2012-10-16

Skyroad Granfondo - Lousã, 13 de Outubro de 2012

Relato do SD da participação da equipa JB/SD: 

"Foi espetacular o Granfondo da Lousã, Aldeias do Xisto!
Quando chegámos à zona da partida, já a buzina tinha soado mas, com calma, ainda integrámos o pelotão e passámos o primeiro controlo apenas 2 minutos depois.  O atraso não se deveu a nada em especial, apesar de às 6.00 ainda termos estado a fazer uma ligação com cabos de bateria para pôr um carro a trabalhar.

Arrancámos com muito frio e eu, em particular, só com a jersey J4F de manga comprida no pelo, senti bem a aragem fresca da Lousã. Apesar de ter o corta-vento no camelback, não quis parar para o vestir porque sabia que iriamos começar a subir não tardava nada e depois o calor instalava-se.

Cedo começámos a acumular altimetria. A subida era suave, estávamos em pelotão e a estrada era nossa. Íamos ultrapassando e íamos sendo ultrapassados por autênticos comboios de profissionais. Esta foi uma corrida cheia de nomes sonantes que terminou com a vitória do José Silva no Granfondo (150km) e do Vitor Gamito a cortar a meta em simultâneo com o Bruno Pais no Mediofondo (98km).

A organização Ultra-Spirit em conjunto com o Montanha Clube, esteve exemplar. Apesar de as estrada não terem sido cortadas, havia GNR’s por todo o lado. A organização tinha também um vasto conjunto de motas de apoio que nos acompanharam ao longo de toda a distância, transportando algumas delas médicos e camerman’s. Além de motas havia também carros decorados a circular que quase nos faziam pensar que estaríamos numa Volta qualquer. Abastecimentos de qualidade! Sem dar garrafas aos atletas, havia sempre inúmeros copos disponíveis com água, sumo, cola e até Goldnutrition (último abastecimento). Havia também fruta partida, sandes, bolos e cubos de marmelada e barritas da Goldnutrution (último abastecimento). Em alguns abastecimentos e até no topo de uma íngreme subida, tínhamos sempre um grupo a tocar para nós, ora com acordeão, ora com tambores. Ambiente fantástico o que se fazia sentir. Havia também apoio mecânico prestado pela Trek.

A altimetria máxima nunca passou os mil metros, mas fomos lá algumas vezes. Numa das subidas em que o JB metia conversa (para variar!) desta vez com um GNR, este já oferecia a sua mota trocando um bocadinho de cavalo. Soubemos então que o simpático agente faz BTT e falou-nos dos bons trilhos da zona.

Após a Pampilhosa da Serra onde ataquei uns saborosos bolinhos de pastelaria que me souberam maravilhosamente, deparámo-nos com uma subida em empedrado que não esperávamos. Subida bastante íngreme mas, felizmente, não demasiado extensa, sempre feita a cavalo nela, como deve ser. Após este esforço, enfrentámos uma subida de 5km que apesar de não ser nada de especial, foi nela que quebrei. Deveríamos estar com cerca de 75km percorridos. Naquele momento, seguia com o JB e tínhamos alcançado um conhecido seu. Aproveitando o facto de irem os dois a conversar, fiquei um pouco para trás tentando gerir. O JB acabou por o deixar ir e seguiu sempre comigo, apesar de eu insistir no contrário. Obrigado amigo!! Segui uns valentes km’s com uma sensação de fraqueza, apesar de, na minha opinião, me manter hidratado e alimentado.

Pela frente e até ao fim, restava ainda uma subida de 13 ou 14 km’s, assinalada pela organização com indicação de quilómetro a quilómetro e com informação da pendente média da subida. Antes deste momento, mais um excelente abastecimento, desta feita o da Goldnutritition. Após 2 copos de bebida, 1 cubo de marmelada e meia banana, arranco e comecei aos poucos a sentir que voltava novamente a mandar nas minhas pernas. Iniciávamos agora a longa subida, serpenteando pela serra com uma temperatura muito agradável e uma luz excelente. Quilómetro após quilómetro, sempre em conversa, fomos vencendo todas as inclinações. Estávamos, novamente, perto dos mil metros e até ao fim faltavam 20km e… todos, todos eles a descer! Foi uma descida alucinante como devem imaginar. O piso aqui estava um pouco mais degradado do que o restante tapete que apanhámos que, diga-se de passagem, era excelente. Mesmo este alcatrão não era nada nada mau… nas curvas de maior perigosidade havia sempre sinalética de perigo, ora via sinal ora via um elemento da organização com uma bandeirinha em riste. Dez quilómetros depois de iniciar a descida, tive de parar para vestir o corta-vento pois com a deslocação de ar o frio era tanto que já nem sentia o peito. A velocidade máxima em todo o percurso foi de 78,6km/h. Bati o meu recorde e olhem que não me esforcei para lá chegar…

Até ao fim, foi mais do mesmo e cortei a meta em 435º (de 519º finalistas) com um tempo de chip de 07:08:38.
No meu ciclo-contador foram 154,82km com 6:48:01 a andar a uma média de 22,70km/h e com um pico máximo de 78,6km/h. A altimetria acumulada fora de 2800m+.

Hei-de voltar a percorrer este asfalto, seja num evento da Ultra-Spirit seja num Just4Fun. Talvez até mais neste e se houver companhia, tanto melhor.
Para fechar, falta-me dizer que o NC também esteve presente e quase que íamos tendo um elemento Just4Fun no pódio (apesar de ele envergar a camisola dos Mumu da Talega). A organização até o contactou para o informar que ficara em 2º lugar e que tinha a televisão à sua espera para uma entrevista! :-)  Acontece que o Nuno se tinha inscrito no Granfondo e acabou por fazer o Mediofondo e o seu tempo dava-lhe o segundo lugar na prova grande. Mesmo assim o José Silva já tinha chegado!!!
Foi um Skyroad para recordar."

Subida à Torre - 22 de Setembro de 2012

Relato do SD:

"O “Assalto à Torre”, foi bem executado e correu conforme o previsto. Foram 2 anos de meticulosa preparação para que nada falhasse no dia… :-)

Tínhamos por objetivo alcançar o ponto mais alto de Portugal continental e, com o centro de operações nas Penhas da Saúde, delineámos um percurso com uma extensão de 110Km, o qual foi rigorosamente executado sob a preciosa contribuição do São Pedro que contribuiu, e muito, para o sucesso desta operação.

Após um ligeiro pequeno almoço na Pousada da Juventude, começámos logo a subir em direção ao centro de limpeza de neves. Foram apenas 2 kms de ligeiro aquecimento, até apontarmos à longa descida que nos levaria pelo Vale de Manteigas até aquela bonita localidade. Descida rápida, com uma estrada ligeiramente aos ‘S’s e onde se ultrapassava com facilidade os 60km/h.

Paragem para o café matinal antevendo a primeira subida do dia – direção Gouveia. Subida longa mas bastante aprazível, onde nos teremos cruzado com um par de carros em toda a sua extensão. Com uma vista de cortar a respiração, serpenteámos a serra observando rebanhos e aves, enquanto mantínhamos um ritmo calmo que nos permitiria enfrentar o prémio de montanha do dia com outros reservas de energia.

Concluída a primeira ascensão, e antes de apontarmos a Gouveia, tempo para tomar uma primeira barrita acompanhada da melhor água da serra, na nascente do Mondeguinho. Com a tradicional boa disposição, rolámos pela serra ganhando velocidade, cortando curvas e atacando os travões quando o velocímetro atingia medições de respeito.

Entrámos como saímos de Gouveia, ou seja, rápido, mesmo após termos experimentado o empedrado no centro desta cidade serrana. Por estradas nacionais menos movimentadas, dirigimo-nos em seguida para Seia onde a espaços perdíamos um elemento, sempre que havia figos ou uvas na berma da estrada.

Reunidas as tropas em Seia, era hora de petiscar alguma coisa antes de atacarmos a subida do dia. Encontrámos no centro da vila, o queijo e as bifanas que nos iriam forrar o estômago. Com energias retemperadas, apontámos ao inicio da subida e cedo experimentámos novas relações de transmissão.

Iniciámos a subida juntos, mas cedo nos fomos separando pois era preciso encontrar o ritmo adequado a cada um. Após um início um pouco mais duro, agrupámo-nos junto a um estabelecimento comercial para então sairmos com destino à aldeia mais alta de Portugal – Sabugueiro.

À entrada do Sabugueiro, o miradouro permitiu contemplar a paisagem e aguardar pelos elementos que agora, rolavam rápido na descida para esta aldeia. Cruzámos a povoação e parámos na fonte. Era altura de nos abastecermos e mentalizarmos para a parte mais complicada do dia. A saída do Sabugueiro em direção à Lagoa Comprida, é feita através de uma subida com uma inclinação um pouco mais agressiva, comparando com o que tínhamos vindo a sentir até então.

Espaçados, subíamos ao nosso ritmo ao mesmo tempo que nos íamos expondo aos elementos, começando a fazer-se sentir um pouco mais de vento por esta altura. Aos 1500m de altitude, encostámos junto a um lago para reagruparmos novamente. A Lagoa Comprida estava à distância de mais uma subida que vencemos com determinação.

Os quilómetros que se seguiram até à Torre, foram feitos sempre que era possível, com os olhos postos nas gigantescas “bolas” que marcam aquele local e que se avistavam ao longe. Por esta altura, já nos tínhamos cruzado com alguns motards que simpaticamente acenavam e com alguns automóveis de matricula estrangeira que, em jeito de incentivo, os seus condutores oram batiam palmas ora gritavam palavras de incentivo. Como mais tarde pude confirmar com os restantes, estes acenos partiram sempre de veículos com matricula estrangeira…

Já perto da Torre, o vento fez-se sentir mais forte e as últimas centenas de metros que tínhamos de vencer não foram de borla. Uma vez chegados, houve um pouco de tudo. O João Pedro que chegou primeiro, não contente com a quilometragem do seu conta-quilómetros, dá mais umas voltas ao marco geodésico, “só para acertar”, enquanto aguarda a vinda do João Bronze. Juntos, aguardaram depois por mim à porta de uma loja de artesanato local. Penso que não tenha demorado muito a chegar, mas cheguei com uma sensação de mau estar e sentei-me a descansar. Nesse momento, observei os meus gémeos que, sem me doerem, estavam a contorcer-se. Provavelmente, a mente não os teria ainda informado que já tinham atingido o ponto mais alto onde alguma vez já teriam pedalado. Enquanto os meus companheiros que já tinham feito cume se degustavam com determinadas iguarias líquidas da zona, e enquanto eu recuperava ao sabor de uma bebida energética, o PL chegou com o seu ar bem disposto, ar de quem estava bem e se regozijava por ter cumprido o objetivo.

Agora reunidos, haveria que registar fotograficamente o momento, e rápido, pois fazia-se sentir muito vento e algum frio. Para dar algum colorido extra, o PL surge com uma pequena bandeira de Portugal que orgulhosamente é exibida perante a objetiva.

O difícil estava feito. Agora faltava percorrer a última longa descida do dia, em direção às Penhas da Saúde. Com embalo, devorámos os quilómetros que se seguiram, “ajudados” por um vento forte que nos sacudia. Uma última subida nos separava da Pousada, subida essa vencida pelo JP que desferiu um forte ataque deixando a concorrência a comer pó… :-)

No final do dia, após momentos de descanso aproveitado por alguns meninos para dormir, descemos à Covilhã para jantar no restaurante “O Neca”, que nos tinha sido recomendado na Pousada. Depois do jantar, subimos ainda a um jardim onde havia uma festa com música e umas tasquinhas e onde pudemos apreciar algo que só existe nesta zona do país – cherovia. Tanto quanto percebi, é uma raiz que antes substituía a batata na refeição e que hoje, é confecionada de variadas formas. Experimentámos a fartura de cherovia, a cherovia salgada e a cherovia doce, reunindo esta última o consenso da cherovia mais apreciada pelos funners.

Já tarde, fizemo-nos à serra, subindo até à Pousada. Durante a subida, comentávamos a volta que tínhamos previsto para o dia seguinte, caso não chovesse. Tínhamos por objetivo para o dia seguinte, descer até Manteigas e dar uma volta, por forma a terminarmos com a subida da Covilhã para as Penhas, uma subida muito dura.

O mau tempo que se fazia sentir na manhã de domingo, acompanhado de nevoeiro e vento, não era compatível com os nossos objetivos e decidimos adiar esta volta para uma nova oportunidade. Sim, claro… regressaremos um dia!

A todos os meus companheiros, o meu obrigado por estes momentos.
Foi fantástico!"

2012-09-10

24 H de Coruche - 30 de Junho de 2012

Mini rescaldo do PL:

"No rescaldo das 24H de Coruche, vejam este vídeo e descubram o Wally ao minuto sete e picos ;-)
Aviso já que não sou eu J

Ao ver as imagens e agora já mais a frio, concluí que há muito tempo que não tinha tão boas recordações de uma participação numas 24H (mesmo tendo vindo cheio de betadine ;-) )
A organização da prova teve algumas coisas menos boas, mas o cômputo geral foi, a meu ver, muito positivo.
Fiquei com vontade de voltar a participar e isso muito se deve à equipa que constituímos (SD, DN, JHB e PL) e que funcionou muito bem. Um ou outro desencontro que existiram fazem parte da participação numa prova deste tipo. Acho que é praticamente impossível estar 24 H a pedalar sem haver um ou outro contratempo, senão depois nem havia nada para contar, não é?
Foi pena não termos alguém que não tivesse que pedalar para dar mais algum colorido à nossa presença. Pode ser que da próxima vez alguém se disponibilize a acompanhar os malucos. A propósito disto, escusam de ter medo de ser empurrados para o grelhador só porque não pedalam. Desta vez não foi grelhador, nem respetivo operador especializado, mas o DN arranjou maneira de grelhar uns secretos às três da manhã, no equipamento dos vizinhos, que souberam muito bem, (acompanhados pela míni que se impunha J).
Acho que foi a primeira vez que comi uma sandes a “dormir” ;-)

No final, classificados em 12º Lugar em 16 equipas de quatro, com 35 voltas e a 12 da equipa vencedora. Não foi mau para um percurso exigente em termos físicos e técnicos."

2012-06-03

Estamos de volta às pedaladas

Não é que tivéssemos deixado de pedalar, mas este sítio é que esteve num estado de letargia agudo.

Na verdade, como se vê pelas três entradas abaixo (carregadas de rajada) há quem tenha andado a pedalar por aí... e muito. Isto fora as que nem sequer mereceram relato.

Ora, aproveitando a maré, fica já registado o anunciado regresso de uma equipa Just4Fun às provas de 24 Horas de BTT. Depois da moda das participações a solo, o pessoal assumiu que estava com saudades da participação em equipa e rapidamente (ou nem tanto) se arranjaram quatro "voluntários" para irem a Coruche no fim do mês.
Parece que ainda há possibilidade da participação de mais just4funners. Vamos ver.

Entretanto consta por aí que o pessoal está a assumir que está demasiado "maduro" para andar pelos montes e há muita gente a fugir para a estrada. Isto apesar de haver quem diga que "o alcatrão faz mal à saúde".

Vamos ver se a próxima entrada neste sítio não vai demorar sete meses, como aconteceu agora.

Randonneurs 300 – Planícies e Montados – 14 de Abril de 2012



Relato do TA:
"Atão lá vai um daqueles resumos! O patrão vai adorar a minha prestação hoje…

Precisamente por causa da volta que constatei que vou ter de largar umas verdinhas (pela lista que já fiz acho que vai ser uma daquelas roxas) para me preparar para chuva a sério… O casaco impermeável J4F foi ineficaz para toda aquela chuva, os sapatos que levei são de verão e nem levei as sobre-capas, as pernas só iam com protecção para o frio, os já falados alforges/bagageira…

Mas começando pelo princípio, após uma curta noite de sono (a alvorada às 4 da matina não permitiu mais) e de um briefing conciso, arranquei para o 3º randonneur juntamente com cerca de 20 ‘artistas’, finalmente com direito a passaporte já que nos 2 anteriores fui ‘ilegal’ (por dificuldade em obter uma prova de seguro: nem a Federação de Triatlo nem a de Ciclismo se dignaram a emitir a declaração, bem diferente da FPCUB que em menos de uma semana após a inscrição já me tinha enviado o documento).

O arranque começou no Parque Desportivo de Vila Franca de Xira em direcção a Porto Alto, Coruche… Assim que começou a raiar o dia (isto é meramente ilustrativo pois eram tantas nuvens que nem o céu se via), a chuva começou a cair com intensidade e perdi a minha companhia (Pedro e Albano) que parou para se preparar. Eu segui com a chuva a penetrar aos poucos na minha roupa. Voltei a ter companhia (Ângela) por breves kms até Azervadinha (km 55) que nos recebia com uma calçada que necessitava de alguns cuidados a atravessar. Aí a chuva tinha dado tréguas e o equipamento ia secando aos poucos.

Seguiu-se Couço e depois Montargil já com o Sol a bater, sempre junto à barragem. Esta zona requer mais umas visitas pois é bem agradável e calma (para desgosto dos hotéis que pareciam desertos). O primeiro posto de controlo foi em Ponte de Sôr (114 km) a que cheguei com cerca de 4.30h. Os últimos 10/15km foram chatos com rectas enormes e vento moderado contra. A partir daqui o trajecto ia-se tornar mais acidentado em direcção a Avis (nunca me tinha acontecido mas a dada altura comecei a sentir montes de sono), Pavia (fiquei mal-disposto depois de ter comido um Morgado e meia Pepsi), Arraiolos (188 km) e mesmo entre as árvores sentia-se um vento de rajada bastante intenso (fez-me lembrar um duatlo em Arronches, lembram-se SD e JB?). O pescoço, nuca e pés já se ressentiam por isso parei para esticar o esqueleto. Reencontrei o Pedro, Albano e Ângela. Segui na companhia deles até ao 2º posto de controlo, pouco antes de Montemor-o-Novo em Fonte do Petalim (km 206) em que me foi prestada alguma assistência à nuca. Para minha frustração recomeçou a chover.

Deste ponto em diante terminariam as subidas mas o vento, a chuva e o empeno acumulado não permitiam grandes velocidades. A juntar a isto tive um problema com um dos sapatos: o cleat soltou-se do pedal e ficou no pedal. Eu e o Pedro tentámos sem sucesso arranjar forma de recolocar o cleat pois a cabeça do único parafuso que restava já não tinha qualquer rasgo ou forma para permitir o seu aperto. Assim lá tive de fazer 25km com um pé a escorregar do pedal (entre Vendas Novas e Pegões com a ajuda de um alicate conseguimos enroscar a cabeça do parafuso e assim apenas tinha de encaixar o parafuso no cleat já preso ao pedal). A noite foi caindo e o frio juntou-se à chuva. As paragens eram cada vez mais frequentes e o quinteto (juntou-se o Basílio) ia quase sempre junto. A Ângela queixava-se de um braço, eu do pescoço mas preferia continuar a pedalar até que decidimos separar o grupo combinados a reencontrar-nos em Porto Alto. Enquanto eu e o Albano esperávamos no Continente de Porto Alto, apareceu o resto do grupo: a Ângela tinha caído mesmo à entrada do parque. Aparentemente já não tinha força num dos braços. Após comer, aquecer e avaliar o estado dela decidimos seguir 3 a pedalar (eu, Albano e Basílio) e o Pedro acompanhava a Ângela que faria os restantes 12km a pé. Terminei às 23:02h. O resto do dia foi banho de imersão, jantar e cama

Achei piada porque uma das moças da Organização, o Pedro e o Albano (os elementos que iniciaram o Randonneurs Portugal) lembravam-se de mim (e da inexistência de seguro do ano passado) e do Sérgio (que logo disse ‘pois, ele veio aos 200 e aos 300 mas depois não pôde vir aos 400 porque já tinha outra coisa na agenda’, para mim tens de fazer-lhes a vontade)

Escrito ao abrigo do meu desacordo com o Acordo Ortográfico"

Maratona de Sintra – 1 de Abril de 2012

Relatos do SD:

Os Just4Fun marcaram presença na Maratona de Sintra e logo na distância de 75km.

Eu e o Tiago, apesar de nem nos termos visto por lá, completámos os 75km num tempo muito semelhante, 05:46 e 05:54 respetivamente.

Quem conhece Sintra sabe que arranjar 75Km em pleno PN é fácil. Difícil seria fazer o mesmo sem subidas e… já agora, sabemos que ainda era possível apimentar mais a dificuldade e a altimetria, que já por si ultrapassava os 2100m de acumulado positivo. Ainda assim, posso resumir que foi uma maratona com um nível de exigência muito elevado. Ainda não tinha chegado a Monserrate e  já as pernas me faziam lembrar que 8 dias antes andava a fazer a Maratona de Barcelona e já agora, que a última vez que andara de bicicleta tinha sido a 12 de Fevereiro no Duatlo das Lezírias. “No pain, no gain…”

Talvez seja de não andar mais horas de bicicleta mas apesar de Sintra não ser uma Serra dura a nível de terreno (refiro-me a calhau), acusei uma dor de costas/rins que para o fim me dificultava a pedalada e não me deixava sentado confortável em cima da bicicleta. Cheguei mesmo a parar para esticar o esqueleto. Sinal dos tempos? Serão as cruzes a dizer que já não tenho idade para andar a passear 6 horas no monte numa semi-rígida? L

O vencedor, Tiago Silva, por sinal trabalha a uns 20 metros de mim! Tenho de lhe ir pedir explicações… É outro campeonato! E outra idade também, é um facto…

Abraço e ao TA, os meus parabéns pois só quem lá foi sabe o que nós passámos."
SD
















Randonneurs – 200 km – 11 de Fevereiro de 2012

Relato do TA:

"É verdade. É um percurso fantástico a atravessar locais de grande beleza. Os parabéns à Organização, especialmente ao João Almeida que esteve também até à última para me conseguir a declaração de seguro junto da Federação Portuguesa de Ciclismo. Não tivemos sucesso e por isso integrei como elemento não oficial o pelotão de 45/50 ciclistas com um elemento no feminino. Depois do briefing, partimos de Santarém um pouco atrasados devido a alguns retardatários. Assim o grupo lá se dividiu em 2 (pelo menos era essa a intenção da Organização) de modo a circularmos com maior segurança. O trajecto baseia-se em duas estradas nacionais: N3 no sentido NE e a N118 no retorno atravessando o rio em Belver.

Torres Novas, o 2º Posto de Controlo (o 1º foi na partida) foi atingido rapidamente e sem grandes demoras apontámos ao Entroncamento, Vila Nova da Barquinha, Tancos e Constância onde as longas rectas, apenas com o rio e os inúmeros quartéis militares como companhia, eram batidas com um forte vento que prejudicava em muito o andamento.

O relevo começou então a tornar-se mais acidentado. Entre o km 70 e o 122 foram vários os picos a conquistar: Vimieiro, Mouriscas, Penhascoso, Mação e mais tarde Gavião (este sim feito com companhia) deram muito que fazer com a hora e o calor a avançar pelo que fui aproveitando as várias fontes para me reabastecer. Mação era o 3º PC e onde nos era disponibilizado um saco de reabastecimento caso o pretendêssemos. Aí fiz uma pausa de meia horita, pois as pernas (e rabo e costas e nuca e …) já denotavam a falta de treino. Arranquei para uma descida bem simpática com Belver lá em baixo que nos recebia com um pavé demolidor. Passando para a margem Sul, seguiu-se Gavião, 4º PC lá bem no cimo e depois de uma enorme descida o percurso compôs-se e ajudado por um vento pelas costas, conseguíamos deslizar no ondulado ribatejano a mais de 35kmh. As estradas apresentavam um óptimo piso.

Em Rossio ao Sul do Tejo enganei-me no trajecto, fazendo mais um par de kms  o que até foi positivo pois assim que reentrei no percurso dei de caras com um mini-pelotão encabeçado pelo organizador João Almeida. Depois de subirmos para o Tramagal a bom ritmo e com uma vista sobre o rio impressionante, vim à conversa com ele o que se revelou uma injecção de energia. O João parecia incansável, para trás e para a frente, animando todo o grupo. Mesmo assim as pernas iam sentido a picada da cãibra a instalar-se e na Chamusca (PC5), o ‘druida João’ deu-me duas bombas de sais para evitar males maiores. Lá seguimos depois da Coca-Cola rumo a Alpiarça onde o gémeo direito deu o berro. Ainda consegui ir junto do grupo até à subida final (que quase parecia uma partida de mau gosto mas Santarém é assim mesmo…) que nos levaria ao Jardim do Município em Santarém para um merecido lanche após quase 10h e 212km (215 com os enganos) de estrada."

2011-09-19

Maratona de Penedo Gordo – 10 de Setembro de 2011

Relato do PL:

“Conjugaram-se diversas circunstâncias para que os Just4fun regressassem a Penedo Gordo, precisamente no ano em que esta prova voltou a realizar-se, e a presença de seis elementos (cinco nos 100 km e uma nos 50) parece revelar que é sempre fácil arranjar quórum para este evento.

Foi com pena que vimos esta maratona desaparecer do calendário durante uns anos e foi com regozijo que a vimos reaparecer e nós: - Presente!!!

Arranjou-se com a organização maneira de pernoitar no Pavilhão, que não sendo os aposentos ideais, nos resguardaram do frio da noite a custo zero e nos evitou ter de acordar “de véspera”, uma viagem de madrugada e andar a correr para estar às 9:00 na linha de partida.

Assim a maratona começou na véspera, num bar de Karaoke a beber uma sangria manhosa (desconfio que era de pacote). Salvaram-se as tostas mistas e as queijadas e desconfio que se lá ficássemos mais algum tempo ainda tomávamos conta do “palco”, o que não ia abonar muito a nosso favor ;-), mas seria apenas um pormenor no que ainda estaria para vir.

Recolhemos cedo ao pavilhão, mas a organização ainda andava a tratar de detalhes da prova pelo que acabámos por não cair cedo na “cama”, o que não calhou mal, porque complementámos o “jantar” com uns bolinhos que a organização nos ofereceu.

A alvorada foi cedo, com a chegada do pão para o pequeno-almoço, mas até foi bom, porque fizemos os preparativos todos com muita calma, enquanto tomávamos um pequeno-almoço reforçado (pão com queijo e com fiambre, bolos, sumo (joi) e um expresso à maneira, sentadinhos numa mesa exclusiva para nós.

Depois do material todo arrumado e do equipamento preparado, fomos petiscar mais qualquer coisa (segundo pequeno–almoço), porque 100 km não se fazem só com tostas mistas e sangria manhosa ;-).

Colocámo-nos na grelha de partida de modo a não estorvar as locomotivas e à hora certa lá arrancam os cento e tal participantes.

Até ao primeiro abastecimento fomos algo desgarrados, mas aí juntámos um grupo de cinco que seguiria junto até à separação de percursos (entretanto o TA já ia lá para a frente). Neste abastecimento, literalmente acampámos a comer e beber, enquanto aguardávamos que o grupo ficasse completo, e conversa puxa conversa, já estávamos quase a aceitar uma açorda para o jantar ;-). Aí a organização começou a desconfiar ;-)

Após a separação seguiu um grupo de quatro para os 100 km e no abastecimento seguinte quase víamos a carrinha pelas costas. Felizmente apanhámo-los já na fase final do arrumar da trouxa e se no anterior era açorda, aqui perguntámos se tinham minis, mas eles disseram que só tinham vinho. Ora como “em cima do melão, vinho de tostão”, guardámos esta informação preciosa e perguntámos pelo vinho depois de terminado o melão... Era treta deles.

Lá seguimos para o seguinte à procura das minis ;-), mas entretanto dissemos para avisarem os abastecimentos seguintes que íamos parar em todos...

E foi assim que fomos até ao final, seguindo de abastecimento em abastecimento em cavaqueira e a ver as paisagens, sempre em busca das minis, que só conseguimos descobrir na meta ;-).

À conta destas brincadeiras, ficámos conhecidos como o grupo que têm um quatro na camisola e que pede vinho nos abastecimentos. Também à conta dos dois que já tinham chegado (TA e EN), tivemos uma recepção com toda a gente a bater palmas (estavam só à espera que chegássemos para desmontar o estamine) fotos de grupo para o BTT-TV e um almoço cozinhado na hora só para nós. É que eles os dois fizeram um trabalho de bastidores espectacular, não permitindo que desmontassem a meta e fazendo com que guardassem carne para grelhar para os Just4Fun (esperaram horas para almoçarem connosco).

Fomos os quatro últimos (AAF, DN, JHB e PL), mas como dizíamos, gozámos mais que o primeiro e parece que até tivemos mais palmas. A melhorar no apoio aos últimos, a organização só terá que salvaguardar que não desarmam a tenda antes destes chegarem (este ano só não aconteceu isso porque TA e EN não deixaram) e dizer ao carro vassoura para dar 100 ou 200 m de distância, dado que não é agradável ir com aquele ruído nos ouvidos durante 20 km.

A verdade é que foi muito divertido voltar a Penedo Gordo, a maratona ainda é o que era, as gentes continuam espectaculares e a vontade de voltar é inegável. Vamos ver se nos deixam inscrever no próximo ano ;-), é que a passagem dos Just4Fun no Penedo Gordo deixou “marcas” ;-). Na verdade tivemos mais fama que proveito, porque no final, tendo em conta a viagem de regresso, acabámos por optar por bebidas que não entrassem em conflito com a Brigada de Trânsito ;-)

PL”

2011-08-31

Etapa final da Volta a Portugal - 15 de Agosto de 2011

Onde está o Wally? Just4Fun apanhado a ver os ciclistas passar:

Just4Fun nos Pirinéus - Pedals de Foc

Relato do JP:

"Pois é... como tudo o que é bom se acaba depressa, passou uma semaninha num instantinho!

Bem, não foi bem uma semaninha. Foram 6 dias já com 1 dia para cada lado de viagem. Sempre são 1240 km para cada lado e feitos num único carro onde iam as 4 bikes e os 4 marmanjos amontoados com mochilas, alforges, ferramentas e outros quejandos...!

Ficaram muito, muito boas recordações e a experiência que foi pedalar a 2300 mts de altitude, que foi o ponto mais alto de toda a rota dos Pedals de Foc, nos Pirinéus, com saída e chegada a Viella. A saída foi debaixo de chuva, o que de certo modo aumentou os níveis de adrenalina, mas a chegada foi com sol e uma temperatura excelente para se pedalar!

Resumiu-se em cerca de 220 km já com uma ou outra volta a mais, pois a rota total era de 215 km e um total ascendente a rondar os 6000 mts de acumulado. Nada de transcendente, se bem que o peso acrescido da bagagem que carregávamos é que fazia toda a diferença! Mesmo assim, fomos apelidados dos "portugueses malucos"... pois mais ninguém se atreveu a fazer aquilo com alforges. Aliás, chegámos mesmo a ser desaconselhados no uso dos mesmos! O restantes aventureiros usaram os meios disponibilizados pela organização, pagando à parte como é óbvio...! Mas o nosso "F.M.I." fez com que poupássemos nesse aspecto...! :)

Mesmo com tanto peso, era ver-nos quer a subir, quer a descer (principalmente) a passarmos por eles que nem doidos (como nos chamavam), desviavam-se mesmo para que passássemos e assim apreciavam as nossas conduções...! Aquilo que não sabiam, era que alguns de nós quase não tinham pastilhas de travão devido à sobrecarga que levávamos...! ;)

Quando completámos a rota, local coincidente com a loja da organização, a nossa fama já havia chegado lá... antes mesmo de nós! rsrsrsrsrs

Foram de facto uns dias espectaculares, passados com amigos muito divertidos e todos com o mesmo espírito: Desfrutar de toda a rota. Aproveitando cada canto e recanto. Sem pressas. Sem corrermos demasiados riscos que hipotecassem a aventura e principalmente divertimo-nos muito com as "macacadas" de cada um. Tudo isto, no meio de paisagens soberbas e num ambiente que não sendo único, nós não o temos por cá!

Houve ainda uma etapa marcante, a terceira etapa, que num total de 66 kms teve um acumulado muito interessante... pois nesta etapa estava aquela que era a subida "rainha".

Logo à saída da residencial onde pernoitámos, estavam à nossa espera 11,5 km de ascensão, onde passámos dos 1244 mts de altitude aos 2138 mts... numa subida seguida e progressiva de 900 metros de altitude em apenas menos de 12 km e não esquecendo que carregávamos os tais 23/24 kgs de bagagem... Chegados ao topo, houve uma ligeira subida e seguiu-se um plano mais ou menos direito e voltámos a subir até aos 2300 de altitude, onde se situava o ponto mais alto ciclável desta rota. Pena que o nevoeiro que estava instalado não nos tivesse deixado ver na sua plenitude, tudo aquilo que os montes tinham para nos mostrar!!!

Pelo meio houve ainda algum contacto com outras pessoas que estavam em aventuras semelhantes pelos Pirinéus. Aventuras essas, bem mais audazes, por sinal. Pois faziam a "TransPirináica". Uns de bicicleta, em grupo, e até um elemento a solo. Faço-lhe daqui a minha vénia. Encontrámos ainda um casal, pai e filha, que pernoitaram na mesma casa onde pernoitámos na primeira noite e que faziam a dita TransPirináica mas de cavalo. Qualquer coisa como 25 dias, já incluindo 5 dias de descanso pelo meio. Ainda assim, 20 etapas a cavalgar por entre pedras e trilhos, alguns deles bem escorregadios... é de louvar!!!

Avarias praticamente não houve, a não serem dois furos. Um do RF e outro do meu. Houve de facto problemas com as pastilhas de travões nas bicicletas que já levavam pastilhas um tanto desgastadas. Mesmo tendo trocado as mesmas por outras também já com algum desgaste, ainda assim acabaram por terem chegado ao fim quase sem pastilhas de travão. Ainda com os travões, notou-se que em altitude havia alguns problemas com a pressão de óleo no sistema hidráulico. Felizmente não notei nada disso, mas também, os meus travões tinham apenas 200 e poucos km antes desta volta...! Quedas praticamente, não houve. Praticamente... pois o amigo RF teve dois (muito) ligeiros deslizes laterais...! Nada de grave, felizmente! A tal facto não foi certamente alheio, o compromisso que tínhamos desde o início da rota, de bebermos uma cerveja em cada posto de controlo por onde tivemos de carimbar o nosso passaporte/roadbook :)

Felizmente, foram apenas 8 postos de controlo. Alguns deles coincidentes com a paragem para almoço. Logo... outra cerveja! rsrsrrsrs (Não haveria de haver deslizes laterais e/ou descidas em excesso de velocidade...).

Os nossos companheiros de aventura, espanhóis, é que só se aperceberam disso no segundo dia da rota...! rsrsrsrssrsrs

Pelo meio ficaram cerca de 800 fotografias e ainda cerca de 250 pequenas filmagens a serem editadas pelo nosso amigo David Portelada que, tal como o nosso amigo Pedro Cravo, se juntaram ao RF e ao JP e completaram esta aventura!

Sem dúvida, importante foi o teste que juntos havíamos efectuado na Páscoa passada, na zona de Castelo Branco/Proença-a-Nova e que deu para testar "máquinas" e alforges e as diferenças de comportamento que existe em "conduzi-las" com peso acrescido, maioritariamente colocado na traseira da bicicleta. Nada de preocupante, mas com algumas diferenças...!

É tudo uma questão de hábito e de vontade de se levar por diante...!

Venha a próxima, que estes moldes de passeio/aventura fascinam-me!"
 
e Vídeo (espectacular) do RF:
 

24 H de Proença-A-Nova - 23 e 24 de Julho de 2011

Relato do PL:

"Estão feitas as pazes com Proença, depois do desaire das 12h do ano passado.

Desta vez fui até ao final (das 24h) e até consegui recordar o gozo que dá pedalar no monte ao nascer do Sol com os aromas silvestres no auge.

Tinha um plano de prova algo exigente que apontava para valores a rondar os 4000 m de acumulado, mas o percurso era demasiado duro e acabou por fazer mossa empurrando-me para o descanso nocturno duas voltas mais cedo que o planeado, com apenas nove voltas e 2340 m de acumulado, mas com algumas dores nas costas a começarem a dar sinais.

Nessa altura estava animada a luta pelo terceiro lugar de Masters, que foi ocupado por este vosso escriba de modo efémero ao início da noite, mas o meu concorrente directo recomeçou a pedalar à meia-noite e pelo nascer do Sol, quando voltei ao percurso já ele levava mais de duas voltas de avanço. Ainda assim, não deitei a toalha ao tapete e cumpri as cinco voltas que estavam planeadas para domingo, acrescentando 1300 m ao acumulado do dia anterior.

A volta tinha cerca de 9,1 km e 260m de acumulado. Não era extremamente técnico mas era muito exigente fisicamente. O percurso era engraçado e variado, com alguns locais com muita condução, como uns singles apertados entre pinheiros nos quais cheguei a tocar algumas vezes com o guiador e com os braços, riscando o cromado e ameaçando seriamente a posição vertical que deve manter qualquer ciclista que se preze :-) .

Antes de sair para a última volta planeada fui ver as classificações e verifiquei que tinha recuperado uma volta, mas seria impossível alcançar o pódio de Masters. Dei a volta para cumprir o plano e para tentar segurar o 23º lugar na classificação geral, que estava a ser ameaçado por dois concorrentes que estavam a andar. Esse pelo menos consegui manter graças a essa volta final.

Apesar de ter pedalado pouco mais de 120 km o ascendente total foi de 3640 m. Não são os Pirinéus, mas não anda muito longe ;-)."

2011-06-20

24 H Monsanto - PtOpenXCR - 28 e 29 de Maio de 2011

Vale mais tarde que nunca, vai sendo o lema deste sítio...
Para não contrariar o lema aqui vão os ecos da participação Just4Fun nas 24H BTT de Lisboa 2011 (de acordo com o correr dos dedos do PL :-) ).

"Foi difícil arranjar uma equipa de peso para a nossa participação, principalmente depois do desapontamento de 2010, mas no final lá se conseguiram sete bravos à partida.
O JP e o PL eram já repetentes no PT Open XCR, mas o AAF, DN, JHB, RF e TA eram iniciantes (no PT Open, claro, que 24 H BTT é coisa que não falta nos seus currículos).

A montagem do estamine foi feita de véspera, sem saber exactamente onde ficaria a meta, acabando por ficar encostadinho ao circuito, mas algo longe da zona nevrálgica da meta, o que era bom para o descanso, mas mau para absorver o ambiente e péssimo em termos de segurança, porque durante a noite roubaram a Canyon do JP que estava no suporte de tejadilho do carro. Mesmo estando dentro do parque de campismo e fechada com a tranca do suporte, isso não impediu que ela “voasse”. Este episódio acabou por marcar negativamente a nossa participação e apesar de o JP tentar tudo o possível para que a moral estivesse em alta, a verdade é que o espírito festivo não foi o mesmo.

A prova ficou também marcada pela tempestade que caiu entre as 15:00 e as 16:00 e que acabou por tornar o percurso extremamente difícil e mesmo perigoso em algumas descidas, o que afectou a generalidade dos participantes, incluindo todos os Just4Funners, tendo a maior parte de nós acabado a prova logo ali ou pouco depois.

Voltando ao princípio, estávamos alinhados à partida esperando um percurso engraçado, mas especialmente difícil e muito técnico em alguns pontos. Ainda assim, havia expectativas elevadas, porque as dificuldades eram iguais para todos. A capacidade para as ultrapassar é que não, mas é isso precisamente que separa o sucesso do insucesso.
Comecei, como de costume com muita calma, pois apesar de conhecer bem Monsanto (ou talvez por isso) iria fazer uma primeira volta em ritmo de reconhecimento. As dificuldades que esperava confirmaram-se, pelo que esta seria uma prova de paciência e espírito de sacrifício. Tinha planeado fazer grupos de três voltas entre paragens, mas tive de parar na box logo ao fim da segunda para resolver um furo na roda da frente que vinha a perder ar lentamente. Foi uma paragem relativamente rápida e segui para a terceira volta, após o que parei para comer, reabastecer e recuperar um pouco. Estava precisamente a fazer isso quando caiu a tal tempestade. A força da água era tanta que o toldo da box não aguentou e começou a desabar. Ainda tentámos aguentar aquilo em pé, mas ao fim de vários minutos a lutar com a tempestade decidimos recolher para dentro dos carros o que se podia estragar com a chuva e deixar aquilo vir abaixo. Depois se voltaria a montar o estamine, se fosse o caso, como aconteceu.

Nesta altura fiquei muito apreensivo quanto ao estado dos trilhos e à medida que iam chegando junto de nós os que foram apanhados pela tempestade no meio no percurso, a apreensão transformou-se em realidade. Decidi não ir de imediato pedalar e ver se o tempo melhorava. Tão depressa como veio, assim se foi a tempestade, mas não estava na disposição de arriscar a integridade corporal numa queda parva, por isso fiquei pelas boxes a recuperar o que era possível, mantendo-me atento às evoluções do tempo e piso.

Todos os Just4Fun fizeram o mesmo e o pessoal das 12 h decidiu mesmo não voltar a pedalar. Lá para o fim da tarde decidi ir dar uma volta pelo percurso para avaliar o estado do piso e decidir o que fazer. Fiz essa volta sem arriscar nada e desmontei sempre ao mais pequeno indício de perigo. Apesar de ter muito pedestre, decidi andar enquanto houvesse luz do dia e não iria pedalar à noite. Já era complicado de dia, de noite seria demasiado perigoso para as minhas capacidades. O DN ainda deu uma volta de noite, mas depois de várias quedas e ameaças, também decidiu parar.

Fiz seis voltas durante o dia de sábado (menos cinco que o planeado) e no dia seguinte logo veria se voltaria a andar ou não. O início da noite passou-se em amena cavaqueira sob o toldo que entretanto foi recuperado e acabei por ir dormir já tarde. Levantei-me com o Sol já bem alto, mas com vontade de pedalar. As notícias que entretanto chegava davam conta que o piso estava já firme excepto em alguns pontos.

Tomei o pequeno-almoço com calma e fiz-me aos trilhos. Entretanto o DN já andava às voltas na expectativa de poder subir ao pódio da classe Masters, mas quem ocupava o terceiro lugar estava atento e também continuava a andar, o que tornava a coisa complicada.
Dei duas voltas, terminando com oito e subindo ao 28º lugar, o que me garantia alguns pontos por estar nos 30 primeiros, coisa que pensava não ser possível devido aos acontecimentos da véspera. Encontrei o DN na última volta e cortámos a meta juntos uns minutos antes do meio-dia. O esforço dele acabou por não ser recompensado já que ficou em quarto lugar, mas mesmo assim foi uma bela prova, que manteve os Just4Fun em suspense até ao final.

Terminámos a nossa participação com a habitual churrascada, retomando a tradição que tinha sido interrompida no ano passado no Jamor, por imposição da organização.

Para memória futura aqui ficam as classificações:

24H

Masters: (o primeiro foi o Pedro Maia com 20 voltas e classificaram-se 7 ciclistas)
4º - DN – 10 voltas

Masculinos: (o primeiro foi o Bruno Gomes com 26 voltas e classificaram-se 45 ciclistas)
21º - DN – 10 voltas
28º - PL – 8 voltas
43º - JHB – 4 voltas
44º - AAF – 3 voltas


12H

Masculinos: (o primeiro foi o Sérgio Saldanha com 16 voltas e classificaram-se 22 ciclistas)
17º - JP – 5 voltas
18º - RF – 4 voltas
20º - TA – 4 voltas

A organização, a cargo da Horizontes, esteve bem mais uma vez. Por motivos de contenção de custos acabou por não ter nenhum controlo permanente no circuito para além dos cortes de estrada pela polícia, arriscando muito em termos de batota, mas confiando no espírito de fair play que se tem construído entre os participantes deste troféu. Não nos chegaram ecos de atalhanços escandalosos, o que acabou por confirmar a aposta da organização. Uma opção arriscada, mas aparentemente de sucesso.

Dado que ficámos muito longe da meta, acabámos por interagir menos do que é costume com a organização, mas sempre que foi precisa correspondeu às necessidades, como é já hábito, e mesmo com os cortes de electricidade provocados pelo temporal as classificações não se foram abaixo, o que tem de ser registado com agrado.

O percurso foi o mais exigente das diversas 24H que já houve em Monsanto. Incluía vários dos singles mais engraçados que existem em por lá (alguns feitos no sentido contrário ao ideal) e era totalmente ciclável, desde que o tempo se mantivesse seco (com excepção da transposição de uma árvore caída que não estava ao alcance de todos, entre os quais eu me incluía). Caso chovesse, como se foi prevendo duas semanas antes da prova, os singles a Norte da estrada que sobe de Pina Manique ficariam complicadíssimos, como se veio a verificar. Acresce que, para atravessar essa estrada era necessária uma das três presenças policiais que estiveram no terreno. Tendo em conta todos os factores (número de inscritos, riscos de chuva e custos com polícia) teria sido vantajoso para a organização, sem real prejuízo para a prova, que essa parte do percurso fosse descartada. Significaria um encurtamento de 2 a 3 km no percurso, mas ainda ficaria com extensão mais que suficiente para garantir o adequado fluir dos atletas.

Segue-se Proença-a-Nova em Julho, em plena canícula e para encerrar as actividades antes de férias. Eu conto lá estar, até porque tenho umas contas a ajustar com aquela zona desde as 12H do ano passado (ver relato de Julho de 2010).

PL"

Já agora, se virem por aí uma Canyon Nerve RC 8.0 (imagem abaixo) toda equipada XT, com Amortecer Fox RP23 e Suspensão Rock Shox Revelation e suspeitem do “ciclista” comentem aqui no Blogue para o JP averiguar.

2011-05-17

24H BTT regressam a Lisboa em Maio

O Parque de Monsanto volta a ser palco de uma prova de 24H BTT. O evento está agora integrado no troféu de resistência em BTT PTopen-XCR, constituído por quatro provas de 24 horas que decorrem em diversos locais do país.

O PTopenXCR teve a primeira edição em 2010, com organização a cargo da Horizontes, que desenvolveu o conceito, e tem brindado os participantes com provas de elevado nível organizativo. O desafio de fazer uma prova em Lisboa é grande, mas as experiências das provas anteriores do troféu permitem que as expectativas se mantenham altas.
Altas também são as expectativas relativamente ao percurso, que se vai manter secreto atá à data do evento, mas já andam pela net algumas fotos e vídeos que aguçam o apetite e dão pistas a quem conhece Monsanto. Pela amostra, o percurso englobará alguns dos singles mais divertidos e mais técnicos que há por lá e o perfil de altimetria, entretanto também divulgado, não vai dar descanso aos participantes. Espera-se que a chuva não seja companheira desta aventura, o que complicaria extremamente a prova.
Há alguma curiosidade em saber como vão conviver neste tipo de percurso muito estreito e técnico andamentos tão diferentes comos são os dos participantes nas provas de 24 horas (mais lentos) e os das 12 e 6 horas (mais rápidos). Estes vão ter de aguardar pacientemente na fila pelos locais onde seja possível a ultrapassagem (que certamente estarão previstos), porque nos singles que estão nos vídeos vai ser impossível. Se se mantiver o nível de civismo que tem marcado as provas anteriores do troféu isto não será de certeza um problema.

Alheios às dificuldades que se esperam, ou talvez motivados por elas, mas também certamente por terem a prova à porta de casa, seis Just4Funners disseram "Presente!" e alinharão à partida: quatro nas 24H (AAF, JHB, DN e PL) e dois nas 12H (JP e TA). Espera-se ainda que por lá apareçam outros J4F que optaram por não pedalar, mas não vão perder a oportunidade apoiar os masoquistas.

2011-05-10

BTTralhos - A Passagem do Canhão - 7 de Maio de 2011

“Um grande passeio a preço de saldo! Trilhos espectaculares! Companhia cinco estrelas! Tudo o que um Just4Fun pode desejar para um dia bem passado.” SD

Relato do SD:
"Sábado, eu, o JB e o JP fomos até Vermoil, ao III Desafio BTTralhos – A Passagem do Canhão. Para mim, o desafio começou mesmo na sexta-feira à noite, quando ao preparar a bicicleta percebi que tinha um problema e que precisava de ajuda para o resolver. Ao lubrificar a corrente, verifiquei que quase não conseguia movimentar o pedal, pois este encontrava-se muito preso. Numa primeira análise, pensei que pudesse ter algo a ver com a cassete na roda traseira mas ao retirar a roda verifiquei que o problema só poderia estar no eixo pedaleiro. Para desmontar o eixo, não tinha nem ferramentas nem conhecimentos e confiança para fazer a operação sozinho, pelo que foi dessa forma que recorri à ajuda de um entendido na matéria – PL!

Ainda antes de usar os serviços fora de hora do mecânico PL, decidi pôr ao no pneu de trás e mal desaperto a tampinha que cobre o pipo, sai “algo” disparado para o ar e o pneu esvazia-se completamente. Já me tinha acontecido o mesmo quando estava na linha de partida do SRP160 mas só agora vi com mais calma o que se passara. Não foi o pipo que se desenroscou e saiu, não. Foi o tubinho que sai da jante que estava partido (cortou!) a meio, como se alguém o tivesse serrado com uma serra. Inacreditável! O mais engraçado foi que a primeira vez aconteceu precisamente em Serpa e não sei como consegui encavalitar as 2 partes, de forma ao pneus aguentar os mais de 160km que aquele passeio teve este ano! Estava portanto a começar bem este desafio BTTralhos. Troquei a câmara-de-ar e fui ter com o mecânico.

O PL também nunca tinha visto um pipo “rebentado” daquele jeito e pareceu-nos tratar-se de um defeito de fabrico mas ainda assim algo muito esquisito. Relativamente ao problema principal, o rolamento do lado direito tinha gripado. O estranho foi ter deixado bem a bicicleta após um passeio e quando lhe vou pegar estar assim mas o facto de ter estado a lavá-la antes de a ter guardado, pode ter feito com que os rolamentos já em fim de vida “agarrassem”. Nunca tinha trocado os rolamentos da bicicleta, pelo que os mais de 12 000 km sem qualquer manutenção espantaram o experiente mecânico mas ele estaria a esquecer-se que estava perante uma grande máquina – Specialized! (Quero lá saber qual é a marca do rolamento… ). “Parece-me que estás com sorte”, foram estas as palavras do PL quando se lembrou que tinha guardado os últimos rolamentos que substituiu na sua bicicleta (quando não se confia no material, fazem-se muitas substituições para minimizar o risco de avaria :-)).

Foi assim que iniciei o empeno de Vermoil, com um rolamento transplantado de uma qualquer pasteleira (o gajo ainda é pobre e mal agradecido, irra!). O meu medo agora era que houvesse uma rejeição deste órgão mecânico, coisa que não viria a acontecer. :-)

Com o track carregado no GPS a acusar quase 150km, às 8:30 quando a ‘organização’ juntou os participantes, comunicou que o percurso seria na casa dos 120km’s. O track tinha efectivamente mais quilómetros mas era a componente alternativa que estava a fazer a diferença.

Às 8:45 arrancámos. Pouco depois as primeiras pingas testavam os impermeáveis e assim continuámos debaixo de chuva numa parte da manhã. Como a chuva não parava e começavam a ser horas do segundo pequeno-almoço, parámos para comer num café o que deve ter enganado o São Pedro pois quando saímos tinha parado de chover. Até ao final do dia não choveu mais.

Não tenho comparação com edições anteriores, pois esta foi a primeira em que participei mas adorei a zona e os percursos escolhidos. Quem gosta de pedalar em single-tracks tirou a barriga de miséria como eu, pois havia-os para todos os gostos e feitios, a subir, a descer, com pedra, sem pedra, em curva, na ravina… Eu sabia que toda aquela zona era dura de terreno, i.e., era uma zona com muita pedra, não imaginava era que fosse com tanta assim! Chiça, que era difícil dar 2 pedaladas sem ver calhau! Um terreno tão irregular fez mossa, sacudindo o pó do esqueleto durante o dia todo. No início, apanhámos pedra molhada e húmida o que nos fazia escorregar e desmontar em algumas subidas/descidas que se tornavam difíceis e perigosas. Com calma fomos progredindo e às 13:45 sentávamo-nos numa esplanada a comer uma bela de uma bifana. Estávamos sensivelmente a meio do percurso com 61km e tentámos não perder muito tempo, pois queríamos chegar de dia, até porque nenhum de nós tinha luzes.

Prosseguimos e passámos uma das zonas mais bonitas que dá o nome ao passeio - Canhão do Vale do Poio. Zona cheia de single-tracks muito sinuosos, uns atrás dos outros e que a determinada altura passa à porta de uma caverna. Parámos para apreciar o momento e quando seguimos, seguiram-se outros singles mas agora a subir, com pedra lisa no chão, à beira da montanha com uma ravina do nosso lado esquerdo. Foi uma sensação indescritível fazer aqueles trilhos. Mais à frente, saíamos do vale do Poio e chegávamos ao ponto de optar ou não pela alternativa. A organização recomendava seguir pela alternativa se se chegasse aquele local depois das 18 horas e como não era o caso, decidimos fazer o percurso completo.

Arrancámos por novos trilhos que rapidamente começaram a subir em direcção às eólicas. Com pouca água (estávamos avisados que não iríamos encontrar muitos pontos de abastecimento ao longo do passeio), decidimos não arriscar e desviámo-nos por alcatrão até ao café mais próximo, a cerca de 1km. De regresso ao trilho, lá começámos a longa subida que nos conduziu às gigantes ventoinhas. Neste momento, recordei-me da odisseia do passeio da Lousã (PR15), pois por instantes deixámos de saber como apanhar o trilho, estava vento e cada vez estava a ficar mais tarde. Com esforço e espírito de missão, chegámos ao Pombal às 20:40. Estávamos “perto” de Vermoil e a noite aproximava-se. Sem perder mais tempo, decidimos seguir por asfalto até ao fim, onde chegaríamos perto das 21:30. Este foi o único troço que alterámos, face ao inicialmente previsto mas foi-nos dito pela organização que a nossa opção de seguir por asfalto era idêntica à prevista no track com a diferença que uma vai por um lado da linha férrea e a outra… por outro lado e que a nossa opção seria aquela com mais altimetria para vencer.

No final, um quente banhinho nos balneários femininos (é verdade…) junto ao campo de futebol e seguimos para um tardio jantar às 22:30 onde a opção (forçada) foi frango assado requentado para aconchegar o estômago antes do regresso a Lisboa.

Sem quedas, furos, roletes gripados e outras complicações, tudo correu pelo melhor, isto é, quase tudo. Há aqui um grande pormenor que não vos estou a contar pois infelizmente tem sido comum nas últimas tiradas mais longas. Por volta do km 80 comecei a não conseguir andar mais depressa e a ter dificuldade em acompanhar o JB e JP. Não percebia o que se passava no meu organismo, pois comecei a ter vontade de parar e dormir ao ponto de fechar os olhos e ter a sensação que em poucos segundos estaria a partir choco. Esta sensação agravou-se com o passar dos km’s e nada teve a ver com a alimentação pois quando eles comiam eu comia também. Esta situação é algo que se vem arrastando nos últimos meses e que não encontro uma justificação.

Agradeço assim, o espírito Just4Fun e toda a ajuda prestada pelos grandes Amigos que me acompanharam por montes e vales. Obrigado!

Uma palavra de agradecimento também ao PL pois sem a sua ajuda mecânica provavelmente não teria conseguido ir.

Distância: 128.32km
Altimetria: +2800m (sensivelmente)
Tempo de pedal: 9:54:56
Média: 12.94 km/h"

Relato do JB:
"Relato longo, pois o dia foi longo.

O passeio começou bem cedo e por volta das 8.45 lá arrancámos para um passeio de btt maravilhoso. O São Pedro também ajudou à festa e a chuva só apareceu durante 30 minutos.

Este ano começámos a pedalar para sul, onde a paisagem é caracterizada por pinhal. A primeira paragem foi efectuada ao km30, em Freixianda para mais um pequeno almoço. Já a pedalar para norte, seguimos em direcção a Ansião, onde começámos a ter um terreno com alguma pedra escorregadia, pois a chuva umas horas antes assim deixou o terreno. Com maior ou menor dificuldade lá seguimos em direcção a Ansião, onde acabámos por almoçar uma bela bifana e onde aproveitámos para descansar um bocado. Até Ansião tínhamos já 60km e estava tudo a correr bem.

Depois de Ansião o percurso mudou quase radicalmente. O piso estava seco, a temperatura estava excelente e o percurso a cada km ficava mais bonito. Havia single tracks uns a subir, outros a descer para todos os gostos: com pedra, sem pedra, com vegetação, sem vegetação e até parecia que havia single tracks que tinham sido criados entretanto.

Depois de um single track a descer com pedra e vegetação à mistura fomos dar a um vale espectacular de seu nome Canhão do Vale dos Poios. Aproveitámos uma gruta para tirar umas fotos, para descansar e para contemplar a paisagem. Ainda no vale percorremos um single track simplesmente espectacular, para mim foi o momento do dia.

Depois foi seguir em direcção ás eólicas, para conseguirmos ver o mar bem ao loooonge. Chegados a Pombal optámos pelo alcatrão e seguimos em direcção a Vermoil para um banho totalmente merecido. A boa disposição continuou e reparámos que cada um de nós se tinha esquecido de algo em casa....eu dos boxers, o SD das calças e o JP da toalha.

Um muito obrigado ao SD e ao JP por este dia FANTÁSTICO."

Trilhos e Courelas - Vendas Novas - 10 de Abril de 2011

Relato do JP:

"Como já vai sendo hábito, há sempre algo para contar! Desta vez, tudo estava a correr dentro de previsto e com um ritmo bem vivo desde o início. Havia que mudar um pouco a estratégia desde o G100, visto não ter resultado muito bem, em minha opinião.

Tudo corria bem até ao km 76. Aqui, a escassos 7 km do final e já praticamente sem quaisquer dificuldades pela frente, apesar de já há algum tempo vir a sentir mais dificuldade na pedalada acompanhada com alguns barulhos poucos aconselháveis da transmissão, a bicicleta resolveu "parar"... Ou melhor, quem resolveu parar fui eu, antes que partisse qualquer coisa, dado o desviador traseiro estar completamente voltado para trás.

Depois de várias tentativas infrutíferas para que voltasse a trabalhar na sua posição normal, pois apesar de estarem a entrar as mudanças, a roda rodar livre e não haver nada à vista que justificasse, até mesmo depois de retirada a roda.... estava a entrar em desespero por não conseguir descobrir o porquê da situação. Eis que, os meus dedos passaram pelos roletes de desviador...

Um deles, mudado há cerca de 2 semanas por se encontrar totalmente desgastado, estava normal. O outro... que não apresentava sinais de desgaste acentuado e até aqui trabalhou sempre na perfeição, resolveu literalmente "gripar". Ou seja, bloqueou por completo. Nem mesmo com esforço o conseguia fazer rodar!

Estava descoberta a avaria. Agora havia que conseguir ultrapassá-la!

Primeiro ainda injectei umas gotas de óleo para as esferas que ficaram visíveis, pois a peça que devia de estar a selar o rolete estava um pouco "descolada do rolamento"... O efeito foi quase nulo. Aquilo quase não mexia.

Desmontei o rolete e ao apertá-lo novamente, mal ajustava o parafuso, prendia de novo. Assim, a táctica foi manter o parafuso apenas "encostado" e sem qualquer tipo de pressão. O perigo agora estava no parafuso não se aguentar e cair, fazendo com que o rolete caísse e a minha participação ficasse também ela por ali...!

Mas não, lá se aguentou, felizmente, e assim consegui concluir os 83 km da Maratona.

Pena foi, que estes 8 minutos perdidos com a operação me tivessem custado cerca de uns 10 lugares na classificação geral e com isso fui atirado para fora do top 50, num total de 115 concorrentes que concluíram o trilho longo.

Assim, concluí a distância no 59º lugar da geral, com o tempo total de 4h15m27s. Com o tempo de 4h01m07s a andar. Os restantes 14 minutos foram perdidos entre a reparação do rolete, os 4 postos de controlo de passagem e ainda umas breves paragens nas ZA para recolher líquidos e um ou outro sólido.

De facto, poderia ter corrido melhor! Fiquei com um certo "amargo de boca" no final devido aquela peripécia provocada pelo rolete. Nunca tinha tido uma avaria daquelas, nem nunca tinha ouvido falar que este tipo de avaria pudesse ter acontecido a alguém!

Quanto ao percurso, gostei imenso, apesar da presença de alguma areia na parte inicial, onde os mais de 800 participantes à partida para os 3 percursos possíveis, tivessem dificultado um pouco a progressão, mais a mais porque não estávamos (JP/RF/HS) nada bem colocados na partida e me obrigou a algum esforço inicial em busca de uma melhor posição! A partir de sensivelmente meio da prova, surgiram 3 ou 4 subidas daquelas de nos darem que fazer...! De resto, nada a que não estejamos já habituados!

A organização a cargo da Adn Trilhos esteve em muito bom nível. Boas marcações, abastecimentos razoavelmente bem apetrechados, e até apoio mecânico num deles. Só não entendi muito bem o porquê de uma última ZA a cerca de 5 km da meta.

Parei por lá pois acabei por me desconcentrar devido à avaria 2 km antes, mas não havia necessidade de o ter feito, caso me tivesse apercebido da proximidade da meta! Ainda assim, atribuo uma luz bem verde à organização!

Não fiquei para almoçar, pois fi-lo em companhia do HS e do RF, a quem agradeço o convite.

E pronto, nada mais há a acrescentar naquele que foi o meu regresso a Vendas Novas 3 anos depois da minha estreia por lá! Desta vez com imenso sol e a temperatura bem alta para a época a que nos encontramos!"

2011-04-08

G100 - Grândola - 3 de Abril de 2011

Relato do TA:

"Ontem em Grândola a prova começou no meio do chuvisco mas que felizmente não passou disso. Na partida, após um prólogo de 3km pela Vila, perdi o JP de vista mas rapidamente colei-me à sua roda. O ritmo estava bastante vivo com um percurso extremamente rolante. Paragens ou abrandamentos só mesmo quando tínhamos que atravessar alguns ribeiros a pé, até porque alguns deles levavam a água bem alta (quase até aos ditos...). Na ZA1 apenas parámos para meter um bolo no bucho e voltámos a arrancar.


Pouco depois de arrancarmos, a chuva voltou mas só incomodava porque se juntava ao vento que se fazia notar principalmente nas estradas de alcatrão que por vezes se tinham de fazer entre os caminhos de terra. Nesta fase, e depois dum momento de humor do JP 'Oh Tiago, tu não esperes por mim' (pra quem fez uns 60 kms em terra desde as 24h de Lisboa...), fui um pouco prá frente mas notava que a minha prestação nas subidas começava a piorar.

Chegámos entretanto a um single-track excelente junto a um ribeiro cujo solo estava um pouco escorregadio mas que se fazia a uma velocidade bastante elevada. Quer dizer, faz-se a uma velocidade elevada quando estamos do lado de cima da bicicleta, porque quando se bate numa pedra e a roda foge e se manda um trambolhão a velocidade diminui drasticamente! O JP diz que ainda viu a roda virada pra cima... Levantei-me e segui no encalço dele e pouco depois estávamos a concluir metade da prova junto à ZA2 (com 57km). Aqui fizemos uma pausa mais longa para comer uns bolinhos, laranja e água. Arrancámos e pouco depois e começámos a subir. Aqui perdi o JP de vista e rolava perto da relação mais leve. No final da subida a corrente foi mesmo o elo mais fraco e decidiu ficar por ali. Ainda andei às voltas para tentar compor a coisa mas o pino do elo tava tão torcido que não consegui reparar a corrente por isso regressei a Grândola (felizmente era a descer) para banho e almoço."

Relato do JP:

"Tal como prometido, vou tentar abreviar, como é meu costume, looool, aquela que foi a minha prestação no G100 2011, do passado Domingo dia 03 de Abril.


Esta foi uma participação com um misto de emoções. Umas durante e logo após a conclusão da prova e outras à posteriori, ou seja, depois de afixados os resultados oficiais!

Passo a explicar: Durante a primeira parte da prova tentei gerir da melhor forma possível e sem perder demasiado tempo, julgava eu, de modo a, na segunda parte e naquela onde verdadeiramente se passa a maratona de Grândola, conseguir manter um ritmo certo e não vir a pagar o esforço dispendido no ínicio.

Tal como disse anteriormente, completei/completamos, visto que o Tiago Avelãs me acompanhou durante practicamente todos os primeiros 57 kms, que era o mesmo percurso do G50, em 2h57m.

Estava dentro daquilo que tinha planeado, embora uns chuviscos, algumas ribeiras com um caudal e nível significativo de água, o piso um pouco enlameado nalgumas zonas e mesmo escorregadio em outras, assim como algum vento frontal ainda noutras, pudesse ter-nos tomado uns escassos minutos a mais.

Apenas entre sensivelmente o km 30 e o km 55 perdemos o contacto visual um com o outro, pois o TA apanhou um "comboio" que seguia numa velocidade um pouco acima daquilo que eu pretendia para aquela altura de prova.

Mais à frente a escassos 2 km da divisória de percuros, numa primeira fase estive encostado ao TA numa travessia de ribeira com água a chegar aos calções... ora, eu como estava de calças e ao ver que as mesmas iam ensopar de água, tornando a progressão mais difícil e mais fresquinha... decidi atravessar um pouco mais ao lado, ainda assim com água pelos joelhos, tendo depois escalado a lateral da riberia, evitando assim uma travessia mais "ensopada"...! Com a operação voltei a perder o contacto com o TA, mas eis que pouco à frente já estava de novo na sua roda e a responder-lhe ao que dizia, sem se aperceber que era eu quem ali estava...!

Eis que, entramos num single track bem rápido e húmido e logo após uma curva só vi uma roda traseira no ar e cadê o TA??? - Ah lá está ele no meios dos cardos. Podia não ter caído, mas não era a mesma coisa! loool. Perguntei-lhe se estava bem. Respondeu-me afirmativamente e lá prossegui tendo o TA se juntado a mim logo de seguida.

Chegados à ZA2 onde o acumulado de ascenção era de apenas 600 metros e coincidente com o ínicio da verdadeiras dificuldades. Pois nos restantes 45 kms viriam os restantes 900 metros de ascenção!

Paramos cerca de 3 minutos, e voltamos à carga. Precisamente com 3 horas de prova, fizemo-nos novamente ao percurso!

Logo após, iniciamos uma das muitas "paredes" que se nos haveriam de deparar pela frente. Finda essa primeira, olhei para trás e deixei de ver o TA. Ao pensar que teria abrandado um pouco o ritmo, pois já havia se queixado se alguma dificuldades nas subidas, decidi prosseguir e quiçá, voltar a encontramo-nos mais à frente. Como decerto já sabem e só no final do dia de prova fiquei a saber também, o TA partiu a corrente e não a consegui reparar! Não consegui também ligar-lhe, pois julgava ter o número de telemóvel dele e não o tinha!

Lá fui prosseguindo de subida em subida, com algumas subidas vertiginosas, feitas a bom ritmo não obstante alguns perigos como regos, muitas pedras molhadas e ainda alguns ramos de árvores caídas. Várias vezes atingiamos o nível da ribeiras com água espalhada em redor, como voltavamos a subir... e assim sucessivamente até à passagem do último posto de controlo, cerca de 5 kms antes da meta.

Aqui, ao constatar que vinha com 5h46m de prova, sabendo que a partir daquele ponto não haveria grandes dificuldades, embora grande parte fosse em single track, pois este troço era coincidente com o do ano anterior, decidi imprimir um ritmo mais forte e até ao limite das minhas forças, com intenção de concluir a prova com menos de 6 horas.

Pensei ter o meu esforço adicional compensado, pois acabava de ter conseguido completar aqueles 5 kms em menos de 13 minutos. No final, o meu cronómetro que havia sido colocado em funcionamento aquando do tiro de partida indicava o tempo total de 5h58m43s. Com o tempo de 5h50m15s a andar. Logo, escassos 8 minutos de paragens em 6 horas de prova.

Estranhamente e com alguma tristeza, deparei-me com o tempo oficial atribúido pela organização em 6h01m09s. Não é que faça grande diferença, mas tanto esforço para ter concluído em menos de 6 horas e depois... e ainda por cima sem explicação para o sucedido...! Bem, adiante!

Para concluír e porque de início deixei em aberto a questão das emoções mistas, apesar de saber que esta maratona não é nada fácil e a prova disso é que dos 235 inscritos para o percurso longo, apenas 133 o concluíram...! Mais de 100 desistências dizem muito do que é este G100. Aquilo que me deixa menos bem comigo próprio, não foi 1 hora e 40 minutos que perdi para o primeiro. O meu campeonato é outro...! O que mais me custa e sem desprimor para o esforço de cada um, foi ter-me quedado pela 112º posição em 133 que classificados!... Bem sei que com uma vantagem de cerca de 1 hora e 30 minutos para os últimos, mas ainda assim ao longo daqueles 102 kms totais, tinha a sensação que estava a fazer de tudo para que pudesse ser uma grande prestação, dentro das minhas limitações, como é óbvio, e afinal... não foi tão boa assim!

Enfim, cada vez mais tenho de me convencer que o mais importante disto tudo é fazermos aquilo que podemos. Tirarmos gosto daquilo que fazemos. Divertimo-nos nos entretantos... E, mais importante de tudo, é no final podermos regressar às nossas casinhas sem mazelas de maior, tirando uns arranhões que são da praxe... e prontinhos para continuarmos a fazer aquilo que gostamos de fazer!

Quero ainda deixar um comentário à organização que esteve excelente. As marcações estavam muito bem feitas. O percurso bem escolhido e com zonas muito giras de serem feitas. As zonas de assistência suficientemente apetrechadas e até lubrificação para o material houve em todas as ZA's.  Importantissimo dada a quantidade de água existente. Simpatia como é habitual naquela terra. Ficando como único senão, aquela ligeira confusão de cronómetro em cerca de 3 minutos. Por isso, luz bem verde ao Rodas Clube!