2010-12-15

Tróia-Sagres - 11 de Dezembro de 2010

Pois é... depois de longa ausência bloguística, eis de volta os Just4Fun e logo com cinco relatórios detalhados sobre as respectivas participações no Tróia-Sagres 2010.

Para imprimir e ler antes de dormir, que não há pachorra para ler tanta letrinha junta na pantalha :-)

Relato do SD:

“Missão comprida e cumprida. :-)

A ideia de um Just4Fun maluco qualquer de fazer a dobradinha foi cumprida com êxito e ainda conseguiu arrastar mais 3…

No sábado lá saí de casa às 5:30 AM e às 6:00 AM já estava a rolar com o amigo PL a caminho da estação de comboios de Campolide. No início da ciclovia paralela à Radial de Benfica, o rapaz tem um furo o que por momentos nos fez pensar que talvez não conseguíssemos apanhar o comboio a horas mas uma operação rápida sobre o pneu cortado pelo vidro à maneira de um pitstop da Formula 1, permitiu-nos chegar ainda com 5 minutos de antecedência à estação. No comboio, tal como combinado, encontrámos o JB e o RF que trazia um amigo. Juntou-se-nos ainda um outro rapaz que estava sozinho e assim o nosso grupo era constituído à partida por 6 elementos.

Começámos a rolar em Tróia pelas 8:25 AM. Sem chuva, sem frio, apenas com algum vento. No fim, houve quem se queixasse do vento contra mas sinceramente, a minha fasquia das adversidades nesta travessia foi tão elevada há 2 anos atrás quando fizemos 8 horas debaixo de um temporal imenso que o vento de sábado me sabia a brisa do mar. Começámos a rolar e tentámo-nos organizar em esquema de rotação ao último, quilómetro a quilómetro mas acabámos por desistir, pois este trabalho não funcionou em pleno no nosso grupo. Para trás foi ficando o amigo do RF que mais tarde viria a desistir e ía ficando também o Vítor, o tal elemento que conhecemos no comboio.

O nosso grupo continuava então com 4 elementos – SD, PL, RF, JB mas a falta de treino do amigo PL começou a condicionar o seu andamento e acabou mesmo por entrar em modo económico, como ele diz. A determinada altura, o RF e o JB seguiram e eu fiz todo o resto de percurso com o PL. Com um ritmo que nos permitia pensar em chegar ao fim, seguimos comigo na sua frente tentado puxar um bocadinho ao mesmo tempo que pensava protegê-lo do vento, fazendo com que andasse na minha roda. Caiu a noite, acendemos as luzes e seguimos sempre, cumprindo o nosso objectivo de chegar ao posto de turismo de Sagres. Para o PL, a missão estava comprida e para mim, 50% estava feito. O ritmo mais comedido com que fiz o Tróia-Sagres, permitiu-me também gerir o esforço para o dia seguinte. Em Sagres, o JB já tinha chegado mas o RF não, pois tinha-se perdido e andado a inventar com o seu GPS. Diz o RF que acabou no LIDL de Vila do Bispo a comer chocolates e salames que nem um maluco, pois teve uma “quebra”. Cá para mim o desvio foi propositado… :-) O Vítor acabou por ser apanhado por mim e pelo PL em Vila do Bispo e seguimos juntos até Sagres. Estavam feitos 218km em 10h42m a andar e com uma média de 20,38 km/h.

Com a moral em alta, fomos para o nosso alojamento tomar um banho e sair para jantar. Fomos comer massa (claro!) ao restaurante Bossa Nova, aquele que na edição de 2004 serviu também a refeição no meu primeiro Tróia-Sagres, nesse ano comigo e o Artur Ribeiro a pedalar e o amigo PL ao volante do carro de apoio.

No domingo acordámos com chuva. Claro, uma travessia destas sem chuva, não é um Tróia-Sagres. Pequeno-almoço tomado na pastelaria em frente ao Posto de Turismo e pouco depois das 8:00 AM dávamos início ao nosso regresso. Boa disposição, moral alta, grupo equilibrado e muito bom andamento. No regresso participaram os amigos SD, RF, JB e TA. O Vítor optaria por apanhar um transporte para Lisboa. O Tiago no sábado foi com o JP que fez finalmente a sua estreia nestas andanças e foram com um outro grupo mas eles certamente descreveram a sua travessia.

Fazer Sagres-Tróia foi uma novidade pois as descidas convertem-se em subidas e as subidas em descidas e dei por mim muitas vezes a pensar… “olha, aqui também sobe.”. Eu não considero mais exigente o percurso ao contrário, até acho mais simples pois as dificuldades encontram-se maioritariamente no início (quando ainda se está “fresco”) sendo o resto do percurso mais rolante. E assim seguimos os 4 em comboio, sem vento, debaixo de chuva e com ritmos que a espaços chegavam a ultrapassar os 30km/h. Perto de Sines, numa paragem programada pensámos conseguir apanhar o Ferry das 17:50, contudo, um furo do TA na via rápida de Sines e posteriormente também um pequeno engano, fizeram-nos chegar ao barco com 4 minutos de atraso. O próximo barco era às 18:25. Entretanto aproveitámos as instalações sanitárias para trocarmos de roupa e secarmo-nos. Distribuímo-nos entre as casas de banho de homens, senhoras e deficientes, todas com secadores e mãos e ao fim de algum tempo conseguimos “rebentar” com o quadro eléctrico. Saímos de fininho e fomos para o barco.

Terminava assim o desafio deste grupo fantástico. No fim, todos estavam satisfeitos por esta exigente prova ter sido superada. Terminei com 419km, em 19:08m e uma média de 21:5 km/h.

Para o ano, acho que há mais! :-)

SD”



Relato do PL:

“Eu, de facto, comecei o dia a ver as coisas muito negras, mas em conjunto com o SD lá conseguimos reparar o furo a tempo do comboio. Já no comboio, quando me preparava para reparar a câmara, para servir de reserva, verifiquei que estava irrecuperável, de modo que inspeccionei os pneus para ver se tinham mais vidros (tinha mais um que não deve ter chegado ao interior), dei ar, mas não muito para não abrir o rasgão do pneu e “rezei” para que não tivesse mais nenhum furo.

Não ia muito descansado devido ao rasgão, que era uma zona sensível, e fui até Sagres a fugir das bermas sujas, para tentar evitar contactos com pedras e vidros, mas a coisa lá se fez.

Logo ao início verifiquei que não havia condições para bater tempos, de modo que tentei usufruir ao máximo da circulação em grupo para conseguir chegar ao final sem sofrer demais. Não há milagres e quando não nos preparamos, o corpo é que paga... Ainda para mais, este ano em autonomia levava uns quantos quilos a mais (além dos da barriga ;-) ), que bem se fizeram sentir tanto nas subidas como nas descidas ;-) . Infelizmente a diferença nas descidas não compensava a das subidas :-(

Destaco este ano o espírito Just4Fun que fez com que na maior parte do percurso fôssemos juntos, facilitando a deslocação (especialmente a minha) e agradeço ao SD que no breu da noite algarvia serviu de locomotiva privativa em partes complicadas e em especial na parte final do percurso. O JB esteve o dia todo com uma vontade enorme de ir na frente do pelotão a puxar e ficava triste quando tinham que ceder o lugar, de modo que a determinada altura foi melhor deixá-lo ir sem reclamar. Também nessa altura já não estava em condições de reclamar nada e se ele queria puxar, não era eu que o ia contrariar. Tenho consciência de lhes ter atrasado o ritmo, mas se calhar até lhes fiz um favor, dado que assim ficaram mais fresquinhos para o dia seguinte.

Ainda não consegui perceber como é que o RF se perdeu depois da Carrapateira, mas ele há-de explicar por certo. Agora o que eu vos digo é que comprovei que o Tofu e o Seitan são óptimos combustíveis para a pedalada.

Só foi pena este ano ter havido poucos participantes no Tróia-Sagres. Acho que foi mesmo o ano em que participou menos gente desde que eu lá vou.

Por sorte e coincidência, na mesma altura devia estar a decorrer uma etapa da Volta ao Alentejo, o que sempre ajudou a animar o percurso com as esqueléticas bicicletas de estrada e os pelotões numerosos a passarem quais comboios a velocidades que até fazem vento.

Está cumprido mais um ano e desta vez em autonomia, que é mais uma novidade para mim.

Depois do “Miraflores-Sagres”, faltava o “Miraflores-Sagres em autonomia e sem treino”, que agora cumpri.

Quero ver se no próximo ano treino mais, para sofrer menos, mas como isto tem vindo sempre a piorar, tenho as minhas dúvidas. Logo se verá...

PL”



Relato do JB:

“Lisboa-Setúbal (comboio)

Setúbal-Tróia (barco)

Tróia-Sagres (bicicleta)

Este fim-de-semana foi uma completa aventura. Adoro quando sou "picado" para este tipo de aventuras :-)

O dia de sábado começou bem cedo. Às 6.42, marquei presença na estação de Roma-Areeiro que fica a 2 passos de casa. Quando entro no comboio há um ciclista, de seu nome Vítor que mete conversa. Ele tinha sido "abandonado" pelos seus amigos e estava sozinho para fazer o percurso até Sagres. Entre dois dedos de conversa, aparece o RF e o seu amigo André e depois mais uma estação e aparecem o SD e o PL.

Chegámos a Tróia por volta das 8.30 e começámos logo a pedalar. Nos primeiros kms tentámos formar um pequeno pelotão e fomos rodando na frente. Como estava bem e sem querer, às vezes pedalava com um ritmo mais elevado até que a uma certa altura decidi arriscar e lá fui.... Fiz uma paragem na "taberna",em Saint Tropez (São Torpes) e fiquei à espera do resto da malta. RF, PL, e SD também pararam e depois lá fomos nós todos em grupo até à segunda paragem, desta vez na "taberna" da Fataca e aí aproveitei para beber uma rapidinha (uma mini). Ao fim de alguns minutos e depois do PL fazer a sua chamada da cabine telefónica lá seguimos em direcção a Sul.

Esta parte do percurso foi a mais complicada pois o vento estava contra, o que dificultou o nosso andamento. Aqui apareceu a subida de Odeceixe, mas onde tive maior dificuldade foi ali para os lados do Rogil, onde o vento se fez sentir com maior intensidade. Nessa altura ia eu e o RF, enquanto o PL e SD vinham mais atrás.

Nova paragem, desta vez nas bombas de Aljezur. Esperámos pelo resto do pessoal e entretanto aparece o nosso amigo mais recente, o Vítor. Passados alguns minutos seguimos todos para a última fase....Entre subidas, descidas e apesar de ter consciência que tinha de regressar de bicicleta no dia seguinte, lá segui ao meu ritmo. O PL, seguia a roda do SD, seu "guarda-costas" e não havia duvidas que o PL com o seu espírito de guerreiro ia chegar ao fim, o RF vinha na companhia do Vítor e assim sendo lá fui ao meu ritmo mas as costas já começavam a dar sinais de cansaço e queria terminar o mais depressa possível.

Os últimos 20 kms ainda aproveitei para dar ânimo a uma ciclista (Mónica) que já vinha em perda. Era a sua segunda travessia, a primeira tinha desistido em Aljezur...é fantástico ver as mulheres nestas travessias o que só prova que isto também é para elas :-) .

Cheguei a Sagres e lá cumpri a minha tradição. Fui à colectividade da vila, beber uma Super Bock.

Depois de dois dedos de conversa com a mulher do PL, que estava super informada sobre estas travessias, confirmou que nós éramos todos "malucos"...O PL pela falta de treinos e os outros por fazerem o regresso no dia a seguir. :-)

Entre abraços, chegadas e partidas lá fomos conhecer a simpática D. Lucinda e os seus 2 braços partidos.

Depois de um banho bem quente e graças ao SD, fomos jantar ao melhor restaurante italiano de Sagres. Ainda tivemos o prazer de encontrar o JP (sim ele esteve em Sagres!!!!) e o TA, o outro J4F "maluco" para o pelotão do dia seguinte.

Sagres-Tróia (bicicleta)

Tróia-Setúbal (barco)

Setúbal-Lisboa (comboio)

E o dia a pedalar começou por volta das 8. Fiquei logo preocupado, pois aquele tempo de chuva fez-me lembrar a minha 1ª travessia...

Na companhia do TA, RF e SD lá fomos percorrendo os kms debaixo de alguma chuva. Ao fim de 2 horas fizemos a 1 paragem em Aljezur para beber um café e comer qualquer coisa. A chuva continuava, as poças de água na estrada eram mais que muitas e os pés começavam a dar sinais de estarem a congelar.

Depois da subida de Aljezur, a chuva abrandou e parou o que ajudou a que os pés começassem a descongelar bem como as mãos. Por entre apitos de incentivo, boa disposição e um ritmo bastante elevado lá fizemos nova paragem na taberna de Fataca para comer umas sandes.

O tempo apesar de cinzento, lá se conseguiu aguentar até Saint Tropez (São Torpes), onde aproveitámos para tirar umas fotos e comer qualquer coisa. Faltavam aproximadamente 75 km para o final e lá fomos nós e eis que um furo nos fez parar novamente. Depois do TA trocar a câmara da sua fininha a chuva reaparece em força, talvez por isso nos tenhamos enganado no percurso e percorrido mais 5 km. Só parou de chover quando faltavam cerca de 30 km para o final o que ajudou bastante, pois já estava a ter as mãos dormentes, pois as minhas luvas não eram as adequadas para este tipo de clima.

Comprámos os bilhetes e fomos direitinhos às casas de banho para trocar de roupa e uma vez que havia secadores aproveitámos para secar a roupa. Ao final de alguns bons minutos conseguimos "rebentar" com o quadro eléctrico.

18:25 lá estava o ferry à nossa espera em direcção a Setúbal. O SD foi de carro com o TA e eu e o RF tivemos de fazer um sprint, pois só tínhamos meia dúzia de minutos até chegar à estação. O sprint valeu a pena e lá seguimos viagem para estação de partida.

Foi estranho fazer o percurso no sentido inverso. Adorei fazer as descidas da Carrapateira e de Odeceixe :-) :-).

Foi um fim-de-semana com muitas pedaladas com uma amizade e um espírito de grupo FANTÁSTICO.

JB”



Relato do RF:

“Depois destes relatos tão bem detalhados não há muito por adiantar do que tentar esclarecer onde mudei a rota. http://connect.garmin.com/player/59611456

Estive a ver melhor a minha rota e ao que parece o meu GPS deve ter alguma característica que detecta a falta de energia e redirecciona para o local de abastecimento mais próximo... LIDL :D

Segundo a rota do GPS, eu fiz a estrada correcta da Carrapateira até Sagres mas por algum motivo eu fui parar a uma zona residencial em Vila do Bispo onde encontrei um belíssimo "LIDER". Ainda me lembro do Pai Natal em chocolate que vi assim que entrei nessa bela unidade.

Neste local estive parado uns bons 25 min. a encher-me de guloseimas, frutas e petiscos, dei por mim sentado na porta do LIDL a beber um Red-Bull acompanhado duma boa fatia de salame-de-chocolate.

Depois disso segui a Sagres por um caminho género ciclovia sem iluminação que passava paralela a estrada principal. Onde encontrei o resto do pessoal com um grande sorriso na cara.

Ainda encontramos o JP todo sorridente, que estava já a preparar para abalar para casa.

Não foi um percurso fácil, nem estava assim tão treinado para tal aventura e por momentos ainda pensei em desistir da volta de regresso... Mas a companhia, o reumon gel do TA, as sandes de Halibut e os 3 jarros de Sangria fizeram-me ganhar forças para o dia seguinte.

Felizmente correu tudo bem, Sem acidentes ou grandes incidentes (apenas houve uma pequena queda ao sair do Ferry já no regresso a casa, que originou um momento de risada comigo e o JB).

Espero que para o ano haja mais e com mais participantes.

Quem não fizer o regresso tem de fazer o transporte da Santinha até Sagres. (esta é só para quem foi este ano) :P

RF”



Relato do JP:

“Triiiiiimmmm.... 04h20m da matina, ele fora da cama que havia uma etapa longa pela frente! O objectivo era apanhar o barco das 06h45m em Setúbal e isso implicou apenas escassas 4 horas de sono...
(As coisas tiveram de ser assim, pois a minha tardia decisão em ir, apenas no dia 8 e a escassos 3 dias do evento, fez com que tivesse de andar à procura de boleia de regresso a Lisboa.

Como tal, depois de conversar ao telefone com o PL e o SD, inteirando-me de como seriam os respectivos regressos, recorri ao nosso amigo Pedro Cravo, que alguns conhecerão, que me assegurou apenas na 5ª feira que poderia regressar com eles. Ele sairia de casa, juntamente com o nosso também conhecido David Portelada (o homem das filmagens). A única questão que me saía um pouco fora do imaginado seriam os horários previstos pelo grupo que acabei por integrar. Assim, apanhou-se o barco em Setúbal 1h e 10m antes dos restantes just4fun. Dado que a minha mochila e os meus mantimentos seguiam a bordo do carro de apoio que nos ia acompanhar, não poderia esperar.

Para além disso, também haveria ainda a questão da eventual chegada a Sagres um pouco antes do nosso grupo e obrigá-los a ficarem ali à minha espera. Agora sei que não haveria problema, pois o grupo que integrei acabou por ainda jantar em Sagres.

Findo o jantar ainda tive a oportunidade de ir cumprimentar os nossos heróis que já de barriguinha cheia se mentalizavam para o regresso no dia seguinte! Desde já os meus parabéns aos BRAVOS DO PELOTÃO! :)
Recomeçando o relato, assim que o barco parou em Tróia, seriam cerca das 7 e picos... fomos ter a casa de um outro elemento do grupo, onde tinham pernoitado mais uns quantos elementos. Ou seja, à partida éramos 11 e começámos a pedalar precisamente às 07h45m rumo a Sagres.

O ritmo não foi de todo elevado, à excepção da passagem de um grupo grande de ciclistas de estrada que alguns de nós decidiram aproveitar a boleia. Felizmente não foram muito os kms, talvez uns 10/15 kms. O discernimento fez com que se abortasse a ideia rapidamente e retomássemos o andamento variado do grupo.

As nossas paragens foram de 50 em 50 kms, sensivelmente, acrescidas de mais uma ou outra para café. Houve ainda um furo do nosso amigo TA já após a passagem por Aljezur. Todas estas paragens acabaram por retirar um pouco o ritmo e custar-me um pouco mais de cada vez que precisava de recomeçar.

Com o passar dos kms houve ainda umas 3 desistências e tiveram de passar ao veículo de apoio. Ainda assim, os restantes mantiveram-se unidos até São Teotónio. Aí houve separação de alguns elementos e seguimos apenas 6 juntos até à Carrapateira onde a famosa subida fez das suas!... Começando por mim, que nos primeiros 200 metros comecei a sentir uma dor no gémeo esquerdo que ameaçava prender com uma cãibra. Tive de diminuir um pouco o ritmo até cerca de metade da subida, onde a partir daí comecei novamente a sentir-me bem e voltei ao andamento anterior. Como consequência disso, tive de prosseguir sozinho durante os últimos 25 kms que me levaram até ao centro de Sagres.

Assim, chegado a Sagres um pouquinho antes das 18h, tinha qualquer coisa como 200,11 kms. Com um total de 8h 22m 15s a andar a uma média de cerca de 24 kms/h, mas para um total de 10h e 10m depois da saída de Tróia. Ora, é por isso que acho que mais de 1h 45m no total de paragens é demasiado tempo perdido, com as consequentes dificuldades em retomar ritmo.

E pronto, desculpem lá mais uma vez estes meus longos relatos, mas já sabem que não consigo abreviar muito a coisa! rsrsrs

JP"

2010-10-13

Ainda o filme nos Jogos do Centenário

Agora com imagens a sério no youtube...

2010-10-11

24 H Monsanto 2010 - Jamor 18 e 19 de Setembro - Resultados

Já vai quase há um mês e o silêncio é de estranhar, mas os Just4funners vieram um pouco desanimados desta prova.
O desânimo não se deve às classificações obtidas, que foram meritórias e em alguns casos muito relevantes, mas sim à envolvente da prova e à organização que deixou um certo "amargo de boca" e mesmo algumas dúvidas quanto a um eventual regresso no próximo ano.
Pode ser que ainda haja coragem para tecer considerações mais detalhadas que justifiquem a "azia", embora o "apetite" seja pouco para escrever sobre o evento. Aliás, "apetite" no sentido estrito do termo até houve, mas não foi possível saciá-lo porque o convívio final que sempre coroou as nossas participações não aconteceu por imposição da organização.
Ora a barriga vazia, além de fazer mal ao estômago, pode toldar o raciocínio e para não engrossar o coro de críticas fáceis às diversas falhas da organização (bem mais graves que a simples proibição da churrascada, obviamente) é preferível deixar assentar a poeira antes de escrevinhar mais linhas...

Para já e para memória futura ficam aqui as classificações.

Solo Masculinos:
25º SD - 17 voltas
32º PL - 15 voltas
35º DN - 14 voltas
58º NO - 10 voltas
79º AAF - 4 voltas
80º FF - 4 voltas
Classificaram-se 84 ciclistas e o primeiro fez 31 voltas

Solo Femininos
6ª TF - 2 voltas
Classificaram-se 6 ciclistas e a primeira fez 20 voltas

Equipas de Quatro Masculinas (RF, AF, TA e JB2)
29º Just4Fun - 27 voltas
Classificaram-se 51 equipas e a primeira fez 38 voltas

Nas 12 horas o JP registou o resultado mais relevante de todos
5º JP - 14 voltas
Classificaram-se 21 ciclistas e o primeiro fez 17 voltas

PTOPEN-XCR - Classificações finais

Terminada a última prova do troféu, que decorreu em Manteigas e na qual não esteve presente nenhuma camisola da bicicleta sorridente, já há classificações finais.
O PL terminou em 21º de quarenta participantes que pontuaram, com um total de 14 pontos, tendo ficado a anos luz de distância do primeiro que fez 126 pontos. O menos pontuado teve 1 ponto.
Classificação final a meio da tabela, de acordo com as expectativas iniciais e portanto nada de novo por estas bandas.

Classificações em:
http://siim.pt/btt/ptopenxcr/?tipo=Solo&sexo=Masculino

Para o ano há mais. Pelo menos assim se espera e está prometido e o PL conta participar.

2010-08-30

24H BTT de Lisboa - Jamor, 18 e 19 de Setembro de 2010

Depois de algumas hesitações está em marcha a onda Just4Fun para as 24 H BTT (agora em Oeiras, na zona envolvente do Estádio Nacional).
É uma equipa de quatro elementos e seis a solo para a prova de 24 H e um elemento para as 12 H a solo.

Que comecem os preparativos da festa :-)

2010-07-30

12 Horas de Proença-a-Nova - 24 de Julho de 2010

Relato da participação do PL:

"42ºC?...
Nah!...
O Polar deve estar com erro. De facto está calor, mas não pode ser tanto.

Bem… O briefing está a começar, vamos lá enfrentar o Sol.

Talvez tivesse sido aconselhável ter pedalado um bocadinho nos últimos dois meses. Talvez aguente… Afinal são só doze horas, quem não aguenta doze horas a pedalar não se mete nestas coisas e comparando com as provas de 24h em que entrei, uma de 12h é para tenrinhos.

Estes eram alguns dos pensamentos que me passavam pela cabeça um pouco antes das 12:00 e de começar o briefing em Proença-a-Nova das 12 horas BTT (terceira prova do troféu PTOPEN-XCR).

“… O percurso é muito duro e tem muitas subidas, mesmo quando se pensa que acabaram, aparece mais uma…”. Mau sinal este que nos era transmitido pelo Paulo da empresa Horizontes, que organiza o PTOPEN-XCR, mas se ele dizia que era assim o melhor era acreditar. Ele não nos costuma enganar.

Foi assim que, logo após a partida, me fui deixando ficar para trás, a um ritmo contido. A primeira volta ia também ser a de reconhecimento e com os avisos das subidas e de algumas descidas perigosas, mais valia começar com cautela.

A parte das subidas foi confirmada ainda no primeiro quilómetro de prova, mas rapidamente chegaram as correspondentes descidas. Algumas, no entanto, eram um pouco complicadas e não me permitiam descansar antes de enfrentar a subida seguinte, o que não augurava bom futuro.

Foi neste sobe e desce constante que finalizei a primeira volta, com alguma apreensão, já que fazer cinquenta minutos em dez quilómetros era um ritmo um pouco lento demais. O calor era muito e não ajudava. A quantidade enorme de singles com muita condução, eram muito divertidos, mas não ajudavam os… digamos… menos preparados (como eu), mas logo se veria como correriam as voltas seguintes.

Rapidamente verifiquei que teria que parar após a segunda volta para reabastecer de líquidos, o que era uma volta mais cedo do que tinha planeado, mas estava de facto a beber mais que o normal. Fiz a segunda volta lenta para poupar e reabasteci. Perdi-me duas vezes nesta volta, o que revela uma desconcentração pouco habitual e dava sinais que o discernimento estava abaixo do normal. Fisicamente estava a custar-me mais que o esperado, até porque só tinha feito 20 km, o que não era nada. Verifiquei o acumulado de subidas e estava quase com 600 m. OK, isto vai ser mesmo muito duro. Vamos ver até onde dá…

Arranquei para a terceira volta com espírito de poupança e tentando estabelecer uma meta pessoal alternativa, já que seria impossível fazer os 100km que tinha definido como meta para esta prova. Talvez assim conseguisse ficar nos 20 primeiros classificados e garantir um ponto, que seria mais difícil desta vez devido aos mais de trinta inscritos a solo. Apontei para os 80 km (oito voltas). A terceira terminou com maus sinais, já que em algumas subidas comecei a praticar empurra-bike. A quarta volta foi o descalabro. Tudo feito em avozinha e a pé em quase todas as subidas devido a cãibras. Moralmente foi um “murro no estômago”. Eram quatro da tarde, estava com quatro voltas (40 km) e nem o calor e as subidas podiam justificar o mau desempenho. Quando parei junto ao carro pensei seriamente em desistir logo ali, pois não ia estar mais oito horas a fazer voltas a pé e com cãibras. Apesar de tudo não entreguei o chip e tentei recompor-me. Comi, bebi muito e sentei-me. Acabei por adormecer e fui dormitando enquanto ia ouvindo reacções de outros participantes à minha volta. Um nem tinha ainda tirado a bicicleta do carro, outro tinha feito quatro voltas e ia desistir apesar de estar em 12º (eu estava em 15º na altura). Outro tinha feito duas voltas e tinha tido três furos. Não era só a mim que me estava a correr mal. Talvez haja possibilidade de evitar o descalabro completo.

Cerca das seis horas já recuperado moral e fisicamente (achava eu) preparei-me para regressar ao percurso para mais umas voltas. A sesta tinha-me custado quatro lugares e estava agora em 19º, com muita gente com o mesmo número de voltas que eu, ou com mais ou menos uma, pelo que tudo ainda era possível na batalha pelo último lugar pontuável.

A primeira volta após a pausa (quinta) correu-me muito bem e voltei a fazer cinquenta minutos. Apesar de ir a poupar, fiz a volta toda a pedalar, o que era bom sinal. Parei na meta para encher um bidão de água e saber se podia dar mais uma volta sem luzes, o que se confirmou. Parti para mais uma volta antes da paragem para descansar, abastecer e montar luzes, mas ainda no primeiro quilómetro voltaram as cãibras, agora mais fortes que antes. Estive a “um bocadinho assim” de voltar para trás e anular a volta, mas depois de parar uns minutos e avaliar a situação decidi completar a volta, nem que as subidas fossem quase todas a pé (como previa e veio a acontecer). Esta volta nunca mais acabava. O tempo estava agora mais fresco e, ou era alucinação, ou estava mesmo agradável para pedalar. Acho que era realidade mesmo. Corria uma brisa muito agradável e a temperatura e luz do fim de tarde estavam perfeitas. Foi uma pena que não pudesse apreciar estas condições. As partes a descer, no entanto, foram muito agradáveis (embora curtas para o meu “mau” estado). Parei várias vezes durante a volta e as subidas foram obviamente um martírio. Foi com um grande alívio que cheguei ao cimo da última subida antes da descida final de aproximação à meta. Era claro para mim que a minha prova ia terminar no fim desta volta e já nem a miragem do possível pontinho me servia de “cenoura” para continuar o sofrimento.

Após cortar a meta fui entregar o chip e despedir-me do Paulo. Trocámos umas breves palavras de despedida e parece que estava mesmo com aspecto de esgotado (segundo ele). Não fiquei para o fim da prova e respectiva festa e parti logo para casa para iniciar rapidamente a recuperação. Estava então no 17º lugar, mas faltando ainda quase quatro horas de prova seria de esperar uma grande queda na classificação final. Logo se veria o tamanho da queda, porque subir era impossível. Devido ao estado de esgotamento em que me encontrava, nem a pé conseguiria dar mais uma volta.

Foi com alguma surpresa que constatei na segunda-feira que a queda não tinha sido tão grande como poderia supor, dado que fiquei em vigésimo lugar, garantido o tal pontinho que serviu de motivação na minha última volta e cuja miragem me impediu de voltar para trás quando as cãibras atacaram em força.

Desta prova podem-se tirar várias conclusões. A primeira é que sou mesmo tenrinho e nem uma prova de 12 horas aguento neste momento. A segunda é que convém treinar um bocadinho se queremos participar nestas provas. A terceira é que os quilómetros acumulados no ano anterior não duram para sempre e se nas duas primeiras provas consegui disfarçar a minha forma miserável, desta vez foi indisfarçável. A quarta é que confirmei, como se isso fosse ainda necessário, que provas organizadas pelo Paulo e pela Horizontes são um mimo e é com muita pena que não vou poder participar na próxima (em Manteigas), devido a outros compromissos. Na verdade é com pena, mas também com algum alívio, porque se a minha preparação não melhora ainda acabo a dar apenas uma volta e… em Manteigas, não estou a ver muitas zonas planas ;-) . A quinta é que há alturas em que temos que esquecer a teimosia e deixar a razão decidir o que é melhor para nós, que somos uns turistas nestas provas, e que por vezes estamos nitidamente impreparados para o desafio que pretendemos enfrentar, como foi o caso. A sexta é que há provas de 12 horas mais duras que provas de 24 horas, mesmo considerando eventuais diferenças de preparação pessoal. A sétima é que tenho que voltar a Proença para me desforrar. A última memória que tinha era de umas 24 horas em equipa de quatro que me tinha corrido bem (para o meu nível) e não quero que essa memória seja apagada por uma participação menos positiva nestas 12h.

Agora vou ter de arranjar maneira de treinar mais um bocadinho, porque começo a não ter desculpas para incluir nos relatos das minhas participações e ou paro de participar ou paro com as lamúrias.

Bem… fico por aqui que amanhã tenho que ir pedalar e já passa da meia-noite ;-)

PL"

2010-06-16

Video das 24H de Castelo Branco

Um vídeo que vale a pena ver e não é por nele aperecerem fugazmente as camisolas das bicicletas sorridentes.


PTopen XCR 24h BTT - Castelo Branco from Vespa Produções on Vimeo.

O PL baldou-se aos comentários detalhados, mas fica este vídeo, que é bem melhor e as imagens dispensam mais palavras.

2010-06-09

Fotos "oficiais"

Estava prometido e aproveitámos a reportagem sobre os Just4Fun para tentar obter qualquer coisa que se parecesse com uma foto do grupo.

Não foi possível reunir todos, mas ainda assim estava a maioria.

Ficam em baixo duas das muitas tentativas que fizemos. Agora escolham a que preferem...
A clássica do tipo "casamento":

 ou a do tipo "granel" (bastante mais realista, natural e just4fun):



5 minutos de fama - 5 de Junho de 2010

E foi assim...

Tão depressa como chegaram assim se esfumaram os cinco minutos que os Just4Fun ocuparam no décimo programa dos Jogos do Centenário que passou na RTP2 no passado sábado pela hora de almoço.

Apesar do pouco tempo, não há dúvida que as grandes estrelas da emissão foram os que envergavam camisolas da bicicleta sorridente. No mesmo programa os autores dedicaram algum tempo de emissão a um tal Sr. Carlos Lopes, que ninguém sabia quem era até ter aparecido no mesmo programa que os Just4Fun... Cof cof!... ;-).

Os "artistas" eram de qualidade, mas não há dúvida que o trabalho final ficou com um nível muito elevado :-)

Para já o programa está gravado em meos e dvd's por esse Portugal fora. Quem sabe se um dia destes não aparece num local de maior visibilidade...

A dificuldade agora vai ser a gestão das agendas, devido aos inúmeros convites para eventos mediáticos ;-)

Para os mais cépticos ficam algumas fotos da captação de imagens...

2010-06-02

Elvas - A desforra - 29 de Maio de 2010

Relato do TA:

"Outra prova que tinha ficado por concluir no ano passado. Esta seria a minha desforra! Tal como no ano passado decidi acampar em Elvas, não sem antes fazer um pequeno desvio por Benavente para dar um grande beijo na minha pequena Inês que já não via há uma semana. A viagem até lá foi bastante rápida e às 23h estava a tenda montada, exactamente no mesmo sítio que há um ano :-). 7 EUR foi quanto custou a minha estadia com uma torre da igreja a tocar a cada 15 minutos e um despertador muito especial pelas 4 da manhã: as lágrimas não eram por causa de um passarinho cantando lindas cantigas mas duma passarada a fazer um chinfrineira de todo o tamanho. Há alturas em que tudo nos tira o sono… por isso aproveitei para me levantar mais cedo e às 7:30h já estava a sair do parque de campismo.

O empeno do ano passado tinha-me ficado atravessado e desta vez pretendia dar o máximo. Para quem não sabe, no ano passado dei conta que tinha perdido a chave do carro na 1ª zona de abastecimento. Falei com os elementos da organização, esperei pelas ‘motas-vassoura’ que me indicaram que iriam bater esses trilhos. Eu entretanto tive de fazer o restante percurso sozinho e simplesmente fui incapaz de fazer os últimos 3kms da prova, não conseguia sequer manter-me em pé. Felizmente já me tinham dado a notícia que tinham encontrado a chave. Foi um alívio!

Voltando a 2010, tomei o pequeno-almoço servido pela organização e verificou-se um pequeno revés: o meu dorsal estava impresso com o nome errado, iriam haver dois ‘Álvaro Moreno’ na prova. Garantiram-me que me mandariam um para casa com o nome corrigido.

Após um pequeno briefing em que nos foi indicado que iriam haver abastecimentos a cada 20km, os quase 300 participantes, grande parte deles ‘nuestros hermanos’, iriam dar uma volta de apresentação a Elvas para depois se fazerem à terra. O percurso era extremamente rápido, essencialmente estradão de seixos e gravilha e descidas alucinantes de granito. Cruzaram-se vistas igualmente sensacionais: uma antiga ponte de pedra com uma casa meia submersa também ela em pedra davam um excelente postal. Não admira que lá estivesse um par de tendas…

No primeiro abastecimento encontrei o mesmo elemento do staff que alertou a restante organização do ‘caso da chave’. Também se lembrava da cena e aproveitei para lhe agradecer o esforço. Foi também aqui que reparei que não estava a marcar a distância desde o km 16,82km, fruto de alguma pancada mais forte.

Os próximos 10km eram a subir mas continuaram a ser feitos a grande velocidade entre terrenos de cultivo, vinhas, por vezes passando pelo asfalto. Após alcançar o pico pelo km 36, o percurso era de novo feito com enormes descidas por vezes em pedra solta que obrigava a cuidados redobrados, outras sobre grandes blocos de pedra que serviam de trampolim e outras ainda feitas de capim cortado onde se ganhavam velocidades impressionantes. Rapidamente se chegou a uma pequena escola onde era servido o segundo abastecimento. O calor que desde cedo se sentia obrigava a repor líquidos constantemente e felizmente as ZAs apareciam sempre que o ‘combustível’ se esgotava.

A divisão dos percursos era feita pouco depois e até à sua reunião apenas me cruzei com dois atletas às voltas com furos. Os campos de cultivo continuavam a ser nossa companhia, entrando-se depois numa zona de pequenas albufeiras e caminhos de seixos que dificultavam a progressão. Após breves kms passava-se por uma zona arborizada num curto single-track. Continuava a percorrer rapidamente o percurso e só após o último abastecimento é que as forças se começaram a perder com subidas por entre vinhas com aquela terra escura, solta e quente. As descidas que encontrava não permitiam grandes acelerações pois tinham muitos seixos. Esta zona já a conhecia bem do ano passado e na última descida, enfiado num rego criado pelos rodados de um tractor quase estragava a pintura… felizmente os novos sapatos que levavam saíam com bastante facilidade dos pedais. Afinal, estava prometido que desta não iria cair… Depois desse susto entrei no asfalto que me iria levar até Elvas. À entrada do forte de Elvas encontrava-se o 4º e último Controlo, local onde tinha desistido o ano passado e quando me preparava para atacar o forte disseram-me que este ano estava só reservado para o percurso mais curto… Assim lancei-me para os derradeiros km que não tinha conseguido fazer com todas as forças, terminando a volta pouco depois das 13 horas.

Pontos Positivos: a Organização... já tinha ficado agradado no ano passado e este ano continuaram o bom trabalho com óptimas marcações (ia-me enganando em dois ou três sítios mas era porque a cabeça se punha a vaguear); o banho quente, estragam-nos com estes mimos e depois, quando o banho é frio, queixamo-nos; a comida; positivo é também, sem sequer o próprio saber e a julgar pela classificação, o ‘Álvaro Moreno’ é agora um Just4Fun; quem anda à chuva molha-se, quem anda pelos trilhos arrisca-se a malhar mas desta vez os sapatos novos deixaram-me terminar com a folha limpa. E com as pernas ainda em condições para ir correr no dia seguinte mas isso é outra história…

Pontos Negativos: Só se fosse porque não me deixaram conquistar o forte…

PS: Tenho uns belos manguitos vermelhos, oferta do sol de Elvas. Vendo pela melhor oferta.

Dados da prova:
Distância: 85km (a contar com cerca de 5km de prólogo)
Acumulado: 1340m
Tempo: 4h13m38s
Velocidade média: 20,11km/h
Velocidade máxima: 51,63km/h
Calorias: 2852 Kcal"

2010-05-31

Raid na Tapada - Mafra - 2010.05.30

Duas dezenas de Just4Funners e acompanhantes compareceream na Tapada Nacional de Mafra para um programa que teve BTT, passeio pedestre e de comboio, seguido de almoço convívio.
Muito bem organizado e com um almoço acima da média, teve até banhos quentes mesmo para os últimos (nos quais se incluíam alguns de nós).
Percurso BTT short com 16 km e e long com 42. Tudo feito nas calmas para aproveitar bem o que a Tapada tem para oferecer. O longo fui puxadote, mas valeu todo o esforço necessário para subir os 1200 m de pendente que teve de se enfrentar.
A bicharada é que andou muito arredia e se não fossem os javalis "contratados" para abrilhantar a partida e o almoço não se tinha visto grande coisa.
No início deste post e em baixo estão as fotos destes "artistas" ;-) .
Não era objectivo do passeio, mas passámos junto aos fortes do Sonível e da Milhariça. Apesar de não os termos visitado, o tema foi assunto de conversa e como será quase impossível lá voltar de propósito, vamos considerá-los já na nossa contagem, chegando assim quase à meia centena.
Marcados a rosa os fortes referidos.

Está aberto o tópico, pelo que os ecos de quem lá esteve podem ser feitos nos "Comentários".

2010-05-24

"Não se ganha fama em cama de penas" (Dante)

Talvez não... mas todos têm direito a quinze minutos de fama e os (quatro ou cinco) minutos dos Just4Fun são já no próximo dia 5 de Junho no programa Desporto 2, da RTP (2, obviamente). As filmagens decorreram no passado sábado em Sintra, com uma presença massiva de Just4Funners, que fizeram questão de dizer presente.

Aproveitámos e tirámos uma espécie de fotografia de grupo. É uma espécie e não um foto "oficial", porque apesar de estarmos muitos ainda faltaram uns quantos, mas como até estava tudo equipado a rigor, o boneco final será o mais parecido que teremos com uma "foto de grupo". Mais complicado que tirar a foto vai ser "tirá-la" da máquina do fotógrafo. Vamos ver se não demora muito.

Já agora... aquela alusão à cama de penas é para homenagear o HS que teve um azar desgraçado, porque em vez de uma cama de penas teve uma cama de terra, para onde mergulhou em grande estilo, mas com o infeliz desfecho de um pulso partido. Quase se poderia dizer: "Ossos do ofício" (caso este fosse o nosso ofício...).

Votos de rápidas melhoras e não se escapa de se tornar o Just4Funner mais famoso, porque o acidente foi todo filmado e já se sabe que os espectadores gostam é de ver trambolhões.

Alvalade-Porto Covo-Alvalade - 16 de Maio de 2010

Relato do TA:

"Finalmente uma noite razoavelmente bem dormida antes de me fazer à estrada (ou à terra neste caso). Desta vez pernoitei na casa de família do Rui Pinto, a minha única companhia neste evento, e que já tinha servido de Quartel-general na edição (falhada no meu caso) do ano anterior. Não fosse ter acordado umas poucas vezes pela mão (literalmente falando) da minha pequenota e tinha sido uma noite santa…

Alvorada às 6:40h e já com pequeno-almoço tomado, seguimos para Alvalade para levantar os dorsais, juntamente com as lembranças: 2kg de arroz (já tradição), uma t-shirt e uma pala para o carro alusiva ao evento.

Às 9 horas o numeroso pelotão arrancou debaixo de um céu azul. Finalmente o S. Pedro fez as pazes com os BTTistas e ofereceu-lhes um dia solarengo. O grupo arrancou bastante rápido e pouco depois rolava-se numa enorme nuvem de pó. Sentia-me bem e pouco depois perdi o contacto com o Rui. Entre estradões de terra e pedra solta, bancos de areia e um ou outro pedaço de alcatrão rapidamente cheguei ao primeiro abastecimento. A oferta não era muita e a paragem serviu apenas para comer meia laranja e reabastecer de água. Seguiu-se em direcção a Vale de Água, o 2º abastecimento que distava apenas 6km de distância pelo que nem sequer parei. O abastecimento seguinte era a Barragem de Campilhas à qual se acede por um single-track fácil mas bastante cerrado e com algumas travessias de água. Os metros que antecediam a chegada à Barragem, local bastante bonito e que costuma concentrar bastante público, transformavam um caminho largo e rolante num single-track com acesso através de duas curvas a 90º que, juntamente com a grande concentração de atletas parados mesmo à chegada da zona de abastecimento, obrigavam todos a seguir a passo. Achei que seria preferível e até mais espectacular se permitissem o acesso à ZA pela continuação do tal caminho largo, mesmo com uma poça de água com uns 20 metros de comprimento. Mais uma vez não parei.

O percurso iria agora fazer a primeira passagem pelo Cercal (4ª zona de abastecimento ao km 44) e era mais uma vez composto por estradões de terra e pedra e a média de velocidade mantinha-se alta. Só a partir daqui é que o caminho começava realmente a empinar um pouco e isso notou-se na quantidade de atletas a pé que era necessário serpentear para continuar a escalar a serra. Lá em cima, junto de uma vista fantástica que chega até ao mar, havia um pequeno apoio mecânico onde quase abalroei dois ciclistas que decidiram atravessar as suas bicicletas no preciso momento em que passava. Com um grito tudo se resolveu. Daqui a Porto Covo era (quase) sempre a descer por percursos largos, com a areia a surgir nas zonas de pinhal e que obrigavam a uma atenção redobrada. A chegada à meta da meia maratona era feita pelo lado contrário ao que foi usado no ano passado, bem juntinho às praias e ao mar que apresentava um azul bem apetecível.

Ao fim de 3h30m estava em Porto Covo, após 65km, no meio de uma enorme festa, com a praça cheia de gente, barraquinhas para abastecimento dos atletas. A minha chegada foi no mínimo bizarra: estava a preparar-me para desencaixar os pés quando o sapato rodou e… não se soltou! Não sei como, a bicicleta deu quase uma cambalhota e eu… não caí! O pé desprendeu-se mesmo a tempo para eu não passar (maiores) vergonhas… Valeu pela cara do idoso que assistiu ao espectáculo ‘na primeira fila’!

Depois de hidratado e de hidratar a corrente, iniciei o percurso de retorno que apresentava enormes montes de areia, alguns deles a obrigarem a desmontar e seguir a pé. O percurso iria subir, primeiro suavemente até ao abastecimento seguinte onde apareceu finalmente a famosa sandes de carne assada, e depois com 4km de serra que me levaram até à relação mais pequena. Nessa subida não evitei uma queda quando, na passagem de mudanças a corrente prendeu e os pés mantiveram-se agarrados aos pedais. Levanta-te e anda (neste caso pedala) e assim fui de novo até Cercal onde havia mais um abastecimento. Só aqui é que percebi o problema que estava a ter a sair da bicicleta: os cleats estavam algo soltos e rodavam no sapato em vez de o fazerem nos pedais. Isso obrigava-me a rodar ainda mais os pés para poder desmontar. Até ao km 90 o percurso voltou a apresentar bastante areia e lá surgiu mais uma queda. O cansaço acumulava-se e a areia simplesmente não ajudava.

Após o abastecimento em Bicos (km 102) onde havia tintol para os estômagos mais fortes, percorreram-se vários kms ao lado dos canais de irrigação, por um single-track seguido de algum alcatrão. O corpo já estava há algum tempo a pedalar com o gémeo direito a adivinhar uma cãibra por isso tinha de controlar o esforço. Ainda tive um empurrãozinho que deu algum alento no estradão que se seguiu e foi com algum alívio que cheguei ao abastecimento de Monte de Alhos. Depois de comer 2 donuts e de beber um bom trago de água arranquei com todas as forças. Faltavam apenas 6km e agora era só alcatrão. Após 121km feitos em 7h19m cheguei a Alvalade onde me esperavam a Susana, a Inês e o Rui que entretanto tinha ficado por Porto Covo. Para o ano há mais e espero que com mais companhia. Talvez para a próxima façam o percurso ao contrário para poder terminar com um mergulho no mar. A refeição não sei se estava boa pois não sabia das senhas de almoço e por isso fomos afinfar duas bifanas e uma imperial à Mimosa.

Pontos positivos: O percurso acessível e bem demarcado; a quantidade de Zonas de Abastecimento; o pequeno-almoço fornecido pelo Supersol

Pontos negativos: de novo o banho frio; a areia mas acho que essa é da zona e só tenho é de aprender a passá-la ou a contorná-la.

Dados da prova:
Distância: 121km
Acumulado: 1400m
Tempo: 7h:19m26s (6h42m39s a pedalar)
Velocidade média: 16,52km/h (18,03km/h a pedalar)
Velocidade máxima: 48,68km/h
Calorias: 4311 Kcal"

2010-05-18

24H de Castelo Branco - 15 e 16 de MAio de 2010


Duas camisolas sorridentes participaram nestas 24H, incluídas no Campeonato PTOpenXCR. O JP participou nas 12H (prova extra campeonato) e o PL teve a sua segunda participação (depois de ter estado no Zmar de Lama). Aqui ficam os primeiros ecos dos participantes.

Relato do JP:
“Esta foi de facto uma sensação mista de emoções!

Feliz por tudo ter corrido bem a representação Just4Fun que se deslocou a Castelo Branco, tal como com os resultados obtidos.

A outra parte da emoção, foi de alguma tristeza pelo facto de logo cedo, mal levantámos os dorsais, ter tido a informação que seria o único a competir para a classificação das 12H. Todas as outras inscrições tinham sido canalizadas ou para as 6H ou para as 24H. Estas últimas, pontuavam para a classificação final do PT Open XCR composto por 4 provas.

Mal foi dado o sinal de partida, ficou como que uma sensação de: " O-que-é-que-eu-ando-aqui-a-fazer???"

Das duas, uma: ou dava meia dúzia de voltas e optava por me retirar, ou estabelecia um objectivo final e empenhava-me para o atingir! Aqui, e para quem me conhece como um ser persistente e teimoso mesmo, sabe bem qual seria a minha opção. A segunda, claro!

Assim, e para merecer o troféu que me estava destinado à partida, empenhei-me de modo a completar 30 voltas ao circuito, totalizando um total de 160 km e com um acumulado a rondar os 1900 m. Objectivo cumprido às 00 horas e 1 minuto, com um total de 11 horas a andar e "apenas" 1 hora de paragens para alimentação, para tentar resolver um problema técnico, embora simples e que acabei por não resolver, e também para a montagem das luzes, o que só aconteceu às 20h por indicação da organização.
Fica apenas a informação adicional, que à meia-noite quando concluí a minha participação, estaria num "eventual" 10º lugar nos concorrentes a solo. Sabendo nós como é óbvio, que a gestão que fiz para 12 horas foi significativamente diferente para quem teve de fazer essa mesma gestão para as 24 horas.
Pegando na questão da organização, esta esteve excelente! Foi, sem dúvida, umas das razões senão a mais forte, para me fazer continuar às voltas tentando vencer a barreira psicológica de não ter objectivo, à excepção do número mínimo de voltas.

Dizia eu, esta organização merecia e mereceu, que o meu esforço pudesse de alguma forma compensar todo o empenho que tiveram em levar por diante este evento, com "apenas" 80 inscritos, englobando solos e equipas, e que à partida já saberiam que não iam ter um retorno monetário que cobrisse toda a logística necessária a um evento deste género!

Mais ou menos o mesmo que eu pensei e decidi fazer, deve de ter pensado a única concorrente feminina a solo - Espanhola de Nacionalidade - e que mesmo não tendo concorrência nas 24H, completou qualquer coisa como 40 voltas ao circuito, tendo apenas às 07h15m da manhã de Domingo, dado por concluída a sua participação. Parabéns também para ela. Quer pela capacidade, quer pelo desportivismo demonstrado!

Continuando um pouco e pegando no que já foi comentado entre nós, foi sem dúvida uma excelente oportunidade que perdemos todos para termos feito deste evento, o nosso "encontro anual" como alguém lhe chamou. As condições eram óptimas. O percurso era muito giro, para todos os gostos, e sem dificuldades daquelas de nos tirar a respiração... O tempo esteve muito bom. Os valores das inscrições 5 estrelas e meia e até contemplavam a opção de nos podermos inscrever sem opção de alimentação, o que para nós, dada a nossa logística, é o ideal e por fim, a organização foi 6 estrelas.

Poderíamos ter levado solos, equipas de 2, equipas de 4 e até de 6 elementos. Masculinas, femininas ou mistas. E seria quase garantido, que haveria muito mais gente a subir ao pódio!

É mais longe do que Lisboa, é um facto! Mas, em meu entender, todo o "espírito" que era colocado naquelas primeiras edições em que participámos, foi-se desvanecendo um pouco nestas últimas edições em Lisboa.”


Primeiros ecos do PL (mais detalhes talvez daqui a uns dias):
“Não se pode dizer que tenha corrido mal.
É certo que fiquei abaixo do meio da tabela (14º em 24), mas ainda tive que pedalar um bocado para garantir mais uns pontinhos para o campeonato e na ponta final (última hora) ainda consegui subir dois lugares. Apesar da classificação modesta considero a prestação boa para o meu nível de preparação actual (que continua próxima do zero e a viver dos km acumulados no final de 2009), já que marquei 177 km nas 33 voltas que dei, um resultado ao nível do que fiz nas 24h de 2008, altura em que estava muito melhor preparado.

Relato e mais detalhes estão complicados, mas entretanto fiquem a saber que se os Just4Fun tivessem levado para frente a hipótese de fazer ali um grande encontro tínhamos trazido para casa uma série de canecos. Assim ficaram todos a chuchar no dedo. Todos não, que o JP trouxe o dele. ;-)

Fiquem também a saber que quem não foi a CB passou ao lado do melhor percurso de 24 H que eu já fiz (disse isto no início, repeti no final da prova e mantenho a opinião) e que em termos de organização terá também sido das melhores (senão a melhor), com especial destaque para a cronometragem. Se abrandássemos ligeiramente na passagem da meta ficávamos logo a saber o tempo da volta que tínhamos concluído e havia disponíveis dois ecrãs (um interactivo) com os tempos por volta e classificações actualizadas em tempo real. Isto sem recurso a chips. Se bem se lembram, noutras provas (com chips) as classificações andavam atrasadas várias horas.

O espaço era espectacular e os balneários um mimo.
O tempo esteve uma maravilha, especialmente durante o dia porque esteve um bocado frio à noite, que me desmotivou de recomeçar a pedalar mais cedo no Domingo.

Uma palavra final para a simpatia da organização e em especial do Paulo Garcia, sempre preocupado com os participantes e com palavras de apoio a quem ia passando.

Roam-se de inveja por não terem ido a Castelo Branco ;-)...
...ou então esqueçam tudo o que escrevi e não participem em próximos eventos organizados pela Horizontes.
É que assim eu sou um dos poucos felizardos que estarão presentes e não tenho que partilhar mimos com outros participantes.

A próxima prova do campeonato são as 12H de Proença-a-Nova em 24 de Julho, mas não leiam isto nem digam a ninguém. É que se não for mais ninguém, além de ficar com os mimos da organização só para mim, ainda ganho a prova usando a táctica do JP (mas com muito menos voltas ;-).

No que diz respeito a esta prova, não prometo nada, mas fica no ar a ameaça de ainda poder fazer um relato mais detalhado da minha participação.”

2010-05-11

Idanha-a-Nova / Zarza La Mayor - 8 de Maio de 2010

Relato do TA:

"Às 5:15h arrancava de casa após pouco mais de 3 horas de sono. Tudo a postos para mais uma maratona que me tinha ficado na retina após ler a reportagem no ano passado. ‘Como é que aguentas fazer isso?’ era a frase que me martelava constantemente na cabeça (por entre sonoros bocejos ao estilo do Chewbacca), a frase com que a minha mãe se tinha despedido de mim na noite anterior… ‘Eu sei lá!’ foi a minha resposta para todas elas.

Às 7:30h cheguei a Idanha-a-Nova. Apesar de já irmos adiantados na Primavera o dia amanheceu bastante nublado e fresco e já tinham caído alguns aguaceiros. Antes assim para a temperatura não subir demasiado. Mais uma vez tinha a companhia de 2 funners: o Sérgio Duarte e o João Bronze o que é sempre bom para quando as forças começam a falhar. A partida foi pontual e bastante animada ao som de gaitas-de-foles. Após uma pequena volta pela vila que incluía a descida por um dos seus ex-líbris, a calçada romana (sempre com cuidado pois estava escorregadia e o aglomerado de maratonistas não permitia grandes aventuras), rapidamente nos metemos na terra que se encontrava na sua maioria seca e com muita pedra e rocha à mistura. Em algumas descidas ainda pensei que os gaiteiros nos acompanhavam mas afinal era a chiadeira dos travões molhados. O percurso inicial apresentava-se bastante acessível com muito sobe e desce fácil de percorrer e bastantes single-tracks por entre campos de pastorícia e aos 32km chegávamos ao 2º abastecimento também ele animado por um grupo folclórico.

O percurso até ao abastecimento seguinte foi um pouco mais penoso pois era um single-track que exigia alguma perícia devido ao constante serpentear a que as pedras obrigavam num espaço tão curto e que, por diversas ocasiões, nos obrigou a desmontar para ultrapassar algumas rochas de maiores dimensões. A paisagem, essa, era fantástica: o rio mesmo ali ao lado, com alguns rápidos que o tornavam audível, acompanhou os participantes por largos kms. No terceiro abastecimento, em Salvaterra do Extremo, tive de corrigir o encaixe de um dos sapatos que tinha ficado torcido, fruto de uma queda nas pedras (parece que arranjo sempre maneira de travar conhecimento com o chão de uma maneira mais pessoal).

A saída do 3º abastecimento dava-se por uma descida serpenteante em alcatrão e na última curva o SD não evitou uma queda devido à areia e ao piso molhado. Eu ia tendo a mesma sorte e acho que, se lhe acertasse, acabávamos os dois no rio. Felizmente sofreu apenas alguns arranhões.

De novo na terra passámos pela zona mais técnica da prova: uma descida, também ela serpenteante, mas desta vez em rocha. Aqui demorei-me mais pois tinha pastilhas de travões novas que se apresentavam pouco progressivas o que me fazia bloquear as rodas inúmeras vezes. Novamente com o rio a acompanhar-nos mesmo ali ao lado teve-se de novo de desmontar para subir alguns degraus talhados na rocha. Só pensava que nesse mesmo dia em Alfama também se faziam degraus mas no sentido inverso… Após esse sobe e desce menos ortodoxo, cruzámos uma ponte e passou-se a ‘hablar en castelhano’ para ir picar Zarza, 3º posto de controlo e nova zona de abastecimento. Estava percorrido metade do caminho.

A partir daqui o percurso foi feito quase sempre debaixo de uma chuva ténue. O single-track deu lugar a estradões, alguma lama e a umas poucas travessias de água. A pedra também voltou a surgir e os rins começaram a queixar-se (se calhar o peso cada vez maior dos reforços que ia acumulando nos bolsos não ajudava). Do meu lado também dois pulsos mal curados faziam o seu queixume nas zonas mais acidentadas.

Praticamente no final tivemos direito a uma subida bem comprida em alcatrão onde perdemos o contacto do JB. No final desta eu e o SD recuperámos os rins com alguns alongamentos e voltámos à terra para mais uma zona de rochas escorregadias. Até a pé quase caíamos.

A provação final deste passeio é terminar por onde começámos: a mítica calçada romana. Colocando a relação mais modesta, subimos por ali acima com os rins a queimar a cada volta do pedal. A meta estava mesmo ali ao virar da esquina: «‘Bora lá» como animavam as tabuletas de orientação.

No final, um banho ‘revigorante’ (mais frio que a chuva que nos acompanhou) e um repasto retemperador (porco no espeto com arroz, batata, salada, pão, cerveja, refrigerantes, fruta e café).

Pontos Positivos: A organização: pontual na saída e muito prestativa para além de ter apresentado diversas animações pelo percurso; as orientações: para além de extremamente bem posicionadas têm o condão de animar a cada curva com aquele «´Bora lá» típico (e não só indicam as descidas mais perigosas mas também as subida mais íngremes); os abastecimentos: bastantes e diversificados na oferta (água, sumos, iced tea, bebidas isotónicas, fruta, barras energéticas, gomas, croissants…) para além de animados com as gentes da terra sempre muito cooperantes; a refeição: muito agradável em qualidade e quantidade para quem tivesse estômago para repetir.

Pontos Negativos: O banho frio: saí dos balneários a tremer. E já agora, incluíam no souvenir as fotos (que já estão impressas). Estavam à venda por 3 EUR mas duvido que, caso os atletas não as comprem, tenham alguma utilidade…

Dados da prova:
Distância: 102km
Acumulado: ?m
Tempo: 7h:39m15s (6h46m41s a pedalar)
Velocidade média: 15,11km/h
Velocidade máxima: 55,64km/h
Calorias: 4383 Kcal"

2010-05-03

PTG100 - Portalegre - 1 de Maio de 2010

Num fim de semana com várias actividades, enquanto uns penavam nas Serras do Sicó e do Rabaçal, a família Ferreira foi sofrer em Portalegre.
O FF terminou em 991º a PTG100 (mais dura de sempre) com 9H38. O AF teve que se retirar aos 56 km devido a problemas físicos.
Enquanto não chegam os ecos com os detalhes, fica aqui a devida notícia.

2010-05-02

Desafio "A Idade da Pedra" - Vermoil - 1 de Maio de 2010

Relatos daqui a uns dias...

Resumidamente: foram 100 km e 2000 de subidas na versão light (DN e PL) e 110 km e 3000 m de subidas na versão hard (JB, JP, RF e Pedro Cravo). No final estavam todos estafados, mas com grandes sorrisos. É isto que o BTT proporciona...

Para já ficam apenas algumas fotos avulsas tiradas pelo RF, PC e PL, a ilustrar um dia espectacular de BTT proporcionado pelos BTTralhos (não há maneira de lhes agradecer o suficiente). Foram cores, cheiros, vistas e sensações inesquecíveis. As fotos não testemunham nem de perto nem de longe aquilo que se sentiu.
















Relato do PL:

"Passados uns dias e com o físico já recuperado, aqui fica então o relato da minha participação neste... chamemos-lhe evento. É verdade que não havia classificações, mas chamar àquele percurso passeio é desvalorizar o que não pode ser desvalorizado.

A primeira palavra tem de ir necessariamente para quem se dá ao trabalho de montar uma organização destas. É verdade que não houve que marcar percursos, mas o seu levantamento e validação não deixa de ser trabalhoso. Também sabemos que esta preparação pode dar muito gozo, mas ainda assim...

Depois há a questão de tratar do acolhimento, estadia para quem fica e garantir que os banhos são tomados em condições minimamente aceitáveis. Pois em todos estes aspectos os BTTralhos se esmeraram. Como se não bastasse, apesar de não terem nenhuma obrigação, fizeram questão de ter um lanche para quem chegasse ir saciando a fome e a sede. Mais curioso ainda foi ver a atenção que este pormenor mereceu, porque não faltou nada até chegarem os últimos e foram comprando pizzas à medida que elas iam acabando.

A segunda palavra para o tipo de evento que se tratou.
Os BTTralhos trataram de nos indicar o caminho por GPS, mas cada um estava entregue a si próprio e tinha que tratar de chegar ao fim, fosse por que meio fosse, em completa autonomia. É óbvio que um evento deste tipo não é para todos, até porque obriga a ter um GPS, mas evita marcações de percursos, pessoal a refilar porque tiraram fitas no dia do evento e outros a refilar porque não as tiraram no final. Também só serve para quem tem algum espírito aventureiro e desenrascado e não está à espera que a organização os traga ao final. Na verdade não foi exactamente assim, porque se houvesse uma emergência real os BTTralhos tinham equipas de prevenção para o resgate e além disso foram fazer o percurso a pedalar, pelo que podiam prestar um primeiro nível de ajuda. Parece-me que este tipo de eventos tem um potencial enorme e eu sou incondicional fã. Permite conhecer zonas novas, ao ritmo de cada um e com um impacto mínimo na natureza, Já nas localidades por onde se passa o impacto não é pouco, mas é positivo, dado que, não havendo abastecimentos da organização, cada um tem que comprar os comes e bebes e houve cafés onde alguns stocks de esgotaram, o que é bom para o comércio local.

Chega de falar de coisas acessórias. Falemos de BTT, porque foi um dia cheio disso que tivemos. O relato podia entrar nos detalhes que é habitual, mas seria intragável de muito extenso, tal é o número de coisas e sensações que valia a pena referir. Não vou fazer isso. No próximo ano vão lá e ficarão a saber melhor do que se lerem um relato detalhado.

Ainda assim, vou referir ao correr da tecla alguns flashes que retenho desse dia:
A chuvada que caiu antes da partida e que nos fez recolher aos carros ensombrou o início do dia, mas a partir dessa altura o tempo esteve excelente (como se vê pelas fotos):

Algures num single há um participante que entra de cabeça para dentro de um silvado. Passado o susto inicial e depois da operação delicada de resgate, o acidente serviu para umas boas gargalhadas,

As vistas... Ai as vistas no alto das serras...
Eram os prémios de quem subiu lá acima, mas em termos de prémios não ficamos por aqui porque algumas descidas eram um mimo. Ficou-me na memória um single a descer uma encosta mesmo antes do Rabaçal. Foi dos melhores que já fiz e é daqueles em que apetece voltar a subir só para o descer outra vez.

As Buracas do Casmilo. Formações geológicas interessantíssimas. Conjecturaram-se várias teorias para justificar o aparecimento daqueles buracos naquele sítio, mas acabámos por desistir de inventar e continuar a pedalar. O local, no entanto, merece a visita.

Os cheiros da vegetação húmida estavam no auge. Não dá para descrever...
Um quiosque a vender minis no meio do nada, assim mais ou menos como o Oliveira de Figueira nas histórias do Timtim, a aparecer nos locais mais estranhos a vender o mais esquisito que se possa imaginar. Foi surreal, mas soube que nem ginjas....
O Pedro Cravo a dormir uma soneca de dez minutos na beira do estradão enquanto “tratávamos” do espigão do “andaime” do JB ;-) .Mais engraçado ainda eram os comentários de quem passava e perguntava se ele estava bem. “-Sim só está a dormir!...” e continuávamos na bricolage. Também foi surreal.
As cãibras do DN e uma dor no meu joelho, que nos obrigaram a abandonar o bando, seguindo pela opção mais fácil após Ansião. Diga-se de passagem que esta opção não foi desinteressante em termos de percurso e teve mesmo zonas muito bonitas.

No final a surpresa reconfortante de um banho de chuveiro quente e balneários com bom aspecto. Quando começa a ser prática comum termos direito a um tubo na parede a deitar água fria e balneários que são uma extensão dos trilhos, tal a quantidade de lama que se acumula no chão, esta excepção é de sublinhar.

Também de sublinhar o já referido lanche providenciado pelos BTTralhos, com bebidas, pizza e fruta. Nada de supérfluo, mas apenas o necessário e que ia sendo reposto à medida das necessidades. Estava no ponto.

O facto de termos feito a opção “easy” permitiu-nos também estar à conversa com alguns dos organizadores e ir assistindo à chegada de alguns dos participantes e durante este tempo (que rondou uma hora) não ouvimos nenhuma queixa e apenas vislumbrámos rostos satisfeitos tanto por parte dos participantes como da organização. Isto apesar da preocupação natural com que os BTTralhos iam vendo quem faltava chegar, pois começava a anoitecer.
Em suma, um passeio perfeito num dia perfeito e a repetir sempre que possível, porque este é daqueles em que a longa viagem é claramente compensadora."

Fotos: RF, PC e PL

2010-04-28

Fortes de Torres Vedras - 1º Passeio - 25 de Abril de 2010

Seis Just4Funners (PL, FF, TF, AF, EN, PJM) e oito fortes conquistados. Foi o primeiro de vários passeios que vamos fazer em redor de Torres Vedras para visitar todos os fortes da zona.
No total estão já visitados 46 fortes das duas primeiras linhas.
Desta vez foram quase trinta quilómetros, com mais de quinhentos metros de acumulado e direito a Pastéis de Feijão, "Alívio da Crise" e um dia espectacular para a prática da modalidade.

Ficam algumas fotos representativas da "actividade" ;-)
Abastecimento inicial


Bater com o nariz na porta do Castelo


Após quarenta fortes finalmente encontramos um bem preservado (Forte do Canudo). Neste ainda se vêm as posições onde estavam colocadas as peças de artilharia, com a alvenaria intacta, e os muros e fosso estão em óptimo estado.


Forte de S. Vicente: um exemplo de preservação do património. Neste respira-se História. A sua dimensão, localização e o estado de preservação tornam-no incontornável como unidade representativa das "linhas".


Ainda no Forte de S. Vicente.


Imaginem encontrar à beira do estradão uma banca com dois licores para provar, com copos (novos) e tudo.
Provámos o "Cala Mulheres" e o "Alívio da Crise". Gostámos, telefonámos e fomos encher os depósitos na adega do produtor. Preferimos o "Alívio da Crise" ;-).


No Castro (e Forte?) do Zambujal. Última visita desta incursão. Do forte não encontrámos vestígios, mas o Castro merece a paragem e a saída para Leste (a subir) valeu bem a pena pela beleza dos trilhos. Curiosamente este forte não aparece na carta da época que temos vindo a usar para marcar as incursões e que reproduzimos em baixo, apesar de estar marcado na carta militar. Ficou a dúvida se de facto foi ou não usado como posição defensiva no tempo das "linhas".

Visitados também, mas com a já habitual desilusão de encontrar apenas um monte de mato a cobrir forte, fosso e tudo o que pudesse identificar a construção, foram os fortes da Forca, dos Palheiros, da Cruz e do Pelicano.

Marcados a castanho os fortes conquistados neste passeio


Novo passeio na zona está planeado para breve, para "picar" fortes a Oeste destes. Será complicado concluir esta epopeia até ao fim do ano, mas vamos tentar.