2010-04-28

Fortes de Torres Vedras - 1º Passeio - 25 de Abril de 2010

Seis Just4Funners (PL, FF, TF, AF, EN, PJM) e oito fortes conquistados. Foi o primeiro de vários passeios que vamos fazer em redor de Torres Vedras para visitar todos os fortes da zona.
No total estão já visitados 46 fortes das duas primeiras linhas.
Desta vez foram quase trinta quilómetros, com mais de quinhentos metros de acumulado e direito a Pastéis de Feijão, "Alívio da Crise" e um dia espectacular para a prática da modalidade.

Ficam algumas fotos representativas da "actividade" ;-)
Abastecimento inicial


Bater com o nariz na porta do Castelo


Após quarenta fortes finalmente encontramos um bem preservado (Forte do Canudo). Neste ainda se vêm as posições onde estavam colocadas as peças de artilharia, com a alvenaria intacta, e os muros e fosso estão em óptimo estado.


Forte de S. Vicente: um exemplo de preservação do património. Neste respira-se História. A sua dimensão, localização e o estado de preservação tornam-no incontornável como unidade representativa das "linhas".


Ainda no Forte de S. Vicente.


Imaginem encontrar à beira do estradão uma banca com dois licores para provar, com copos (novos) e tudo.
Provámos o "Cala Mulheres" e o "Alívio da Crise". Gostámos, telefonámos e fomos encher os depósitos na adega do produtor. Preferimos o "Alívio da Crise" ;-).


No Castro (e Forte?) do Zambujal. Última visita desta incursão. Do forte não encontrámos vestígios, mas o Castro merece a paragem e a saída para Leste (a subir) valeu bem a pena pela beleza dos trilhos. Curiosamente este forte não aparece na carta da época que temos vindo a usar para marcar as incursões e que reproduzimos em baixo, apesar de estar marcado na carta militar. Ficou a dúvida se de facto foi ou não usado como posição defensiva no tempo das "linhas".

Visitados também, mas com a já habitual desilusão de encontrar apenas um monte de mato a cobrir forte, fosso e tudo o que pudesse identificar a construção, foram os fortes da Forca, dos Palheiros, da Cruz e do Pelicano.

Marcados a castanho os fortes conquistados neste passeio


Novo passeio na zona está planeado para breve, para "picar" fortes a Oeste destes. Será complicado concluir esta epopeia até ao fim do ano, mas vamos tentar.

2010-04-20

SRP160 2010 - Rescaldos

Relato do SD:

"Como se costuma dizer que uma imagem vale mais do que mil palavras, deixo-vos aqui o link para 2 vídeos da participação dos Just4Fun na Ultra-Maratona de Serpa – SRP160. Este ano com a participação dos seguintes Just4Funner’s: DN,JB,JP,SD,TA.

http://www.youtube.com/watch?v=2XeDc37moR8

http://www.youtube.com/watch?v=mRgc4R1Ki5I

Esta foi a minha segunda participação neste evento da TrilhosVivos. Mais uma vez nada tenho a apontar à organização. Excelente marcação ao longo de todo o percurso, bons abastecimentos, mangueira para lavar as bicicletas, banho quente e boa refeição. Parabéns!

Este ano tive necessidade de puxar pelos galões se quis chegar ao fim pois a partir do quilómetro 50 comecei a fazer uma espécie de shutdown. À medida que pedalava ía-me sentido cada vez mais mal disposto, incapaz de me alimentar ou hidratar e a sentir-me cada vez mais fraco ao ponto de numa zona de abastecimento me ter sentado numa cadeira e quase, quase ter apagado mas afinal o shutdown foi mais um restart pois ao cruzar uma povoação disse aos meus companheiros que ía só ali tomar uma água das pedras, entrando depois num cafézito e pedido uma Coca-Cola gelada. Posto isto, fui renascendo e ganhei ânimo para pedalar até ao fim! A melhor bebida do ciclista sem dúvida. Pelo menos do ciclista reles que há em mim…

Foram 149Km com uma média de 16Km/h por entre paisagens magníficas em trilhos lindíssimos, muitos deles cheios de barro, lama, ribeiros com pouca água, ribeiros com muita água, ribeiros com corrente, ribeiros do jeito que quiserem, charcos e poças de todas as formas e feitios, alguma chuva por vezes, estradões a descer, estradões a subir… enfim, um Empeno com direito a tudo.

Obrigado aos companheiros de aventura que se preocuparam sempre comigo!"

Relato do TA:

"Mais uma vez os momentos anteriores à corrida não me permitiram descansar decentemente para uma prova desta natureza. Tinha planeado ir dormir próximo do local da prova mas devido a imponderáveis relacionados com o trabalho fiquei agarrado ao telefone até bastante tarde. Assim, após 4 horas de sono, arrumei as coisas no carro e arranquei para a mais ultra das maratonas feitas em Portugal (pelo menos que seja do meu conhecimento).

Cheguei ao local da prova e já só faltavam 15 minutos para a partida, ainda faltava fardar-me, tratar da bicicleta, encontrar os restantes companheiros do pedal dos Just4Fun (Sérgio Duarte, João Bronze, João Pedro e Delgado Nunes) e ainda o Pedro Cravo e o David Portelada. Felizmente já tinham levantado o meu dorsal pois a secretaria fechava às 7:30h. Na pressa de fazer o controlo 0 ficou esquecida a câmara-de-ar, os desmontas, o elo de corrente e quase atropelava uma miúda à saída do estacionamento… isto de pedalar e calçar as luvas ao mesmo tempo dificulta o sistema de travagem que por acaso estava quase sem pastilhas…

Lá me juntei aos 300 loucos que às 8 da manhã se preparavam para dar início ao SRP160, reduzido para 149km devido às chuvas que caíram durante a semana. Os participantes do SRP80 (encurtado para 48km) tinham a sua partida agendada para as 9h.

Os primeiros kms em alcatrão souberam bem para aquecer os músculos até porque não levava casacos, manguitos, perneiras ou qualquer tipo de agasalho adicional. Da chuva nem sinal. Após o alcatrão seguiram-se alguns estradões até que… chega finalmente a lama! Escorregadia para os pneus, pesada para os pés parecia agarrar-se a tudo, obrigando a desmontar e seguir a pé por diversas vezes. Entretanto o grupo partiu-se e não via nenhum deles, uns estariam para trás outros quantos lá para a frente.
De seguida surgiram os riachos e ribeiros cheios de água, uns límpidos e que permitiam a passagem montado, outros, ou porque o fundo era em pedra solta ou porque eram autênticos buracos com um metro de parede, obrigavam a uma travessia a pé. Até nem era mau passar por esses cursos de água pois permitiam retirar a lama que se acumulava no resto do percurso. Por falar em água, isso foi outra coisa que me faltou até à ZA1 nos 22km: esqueci-me de atestar antes da prova! Felizmente os trilhos até aí eram bastante acessíveis. Entretanto juntei-me ao JB e seguimos juntos.

Na ZA1 cruzámo-nos com o SD e o JP, nós a chegar e eles a partir pelo que a segunda fase, mais dura que a anterior, foi feita em exclusivo com o JB. As subidas já eram maiores e já se encontravam umas descidas bem interessantes que terminavam no leito de riachos e que me provocaram a primeira queda: entrei a grande velocidade num rio sem baixar as mudanças e como o fundo era arenoso as rodas enterraram-se (com nota artística: 4). Também tivemos direito a uns singletracks bem engraçados junto ao rio com direito a um dos locais mais bonitos por onde passámos.
Chegámos à ZA2 (36km) junto com o SD e o JP e seguimos juntos até ao fim (pelo menos eu tentava desesperadamente ir junto). Até aí o corpo estava impecável a viver à custa de Goldrink fornecido pela organização, uns bolos óptimos e alguma fruta à mistura.

Até à ZA3 a coisa também correu com relativo à vontade, o corpo já dava alguns indícios de cansaço e os ombros iam acumulando alguma tensão. O SD é que começou a sentir-se mal-disposto sem vontade de repor energias.
Arrancámos da ZA3 com chuva o que foi muito mau para mim: como ia sem agasalhos e ainda por cima o percurso começava com uma descida em alcatrão (cerca de 55km/h sem pedalar) o corpo esfriou bastante criando mais tensão no pescoço e ombros. E foi assim, debaixo de chuva, durante uma hora ou mais.

A partir daqui o percurso foi mais do mesmo: lama, poças de água, passagens de ribeiras, subidas lentas e descidas a alta velocidade, a corrente do JB partida e mais uma queda minha (acho que esta entra para o top: descida em terreno com alguma lama e rêgos, entra-me um pouco de lama para a vista o que me leva a fechar os olhos no preciso momento em que deveria cruzar um dos rêgos… para além da pasta de lama que me cobriu o lado esquerdo do corpo apenas a registar uns arranhões no cotovelo e na anca, nota artística: 5).

Da ZA5 (108km) à ZA7 (139km) o percurso começou a moer-me bastante e era cada vez mais difícil acompanhar os restantes smiles. As cãibras estavam mesmo à beira de rebentar pelo que tinha de fazer um equilíbrio entre manter-me junto do grupo e a perna não estoirar. O percurso proporcionou outro local muito giro que suponho ser uma mina abandonada. Acho que daria umas fotos bem catitas. Também neste percurso a quantidade de poças aumentou e que permitiram dizer ‘não há duas sem três’. Lá fui tomar banho de novo, desta vez numa poça de água que teimei em passar montado. A not artística aqui rebentou a escala! O SD continuava na sua guerra contra a indisposição que teimava em manter-se. E manteve-se até tomar a sua poção mágica, a sua bendita Coca-Cola. A partir daí, renascido das cinzas (mas não eram do Eyjafjallajökull), voltou ao pedal como se não tivesse já percorrido 130km!

Até ao final o empeno apenas se agravou mas cruzar a meta junto daquelas caras sorridentes e aquele sentimento de dever cumprido… dá outro significado à camisola Finisher J Venha ela!

Parabéns à organização por um trajecto tão bonito e bem marcado, bastantes ZA (que pecaram apenas por ter pouca diversidade), banho para a bicicleta, banho quente para os campeões e um jantar digno de quem fez tamanho esforço. Se fosse agora não sei se repetiria o empeno mas como o tempo faz esquecer o pior para o ano espero estar lá de novo (espero que com menos lama).

Para quem nunca foi dou um conselho: não percam este evento, é tecnicamente acessível e foi fisicamente extenuante devido à distância (obviamente) e devido à quantidade de lama pois os declives que surgiram não eram complicados.

Dados da prova:
Distância: 149km
Acumulado: 2288m (segundo o V. Gamito)
Tempo: 10h46m27s
Calorias: 5449 Kcal"

Relato do JB:

"Agora é a minha visão do SRP160 :-)

Bem, nem sei por onde hei-de começar :-)
Aqui vai...

Despertador para as 6 da manhã e toca a levantar. A caminho de Serpa fomosverificando que o terreno ao longo da estrada estava com muita água, ou seja, começámos logo a imaginar o melhor :-)
Dorsal na mão, bike pronta e aí vamos nós para a linha de partida. Fiquei a saber que tinha havido uma ligeira redução do percurso devido às chuvas dos últimos dias e que afinal já não eram 160, mas sim 149, portanto SRP149 :-)

8H - Partida para o SRP149
Os primeiros kms foram feitos em alcatrão e deu para aquecer os "motores".
Depois do alcatrão, entraram em "acção" os caminhos com lama, com muita lama e um ou outro ribeiro. Nesta parte do percurso houve alturas em que tive de desmontar, logo os sapatos ficaram ligeiramente mais pesados e ouve uma ou outra vez que ia ficando sem eles, pois aquela lama parecia cola.
Primeira ZA e aí encontrei o JP e o SD que já estavam de saída, aproveitei e fui com o TA. O DN vinha mais atrás e enquanto estivemos ali a alimentar-nos ele não apareceu.
Esta parte do percurso até à ZA2 foi feita com o TA. Aqui não apanhámos lama, mas sim umas boas subidas e uns ribeiros ou rios :-) que davam enorme prazer ao atravessar.
A partir do ZA2 seguimos todos juntos. Nesta parte do percurso a corrente da bike partiu... ao passar uma ribeira, havia uma ligeira subida e dei uma pedalada e a corrente ficou feita em duas...
Depois de alguns minutos, lá fiquei com uma corrente nova. Agradeço a todos por me terem ajudado nesta operação delicada :-).
Mais uma paragem no ZA3 e aqui a chuva aparece. Toca a tirar o impermeável e siga para mais uns kms. Estes primeiros kms foram feitos em alcatrão com uma boa descida para depois entrarmos numa zona de paralelo que massacrou ainda mais o corpo... a chuva continuava agora com algum vento à mistura. O percurso esse continuava a ser muito giro, com imensas ribeiras, com paisagens lindas, com subidas e descidas e Serpa cada vez mais perto.
As pernas, o corpo estavam a reagir bem à longa distância e a única ameaça de cãibra que tive foi quando mudei a corrente. A bike também estava a sofrer um bom empeno devido à lama, à água das ribeiras e às constantes subidas e descidas. Quando havia paragens estava sempre a lubrificar a corrente, pois esta estava constantemente seca...
Entre a ZA4 e ZA5 e alertado pelo JP, é que me apercebi que o SD estava maldisposto. Ao atravessar uma aldeia o SD pediu para pararmos num café para ir beber algo... viemos a saber que tinha bebido uma coca-cola (se eu soubessetambém tinha entrado e bebia uma mini, mas a organização podia ter controle anti doping e era mau...) e foi a partir daí que a má disposição finalmente desapareceu.
Entretanto começou a cheirar a Serpa e as forças aumentaram. Cortámos a meta todos juntos e à nossa espera tínhamos uma claque (DN) muito eufórica :-).

Este foi o meu segundo SRP160 e mais uma vez adorei o "empeno". O percurso,a paisagem, os trilhos, a companhia, enfim acho que para o ano estou lá novamente nem que mais não seja para conhecer uma "Tal" "Pela Cinta" (private joke :-) )

Obrigado a todos pela companhia,"

Registos Trilhos Vivos:
Vencedor: Vítor Gamito - 6:10
193º a 196º: JP, JB, SD, TA - 10:46
239º - 11:56

2010-04-18

SRP160 - Serpa - 17 de Abril de 2010

Primeiros registos de mais um grande desafio.
A vida de um betetista é dura.
Os primeiros ecos apontam para mais de 10 horas a pedalar em condições muito difíceis.








Fotos de BTT-TV

2010-04-14

24H BTT de Coruche - 7 e 8 de Março de 2009 - II

Relato feito pelo RF logo após o final da prova via telele:
"Bom meus amigos,

Acabei a prova e até ao momento estava em 44º lugar,mas pode haver alterações pois deixar de andar antes das 14h.
O percurso não era muito difícil, mas apartir da 5a volta as coisas começavam a pesar. Tinha algumas descidas, que para mim, considerei perigosas ainda dei duas quedas, uma delas um pouco grave (felizmente deu para continuar) e resolvi fazer descidas fora da bicicleta para não haver grandes estragos.
A organização era boa e não faltaram águas e um género de salada de frutas nos locais de apoio, o que me ajudou imenso. Como sabem não vim aqui para ganhar, mas tentei dar o melhor para não ficar nos últimos. A minha estratégia: Na bicicleta usei pneu cardado à frente e um semi-slic na roda de trás. Perdi muito nas descidas pois não conseguia travar muito bem, mas consegui manter a bicicleta leve e com pouco atrito. Tive um pequeno problema nos travões traseiros, que deixaram de travar a 100% (ainda por cima com o tipo de pneu, ainda mais difícil).
Comecei bem a prova e resolvi fazer o máximo de voltas durante o dia. Consegui fazer até às 21h sete voltas, jantei, descansei, convivi com pessoal que conheci aqui, troquei de equipamento (isto faz um frio desgraçado) e fiz uma volta entre as 24h e 1h da manhã. Resolvi parar. Não estava confiante na segurança do percurso durante a noite.

Dormi até às 9h tomei um duche e consegui fazer mais 4 (não tenho a certeza). Quando a classificação final estiver disponível confirmo o total de voltas. Isto tudo em modo Vegetal, não como carne faz 4 meses. Consegui com que a organização colocasse um menu vegetariano nas refeições, 5 estrelas para a organização.

Agora vou almoçar e seguir viagem para casa.
Abraços e viva o redbull. (bebi uma latinha agora, parece que fiquei novo) :D

RF"

2010-04-11

24 H Coruche - 10 de Abril de 2010

10 horas de prova.
RF tem oito voltas.

Just4Fun em cima do acontecimento ;-)

2010-04-08

G100 - Grândola - 3 de Abril de 2010


Relato do JP:

"Deixo aqui um (longo) relato do G100 de 2010.

Sábado, 03 de Abril de 2010, que melhor forma de me despedir dos "intas", do que ir fazer o G100 em Grândola?

Previstos cerca de 90 km, com 1930 m de acumulado de subidas. Sendo que, 1210 m dos quais, estavam reservados para os últimos 35 km. Vai ser bonito vai...!!! Ah, só falta dizer que fui sozinho e sem ninguém com quem sequer partilhar lamurias!...

Partida um pouco atrasada em relação ao previsto, com uma partida simulada ainda dentro de Grândola e cerca de 2 km depois, aí sim, voltaram a "reunir" as tropas para se proceder então à partida oficial.

Dois grupos distintos. Os federados um pouco mais adiantados e o "resto do Mundo" um pouco mais para trás, mas com as partidas em simultâneo.

Cerca das 9h30m e lá vamos nós....! Primeiro km, mau sinal. As pernas já me doíam. O ritmo começou forte mas, o treino na véspera não tinha resultado lá muito bem, pensava eu! Bem... 2 km e zás, tudo a chapinhar com a bicla às costas. Bonito. A partir daqui, seriam 5h e meia sensivelmente, com os pés encharcados e a fazer choc-choc...À passagem do km 20 senti uma quebra. Nada de bom, pensava. Aproveitei um ligeiro endireitar de piso para comer qualquer coisa. Melhorei e lá prossegui com maior ou menor dificuldade. A transmissão, essa há muito que se vinha a queixar. Uma constante passagem por ribeiras, algumas delas com um caudal bem acentuado, faziam com que depois à passagem por zonas mais secas e solarengas a transmissão secasse e os ruídos característicos se acentuassem!

Lá seguimos por monTTes e Vales... chapinhando entre ribeiras e zonas completamente empapadas de lama viscosa que parecia colar-nos ao chão. O massacre continuava. As pernas não me davam tréguas!Arrastei-me até quase à passagem pela zona de meta, km 52, onde terminava o G50. O cronómetro marcava 2h50m. A tentação de ficar logo ali era mais do que muita. Mas, esta (ainda) não seria a primeira vez que isso me ia acontecer! Mas um dia... vai! ;)

Parei neste abastecimento e lá me alimentei de novo. Prossegui e aqui fi-lo sozinho durante praticamente 15 km sem ver ninguém. Nem à frente, nem atrás. As marcações eram boas e a organização optou por uma espécie de balões bem visíveis. Muito mais visíveis do que as tradicionais fitas. Apenas pecavam por alguns deles se encontrarem bem afastados uns dos outros!

Por volta do km 67, eis que, "colei" a um grupo de uns 6 elementos e lá seguimos, trepaaaando, descendo, trepaaaando, certamente aos pontos mais elevados daquela serra de Grândola. Alguns deles já os "bem" conhecia desde uma célebre (Des)Ori-btt que por lá tinha feito.

Este grupo não durou muito mais tempo junto. Foi perdendo alguns elementos e ficamos reduzidos a 3, até que chegamos ao último abastecimento. Faltava a subida-mor! Disseram-nos logo ali, que era durinha e longa, mas que valeria bem a pena pela beleza da zona. Aqui acrescento que eu só via a roda da frente e o céu...! Segui a meu ritmo e quando dei por mim, estava novamente sozinho.

Eis que cheguei ao ponto mais alto do percurso. Aqui, estava situado o último posto de controlo. Informaram-me que dali para o fim faltariam cerca de 6 km e que tivesse cuidado com a descida que se seguia. E que descida....! yyyyyyyyyyááááááááaáá... ;)

Como não podia deixar de ser, e certamente já estariam a estranhar.... chego cá abaixo e... vá de seguir em frente.... Claro. Não era por ali! Cerca de km e meio depois, e ao entroncar em asfalto, acrescido pelo facto de ali não haver indicações, nem ninguém... Depois de alguns nomes a mim próprio e de meia dúzia de impropérios para o ar... dei a volta à "burra" e lá vou eu à procura do caminho certo. De notar que estes 3 km a mais, "roubaram-me" cerca de 8 minutos...!

De regresso ao caminho correcto, pois o mesmo até estava numa zona bem visível.... eu é que decidi passar mais uma ribeira e afinal era um ligeiro desvio para um single track antes da mesma, lá rolei até à meta que se situava cerca de uns 4 km adiante. Como é óbvio, acabei por perder 3 ou 4 posições que havia conquistado naquele tal grupo que tinha ficado para trás. Foi mais um dos meus desencontros com o percurso. Não há remédio! Tenho me de convencer disso!

Para terminar e porque já vai longo... o tempo total situou-se em 5h 38m 45s. Com o 51º lugar da geral no G100, sendo que mais de metade dos inscritos confirmados, nem sequer acabaram. Estou certo que houve muita gente a ficar aquando da passagem pela zona de meta ao km 52.

Para complementar a descrição, agora que já sou Veterano B, buááááá... e dado que havia classificações também por escalões, quedei-me pelo 15º lugar deste escalão. Ah, falta dizer que o vencedor, o Ricardo Melo, fez qualquer coisa como 4h 06m 27s. É esta diferença de cerca de 1h 30m para os da frente que me deixa desiludido! É aqui que eu vejo que cada vez ando menos... ou eles cada vez andam mais. Ou até talvez sejam ambas!

Pode ser que os 40 anos feitos no dia seguinte, me tragam juízo e me levem a deixar-me destas coisas, e destes sofrimentos!

Venha a próxima e logo se verá...!!!

PS: Para a próxima, se quiserem um relato assim mais pormenorizado digam, ok? rsrsrsrsrsrsrs Ou então deixem os relatos com outros amigos. Pois a próxima serão os 162 km da Ultra-Maratona de Serpa... Se conseguir chegar ao fim! Veremos se não será a primeira vez que o desvio... fará milagres! ;)"

2010-04-01

Maratona do Centro - Pousos - Leiria - 21 de Março de 2010

Relato do JB:

Primeira participação numa maratona em 2010, este ano a contar para a Taça Portugal XCM e por isso a linha de partida estava dividida entre os ciclistas federados (Vitor Gamito, Rui Lavarinhas, Marco Sousa, entre outros) e os não federados. Nos não federados ainda havia uma divisão por ordem de inscrição e eu como fui dos primeiros a inscrever-me estava muito bem posicionado na grelha de partida.

9.30 e poucos segundos - Partida

Os primeiros quilómetros foram feitos em alcatrão o que facilitou o andamento e depois entrámos em terra numa zona de pinhal. Aí começou o terreno com lama e as raízes dos pinheiros pregavam algumas partidas, pois as rodas derrapavam um bocado. Houve alguns engarrafamentos, sobretudo devido ao piso. Esta primeira parte do percurso, o terreno estava com muita lama e o piso parecia manteiga.

Abastecimento por volta do km20, onde tínhamos à nossa espera maças, águas, croissants e barras energéticas.

Mais à frente havia a divisão dos 40/80km. Aí segui a seta dos 80km e foi a partir daí que o percurso começou a inclinaaaaar….

Ao Km30 a subida rainha da maratona, longa (quase 3km), difícil com uma inclinação brutal, mas onde o piso era excelente.

Esta segunda parte do percurso o piso era muito bom, quase não havia lama onde predominavam as subidas e as descidas....Por falar em descidas, estas eram brutais, por vezes custavam mais que as subidas. Muitas pedras/rochas que as tornavam às vezes perigosas (apanhei um ou outro susto hehe). Numa destas descidas encontrei dois ciclistas “agarrados” à clavícula…

Por volta do km50 mais um abastecimento. Daqui até ao último abastecimento foi sempre a rolar, com uns single tracks muito giros.

Último abastecimento e já só faltavam 20km para o final. Aqui o piso estava com muita lama e numa zona com um longo single track havia muita água, muita pedra o que poderia ser algo perigoso pois voltávamos a ter terreno tipo manteiga. Aí tive mais dois ou três sustos e ouve uma vez que desci com a bike à mão, pois não queria vir com marcas da maratona J.

Cortei a linha da meta com o tempo de 5h22:03.Na Classificação Geral dos Não Federados fiquei em 57ºlugar.

Convém referir que o percurso estava muito bem sinalizado. Paguei 25 euros tive direito a uma t’shirt do patrocinador da prova, um jersey (muito bonito!) e à papelada do costume.

No dia a seguir vim a saber da notícia da morte de um ciclista durante a maratona. Foi numa zona de alcatrão, ao km 10, cerca de 30 minutos após a partida.

Quando parti, estavam ao meu lado 2 médicos ciclistas devidamente identificados e que também iam participar na maratona. Estes médicos prestaram os primeiros socorros, mas infelizmente de nada valeu.

Para o ano lá estarei, novamente. :-) "