2011-06-20

24 H Monsanto - PtOpenXCR - 28 e 29 de Maio de 2011

Vale mais tarde que nunca, vai sendo o lema deste sítio...
Para não contrariar o lema aqui vão os ecos da participação Just4Fun nas 24H BTT de Lisboa 2011 (de acordo com o correr dos dedos do PL :-) ).

"Foi difícil arranjar uma equipa de peso para a nossa participação, principalmente depois do desapontamento de 2010, mas no final lá se conseguiram sete bravos à partida.
O JP e o PL eram já repetentes no PT Open XCR, mas o AAF, DN, JHB, RF e TA eram iniciantes (no PT Open, claro, que 24 H BTT é coisa que não falta nos seus currículos).

A montagem do estamine foi feita de véspera, sem saber exactamente onde ficaria a meta, acabando por ficar encostadinho ao circuito, mas algo longe da zona nevrálgica da meta, o que era bom para o descanso, mas mau para absorver o ambiente e péssimo em termos de segurança, porque durante a noite roubaram a Canyon do JP que estava no suporte de tejadilho do carro. Mesmo estando dentro do parque de campismo e fechada com a tranca do suporte, isso não impediu que ela “voasse”. Este episódio acabou por marcar negativamente a nossa participação e apesar de o JP tentar tudo o possível para que a moral estivesse em alta, a verdade é que o espírito festivo não foi o mesmo.

A prova ficou também marcada pela tempestade que caiu entre as 15:00 e as 16:00 e que acabou por tornar o percurso extremamente difícil e mesmo perigoso em algumas descidas, o que afectou a generalidade dos participantes, incluindo todos os Just4Funners, tendo a maior parte de nós acabado a prova logo ali ou pouco depois.

Voltando ao princípio, estávamos alinhados à partida esperando um percurso engraçado, mas especialmente difícil e muito técnico em alguns pontos. Ainda assim, havia expectativas elevadas, porque as dificuldades eram iguais para todos. A capacidade para as ultrapassar é que não, mas é isso precisamente que separa o sucesso do insucesso.
Comecei, como de costume com muita calma, pois apesar de conhecer bem Monsanto (ou talvez por isso) iria fazer uma primeira volta em ritmo de reconhecimento. As dificuldades que esperava confirmaram-se, pelo que esta seria uma prova de paciência e espírito de sacrifício. Tinha planeado fazer grupos de três voltas entre paragens, mas tive de parar na box logo ao fim da segunda para resolver um furo na roda da frente que vinha a perder ar lentamente. Foi uma paragem relativamente rápida e segui para a terceira volta, após o que parei para comer, reabastecer e recuperar um pouco. Estava precisamente a fazer isso quando caiu a tal tempestade. A força da água era tanta que o toldo da box não aguentou e começou a desabar. Ainda tentámos aguentar aquilo em pé, mas ao fim de vários minutos a lutar com a tempestade decidimos recolher para dentro dos carros o que se podia estragar com a chuva e deixar aquilo vir abaixo. Depois se voltaria a montar o estamine, se fosse o caso, como aconteceu.

Nesta altura fiquei muito apreensivo quanto ao estado dos trilhos e à medida que iam chegando junto de nós os que foram apanhados pela tempestade no meio no percurso, a apreensão transformou-se em realidade. Decidi não ir de imediato pedalar e ver se o tempo melhorava. Tão depressa como veio, assim se foi a tempestade, mas não estava na disposição de arriscar a integridade corporal numa queda parva, por isso fiquei pelas boxes a recuperar o que era possível, mantendo-me atento às evoluções do tempo e piso.

Todos os Just4Fun fizeram o mesmo e o pessoal das 12 h decidiu mesmo não voltar a pedalar. Lá para o fim da tarde decidi ir dar uma volta pelo percurso para avaliar o estado do piso e decidir o que fazer. Fiz essa volta sem arriscar nada e desmontei sempre ao mais pequeno indício de perigo. Apesar de ter muito pedestre, decidi andar enquanto houvesse luz do dia e não iria pedalar à noite. Já era complicado de dia, de noite seria demasiado perigoso para as minhas capacidades. O DN ainda deu uma volta de noite, mas depois de várias quedas e ameaças, também decidiu parar.

Fiz seis voltas durante o dia de sábado (menos cinco que o planeado) e no dia seguinte logo veria se voltaria a andar ou não. O início da noite passou-se em amena cavaqueira sob o toldo que entretanto foi recuperado e acabei por ir dormir já tarde. Levantei-me com o Sol já bem alto, mas com vontade de pedalar. As notícias que entretanto chegava davam conta que o piso estava já firme excepto em alguns pontos.

Tomei o pequeno-almoço com calma e fiz-me aos trilhos. Entretanto o DN já andava às voltas na expectativa de poder subir ao pódio da classe Masters, mas quem ocupava o terceiro lugar estava atento e também continuava a andar, o que tornava a coisa complicada.
Dei duas voltas, terminando com oito e subindo ao 28º lugar, o que me garantia alguns pontos por estar nos 30 primeiros, coisa que pensava não ser possível devido aos acontecimentos da véspera. Encontrei o DN na última volta e cortámos a meta juntos uns minutos antes do meio-dia. O esforço dele acabou por não ser recompensado já que ficou em quarto lugar, mas mesmo assim foi uma bela prova, que manteve os Just4Fun em suspense até ao final.

Terminámos a nossa participação com a habitual churrascada, retomando a tradição que tinha sido interrompida no ano passado no Jamor, por imposição da organização.

Para memória futura aqui ficam as classificações:

24H

Masters: (o primeiro foi o Pedro Maia com 20 voltas e classificaram-se 7 ciclistas)
4º - DN – 10 voltas

Masculinos: (o primeiro foi o Bruno Gomes com 26 voltas e classificaram-se 45 ciclistas)
21º - DN – 10 voltas
28º - PL – 8 voltas
43º - JHB – 4 voltas
44º - AAF – 3 voltas


12H

Masculinos: (o primeiro foi o Sérgio Saldanha com 16 voltas e classificaram-se 22 ciclistas)
17º - JP – 5 voltas
18º - RF – 4 voltas
20º - TA – 4 voltas

A organização, a cargo da Horizontes, esteve bem mais uma vez. Por motivos de contenção de custos acabou por não ter nenhum controlo permanente no circuito para além dos cortes de estrada pela polícia, arriscando muito em termos de batota, mas confiando no espírito de fair play que se tem construído entre os participantes deste troféu. Não nos chegaram ecos de atalhanços escandalosos, o que acabou por confirmar a aposta da organização. Uma opção arriscada, mas aparentemente de sucesso.

Dado que ficámos muito longe da meta, acabámos por interagir menos do que é costume com a organização, mas sempre que foi precisa correspondeu às necessidades, como é já hábito, e mesmo com os cortes de electricidade provocados pelo temporal as classificações não se foram abaixo, o que tem de ser registado com agrado.

O percurso foi o mais exigente das diversas 24H que já houve em Monsanto. Incluía vários dos singles mais engraçados que existem em por lá (alguns feitos no sentido contrário ao ideal) e era totalmente ciclável, desde que o tempo se mantivesse seco (com excepção da transposição de uma árvore caída que não estava ao alcance de todos, entre os quais eu me incluía). Caso chovesse, como se foi prevendo duas semanas antes da prova, os singles a Norte da estrada que sobe de Pina Manique ficariam complicadíssimos, como se veio a verificar. Acresce que, para atravessar essa estrada era necessária uma das três presenças policiais que estiveram no terreno. Tendo em conta todos os factores (número de inscritos, riscos de chuva e custos com polícia) teria sido vantajoso para a organização, sem real prejuízo para a prova, que essa parte do percurso fosse descartada. Significaria um encurtamento de 2 a 3 km no percurso, mas ainda ficaria com extensão mais que suficiente para garantir o adequado fluir dos atletas.

Segue-se Proença-a-Nova em Julho, em plena canícula e para encerrar as actividades antes de férias. Eu conto lá estar, até porque tenho umas contas a ajustar com aquela zona desde as 12H do ano passado (ver relato de Julho de 2010).

PL"

Já agora, se virem por aí uma Canyon Nerve RC 8.0 (imagem abaixo) toda equipada XT, com Amortecer Fox RP23 e Suspensão Rock Shox Revelation e suspeitem do “ciclista” comentem aqui no Blogue para o JP averiguar.