Relato do TA:
"É verdade. É
um percurso fantástico a atravessar locais de grande beleza. Os parabéns à
Organização, especialmente ao João Almeida que esteve também até à última para
me conseguir a declaração de seguro junto da Federação Portuguesa de Ciclismo.
Não tivemos sucesso e por isso integrei como elemento não oficial o pelotão de
45/50 ciclistas com um elemento no feminino. Depois do briefing, partimos de
Santarém um pouco atrasados devido a alguns retardatários. Assim o grupo lá se
dividiu em 2 (pelo menos era essa a intenção da Organização) de modo a
circularmos com maior segurança. O trajecto baseia-se em duas estradas
nacionais: N3 no sentido NE e a N118 no retorno atravessando o rio em Belver.
Torres Novas,
o 2º Posto de Controlo (o 1º foi na partida) foi atingido rapidamente e sem
grandes demoras apontámos ao Entroncamento, Vila Nova da Barquinha, Tancos e
Constância onde as longas rectas, apenas com o rio e os inúmeros quartéis
militares como companhia, eram batidas com um forte vento que prejudicava em
muito o andamento.
O relevo
começou então a tornar-se mais acidentado. Entre o km 70 e o 122 foram vários
os picos a conquistar: Vimieiro, Mouriscas, Penhascoso, Mação e mais tarde
Gavião (este sim feito com companhia) deram muito que fazer com a hora e o
calor a avançar pelo que fui aproveitando as várias fontes para me reabastecer.
Mação era o 3º PC e onde nos era disponibilizado um saco de reabastecimento
caso o pretendêssemos. Aí fiz uma pausa de meia horita, pois as pernas (e rabo
e costas e nuca e …) já denotavam a falta de treino. Arranquei para uma descida
bem simpática com Belver lá em baixo que nos recebia com um pavé demolidor.
Passando para a margem Sul, seguiu-se Gavião, 4º PC lá bem no cimo e depois de
uma enorme descida o percurso compôs-se e ajudado por um vento pelas costas,
conseguíamos deslizar no ondulado ribatejano a mais de 35kmh. As estradas
apresentavam um óptimo piso.
Em Rossio ao
Sul do Tejo enganei-me no trajecto, fazendo mais um par de kms o que até
foi positivo pois assim que reentrei no percurso dei de caras com um
mini-pelotão encabeçado pelo organizador João Almeida. Depois de subirmos para
o Tramagal a bom ritmo e com uma vista sobre o rio impressionante, vim à
conversa com ele o que se revelou uma injecção de energia. O João parecia
incansável, para trás e para a frente, animando todo o grupo. Mesmo assim as
pernas iam sentido a picada da cãibra a instalar-se e na Chamusca (PC5), o
‘druida João’ deu-me duas bombas de sais para evitar males maiores. Lá seguimos
depois da Coca-Cola rumo a Alpiarça onde o gémeo direito deu o berro. Ainda
consegui ir junto do grupo até à subida final (que quase parecia uma partida de
mau gosto mas Santarém é assim mesmo…) que nos levaria ao Jardim do Município
em Santarém para um merecido lanche após quase 10h e 212km (215 com os enganos)
de estrada."
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