterais...! Nada de grave, felizmente! A tal facto não foi certamente alheio, o compromisso que tínhamos desde o início da rota, de bebermos uma cerveja em cada posto de controlo por onde tivemos de carimbar o nosso passaporte/roadbook :)

Felizmente, foram apenas 8 postos de controlo. Alguns deles coincidentes com a paragem para almoço. Logo... outra cerveja! rsrsrrsrs (Não haveria de haver deslizes laterais e/ou descidas em excesso de velocidade...).

Os nossos companheiros de aventura, espanhóis, é que só se aperceberam disso no segundo dia da rota...! rsrsrsrssrsrs

Pelo meio ficaram cerca de 800 fotografias e ainda cerca de 250 pequenas filmagens a serem editadas pelo nosso amigo David Portelada que, tal como o nosso amigo Pedro Cravo, se juntaram ao RF e ao JP e completaram esta aventura!

Sem dúvida, importante foi o teste que juntos havíamos efectuado na Páscoa passada, na zona de Castelo Branco/Proença-a-Nova e que deu para testar "máquinas" e alforges e as diferenças de comportamento que existe em "conduzi-las" com peso acrescido, maioritariamente colocado na traseira da bicicleta. Nada de preocupante, mas com algumas diferenças...!

É tudo uma questão de hábito e de vontade de se levar por diante...!

Venha a próxima, que estes moldes de passeio/aventura fascinam-me!"
 
e Vídeo (espectacular) do RF:
 

24 H de Proença-A-Nova - 23 e 24 de Julho de 2011

Relato do PL:

"Estão feitas as pazes com Proença, depois do desaire das 12h do ano passado.

Desta vez fui até ao final (das 24h) e até consegui recordar o gozo que dá pedalar no monte ao nascer do Sol com os aromas silvestres no auge.

Tinha um plano de prova algo exigente que apontava para valores a rondar os 4000 m de acumulado, mas o percurso era demasiado duro e acabou por fazer mossa empurrando-me para o descanso nocturno duas voltas mais cedo que o planeado, com apenas nove voltas e 2340 m de acumulado, mas com algumas dores nas costas a começarem a dar sinais.

Nessa altura estava animada a luta pelo terceiro lugar de Masters, que foi ocupado por este vosso escriba de modo efémero ao início da noite, mas o meu concorrente directo recomeçou a pedalar à meia-noite e pelo nascer do Sol, quando voltei ao percurso já ele levava mais de duas voltas de avanço. Ainda assim, não deitei a toalha ao tapete e cumpri as cinco voltas que estavam planeadas para domingo, acrescentando 1300 m ao acumulado do dia anterior.

A volta tinha cerca de 9,1 km e 260m de acumulado. Não era extremamente técnico mas era muito exigente fisicamente. O percurso era engraçado e variado, com alguns locais com muita condução, como uns singles apertados entre pinheiros nos quais cheguei a tocar algumas vezes com o guiador e com os braços, riscando o cromado e ameaçando seriamente a posição vertical que deve manter qualquer ciclista que se preze :-) .

Antes de sair para a última volta planeada fui ver as classificações e verifiquei que tinha recuperado uma volta, mas seria impossível alcançar o pódio de Masters. Dei a volta para cumprir o plano e para tentar segurar o 23º lugar na classificação geral, que estava a ser ameaçado por dois concorrentes que estavam a andar. Esse pelo menos consegui manter graças a essa volta final.

Apesar de ter pedalado pouco mais de 120 km o ascendente total foi de 3640 m. Não são os Pirinéus, mas não anda muito longe ;-)."

2011-06-20

24 H Monsanto - PtOpenXCR - 28 e 29 de Maio de 2011

Vale mais tarde que nunca, vai sendo o lema deste sítio...
Para não contrariar o lema aqui vão os ecos da participação Just4Fun nas 24H BTT de Lisboa 2011 (de acordo com o correr dos dedos do PL :-) ).

"Foi difícil arranjar uma equipa de peso para a nossa participação, principalmente depois do desapontamento de 2010, mas no final lá se conseguiram sete bravos à partida.
O JP e o PL eram já repetentes no PT Open XCR, mas o AAF, DN, JHB, RF e TA eram iniciantes (no PT Open, claro, que 24 H BTT é coisa que não falta nos seus currículos).

A montagem do estamine foi feita de véspera, sem saber exactamente onde ficaria a meta, acabando por ficar encostadinho ao circuito, mas algo longe da zona nevrálgica da meta, o que era bom para o descanso, mas mau para absorver o ambiente e péssimo em termos de segurança, porque durante a noite roubaram a Canyon do JP que estava no suporte de tejadilho do carro. Mesmo estando dentro do parque de campismo e fechada com a tranca do suporte, isso não impediu que ela “voasse”. Este episódio acabou por marcar negativamente a nossa participação e apesar de o JP tentar tudo o possível para que a moral estivesse em alta, a verdade é que o espírito festivo não foi o mesmo.

A prova ficou também marcada pela tempestade que caiu entre as 15:00 e as 16:00 e que acabou por tornar o percurso extremamente difícil e mesmo perigoso em algumas descidas, o que afectou a generalidade dos participantes, incluindo todos os Just4Funners, tendo a maior parte de nós acabado a prova logo ali ou pouco depois.

Voltando ao princípio, estávamos alinhados à partida esperando um percurso engraçado, mas especialmente difícil e muito técnico em alguns pontos. Ainda assim, havia expectativas elevadas, porque as dificuldades eram iguais para todos. A capacidade para as ultrapassar é que não, mas é isso precisamente que separa o sucesso do insucesso.
Comecei, como de costume com muita calma, pois apesar de conhecer bem Monsanto (ou talvez por isso) iria fazer uma primeira volta em ritmo de reconhecimento. As dificuldades que esperava confirmaram-se, pelo que esta seria uma prova de paciência e espírito de sacrifício. Tinha planeado fazer grupos de três voltas entre paragens, mas tive de parar na box logo ao fim da segunda para resolver um furo na roda da frente que vinha a perder ar lentamente. Foi uma paragem relativamente rápida e segui para a terceira volta, após o que parei para comer, reabastecer e recuperar um pouco. Estava precisamente a fazer isso quando caiu a tal tempestade. A força da água era tanta que o toldo da box não aguentou e começou a desabar. Ainda tentámos aguentar aquilo em pé, mas ao fim de vários minutos a lutar com a tempestade decidimos recolher para dentro dos carros o que se podia estragar com a chuva e deixar aquilo vir abaixo. Depois se voltaria a montar o estamine, se fosse o caso, como aconteceu.

Nesta altura fiquei muito apreensivo quanto ao estado dos trilhos e à medida que iam chegando junto de nós os que foram apanhados pela tempestade no meio no percurso, a apreensão transformou-se em realidade. Decidi não ir de imediato pedalar e ver se o tempo melhorava. Tão depressa como veio, assim se foi a tempestade, mas não estava na disposição de arriscar a integridade corporal numa queda parva, por isso fiquei pelas boxes a recuperar o que era possível, mantendo-me atento às evoluções do tempo e piso.

Todos os Just4Fun fizeram o mesmo e o pessoal das 12 h decidiu mesmo não voltar a pedalar. Lá para o fim da tarde decidi ir dar uma volta pelo percurso para avaliar o estado do piso e decidir o que fazer. Fiz essa volta sem arriscar nada e desmontei sempre ao mais pequeno indício de perigo. Apesar de ter muito pedestre, decidi andar enquanto houvesse luz do dia e não iria pedalar à noite. Já era complicado de dia, de noite seria demasiado perigoso para as minhas capacidades. O DN ainda deu uma volta de noite, mas depois de várias quedas e ameaças, também decidiu parar.

Fiz seis voltas durante o dia de sábado (menos cinco que o planeado) e no dia seguinte logo veria se voltaria a andar ou não. O início da noite passou-se em amena cavaqueira sob o toldo que entretanto foi recuperado e acabei por ir dormir já tarde. Levantei-me com o Sol já bem alto, mas com vontade de pedalar. As notícias que entretanto chegava davam conta que o piso estava já firme excepto em alguns pontos.

Tomei o pequeno-almoço com calma e fiz-me aos trilhos. Entretanto o DN já andava às voltas na expectativa de poder subir ao pódio da classe Masters, mas quem ocupava o terceiro lugar estava atento e também continuava a andar, o que tornava a coisa complicada.
Dei duas voltas, terminando com oito e subindo ao 28º lugar, o que me garantia alguns pontos por estar nos 30 primeiros, coisa que pensava não ser possível devido aos acontecimentos da véspera. Encontrei o DN na última volta e cortámos a meta juntos uns minutos antes do meio-dia. O esforço dele acabou por não ser recompensado já que ficou em quarto lugar, mas mesmo assim foi uma bela prova, que manteve os Just4Fun em suspense até ao final.

Terminámos a nossa participação com a habitual churrascada, retomando a tradição que tinha sido interrompida no ano passado no Jamor, por imposição da organização.

Para memória futura aqui ficam as classificações:

24H

Masters: (o primeiro foi o Pedro Maia com 20 voltas e classificaram-se 7 ciclistas)
4º - DN – 10 voltas

Masculinos: (o primeiro foi o Bruno Gomes com 26 voltas e classificaram-se 45 ciclistas)
21º - DN – 10 voltas
28º - PL – 8 voltas
43º - JHB – 4 voltas
44º - AAF – 3 voltas


12H

Masculinos: (o primeiro foi o Sérgio Saldanha com 16 voltas e classificaram-se 22 ciclistas)
17º - JP – 5 voltas
18º - RF – 4 voltas
20º - TA – 4 voltas

A organização, a cargo da Horizontes, esteve bem mais uma vez. Por motivos de contenção de custos acabou por não ter nenhum controlo permanente no circuito para além dos cortes de estrada pela polícia, arriscando muito em termos de batota, mas confiando no espírito de fair play que se tem construído entre os participantes deste troféu. Não nos chegaram ecos de atalhanços escandalosos, o que acabou por confirmar a aposta da organização. Uma opção arriscada, mas aparentemente de sucesso.

Dado que ficámos muito longe da meta, acabámos por interagir menos do que é costume com a organização, mas sempre que foi precisa correspondeu às necessidades, como é já hábito, e mesmo com os cortes de electricidade provocados pelo temporal as classificações não se foram abaixo, o que tem de ser registado com agrado.

O percurso foi o mais exigente das diversas 24H que já houve em Monsanto. Incluía vários dos singles mais engraçados que existem em por lá (alguns feitos no sentido contrário ao ideal) e era totalmente ciclável, desde que o tempo se mantivesse seco (com excepção da transposição de uma árvore caída que não estava ao alcance de todos, entre os quais eu me incluía). Caso chovesse, como se foi prevendo duas semanas antes da prova, os singles a Norte da estrada que sobe de Pina Manique ficariam complicadíssimos, como se veio a verificar. Acresce que, para atravessar essa estrada era necessária uma das três presenças policiais que estiveram no terreno. Tendo em conta todos os factores (número de inscritos, riscos de chuva e custos com polícia) teria sido vantajoso para a organização, sem real prejuízo para a prova, que essa parte do percurso fosse descartada. Significaria um encurtamento de 2 a 3 km no percurso, mas ainda ficaria com extensão mais que suficiente para garantir o adequado fluir dos atletas.

Segue-se Proença-a-Nova em Julho, em plena canícula e para encerrar as actividades antes de férias. Eu conto lá estar, até porque tenho umas contas a ajustar com aquela zona desde as 12H do ano passado (ver relato de Julho de 2010).

PL"

Já agora, se virem por aí uma Canyon Nerve RC 8.0 (imagem abaixo) toda equipada XT, com Amortecer Fox RP23 e Suspensão Rock Shox Revelation e suspeitem do “ciclista” comentem aqui no Blogue para o JP averiguar.

2011-05-17

24H BTT regressam a Lisboa em Maio

O Parque de Monsanto volta a ser palco de uma prova de 24H BTT. O evento está agora integrado no troféu de resistência em BTT PTopen-XCR, constituído por quatro provas de 24 horas que decorrem em diversos locais do país.

O PTopenXCR teve a primeira edição em 2010, com organização a cargo da Horizontes, que desenvolveu o conceito, e tem brindado os participantes com provas de elevado nível organizativo. O desafio de fazer uma prova em Lisboa é grande, mas as experiências das provas anteriores do troféu permitem que as expectativas se mantenham altas.
Altas também são as expectativas relativamente ao percurso, que se vai manter secreto atá à data do evento, mas já andam pela net algumas fotos e vídeos que aguçam o apetite e dão pistas a quem conhece Monsanto. Pela amostra, o percurso englobará alguns dos singles mais divertidos e mais técnicos que há por lá e o perfil de altimetria, entretanto também divulgado, não vai dar descanso aos participantes. Espera-se que a chuva não seja companheira desta aventura, o que complicaria extremamente a prova.
Há alguma curiosidade em saber como vão conviver neste tipo de percurso muito estreito e técnico andamentos tão diferentes comos são os dos participantes nas provas de 24 horas (mais lentos) e os das 12 e 6 horas (mais rápidos). Estes vão ter de aguardar pacientemente na fila pelos locais onde seja possível a ultrapassagem (que certamente estarão previstos), porque nos singles que estão nos vídeos vai ser impossível. Se se mantiver o nível de civismo que tem marcado as provas anteriores do troféu isto não será de certeza um problema.

Alheios às dificuldades que se esperam, ou talvez motivados por elas, mas também certamente por terem a prova à porta de casa, seis Just4Funners disseram "Presente!" e alinharão à partida: quatro nas 24H (AAF, JHB, DN e PL) e dois nas 12H (JP e TA). Espera-se ainda que por lá apareçam outros J4F que optaram por não pedalar, mas não vão perder a oportunidade apoiar os masoquistas.

2011-05-10

BTTralhos - A Passagem do Canhão - 7 de Maio de 2011

“Um grande passeio a preço de saldo! Trilhos espectaculares! Companhia cinco estrelas! Tudo o que um Just4Fun pode desejar para um dia bem passado.” SD

Relato do SD:
"Sábado, eu, o JB e o JP fomos até Vermoil, ao III Desafio BTTralhos – A Passagem do Canhão. Para mim, o desafio começou mesmo na sexta-feira à noite, quando ao preparar a bicicleta percebi que tinha um problema e que precisava de ajuda para o resolver. Ao lubrificar a corrente, verifiquei que quase não conseguia movimentar o pedal, pois este encontrava-se muito preso. Numa primeira análise, pensei que pudesse ter algo a ver com a cassete na roda traseira mas ao retirar a roda verifiquei que o problema só poderia estar no eixo pedaleiro. Para desmontar o eixo, não tinha nem ferramentas nem conhecimentos e confiança para fazer a operação sozinho, pelo que foi dessa forma que recorri à ajuda de um entendido na matéria – PL!

Ainda antes de usar os serviços fora de hora do mecânico PL, decidi pôr ao no pneu de trás e mal desaperto a tampinha que cobre o pipo, sai “algo” disparado para o ar e o pneu esvazia-se completamente. Já me tinha acontecido o mesmo quando estava na linha de partida do SRP160 mas só agora vi com mais calma o que se passara. Não foi o pipo que se desenroscou e saiu, não. Foi o tubinho que sai da jante que estava partido (cortou!) a meio, como se alguém o tivesse serrado com uma serra. Inacreditável! O mais engraçado foi que a primeira vez aconteceu precisamente em Serpa e não sei como consegui encavalitar as 2 partes, de forma ao pneus aguentar os mais de 160km que aquele passeio teve este ano! Estava portanto a começar bem este desafio BTTralhos. Troquei a câmara-de-ar e fui ter com o mecânico.

O PL também nunca tinha visto um pipo “rebentado” daquele jeito e pareceu-nos tratar-se de um defeito de fabrico mas ainda assim algo muito esquisito. Relativamente ao problema principal, o rolamento do lado direito tinha gripado. O estranho foi ter deixado bem a bicicleta após um passeio e quando lhe vou pegar estar assim mas o facto de ter estado a lavá-la antes de a ter guardado, pode ter feito com que os rolamentos já em fim de vida “agarrassem”. Nunca tinha trocado os rolamentos da bicicleta, pelo que os mais de 12 000 km sem qualquer manutenção espantaram o experiente mecânico mas ele estaria a esquecer-se que estava perante uma grande máquina – Specialized! (Quero lá saber qual é a marca do rolamento… ). “Parece-me que estás com sorte”, foram estas as palavras do PL quando se lembrou que tinha guardado os últimos rolamentos que substituiu na sua bicicleta (quando não se confia no material, fazem-se muitas substituições para minimizar o risco de avaria :-)).

Foi assim que iniciei o empeno de Vermoil, com um rolamento transplantado de uma qualquer pasteleira (o gajo ainda é pobre e mal agradecido, irra!). O meu medo agora era que houvesse uma rejeição deste órgão mecânico, coisa que não viria a acontecer. :-)

Com o track carregado no GPS a acusar quase 150km, às 8:30 quando a ‘organização’ juntou os participantes, comunicou que o percurso seria na casa dos 120km’s. O track tinha efectivamente mais quilómetros mas era a componente alternativa que estava a fazer a diferença.

Às 8:45 arrancámos. Pouco depois as primeiras pingas testavam os impermeáveis e assim continuámos debaixo de chuva numa parte da manhã. Como a chuva não parava e começavam a ser horas do segundo pequeno-almoço, parámos para comer num café o que deve ter enganado o São Pedro pois quando saímos tinha parado de chover. Até ao final do dia não choveu mais.

Não tenho comparação com edições anteriores, pois esta foi a primeira em que participei mas adorei a zona e os percursos escolhidos. Quem gosta de pedalar em single-tracks tirou a barriga de miséria como eu, pois havia-os para todos os gostos e feitios, a subir, a descer, com pedra, sem pedra, em curva, na ravina… Eu sabia que toda aquela zona era dura de terreno, i.e., era uma zona com muita pedra, não imaginava era que fosse com tanta assim! Chiça, que era difícil dar 2 pedaladas sem ver calhau! Um terreno tão irregular fez mossa, sacudindo o pó do esqueleto durante o dia todo. No início, apanhámos pedra molhada e húmida o que nos fazia escorregar e desmontar em algumas subidas/descidas que se tornavam difíceis e perigosas. Com calma fomos progredindo e às 13:45 sentávamo-nos numa esplanada a comer uma bela de uma bifana. Estávamos sensivelmente a meio do percurso com 61km e tentámos não perder muito tempo, pois queríamos chegar de dia, até porque nenhum de nós tinha luzes.

Prosseguimos e passámos uma das zonas mais bonitas que dá o nome ao passeio - Canhão do Vale do Poio. Zona cheia de single-tracks muito sinuosos, uns atrás dos outros e que a determinada altura passa à porta de uma caverna. Parámos para apreciar o momento e quando seguimos, seguiram-se outros singles mas agora a subir, com pedra lisa no chão, à beira da montanha com uma ravina do nosso lado esquerdo. Foi uma sensação indescritível fazer aqueles trilhos. Mais à frente, saíamos do vale do Poio e chegávamos ao ponto de optar ou não pela alternativa. A organização recomendava seguir pela alternativa se se chegasse aquele local depois das 18 horas e como não era o caso, decidimos fazer o percurso completo.

Arrancámos por novos trilhos que rapidamente começaram a subir em direcção às eólicas. Com pouca água (estávamos avisados que não iríamos encontrar muitos pontos de abastecimento ao longo do passeio), decidimos não arriscar e desviámo-nos por alcatrão até ao café mais próximo, a cerca de 1km. De regresso ao trilho, lá começámos a longa subida que nos conduziu às gigantes ventoinhas. Neste momento, recordei-me da odisseia do passeio da Lousã (PR15), pois por instantes deixámos de saber como apanhar o trilho, estava vento e cada vez estava a ficar mais tarde. Com esforço e espírito de missão, chegámos ao Pombal às 20:40. Estávamos “perto” de Vermoil e a noite aproximava-se. Sem perder mais tempo, decidimos seguir por asfalto até ao fim, onde chegaríamos perto das 21:30. Este foi o único troço que alterámos, face ao inicialmente previsto mas foi-nos dito pela organização que a nossa opção de seguir por asfalto era idêntica à prevista no track com a diferença que uma vai por um lado da linha férrea e a outra… por outro lado e que a nossa opção seria aquela com mais altimetria para vencer.

No final, um quente banhinho nos balneários femininos (é verdade…) junto ao campo de futebol e seguimos para um tardio jantar às 22:30 onde a opção (forçada) foi frango assado requentado para aconchegar o estômago antes do regresso a Lisboa.

Sem quedas, furos, roletes gripados e outras complicações, tudo correu pelo melhor, isto é, quase tudo. Há aqui um grande pormenor que não vos estou a contar pois infelizmente tem sido comum nas últimas tiradas mais longas. Por volta do km 80 comecei a não conseguir andar mais depressa e a ter dificuldade em acompanhar o JB e JP. Não percebia o que se passava no meu organismo, pois comecei a ter vontade de parar e dormir ao ponto de fechar os olhos e ter a sensação que em poucos segundos estaria a partir choco. Esta sensação agravou-se com o passar dos km’s e nada teve a ver com a alimentação pois quando eles comiam eu comia também. Esta situação é algo que se vem arrastando nos últimos meses e que não encontro uma justificação.

Agradeço assim, o espírito Just4Fun e toda a ajuda prestada pelos grandes Amigos que me acompanharam por montes e vales. Obrigado!

Uma palavra de agradecimento também ao PL pois sem a sua ajuda mecânica provavelmente não teria conseguido ir.

Distância: 128.32km
Altimetria: +2800m (sensivelmente)
Tempo de pedal: 9:54:56
Média: 12.94 km/h"

Relato do JB:
"Relato longo, pois o dia foi longo.

O passeio começou bem cedo e por volta das 8.45 lá arrancámos para um passeio de btt maravilhoso. O São Pedro também ajudou à festa e a chuva só apareceu durante 30 minutos.

Este ano começámos a pedalar para sul, onde a paisagem é caracterizada por pinhal. A primeira paragem foi efectuada ao km30, em Freixianda para mais um pequeno almoço. Já a pedalar para norte, seguimos em direcção a Ansião, onde começámos a ter um terreno com alguma pedra escorregadia, pois a chuva umas horas antes assim deixou o terreno. Com maior ou menor dificuldade lá seguimos em direcção a Ansião, onde acabámos por almoçar uma bela bifana e onde aproveitámos para descansar um bocado. Até Ansião tínhamos já 60km e estava tudo a correr bem.

Depois de Ansião o percurso mudou quase radicalmente. O piso estava seco, a temperatura estava excelente e o percurso a cada km ficava mais bonito. Havia single tracks uns a subir, outros a descer para todos os gostos: com pedra, sem pedra, com vegetação, sem vegetação e até parecia que havia single tracks que tinham sido criados entretanto.

Depois de um single track a descer com pedra e vegetação à mistura fomos dar a um vale espectacular de seu nome Canhão do Vale dos Poios. Aproveitámos uma gruta para tirar umas fotos, para descansar e para contemplar a paisagem. Ainda no vale percorremos um single track simplesmente espectacular, para mim foi o momento do dia.

Depois foi seguir em direcção ás eólicas, para conseguirmos ver o mar bem ao loooonge. Chegados a Pombal optámos pelo alcatrão e seguimos em direcção a Vermoil para um banho totalmente merecido. A boa disposição continuou e reparámos que cada um de nós se tinha esquecido de algo em casa....eu dos boxers, o SD das calças e o JP da toalha.

Um muito obrigado ao SD e ao JP por este dia FANTÁSTICO."

Trilhos e Courelas - Vendas Novas - 10 de Abril de 2011

Relato do JP:

"Como já vai sendo hábito, há sempre algo para contar! Desta vez, tudo estava a correr dentro de previsto e com um ritmo bem vivo desde o início. Havia que mudar um pouco a estratégia desde o G100, visto não ter resultado muito bem, em minha opinião.

Tudo corria bem até ao km 76. Aqui, a escassos 7 km do final e já praticamente sem quaisquer dificuldades pela frente, apesar de já há algum tempo vir a sentir mais dificuldade na pedalada acompanhada com alguns barulhos poucos aconselháveis da transmissão, a bicicleta resolveu "parar"... Ou melhor, quem resolveu parar fui eu, antes que partisse qualquer coisa, dado o desviador traseiro estar completamente voltado para trás.

Depois de várias tentativas infrutíferas para que voltasse a trabalhar na sua posição normal, pois apesar de estarem a entrar as mudanças, a roda rodar livre e não haver nada à vista que justificasse, até mesmo depois de retirada a roda.... estava a entrar em desespero por não conseguir descobrir o porquê da situação. Eis que, os meus dedos passaram pelos roletes de desviador...

Um deles, mudado há cerca de 2 semanas por se encontrar totalmente desgastado, estava normal. O outro... que não apresentava sinais de desgaste acentuado e até aqui trabalhou sempre na perfeição, resolveu literalmente "gripar". Ou seja, bloqueou por completo. Nem mesmo com esforço o conseguia fazer rodar!

Estava descoberta a avaria. Agora havia que conseguir ultrapassá-la!

Primeiro ainda injectei umas gotas de óleo para as esferas que ficaram visíveis, pois a peça que devia de estar a selar o rolete estava um pouco "descolada do rolamento"... O efeito foi quase nulo. Aquilo quase não mexia.

Desmontei o rolete e ao apertá-lo novamente, mal ajustava o parafuso, prendia de novo. Assim, a táctica foi manter o parafuso apenas "encostado" e sem qualquer tipo de pressão. O perigo agora estava no parafuso não se aguentar e cair, fazendo com que o rolete caísse e a minha participação ficasse também ela por ali...!

Mas não, lá se aguentou, felizmente, e assim consegui concluir os 83 km da Maratona.

Pena foi, que estes 8 minutos perdidos com a operação me tivessem custado cerca de uns 10 lugares na classificação geral e com isso fui atirado para fora do top 50, num total de 115 concorrentes que concluíram o trilho longo.

Assim, concluí a distância no 59º lugar da geral, com o tempo total de 4h15m27s. Com o tempo de 4h01m07s a andar. Os restantes 14 minutos foram perdidos entre a reparação do rolete, os 4 postos de controlo de passagem e ainda umas breves paragens nas ZA para recolher líquidos e um ou outro sólido.

De facto, poderia ter corrido melhor! Fiquei com um certo "amargo de boca" no final devido aquela peripécia provocada pelo rolete. Nunca tinha tido uma avaria daquelas, nem nunca tinha ouvido falar que este tipo de avaria pudesse ter acontecido a alguém!

Quanto ao percurso, gostei imenso, apesar da presença de alguma areia na parte inicial, onde os mais de 800 participantes à partida para os 3 percursos possíveis, tivessem dificultado um pouco a progressão, mais a mais porque não estávamos (JP/RF/HS) nada bem colocados na partida e me obrigou a algum esforço inicial em busca de uma melhor posição! A partir de sensivelmente meio da prova, surgiram 3 ou 4 subidas daquelas de nos darem que fazer...! De resto, nada a que não estejamos já habituados!

A organização a cargo da Adn Trilhos esteve em muito bom nível. Boas marcações, abastecimentos razoavelmente bem apetrechados, e até apoio mecânico num deles. Só não entendi muito bem o porquê de uma última ZA a cerca de 5 km da meta.

Parei por lá pois acabei por me desconcentrar devido à avaria 2 km antes, mas não havia necessidade de o ter feito, caso me tivesse apercebido da proximidade da meta! Ainda assim, atribuo uma luz bem verde à organização!

Não fiquei para almoçar, pois fi-lo em companhia do HS e do RF, a quem agradeço o convite.

E pronto, nada mais há a acrescentar naquele que foi o meu regresso a Vendas Novas 3 anos depois da minha estreia por lá! Desta vez com imenso sol e a temperatura bem alta para a época a que nos encontramos!"

2011-04-08

G100 - Grândola - 3 de Abril de 2011

Relato do TA:

"Ontem em Grândola a prova começou no meio do chuvisco mas que felizmente não passou disso. Na partida, após um prólogo de 3km pela Vila, perdi o JP de vista mas rapidamente colei-me à sua roda. O ritmo estava bastante vivo com um percurso extremamente rolante. Paragens ou abrandamentos só mesmo quando tínhamos que atravessar alguns ribeiros a pé, até porque alguns deles levavam a água bem alta (quase até aos ditos...). Na ZA1 apenas parámos para meter um bolo no bucho e voltámos a arrancar.


Pouco depois de arrancarmos, a chuva voltou mas só incomodava porque se juntava ao vento que se fazia notar principalmente nas estradas de alcatrão que por vezes se tinham de fazer entre os caminhos de terra. Nesta fase, e depois dum momento de humor do JP 'Oh Tiago, tu não esperes por mim' (pra quem fez uns 60 kms em terra desde as 24h de Lisboa...), fui um pouco prá frente mas notava que a minha prestação nas subidas começava a piorar.

Chegámos entretanto a um single-track excelente junto a um ribeiro cujo solo estava um pouco escorregadio mas que se fazia a uma velocidade bastante elevada. Quer dizer, faz-se a uma velocidade elevada quando estamos do lado de cima da bicicleta, porque quando se bate numa pedra e a roda foge e se manda um trambolhão a velocidade diminui drasticamente! O JP diz que ainda viu a roda virada pra cima... Levantei-me e segui no encalço dele e pouco depois estávamos a concluir metade da prova junto à ZA2 (com 57km). Aqui fizemos uma pausa mais longa para comer uns bolinhos, laranja e água. Arrancámos e pouco depois e começámos a subir. Aqui perdi o JP de vista e rolava perto da relação mais leve. No final da subida a corrente foi mesmo o elo mais fraco e decidiu ficar por ali. Ainda andei às voltas para tentar compor a coisa mas o pino do elo tava tão torcido que não consegui reparar a corrente por isso regressei a Grândola (felizmente era a descer) para banho e almoço."

Relato do JP:

"Tal como prometido, vou tentar abreviar, como é meu costume, looool, aquela que foi a minha prestação no G100 2011, do passado Domingo dia 03 de Abril.


Esta foi uma participação com um misto de emoções. Umas durante e logo após a conclusão da prova e outras à posteriori, ou seja, depois de afixados os resultados oficiais!

Passo a explicar: Durante a primeira parte da prova tentei gerir da melhor forma possível e sem perder demasiado tempo, julgava eu, de modo a, na segunda parte e naquela onde verdadeiramente se passa a maratona de Grândola, conseguir manter um ritmo certo e não vir a pagar o esforço dispendido no ínicio.

Tal como disse anteriormente, completei/completamos, visto que o Tiago Avelãs me acompanhou durante practicamente todos os primeiros 57 kms, que era o mesmo percurso do G50, em 2h57m.

Estava dentro daquilo que tinha planeado, embora uns chuviscos, algumas ribeiras com um caudal e nível significativo de água, o piso um pouco enlameado nalgumas zonas e mesmo escorregadio em outras, assim como algum vento frontal ainda noutras, pudesse ter-nos tomado uns escassos minutos a mais.

Apenas entre sensivelmente o km 30 e o km 55 perdemos o contacto visual um com o outro, pois o TA apanhou um "comboio" que seguia numa velocidade um pouco acima daquilo que eu pretendia para aquela altura de prova.

Mais à frente a escassos 2 km da divisória de percuros, numa primeira fase estive encostado ao TA numa travessia de ribeira com água a chegar aos calções... ora, eu como estava de calças e ao ver que as mesmas iam ensopar de água, tornando a progressão mais difícil e mais fresquinha... decidi atravessar um pouco mais ao lado, ainda assim com água pelos joelhos, tendo depois escalado a lateral da riberia, evitando assim uma travessia mais "ensopada"...! Com a operação voltei a perder o contacto com o TA, mas eis que pouco à frente já estava de novo na sua roda e a responder-lhe ao que dizia, sem se aperceber que era eu quem ali estava...!

Eis que, entramos num single track bem rápido e húmido e logo após uma curva só vi uma roda traseira no ar e cadê o TA??? - Ah lá está ele no meios dos cardos. Podia não ter caído, mas não era a mesma coisa! loool. Perguntei-lhe se estava bem. Respondeu-me afirmativamente e lá prossegui tendo o TA se juntado a mim logo de seguida.

Chegados à ZA2 onde o acumulado de ascenção era de apenas 600 metros e coincidente com o ínicio da verdadeiras dificuldades. Pois nos restantes 45 kms viriam os restantes 900 metros de ascenção!

Paramos cerca de 3 minutos, e voltamos à carga. Precisamente com 3 horas de prova, fizemo-nos novamente ao percurso!

Logo após, iniciamos uma das muitas "paredes" que se nos haveriam de deparar pela frente. Finda essa primeira, olhei para trás e deixei de ver o TA. Ao pensar que teria abrandado um pouco o ritmo, pois já havia se queixado se alguma dificuldades nas subidas, decidi prosseguir e quiçá, voltar a encontramo-nos mais à frente. Como decerto já sabem e só no final do dia de prova fiquei a saber também, o TA partiu a corrente e não a consegui reparar! Não consegui também ligar-lhe, pois julgava ter o número de telemóvel dele e não o tinha!

Lá fui prosseguindo de subida em subida, com algumas subidas vertiginosas, feitas a bom ritmo não obstante alguns perigos como regos, muitas pedras molhadas e ainda alguns ramos de árvores caídas. Várias vezes atingiamos o nível da ribeiras com água espalhada em redor, como voltavamos a subir... e assim sucessivamente até à passagem do último posto de controlo, cerca de 5 kms antes da meta.

Aqui, ao constatar que vinha com 5h46m de prova, sabendo que a partir daquele ponto não haveria grandes dificuldades, embora grande parte fosse em single track, pois este troço era coincidente com o do ano anterior, decidi imprimir um ritmo mais forte e até ao limite das minhas forças, com intenção de concluir a prova com menos de 6 horas.

Pensei ter o meu esforço adicional compensado, pois acabava de ter conseguido completar aqueles 5 kms em menos de 13 minutos. No final, o meu cronómetro que havia sido colocado em funcionamento aquando do tiro de partida indicava o tempo total de 5h58m43s. Com o tempo de 5h50m15s a andar. Logo, escassos 8 minutos de paragens em 6 horas de prova.

Estranhamente e com alguma tristeza, deparei-me com o tempo oficial atribúido pela organização em 6h01m09s. Não é que faça grande diferença, mas tanto esforço para ter concluído em menos de 6 horas e depois... e ainda por cima sem explicação para o sucedido...! Bem, adiante!

Para concluír e porque de início deixei em aberto a questão das emoções mistas, apesar de saber que esta maratona não é nada fácil e a prova disso é que dos 235 inscritos para o percurso longo, apenas 133 o concluíram...! Mais de 100 desistências dizem muito do que é este G100. Aquilo que me deixa menos bem comigo próprio, não foi 1 hora e 40 minutos que perdi para o primeiro. O meu campeonato é outro...! O que mais me custa e sem desprimor para o esforço de cada um, foi ter-me quedado pela 112º posição em 133 que classificados!... Bem sei que com uma vantagem de cerca de 1 hora e 30 minutos para os últimos, mas ainda assim ao longo daqueles 102 kms totais, tinha a sensação que estava a fazer de tudo para que pudesse ser uma grande prestação, dentro das minhas limitações, como é óbvio, e afinal... não foi tão boa assim!

Enfim, cada vez mais tenho de me convencer que o mais importante disto tudo é fazermos aquilo que podemos. Tirarmos gosto daquilo que fazemos. Divertimo-nos nos entretantos... E, mais importante de tudo, é no final podermos regressar às nossas casinhas sem mazelas de maior, tirando uns arranhões que são da praxe... e prontinhos para continuarmos a fazer aquilo que gostamos de fazer!

Quero ainda deixar um comentário à organização que esteve excelente. As marcações estavam muito bem feitas. O percurso bem escolhido e com zonas muito giras de serem feitas. As zonas de assistência suficientemente apetrechadas e até lubrificação para o material houve em todas as ZA's.  Importantissimo dada a quantidade de água existente. Simpatia como é habitual naquela terra. Ficando como único senão, aquela ligeira confusão de cronómetro em cerca de 3 minutos. Por isso, luz bem verde ao Rodas Clube!

2011-03-22

Maratona do Centro - Leiria - 20 de Março de 2011

Relato do JB

"Estava a ver que não conseguia participar em mais uma edição da maratona do centro, tudo porque a carrinha logo de manhã não quis funcionar. Gastei ali umas energias, mas não foram necessárias para as 4h50m26s de btt que se seguiram.

Carrinha estacionada, dirigi-me para o secretariado para levantar o dorsal nº1170 dos Não Federados. Este ano as inscrições esgotaram...cerca de 1100 bttistas que se dividiram por 75km e por 40 km. Dirigi-me para a partida e como o meu dorsal era o nº1170, fiquei mais ou menos a meio do pelotão.

9.30 e mais alguns minutos - PARTIDA.

Sabia que a partida iria ser de alguma confusão e foi…os primeiros 5 kms foram em alcatrão para dispersar o pessoal, depois entrámos na parte do btt, onde havia alguns estradões para rolar. O problema foram as subidas, algumas com pedra e bastava alguém parar para haver “engarrafamentos”. Aos 18 kms inicia-se a subida mais dura da prova, por ser longa, quase 3 kms, de piso muito técnico, com pedra e inclinações que variam entre os 10 e os 20%.

Ao final de 21kms com 740m de desnível acumulado, a primeira zona de assistência (ZA1). Fruta, bolos, bebidas energéticas mas o que queria era água, pois o calor já era muito.

Até à ZA2, que se situava ao km 41, o percurso foi novamente de subidas e descidas. Nas descidas era preciso ter algum cuidado, pois havia delas em que predominava o calhau. Aliado ao esforço, a temperatura, cerca de 27 graus já se faziam sentir. Nesta parte do percurso rolei com uma bttista da zona de Leiria e andámos quase sempre juntos até ao final, o que facilitou o andamento. As mudanças da KTM começaram a dar-me dor de cabeça. A corrente roçava no desviador dianteiro, fazia um barulho estranho e muitas das vezes as mudanças não queriam funcionar…e assim continuou até ao final.

Chegado à ZA2 já com 41kms e 1430m de Desnível Acumulado Total (690m Desnível Parcial ZA1-ZA2) abasteci-me de água, pois o muito calor a isso obrigava.

A parte mais rápida da prova, inicia-se após a ZA2. Trilhos rápidos, e um ou outro susto por causa das curvas e assim se chega à ZA3 já com 56kms e 1730m Desnível Acumulado Total (300m Desnível Parcial ZA2-ZA3).

A última parte foi exigente, pois o calor era mais do que muito e não soprava vento devido ao trilho que percorremos cortado na encosta do monte, com partes com cerca de 20% de inclinação, para depois se subir para o Pé da Serra para acabar com a “reserva” de energias. Para os últimos kms, um conjunto de trilhos muito divertido e aqui vi o único acidentado do dia.

A Maratona foi concluída com o tempo 4h50:26. Na classificação final dos não federados (federados foi ganho pelo José Silva em 3h16.23), fiquei em 87º lugar a 1h16.50 do vencedor, que foi o Vítor Gamito.

Mais uma vez adorei o percurso feito pela organização da Maratona do Centro. Foram cerca de 75 kms, com 2200mts de desnível acumulado, dureza quanto baste, bem sinalizado e com muita gente a apoiar. Por tudo isto, foi um dia bastante FUN!"

PT OPEN XCR - 1ª Etapa - ABRANTES - 19 de Março de 2011 - II

Relato do JP:

"Pois é! Esta já está! Venham as próximas, sabendo à partida que pelo menos a 3º etapa, Proença-a-Nova, vou ter de faltar devido a indisponibilidade da data anunciada! Tenho pena, pois no mínimo os pontos de presença, estariam garantidos! ;)


Esta foi de facto, das 3 vezes em que participei a solo em provas de 12 horas a solo, a mais difícil de todas elas!

Um percurso tremendamente difícil! Não pela sua extensão, apenas 4,7 kms por volta, mas sim pelas dificuldades ao longo do mesmo! Uma primeira parte de percurso praticamente todo a descer, sim, mas onde a velocidade máxima que consegui atingir foram apenas 37,2 kms/h e num único ponto onde isso era possível. Não mais de uns 100 metros e ainda assim com pedras soltas. Porque o resto da descida era toda ela em single track e com um grau de dificuldade bem grande. Ora porque num dos lados era declive. Ora porque era muito sinuoso e com pedras soltas na primeira parte, sendo que a segunda parte do single era uma terra mais húmida e mais solta onde à passagem dos concorrentes foi ficando gradualmente cavado nalguns pontos, dificultando assim a negociação de algumas curvas bem fechadas!

Este tipo de terreno levava-nos até cerca dos 2,7 kms da pista. A partir daí, começavam outro tipo de dificuldades! Não só porque os praticamente 100 metros de acumulado de subida estavam todos neste km e meio final de volta, como o tipo de piso a que estávamos sujeitos volta após volta. Começava-se a subir gradualmente e a bom ritmo mas com as irregularidades do terreno a fazerem mossa no corpo ao longo das horas passadas e eis que nos deparávamos com um piso que nem sei bem como o descrever?!?!?

Era um misto de areia (movediça) com uma espécie de goma que nos mantinha colados ao solo e por muito que pedalássemos, pouco progredíamos! Terrível a cada passagem!

Seguia-se mais umas 2 centenas de metros de subida, embora em melhor piso e depois... sim... depois... é que "a-porca-torcia-o-rabo"! Passados uns estrados de madeira que minimizavam uma lama muito viscosa, seguia-se um ziguezaguear por uma encosta acima onde até fazia confusão como um plano tão inclinado não era o suficiente para escorrer a água que se acumulava naquele terreno. Criava rasto a cada passagem e com o passar das horas era uma aventura passar ali, pois nos rastos anteriores a água aparecia vinda de baixo nas voltas seguintes...!

Tornou-se um martírio passar por ali, sendo que a partir das sensivelmente 17 voltas, passei a fazer quase tudo em "empurra-bike" e assim minimizava o esforço de em cada pedalada, metade da volta da roda era literalmente a patinar...! Findo este ponto de martírio, uma ligeira subida mais que nos levava até ao início da recta que era feita em ambos os sentidos e aqui era mesmo o único ponto, em minha opinião, em que podíamos descansar um pouco, pois era em asfalto, e nos levaria a cruzar a meta. Mas, não teria mais de 200 metros, já considerando ambos os sentidos em que era feita!

Bem, depois desta breve descrição ao percurso.... rsrsrs... vamos à prova em si! Comecei a mesma em bom ritmo mas rapidamente me apercebi que teria de diminuir um pouco, senão... as pilhas iam descarregar depressa demais! O calor que se fazia sentir, também não ajudava lá muito...!

Ao fim de 10 voltas ao percurso e depois de muito reclamar comigo próprio sobre o que andaria ali a fazer que justificasse o sofrimento... decidi parar para me alimentar melhor, para além de barrinhas e meia dúzia de biscoitos que levava comigo.

Fui ver as classificações, visto até ali não fazer a mínima ideia de como estariam e fiquei surpreso ao ver que (já) me encontrava em 6º lugar. Muito melhor do que esperava, confesso! Foi um alento para combater o desespero que estava a passar! A partir daí, foi tudo uma questão de estratégia e gestão. Quer de esforço, quer de autonomia de luzes. Pois nesta altura do ano anoitece mais cedo, o que faz com que necessitamos de mais horas de luz.

E assim lá foram passando as horas, à medida que os concorrentes em pista também foram diminuindo. Nomeadamente com o final das provas das 6 horas e com a saída de pista das autênticas "locomotivas" que eram alguns dos concorrentes às 6 horas.

Ainda me cruzei algumas vezes com o nosso amigo PL, que tentava incentivar-me a cada passagem. Mas a minha velocidade era de cruzeiro e não dava para mais!

No seguimento da gestão que fui fazendo, sabia que estava uma volta atrás do concorrente que me precedia e sem hipóteses de o apanhar, a menos que ele parasse.... e sabia também que estava com uma volta de vantagem para o concorrente que vinha atrás de mim. Pelo que, também não podia parar! Lá fui continuando até às 23h51m, altura em que junta à meta lá estava o PL a informar-me que poderia ficar por ali, pois já não havia perigo de alterar a classificação. Mas como já vinha "formatado" para uma volta mais, lá continuei por uma questão de teimosia e tira-teimas com o cronómetro oficial da prova. Pois consegui retirar 3 minutos na última volta, às 5 voltas anteriores que insistentemente foram completadas sempre no mesmo minuto, numa regularidade irritante! Havia que tirar a forra e queimar os últimos "cartuchos"! rsrsrsrs

E pronto, lá ficou aqui mais um dos meus resumidos relatos...! ;)

Quanto à participação do amigo PL, deixo para ser ele a comentar, como é óbvio! Contudo, agradeço-lhe aqui o grande companheirismo e apoio que me foi dando ao longo da prova!

Quero ainda agradecer ao JB e ao SD, por se terem desdobrados em esforços de modo a conseguirem fazer-me chegar uma bateria suplementar que estava no Coimbrão e num ápice veio parar a Lisboa. Daí a Miraflores e seguiu comigo para Abrantes. Foi de facto uma ajuda preciosa que fez com que não houvesse praticamente tempo perdido com a questão das luzes!"

Relato do PL:


“Então cá vai o relato…
Chegados a Abrantes comprovámos o que seria previsível. O local de acampamento era no parque de estacionamento do complexo desportivo. Havia um relvado um pouco mais afastado, mas ficámos com dúvida se o sistema de rega não dispararia automaticamente. Jogámos pelo seguro e optámos pelo asfalto. Antes de montar o estamine tratamos das formalidades administrativas, que decorreram com grande agilidade.

Como chegámos cedo havia tanto espaço que a dificuldade era a escolha. Decidimos ficar afastados da pista para conseguir ter algum recato e tentar que o descanso fosse longe dos barulhos. Como homem prevenido vale por dois tinha comprado uns pregos de aço valentes que nos permitiram agarrar as tendas ao solo.

Nesta prova experimentei uma nova versão de box, constituído por um abrigo Base II Seconds da Quechua, com 5 metros quadrados, no interior do qual montei a tenda, que ficou assim mais abrigada, e sobrando espaço suficiente para vestiário, para guardar tralhas (e a bicicleta, durante a noite) e para o que fosse preciso mais. Está aprovado.

Estávamos nos preparativos finais quando começou a decorrer o briefing e ficámos a saber que a prova de Maio seria em Monsanto (no de Lisboa).

Até à partida o tempo passou a correr e quando demos por isso estávamos a começar a prova, que por acaso se iniciou uns minutinhos adiantada. Como de costume deixei-me ficar para trás evitando as molhadas, mas ainda assim apanhei algum engarrafamento, porque pouco depois iniciavam-se logo singles e zonas técnicas.

A primeira volta serviu como volta de reconhecimento e como tal fui progredindo com o cuidado possível. Já estava prevenido que o circuito não seria fácil e pude comprová-lo, mas também pude verificar que tinhas singles muito divertidos.

Ao contrário do que é costume, não tinha nenhum plano delineado e só após concluir a primeira volta determinei que tentaria fazer conjuntos de cinco voltas seguidos de uma ligeira paragem. Foi assim que fiz a primeira paragem às 14:07 para comer algo substancial, porque tinha comido pouco antes do meio-dia. Pude nesta altura constatar que estava em 31º lugar e portanto fora dos pontos. Voltei a pedalar cerca de 35 minutos depois para mais um conjunto de cinco voltas. A partir desta altura deixei de tentar pedalar na subida mais complicada do percurso. No balanço custo/benefício, o tempo que se ganhava não justificava o desgaste adicional, pelo que da sexta volta até ao final, esta seria uma zona de empurra-bike para descansar (dentro do possível). Havia também uma subida de cinco metros logo no inicio da volta que também decidi fazer a pé, porque mais uma vez não justificava o desgaste, até porque era depois de uma curva apertada e do lado direito tinha uma encosta pouco simpática, onde cheguei a apanhar um pequeno susto. O resto do percurso era todo ciclável e a primeira metade era um mino. Era daqueles em que cada passagem na meta significava mais uns minutos de gozo nos singles. Era assim fácil decidir fazer só mais uma volta a cada vez que se passava na meta (ou não, como à frente se verá…).

Estava a fazer voltas em cerca de 30 minutos, mais cerca de 3 minutos que no primeiro conjunto de cinco voltas, pelo que fiz a nova paragem às 17:10. Comi qualquer coisa, tratei da bike e voltei ao percurso cerca de meia hora depois. Tinha subido uns lugares e andava agora por volta do 27º lugar, mas com muita gente por perto, pelo que subir ou descer três lugares era muito fácil, dependendo das paragens de cada um. Não ia conseguir fazer cinco voltas antes de ter montar luzes, mas faria o que conseguisse. Foram só duas. Parei às 18:40 para jantar e montar as luzes. Aproveitei esta paragem para tratar da suspensão dianteira, onde o bloqueio estava a dar problemas, dado que não desbloqueava totalmente e a tornava muito dura. Desmontei a parte de cima da perna direita e limpei, mas não resolveu, pelo que cortei o mal pela raiz e fiz o que já há algum tempo tinha pensado fazer. Retirei o bloqueio e a suspensão passou a funcionar muito melhor. Fui depois comer e quando peguei na bicicleta para voltar ao circuito tive a surpresa desagradável de ter a roda de trás completamente em baixo. Tentei encher para ver se o líquido fazia a sua obrigação, mas sem sucesso. Procurei algum pico espetado no pneu, mas a lama não me permitiu ver nada. Tive mesmo que desmontar a roda, de onde tirei um espinho de tojo com mais de um centímetro de comprimento. Devo ter perdido uns vinte minutos adicionais nestas operações todas e só voltei a pedalar quase às oito da noite.

A primeira volta nocturna é uma nova volta de reconhecimento e feita com o devido cuidado. Para meu espanto o circuito estava a aguentar-se bem, havendo mesmo algumas zonas onde tinha melhorado, pelo que só havia que desfrutar das voltas ao luar, que mais uma vez nos proporcionavam vista espectaculares sobre o Tejo. Na última das cinco voltas decidi mesmo parar para ver o pessoal a descer o single que estava traçado na encosta da margem do Tejo. Foram uns dez minutos de paragem que valeram bem a pena. De facto, as luzes dos concorrentes aos esses na encosta faziam um efeito espectacular.

Concluí a volta 17 às 22:47 e tinha agora de decidir se voltava ao percurso ou esperava pelo fim das 12H para acompanhar o JP na chegada. Estava em 26º e seria previsível que descesse uns lugares, mas optei por ficar. Tratei da máquina e mudei de roupa e segui para a zona da meta para ver como estava classificado o JP. Um pouco antes da meia-noite avisei-o que não valia a pena dar mais nenhuma volta. Estava em sexto e já não ia subir nem descer. Não me ligou e seguiu para mais uma volta. Ganda maluco!...

Esperei por ele e assistimos ao pódio das 12H, após o que ele seguiu para os balneários e massagem e eu fui beber um chocolate quente cedido pela organização antes de recolher ao meu T1.

Como me deitei cedo, pretendia começar a pedalar cedo e acertei o despertador para as 6:00. Custou-me a adormecer, mas ao fim de algum tempo consegui. Acordei com a Luz do Sol. Já passava das 7:00. Acertei o despertador, mas esqueci-me de o ligar. Dah!...

Como tinha tudo preparado para começar a pedalar, foi só tomar o pequeno-almoço e seguir para o circuito. Tinha descido um lugar (menos do que o expectável) e muito antes da 8:00 já estava a pedalar. No fim as cinco voltas da ordem fiz uma flash pit stop para tirar os agasalhos, porque estava a ficar calor. Se não perdesse muito tempo conseguiria completar 25 voltas por volta do meio-dia e este passou a ser o meu objectivo.

Cerca de cinco minutos antes do fecho do circuito preparava-me para sair após as 25 voltas programadas quando o JP me chama. Dizia ele que eu há pouco tempo estava em 25º lugar e se desse mais uma volta podia subia para 21º. Ora eu tinha dado a última volta um pouco mais rápida, para tentar não ser passado por nenhum dos meus adversários directos, que eu sabia estarem muito perto. Tinha mesmo esperança de ter passado alguns nesta volta (pelo menos tinha-me parecido). O cenário de ter de fazer mais uma volta era aterrador. Estava esgotado e decidi ficar por ali. Fui ver as classificações e de facto, mesmo sem a volta adicional tinha subido para 23º, com três minutos de vantagem sobre o 24º. Não me arrependi da decisão.

Foi uma participação ao nível do expectável. Trouxe mais uns pontinhos que os devidos apenas à participação, o que é sempre agradável.

Fomos desmontar o estamine após o que tomei banho e comemos “qualquer coisa para o caminho”. Fizemo-nos à estrada já a pensar na próxima etapa, mesmo à porta de casa, com as vantagens e inconvenientes associados.

Faltou falar da organização, mas se em 2010 foi bom, agora ainda foi melhor, com mais alguns detalhes (como o chocolate quente a e sopa durante a noite, estrados de madeira na zona mais lamacenta e até rampas de madeira nas zonas em que se tinha de subir passeios). O cuidado com que tudo é tratado e a constante preocupação com os participantes são a imagem de marca da Horizontes.”

2011-03-21

24 H Abrantes - 19 e 20 de Março de 2011

Primeiros ecos do PL em resposta ao post do BRM 300 do SD:

"Nós (JP e eu) também sobrevivemos, mas o relato fica para depois.

Para já ficam os highlights:
Ambos pontuámos, embora o JP muito mais do que eu porque andou sempre a cheirar o pódio. Ele ficou em 6º nas 12H e eu em 23º nas 24H.

Percurso muito giro com singles espectaculares, mas muito duro, em que o JP fez média global (descontando as paragens) de 11,99 km/h nas 12h e eu fiz 9,47 km/h nas 24h. Só para referência, o vencedor das 24h fez média de 12,45km/h (abaixo de qualquer das médias dos vencedores do ano passado).

A organização esteve no nível elevado a que já nos habituámos em 2010, mas ainda assim conseguiu melhorar em algumas coisas, como colocar rampas sempre que o percurso obrigava a subir passeios e estrados em zonas com mais lama (a bicicleta e o esqueleto agradecem) e distribuir sopa e chocolate quente à noite (o corpo todo, mas o estômago em particular, também agradeceram).

Fartámo-nos de dar ao pedal para fazermos "apenas" 131,6 km (JP) e 117,5 km (eu). É mesmo isso que estão a ver: o JP fez nas 12h mais três voltas que eu nas 24h (no comments, please). Na verdade e como era esperado, eu também fiz 12 horas, mais correctamente 12h02m, que foi o tempo que efectivamente pedalei (incluindo as deslocações para as Boxes). Tudo conforme o planeado, como se infere do relato do BRM200.

A grande novidade do fim-de-semana é que a próxima etapa do PT-Open XCR será no Parque de Campismo de Lisboa, em Monsanto, no último fim-de-semana de Maio, o que perfigura uma forte possibilidade de churrasco. Será que a carne que se comprou para as 24 h do Jamor do ano passado e que tivemos de trazer de volta por não ter sido autorizado o churrasco ainda estará boa? ;-)"

BRM 300 - 19 de Março de 2011

Relato do SD:

"…e pronto, sobrevivi a esta loucura dos 300km num dia.

Tudo começou às 06:10 em Vila Franca de Xira. Pela frente 300 km de estrada. Os primeiros km’s foram percorridos em grupo e com alguma apreensão. Tentava seguir acompanhado sem entrar em loucuras. Luzes acesas e algum frio que se fazia sentir, mesmo ao ponto de fazer gelar as pontas dos dedos.

Por volta do km 65 decidi deixar o grupo e seguir sozinho com o Carlos. O Carlos acompanhava-me desde o início e já o conhecia da etapa dos 200km.

Às 9:24, com mais de 90km, o Carlos seguia na minha roda quando eu me desviei de um buraco e lhe fiz sinal para fazer o mesmo, só que ele acabou por rebentar os 2 pneus. Parei com ele e enquanto tratava da roda da frente ele tratava da roda de trás. Foram 13 minutos nesta operação e quando arrancámos, seguimos já com outros 3 elementos (2 da organização) que entretanto se tinham juntado a nós. O rebentamento da roda da frente fez mesmo com que a borracha do seu pneu cortasse, ao ponto de ser conveniente colocar um remendo por dentro do pneu, operação que o Carlos viria a realizar ao km 115, aquando do controlo em Ponte de Sôr.

Eram 10:36, quando cheguei a Ponte de Sôr. Estava com 115 km e era altura de carimbar o passaporte num café local. Um sandes de fiambre e uma Coca-Cola depois, estava pronto para continuar. Decidi não perder muito tempo (ainda assim estive 26 minutos parado) e continuar sozinho. Não tendo amigos para nos acompanhar, prefiro mesmo andar sozinho e gerir eu o meu próprio ritmo.

A próxima paragem que eu tinha previsto era na Nossa Senhora da Graça do Divor, aos 196km, para voltar a carimbar o passaporte no posto de controlo. Era suposto o Café Besica estar aberto, acolhendo assim os randonneus para o controlo enquanto tomavam alguma coisa mas contrariando o que a própria organização pensava, o café encontrava-se encerrado. Precisava de comer alguma coisa mas algo em mim já não estava a funcionar muito bem pois tinha deixado de conseguir ingerir sólidos e sentia muita sede. Na mesma aldeia, parei numa tasca 200m depois onde encontrei 3 randonneurs que estavam prontos a seguir. Este café não tinha nada para comer mas quando vi um motolof em cima do balcão, não resisti. Pedi uma fatia daquele docinho e fresco doce. Felizmente “escorregou” bem na garganta, com a ajuda de uma Coca-Cola, é claro. Como continuava com sede, bebi mais uma água das pedras enquanto metia também alguma cafeína no estômago. Entretanto, tinha chegado mais um rapaz mas pouco depois eu arrancava novamente sozinho. Estive aqui parado 16 minutos.

Até Montemor-o-Novo foi um saltinho. Apesar de não me estar a alimentar, senti a energia do último abastecimento. Estava bem fisicamente e segui em bom ritmo até Vendas-Novas, onde decidi fazer a minha única paragem fora controlos. Sentei-me numa esplanada e pedi uma bifana. Momentos depois percebi que não a ía conseguir comer e acabei por a carregar até Vila Franca. Tinha pedido uma Coca-Cola (é claro) para acompanhar e esta acabou por ajudar uma tangerina a “descer”. Antes de me ir embora, após 25 minutos de paragem, bebi mais um café com uma água das pedras.

Faltava-me pouco mais de 60km para chegar e eu começava a ficar preocupado, pois sem comer começava a ter receio de me sentir fraco de repente. Até ao fim, fui sempre a beber pequenos golos de água para me manter hidratado. Quando entrei na recta do cabo, comecei a pensar que o BRM300 começava a ser uma realidade. Já lusco-fusco acendi as luzes e pedalei na berma da estrada com muito cuidado, pois ali o trânsito circula com alguma velocidade. Começava a sentir alguma dor nas mãos, tendo acabado mesmo com uma bolha em cada um delas. O forro das luvas já “era” e um dia inteiro fez mossa nas mãos. A cada irregularidade da estrada sentia quase que um reflexo de dor na mão.

Cheguei às 19:35. No final um enorme sentimento de satisfação. Foram mais de 200km completamente sozinho, o que como disse, permitiu-me gerir o meu andamento mas criou também alguma monotonia.

Alguns números deste longo dia…
Distância: 308km
Tempo total: 13:25:22
Tempo andamento: 11:50:38
Avg: 25,9km/h
Calorias: 6058 Cal."

Brevet Randonneurs Mondial, Tejo-Sorraia-Tejo, 213.819m, 26 de Fevereiro de 2011

Relato do SD:

"Como previsto, PL, SD, TA, JP e NMC completaram os mais de 200km da primeira prova dos Randonneurs em Portugal.

Os 214km foram completos em 8:30. Houve 2 furos (TA claro e desta vez também NMC) e o NMC fez quase a totalidade do percurso com dores no joelho mas provou ter espírito Just4Fun. No fim, mesmo com dificuldades, terminou com “carinha sorridente”, como é apanágio do nosso grupo.

A chegada a Vila Franca de Xira, decorreu já noite cerrada. Não foi muito agradável fazer a Recta do Cabo com trânsito, desvios causados por obras, mau piso na berma… mas nada fez parar 4Funner’s! Parabéns malta e obrigado pela vossa companhia. Só gostava de poder contar convosco na próxima distância mas sozinho não sei se irei. Logo se vê."

Relato do PL:

"O pára-quedas lá abriu e eu consegui aterrar de pé.
A pancada foi forte, porque as pernas ainda se queixam de vez em quando, mas está tudo no normal caminho da recuperação.
Mas porque é que insisto em fazer pára-quedismo em eventos de ciclismo? ;-)

Como dizia o JP, que me acompanhou durante 200km, foi um bom treino para as 12h. No meu caso devia ser para as 24h, mas como não devo conseguir andar muito mais que as tais 12h ficamos quites ;-).

A partida atrasou um bocadinho, porque às 8:00 ainda estava tudo de volta do “bife” e quando este acabou (pelas 8:10), como parecia que o pessoal estava com pouca vontade de começar a pedalar, eu enchi-me de brios e lancei-me ao caminho com o habitual: “Vou andando, que vocês já me apanham...”
Eu gosto de cumprir horários e sabia que minutos perdidos aqui iam-me fazer falta no final do dia.

Acabei por fazer a Recta do Cabo sozinho e a bom ritmo e o pessoal só me apanhou já depois do Porto Alto. Como é sabido, as minhas pilhas duram cerca de uma hora e foi o que voltou a acontecer. Quando o pessoal me apanhou, o JP colocou-se a meu lado e fomos um bocado a falar e às tantas demos por nós a puxar um grupo comprido. Ora ia um coxo e um gordo em máquinas de BTT a rebocar os “rodas finas”, o que não parecia lá muito bem. Cheguei-me para o lado e deixei-os passar, só que passado pouco tempo o “elástico” partiu e nos quilómetros seguintes os outros transformaram-se em pequenos pontos fluorescentes, que se iam afastando continuamente até desaparecerem ao fundo das longas rectas a caminho de Coruche.

O JP ficou para trás e acabámos por recrutar um roda fina que ia só, mas com uma pedalada parecida com a minha. Depois de alguns quilómetros de rotação aleatória (quase sempre a dois), o JP lá deu ao neófito umas breves lições de como se troca na frente do grupo e o trio passou a funcionar que nem um relógio. Até parecia o “Trio Admira”. “Admira” porque eu ia admirado com a velocidade a que “ainda” estava a rolar, para quem já tinha esgotado as pilhas umas dezenas de quilómetros atrás. Na aproximação a Mora, as pilhas deram o bafo definitivo e a paragem dos 88km veio mesmo a calhar. Anteriormente já tínhamos parado uns minutos nos arredores de Coruche para o pequeno-almoço, afinações mecânicas, deixar “lastro” e ligeira recuperação.

Em Mora encontrámo-nos esporadicamente com os outros Just4Funners e até partimos ao mesmo tempo, mas indo a navegar à vela, não tinha velocidade para acompanhar o “comboio” e fiquei para trás ainda no interior da localidade, seguindo num ritmo mais consentâneo com a (minha) realidade. O JP voltou a ficar para trás e fizemos o percurso até Montemor quase sempre sozinhos a uma velocidade que para mim era exigente, mas não esgotante, mas que para o JP era de passeio. Foi a parte que gostei mais do percurso, apesar de ser teoricamente a mais difícil. O ritmo permitiu apreciar as paisagens e o dia soberbo que estava e a estrada tinha muito pouco movimento.

Em Montemor voltámos a encontrar os outros no Posto de Controlo, mas repetiu-se a rotina quando voltámos a pedalar. À passagem por Vendas Novas decidimos não parar para a prometida bifana, porque a distância desde Montemor era pequena e ainda tínhamos muitos víveres. Optámos por parar na rotunda de Pegões, numa esplanada de onde foi muito difícil arrancarem-me. Estava um final de dia esplêndido e finalmente tinha conseguido sentar-me num local cómodo e com encosto, mas faltavam cerca de 50 km, pelo que lá tive de me fazer à estrada. Nesta paragem juntaram-se a nós o SD e o NMC, que vinha com um joelho a ameaçar falência e se via aflito para suportar as médias dos rodas finas.

Até ao final foi rolar a uma média ligeiramente abaixo dos 20 km/h, de modo a manter o grupo unido (ou pelo menos em linha de vista). Para o JP e SD ia muito lento, mas para mim (nesta altura) ia “no ponto”. Eu gosto é de rolar, mas estes quilómetros, quase sempre planos, foram algo massacrantes, dado que foram raras as vezes que não tivemos de pedalar.

A Recta do Cabo à noite foi uma experiência péssima, mas no final cumprimos o objectivo, mais de duas horas antes do fecho do controlo.

E pronto, para mim está feito o primeiro e último BRM deste ano. No meio da “overdose de adrenalina” falava com o JP sobre a possibilidade de conseguir fazer o de 300km, mas em Pegões já agradecia o facto de este calhar na data das 24h de Abrantes, não fosse dar-me uma coisinha ruim e inscrever-me. É que nessa altura, com cerca de 160 km feitos ainda faltariam outros 140 e não consigo imaginar como iria percorrê-los.

Boa sorte para quem continuar a saga, que me vai passar ao lado, mas o facto de termos concluído o primeiro BRM em Portugal já ninguém nos tira.

Just4Fun, mais uma vez na crista da onda ;-)"

2011-02-15

Massamá - Caldas -Coimbrão, 22 de Janeiro de 2011

Primeira grande deslocação Just4Fun de 2011.
Relatos do SD e do JB.

“No sábado, tal como previsto, 3 Just4Fun’s saíram de casa pela madrugada para cumprir o Massamá-Caldas da Rainha (SD e JP) e ainda o Campo Pequeno – Coimbrão (JB).

O ponto de encontro foi à minha porta, em Massamá. Pelas 7:15 da manhã, estavam 4.4ºC e uma ventania… do caraças!

Às 6:36 o JB enviou-me um SMS a dizer que acabara de sair de Lisboa e pouco depois telefona-me o JP a ver como paravam as modas. Parece que estava frio e vento no Mucifal. É claro que era para ir, meu amigo!

O NC (Nuno Costa) era para ter seguido viagem connosco mas a má disposição que se arrastara desde a noite anterior fê-lo meter-se no carro e ir para casa. Ainda assim, gabo-lhe o sacrifício de ter saído de casa equipado para se pôr ao caminho.

O frio que se fazia sentir era de facto muito e mesmo com todos os agasalhos, a coisa estava fresca. O vento forte ajudava à maior sensação de frio e as rajadas também fortes varriam-nos no alcatrão. Lá seguimos até Torres Vedras onde fizemos a primeira paragem, num cafezinho que eu já conhecia e onde se comem umas bolas com creme muito boas! À saída de Torres Vedras, o amigo JB, que de nós todos era o menos agasalhado, quis passar pela Motovedras para comprar uma roupinha. Eles não resistem às lojas Specialized! De qualquer das maneiras a Motovedras terá mudado de localização desde a última vez que lá estive e o JB decidiu não perder tempo e seguir viagem.

A paragem final para mim e para o JP era nas Caldas-da-Rainha, onde fizemos nova paragem numa cafetaria bem pertinho da estação dos comboios. Tínhamos cerca de 95km. O amigo JB ainda tinha muitos quilómetros pela frente e foi num café que nos despedimos dele. Enquanto o JB seguia sozinho para o Coimbrão, eu e o JP apanhávamos o comboio regional com destino a Mira-Sintra onde chegaríamos por volta das 15:50. Seguimos então viagem os 2 até Massamá, onde 20 minutos depois chegávamos ainda com muito frio e muito vento.

Durante essa tarde, falei com o amigo JB que me disse ter chegado bem a casa. É um artista, este jovem! Tenham cuidado com os desafios que lançam a este rapaz pois ele é dos (poucos) que nunca se nega! Parabéns amigo e voltaste a chegar em 3º porque eu e o JP chegámos primeiro a casa!

SD”

“Frio, muito frio....vento, Muito vento foi o que São Pedro nos ofereceu no sábado. Nem o sobrinho lhe consegue dar as voltas :)

A etapa começou às 6.45 no Campo Pequeno e às 7.15 em Massamá. SD, JP e eu lá fomos em direcção a norte. Eu para o Coimbrão, o SD e o JP para as Caldas da Rainha.

Até Torres Vedras, onde fizemos a primeira paragem, o vento era por vezes muito forte e o frio esteve sempre presente, logo as mãos, os pés e a cara estiveram sempre gelados. Ao sair de casa pensei que levava equipamento suficientemente quente, mas com as imensas rajadas de vento apercebi-me que devia ter levado mais qualquer coisa. Em Torres Vedras tentei comprar algo mais quente, mas a loja de triciclos que lá há, tinha-se mudado para outro local. Sendo assim poupei uns trocos e até fiquei melhor servido :))))

Depois de Torres lá seguimos em direcção às Caldas. Aqui o tempo começou a melhorar e  por volta das 13:00 já estávamos ao pé da estação. SD e JP lá ficaram à espera do comboio e eu lá segui em direcção ao Coimbrão. Obrigado JP e SD pela excelente companhia, sem vocês não chegaria a casa. A partir daqui segui viagem sozinho.

O percurso até à Nazaré faz-se bem, mas quando se chega à entrada da vila, há uma subida.... Como fui pela ciclovia que liga o Sitio da Nazaré à Praia do Pedrogão (esta praia fica a apenas 5 km do Coimbrão), lá tive que fazer os cerca de 4 kms da subida.  Aqui já tive calor :)))

Depois foi sempre a rolar na ciclovia, junto do mar e com um sol magnifico. Cheguei a casa por volta das 16.45 e no final tinha gasto 7200 calorias e feito 186 km e 30 metros lol.

Agora há que fazer a viagem de volta um dia destes :))))

JB”