2012-10-16

Skyroad Granfondo - Lousã, 13 de Outubro de 2012

Relato do SD da participação da equipa JB/SD: 

"Foi espetacular o Granfondo da Lousã, Aldeias do Xisto!
Quando chegámos à zona da partida, já a buzina tinha soado mas, com calma, ainda integrámos o pelotão e passámos o primeiro controlo apenas 2 minutos depois.  O atraso não se deveu a nada em especial, apesar de às 6.00 ainda termos estado a fazer uma ligação com cabos de bateria para pôr um carro a trabalhar.

Arrancámos com muito frio e eu, em particular, só com a jersey J4F de manga comprida no pelo, senti bem a aragem fresca da Lousã. Apesar de ter o corta-vento no camelback, não quis parar para o vestir porque sabia que iriamos começar a subir não tardava nada e depois o calor instalava-se.

Cedo começámos a acumular altimetria. A subida era suave, estávamos em pelotão e a estrada era nossa. Íamos ultrapassando e íamos sendo ultrapassados por autênticos comboios de profissionais. Esta foi uma corrida cheia de nomes sonantes que terminou com a vitória do José Silva no Granfondo (150km) e do Vitor Gamito a cortar a meta em simultâneo com o Bruno Pais no Mediofondo (98km).

A organização Ultra-Spirit em conjunto com o Montanha Clube, esteve exemplar. Apesar de as estrada não terem sido cortadas, havia GNR’s por todo o lado. A organização tinha também um vasto conjunto de motas de apoio que nos acompanharam ao longo de toda a distância, transportando algumas delas médicos e camerman’s. Além de motas havia também carros decorados a circular que quase nos faziam pensar que estaríamos numa Volta qualquer. Abastecimentos de qualidade! Sem dar garrafas aos atletas, havia sempre inúmeros copos disponíveis com água, sumo, cola e até Goldnutrition (último abastecimento). Havia também fruta partida, sandes, bolos e cubos de marmelada e barritas da Goldnutrution (último abastecimento). Em alguns abastecimentos e até no topo de uma íngreme subida, tínhamos sempre um grupo a tocar para nós, ora com acordeão, ora com tambores. Ambiente fantástico o que se fazia sentir. Havia também apoio mecânico prestado pela Trek.

A altimetria máxima nunca passou os mil metros, mas fomos lá algumas vezes. Numa das subidas em que o JB metia conversa (para variar!) desta vez com um GNR, este já oferecia a sua mota trocando um bocadinho de cavalo. Soubemos então que o simpático agente faz BTT e falou-nos dos bons trilhos da zona.

Após a Pampilhosa da Serra onde ataquei uns saborosos bolinhos de pastelaria que me souberam maravilhosamente, deparámo-nos com uma subida em empedrado que não esperávamos. Subida bastante íngreme mas, felizmente, não demasiado extensa, sempre feita a cavalo nela, como deve ser. Após este esforço, enfrentámos uma subida de 5km que apesar de não ser nada de especial, foi nela que quebrei. Deveríamos estar com cerca de 75km percorridos. Naquele momento, seguia com o JB e tínhamos alcançado um conhecido seu. Aproveitando o facto de irem os dois a conversar, fiquei um pouco para trás tentando gerir. O JB acabou por o deixar ir e seguiu sempre comigo, apesar de eu insistir no contrário. Obrigado amigo!! Segui uns valentes km’s com uma sensação de fraqueza, apesar de, na minha opinião, me manter hidratado e alimentado.

Pela frente e até ao fim, restava ainda uma subida de 13 ou 14 km’s, assinalada pela organização com indicação de quilómetro a quilómetro e com informação da pendente média da subida. Antes deste momento, mais um excelente abastecimento, desta feita o da Goldnutritition. Após 2 copos de bebida, 1 cubo de marmelada e meia banana, arranco e comecei aos poucos a sentir que voltava novamente a mandar nas minhas pernas. Iniciávamos agora a longa subida, serpenteando pela serra com uma temperatura muito agradável e uma luz excelente. Quilómetro após quilómetro, sempre em conversa, fomos vencendo todas as inclinações. Estávamos, novamente, perto dos mil metros e até ao fim faltavam 20km e… todos, todos eles a descer! Foi uma descida alucinante como devem imaginar. O piso aqui estava um pouco mais degradado do que o restante tapete que apanhámos que, diga-se de passagem, era excelente. Mesmo este alcatrão não era nada nada mau… nas curvas de maior perigosidade havia sempre sinalética de perigo, ora via sinal ora via um elemento da organização com uma bandeirinha em riste. Dez quilómetros depois de iniciar a descida, tive de parar para vestir o corta-vento pois com a deslocação de ar o frio era tanto que já nem sentia o peito. A velocidade máxima em todo o percurso foi de 78,6km/h. Bati o meu recorde e olhem que não me esforcei para lá chegar…

Até ao fim, foi mais do mesmo e cortei a meta em 435º (de 519º finalistas) com um tempo de chip de 07:08:38.
No meu ciclo-contador foram 154,82km com 6:48:01 a andar a uma média de 22,70km/h e com um pico máximo de 78,6km/h. A altimetria acumulada fora de 2800m+.

Hei-de voltar a percorrer este asfalto, seja num evento da Ultra-Spirit seja num Just4Fun. Talvez até mais neste e se houver companhia, tanto melhor.
Para fechar, falta-me dizer que o NC também esteve presente e quase que íamos tendo um elemento Just4Fun no pódio (apesar de ele envergar a camisola dos Mumu da Talega). A organização até o contactou para o informar que ficara em 2º lugar e que tinha a televisão à sua espera para uma entrevista! :-)  Acontece que o Nuno se tinha inscrito no Granfondo e acabou por fazer o Mediofondo e o seu tempo dava-lhe o segundo lugar na prova grande. Mesmo assim o José Silva já tinha chegado!!!
Foi um Skyroad para recordar."

Sem comentários: