2010-06-16

Video das 24H de Castelo Branco

Um vídeo que vale a pena ver e não é por nele aperecerem fugazmente as camisolas das bicicletas sorridentes.


PTopen XCR 24h BTT - Castelo Branco from Vespa Produções on Vimeo.

O PL baldou-se aos comentários detalhados, mas fica este vídeo, que é bem melhor e as imagens dispensam mais palavras.

2010-06-09

Fotos "oficiais"

Estava prometido e aproveitámos a reportagem sobre os Just4Fun para tentar obter qualquer coisa que se parecesse com uma foto do grupo.

Não foi possível reunir todos, mas ainda assim estava a maioria.

Ficam em baixo duas das muitas tentativas que fizemos. Agora escolham a que preferem...
A clássica do tipo "casamento":

 ou a do tipo "granel" (bastante mais realista, natural e just4fun):



5 minutos de fama - 5 de Junho de 2010

E foi assim...

Tão depressa como chegaram assim se esfumaram os cinco minutos que os Just4Fun ocuparam no décimo programa dos Jogos do Centenário que passou na RTP2 no passado sábado pela hora de almoço.

Apesar do pouco tempo, não há dúvida que as grandes estrelas da emissão foram os que envergavam camisolas da bicicleta sorridente. No mesmo programa os autores dedicaram algum tempo de emissão a um tal Sr. Carlos Lopes, que ninguém sabia quem era até ter aparecido no mesmo programa que os Just4Fun... Cof cof!... ;-).

Os "artistas" eram de qualidade, mas não há dúvida que o trabalho final ficou com um nível muito elevado :-)

Para já o programa está gravado em meos e dvd's por esse Portugal fora. Quem sabe se um dia destes não aparece num local de maior visibilidade...

A dificuldade agora vai ser a gestão das agendas, devido aos inúmeros convites para eventos mediáticos ;-)

Para os mais cépticos ficam algumas fotos da captação de imagens...

2010-06-02

Elvas - A desforra - 29 de Maio de 2010

Relato do TA:

"Outra prova que tinha ficado por concluir no ano passado. Esta seria a minha desforra! Tal como no ano passado decidi acampar em Elvas, não sem antes fazer um pequeno desvio por Benavente para dar um grande beijo na minha pequena Inês que já não via há uma semana. A viagem até lá foi bastante rápida e às 23h estava a tenda montada, exactamente no mesmo sítio que há um ano :-). 7 EUR foi quanto custou a minha estadia com uma torre da igreja a tocar a cada 15 minutos e um despertador muito especial pelas 4 da manhã: as lágrimas não eram por causa de um passarinho cantando lindas cantigas mas duma passarada a fazer um chinfrineira de todo o tamanho. Há alturas em que tudo nos tira o sono… por isso aproveitei para me levantar mais cedo e às 7:30h já estava a sair do parque de campismo.

O empeno do ano passado tinha-me ficado atravessado e desta vez pretendia dar o máximo. Para quem não sabe, no ano passado dei conta que tinha perdido a chave do carro na 1ª zona de abastecimento. Falei com os elementos da organização, esperei pelas ‘motas-vassoura’ que me indicaram que iriam bater esses trilhos. Eu entretanto tive de fazer o restante percurso sozinho e simplesmente fui incapaz de fazer os últimos 3kms da prova, não conseguia sequer manter-me em pé. Felizmente já me tinham dado a notícia que tinham encontrado a chave. Foi um alívio!

Voltando a 2010, tomei o pequeno-almoço servido pela organização e verificou-se um pequeno revés: o meu dorsal estava impresso com o nome errado, iriam haver dois ‘Álvaro Moreno’ na prova. Garantiram-me que me mandariam um para casa com o nome corrigido.

Após um pequeno briefing em que nos foi indicado que iriam haver abastecimentos a cada 20km, os quase 300 participantes, grande parte deles ‘nuestros hermanos’, iriam dar uma volta de apresentação a Elvas para depois se fazerem à terra. O percurso era extremamente rápido, essencialmente estradão de seixos e gravilha e descidas alucinantes de granito. Cruzaram-se vistas igualmente sensacionais: uma antiga ponte de pedra com uma casa meia submersa também ela em pedra davam um excelente postal. Não admira que lá estivesse um par de tendas…

No primeiro abastecimento encontrei o mesmo elemento do staff que alertou a restante organização do ‘caso da chave’. Também se lembrava da cena e aproveitei para lhe agradecer o esforço. Foi também aqui que reparei que não estava a marcar a distância desde o km 16,82km, fruto de alguma pancada mais forte.

Os próximos 10km eram a subir mas continuaram a ser feitos a grande velocidade entre terrenos de cultivo, vinhas, por vezes passando pelo asfalto. Após alcançar o pico pelo km 36, o percurso era de novo feito com enormes descidas por vezes em pedra solta que obrigava a cuidados redobrados, outras sobre grandes blocos de pedra que serviam de trampolim e outras ainda feitas de capim cortado onde se ganhavam velocidades impressionantes. Rapidamente se chegou a uma pequena escola onde era servido o segundo abastecimento. O calor que desde cedo se sentia obrigava a repor líquidos constantemente e felizmente as ZAs apareciam sempre que o ‘combustível’ se esgotava.

A divisão dos percursos era feita pouco depois e até à sua reunião apenas me cruzei com dois atletas às voltas com furos. Os campos de cultivo continuavam a ser nossa companhia, entrando-se depois numa zona de pequenas albufeiras e caminhos de seixos que dificultavam a progressão. Após breves kms passava-se por uma zona arborizada num curto single-track. Continuava a percorrer rapidamente o percurso e só após o último abastecimento é que as forças se começaram a perder com subidas por entre vinhas com aquela terra escura, solta e quente. As descidas que encontrava não permitiam grandes acelerações pois tinham muitos seixos. Esta zona já a conhecia bem do ano passado e na última descida, enfiado num rego criado pelos rodados de um tractor quase estragava a pintura… felizmente os novos sapatos que levavam saíam com bastante facilidade dos pedais. Afinal, estava prometido que desta não iria cair… Depois desse susto entrei no asfalto que me iria levar até Elvas. À entrada do forte de Elvas encontrava-se o 4º e último Controlo, local onde tinha desistido o ano passado e quando me preparava para atacar o forte disseram-me que este ano estava só reservado para o percurso mais curto… Assim lancei-me para os derradeiros km que não tinha conseguido fazer com todas as forças, terminando a volta pouco depois das 13 horas.

Pontos Positivos: a Organização... já tinha ficado agradado no ano passado e este ano continuaram o bom trabalho com óptimas marcações (ia-me enganando em dois ou três sítios mas era porque a cabeça se punha a vaguear); o banho quente, estragam-nos com estes mimos e depois, quando o banho é frio, queixamo-nos; a comida; positivo é também, sem sequer o próprio saber e a julgar pela classificação, o ‘Álvaro Moreno’ é agora um Just4Fun; quem anda à chuva molha-se, quem anda pelos trilhos arrisca-se a malhar mas desta vez os sapatos novos deixaram-me terminar com a folha limpa. E com as pernas ainda em condições para ir correr no dia seguinte mas isso é outra história…

Pontos Negativos: Só se fosse porque não me deixaram conquistar o forte…

PS: Tenho uns belos manguitos vermelhos, oferta do sol de Elvas. Vendo pela melhor oferta.

Dados da prova:
Distância: 85km (a contar com cerca de 5km de prólogo)
Acumulado: 1340m
Tempo: 4h13m38s
Velocidade média: 20,11km/h
Velocidade máxima: 51,63km/h
Calorias: 2852 Kcal"

2010-05-31

Raid na Tapada - Mafra - 2010.05.30

Duas dezenas de Just4Funners e acompanhantes compareceream na Tapada Nacional de Mafra para um programa que teve BTT, passeio pedestre e de comboio, seguido de almoço convívio.
Muito bem organizado e com um almoço acima da média, teve até banhos quentes mesmo para os últimos (nos quais se incluíam alguns de nós).
Percurso BTT short com 16 km e e long com 42. Tudo feito nas calmas para aproveitar bem o que a Tapada tem para oferecer. O longo fui puxadote, mas valeu todo o esforço necessário para subir os 1200 m de pendente que teve de se enfrentar.
A bicharada é que andou muito arredia e se não fossem os javalis "contratados" para abrilhantar a partida e o almoço não se tinha visto grande coisa.
No início deste post e em baixo estão as fotos destes "artistas" ;-) .
Não era objectivo do passeio, mas passámos junto aos fortes do Sonível e da Milhariça. Apesar de não os termos visitado, o tema foi assunto de conversa e como será quase impossível lá voltar de propósito, vamos considerá-los já na nossa contagem, chegando assim quase à meia centena.
Marcados a rosa os fortes referidos.

Está aberto o tópico, pelo que os ecos de quem lá esteve podem ser feitos nos "Comentários".

2010-05-24

"Não se ganha fama em cama de penas" (Dante)

Talvez não... mas todos têm direito a quinze minutos de fama e os (quatro ou cinco) minutos dos Just4Fun são já no próximo dia 5 de Junho no programa Desporto 2, da RTP (2, obviamente). As filmagens decorreram no passado sábado em Sintra, com uma presença massiva de Just4Funners, que fizeram questão de dizer presente.

Aproveitámos e tirámos uma espécie de fotografia de grupo. É uma espécie e não um foto "oficial", porque apesar de estarmos muitos ainda faltaram uns quantos, mas como até estava tudo equipado a rigor, o boneco final será o mais parecido que teremos com uma "foto de grupo". Mais complicado que tirar a foto vai ser "tirá-la" da máquina do fotógrafo. Vamos ver se não demora muito.

Já agora... aquela alusão à cama de penas é para homenagear o HS que teve um azar desgraçado, porque em vez de uma cama de penas teve uma cama de terra, para onde mergulhou em grande estilo, mas com o infeliz desfecho de um pulso partido. Quase se poderia dizer: "Ossos do ofício" (caso este fosse o nosso ofício...).

Votos de rápidas melhoras e não se escapa de se tornar o Just4Funner mais famoso, porque o acidente foi todo filmado e já se sabe que os espectadores gostam é de ver trambolhões.

Alvalade-Porto Covo-Alvalade - 16 de Maio de 2010

Relato do TA:

"Finalmente uma noite razoavelmente bem dormida antes de me fazer à estrada (ou à terra neste caso). Desta vez pernoitei na casa de família do Rui Pinto, a minha única companhia neste evento, e que já tinha servido de Quartel-general na edição (falhada no meu caso) do ano anterior. Não fosse ter acordado umas poucas vezes pela mão (literalmente falando) da minha pequenota e tinha sido uma noite santa…

Alvorada às 6:40h e já com pequeno-almoço tomado, seguimos para Alvalade para levantar os dorsais, juntamente com as lembranças: 2kg de arroz (já tradição), uma t-shirt e uma pala para o carro alusiva ao evento.

Às 9 horas o numeroso pelotão arrancou debaixo de um céu azul. Finalmente o S. Pedro fez as pazes com os BTTistas e ofereceu-lhes um dia solarengo. O grupo arrancou bastante rápido e pouco depois rolava-se numa enorme nuvem de pó. Sentia-me bem e pouco depois perdi o contacto com o Rui. Entre estradões de terra e pedra solta, bancos de areia e um ou outro pedaço de alcatrão rapidamente cheguei ao primeiro abastecimento. A oferta não era muita e a paragem serviu apenas para comer meia laranja e reabastecer de água. Seguiu-se em direcção a Vale de Água, o 2º abastecimento que distava apenas 6km de distância pelo que nem sequer parei. O abastecimento seguinte era a Barragem de Campilhas à qual se acede por um single-track fácil mas bastante cerrado e com algumas travessias de água. Os metros que antecediam a chegada à Barragem, local bastante bonito e que costuma concentrar bastante público, transformavam um caminho largo e rolante num single-track com acesso através de duas curvas a 90º que, juntamente com a grande concentração de atletas parados mesmo à chegada da zona de abastecimento, obrigavam todos a seguir a passo. Achei que seria preferível e até mais espectacular se permitissem o acesso à ZA pela continuação do tal caminho largo, mesmo com uma poça de água com uns 20 metros de comprimento. Mais uma vez não parei.

O percurso iria agora fazer a primeira passagem pelo Cercal (4ª zona de abastecimento ao km 44) e era mais uma vez composto por estradões de terra e pedra e a média de velocidade mantinha-se alta. Só a partir daqui é que o caminho começava realmente a empinar um pouco e isso notou-se na quantidade de atletas a pé que era necessário serpentear para continuar a escalar a serra. Lá em cima, junto de uma vista fantástica que chega até ao mar, havia um pequeno apoio mecânico onde quase abalroei dois ciclistas que decidiram atravessar as suas bicicletas no preciso momento em que passava. Com um grito tudo se resolveu. Daqui a Porto Covo era (quase) sempre a descer por percursos largos, com a areia a surgir nas zonas de pinhal e que obrigavam a uma atenção redobrada. A chegada à meta da meia maratona era feita pelo lado contrário ao que foi usado no ano passado, bem juntinho às praias e ao mar que apresentava um azul bem apetecível.

Ao fim de 3h30m estava em Porto Covo, após 65km, no meio de uma enorme festa, com a praça cheia de gente, barraquinhas para abastecimento dos atletas. A minha chegada foi no mínimo bizarra: estava a preparar-me para desencaixar os pés quando o sapato rodou e… não se soltou! Não sei como, a bicicleta deu quase uma cambalhota e eu… não caí! O pé desprendeu-se mesmo a tempo para eu não passar (maiores) vergonhas… Valeu pela cara do idoso que assistiu ao espectáculo ‘na primeira fila’!

Depois de hidratado e de hidratar a corrente, iniciei o percurso de retorno que apresentava enormes montes de areia, alguns deles a obrigarem a desmontar e seguir a pé. O percurso iria subir, primeiro suavemente até ao abastecimento seguinte onde apareceu finalmente a famosa sandes de carne assada, e depois com 4km de serra que me levaram até à relação mais pequena. Nessa subida não evitei uma queda quando, na passagem de mudanças a corrente prendeu e os pés mantiveram-se agarrados aos pedais. Levanta-te e anda (neste caso pedala) e assim fui de novo até Cercal onde havia mais um abastecimento. Só aqui é que percebi o problema que estava a ter a sair da bicicleta: os cleats estavam algo soltos e rodavam no sapato em vez de o fazerem nos pedais. Isso obrigava-me a rodar ainda mais os pés para poder desmontar. Até ao km 90 o percurso voltou a apresentar bastante areia e lá surgiu mais uma queda. O cansaço acumulava-se e a areia simplesmente não ajudava.

Após o abastecimento em Bicos (km 102) onde havia tintol para os estômagos mais fortes, percorreram-se vários kms ao lado dos canais de irrigação, por um single-track seguido de algum alcatrão. O corpo já estava há algum tempo a pedalar com o gémeo direito a adivinhar uma cãibra por isso tinha de controlar o esforço. Ainda tive um empurrãozinho que deu algum alento no estradão que se seguiu e foi com algum alívio que cheguei ao abastecimento de Monte de Alhos. Depois de comer 2 donuts e de beber um bom trago de água arranquei com todas as forças. Faltavam apenas 6km e agora era só alcatrão. Após 121km feitos em 7h19m cheguei a Alvalade onde me esperavam a Susana, a Inês e o Rui que entretanto tinha ficado por Porto Covo. Para o ano há mais e espero que com mais companhia. Talvez para a próxima façam o percurso ao contrário para poder terminar com um mergulho no mar. A refeição não sei se estava boa pois não sabia das senhas de almoço e por isso fomos afinfar duas bifanas e uma imperial à Mimosa.

Pontos positivos: O percurso acessível e bem demarcado; a quantidade de Zonas de Abastecimento; o pequeno-almoço fornecido pelo Supersol

Pontos negativos: de novo o banho frio; a areia mas acho que essa é da zona e só tenho é de aprender a passá-la ou a contorná-la.

Dados da prova:
Distância: 121km
Acumulado: 1400m
Tempo: 7h:19m26s (6h42m39s a pedalar)
Velocidade média: 16,52km/h (18,03km/h a pedalar)
Velocidade máxima: 48,68km/h
Calorias: 4311 Kcal"

2010-05-18

24H de Castelo Branco - 15 e 16 de MAio de 2010


Duas camisolas sorridentes participaram nestas 24H, incluídas no Campeonato PTOpenXCR. O JP participou nas 12H (prova extra campeonato) e o PL teve a sua segunda participação (depois de ter estado no Zmar de Lama). Aqui ficam os primeiros ecos dos participantes.

Relato do JP:
“Esta foi de facto uma sensação mista de emoções!

Feliz por tudo ter corrido bem a representação Just4Fun que se deslocou a Castelo Branco, tal como com os resultados obtidos.

A outra parte da emoção, foi de alguma tristeza pelo facto de logo cedo, mal levantámos os dorsais, ter tido a informação que seria o único a competir para a classificação das 12H. Todas as outras inscrições tinham sido canalizadas ou para as 6H ou para as 24H. Estas últimas, pontuavam para a classificação final do PT Open XCR composto por 4 provas.

Mal foi dado o sinal de partida, ficou como que uma sensação de: " O-que-é-que-eu-ando-aqui-a-fazer???"

Das duas, uma: ou dava meia dúzia de voltas e optava por me retirar, ou estabelecia um objectivo final e empenhava-me para o atingir! Aqui, e para quem me conhece como um ser persistente e teimoso mesmo, sabe bem qual seria a minha opção. A segunda, claro!

Assim, e para merecer o troféu que me estava destinado à partida, empenhei-me de modo a completar 30 voltas ao circuito, totalizando um total de 160 km e com um acumulado a rondar os 1900 m. Objectivo cumprido às 00 horas e 1 minuto, com um total de 11 horas a andar e "apenas" 1 hora de paragens para alimentação, para tentar resolver um problema técnico, embora simples e que acabei por não resolver, e também para a montagem das luzes, o que só aconteceu às 20h por indicação da organização.
Fica apenas a informação adicional, que à meia-noite quando concluí a minha participação, estaria num "eventual" 10º lugar nos concorrentes a solo. Sabendo nós como é óbvio, que a gestão que fiz para 12 horas foi significativamente diferente para quem teve de fazer essa mesma gestão para as 24 horas.
Pegando na questão da organização, esta esteve excelente! Foi, sem dúvida, umas das razões senão a mais forte, para me fazer continuar às voltas tentando vencer a barreira psicológica de não ter objectivo, à excepção do número mínimo de voltas.

Dizia eu, esta organização merecia e mereceu, que o meu esforço pudesse de alguma forma compensar todo o empenho que tiveram em levar por diante este evento, com "apenas" 80 inscritos, englobando solos e equipas, e que à partida já saberiam que não iam ter um retorno monetário que cobrisse toda a logística necessária a um evento deste género!

Mais ou menos o mesmo que eu pensei e decidi fazer, deve de ter pensado a única concorrente feminina a solo - Espanhola de Nacionalidade - e que mesmo não tendo concorrência nas 24H, completou qualquer coisa como 40 voltas ao circuito, tendo apenas às 07h15m da manhã de Domingo, dado por concluída a sua participação. Parabéns também para ela. Quer pela capacidade, quer pelo desportivismo demonstrado!

Continuando um pouco e pegando no que já foi comentado entre nós, foi sem dúvida uma excelente oportunidade que perdemos todos para termos feito deste evento, o nosso "encontro anual" como alguém lhe chamou. As condições eram óptimas. O percurso era muito giro, para todos os gostos, e sem dificuldades daquelas de nos tirar a respiração... O tempo esteve muito bom. Os valores das inscrições 5 estrelas e meia e até contemplavam a opção de nos podermos inscrever sem opção de alimentação, o que para nós, dada a nossa logística, é o ideal e por fim, a organização foi 6 estrelas.

Poderíamos ter levado solos, equipas de 2, equipas de 4 e até de 6 elementos. Masculinas, femininas ou mistas. E seria quase garantido, que haveria muito mais gente a subir ao pódio!

É mais longe do que Lisboa, é um facto! Mas, em meu entender, todo o "espírito" que era colocado naquelas primeiras edições em que participámos, foi-se desvanecendo um pouco nestas últimas edições em Lisboa.”


Primeiros ecos do PL (mais detalhes talvez daqui a uns dias):
“Não se pode dizer que tenha corrido mal.
É certo que fiquei abaixo do meio da tabela (14º em 24), mas ainda tive que pedalar um bocado para garantir mais uns pontinhos para o campeonato e na ponta final (última hora) ainda consegui subir dois lugares. Apesar da classificação modesta considero a prestação boa para o meu nível de preparação actual (que continua próxima do zero e a viver dos km acumulados no final de 2009), já que marquei 177 km nas 33 voltas que dei, um resultado ao nível do que fiz nas 24h de 2008, altura em que estava muito melhor preparado.

Relato e mais detalhes estão complicados, mas entretanto fiquem a saber que se os Just4Fun tivessem levado para frente a hipótese de fazer ali um grande encontro tínhamos trazido para casa uma série de canecos. Assim ficaram todos a chuchar no dedo. Todos não, que o JP trouxe o dele. ;-)

Fiquem também a saber que quem não foi a CB passou ao lado do melhor percurso de 24 H que eu já fiz (disse isto no início, repeti no final da prova e mantenho a opinião) e que em termos de organização terá também sido das melhores (senão a melhor), com especial destaque para a cronometragem. Se abrandássemos ligeiramente na passagem da meta ficávamos logo a saber o tempo da volta que tínhamos concluído e havia disponíveis dois ecrãs (um interactivo) com os tempos por volta e classificações actualizadas em tempo real. Isto sem recurso a chips. Se bem se lembram, noutras provas (com chips) as classificações andavam atrasadas várias horas.

O espaço era espectacular e os balneários um mimo.
O tempo esteve uma maravilha, especialmente durante o dia porque esteve um bocado frio à noite, que me desmotivou de recomeçar a pedalar mais cedo no Domingo.

Uma palavra final para a simpatia da organização e em especial do Paulo Garcia, sempre preocupado com os participantes e com palavras de apoio a quem ia passando.

Roam-se de inveja por não terem ido a Castelo Branco ;-)...
...ou então esqueçam tudo o que escrevi e não participem em próximos eventos organizados pela Horizontes.
É que assim eu sou um dos poucos felizardos que estarão presentes e não tenho que partilhar mimos com outros participantes.

A próxima prova do campeonato são as 12H de Proença-a-Nova em 24 de Julho, mas não leiam isto nem digam a ninguém. É que se não for mais ninguém, além de ficar com os mimos da organização só para mim, ainda ganho a prova usando a táctica do JP (mas com muito menos voltas ;-).

No que diz respeito a esta prova, não prometo nada, mas fica no ar a ameaça de ainda poder fazer um relato mais detalhado da minha participação.”

2010-05-11

Idanha-a-Nova / Zarza La Mayor - 8 de Maio de 2010

Relato do TA:

"Às 5:15h arrancava de casa após pouco mais de 3 horas de sono. Tudo a postos para mais uma maratona que me tinha ficado na retina após ler a reportagem no ano passado. ‘Como é que aguentas fazer isso?’ era a frase que me martelava constantemente na cabeça (por entre sonoros bocejos ao estilo do Chewbacca), a frase com que a minha mãe se tinha despedido de mim na noite anterior… ‘Eu sei lá!’ foi a minha resposta para todas elas.

Às 7:30h cheguei a Idanha-a-Nova. Apesar de já irmos adiantados na Primavera o dia amanheceu bastante nublado e fresco e já tinham caído alguns aguaceiros. Antes assim para a temperatura não subir demasiado. Mais uma vez tinha a companhia de 2 funners: o Sérgio Duarte e o João Bronze o que é sempre bom para quando as forças começam a falhar. A partida foi pontual e bastante animada ao som de gaitas-de-foles. Após uma pequena volta pela vila que incluía a descida por um dos seus ex-líbris, a calçada romana (sempre com cuidado pois estava escorregadia e o aglomerado de maratonistas não permitia grandes aventuras), rapidamente nos metemos na terra que se encontrava na sua maioria seca e com muita pedra e rocha à mistura. Em algumas descidas ainda pensei que os gaiteiros nos acompanhavam mas afinal era a chiadeira dos travões molhados. O percurso inicial apresentava-se bastante acessível com muito sobe e desce fácil de percorrer e bastantes single-tracks por entre campos de pastorícia e aos 32km chegávamos ao 2º abastecimento também ele animado por um grupo folclórico.

O percurso até ao abastecimento seguinte foi um pouco mais penoso pois era um single-track que exigia alguma perícia devido ao constante serpentear a que as pedras obrigavam num espaço tão curto e que, por diversas ocasiões, nos obrigou a desmontar para ultrapassar algumas rochas de maiores dimensões. A paisagem, essa, era fantástica: o rio mesmo ali ao lado, com alguns rápidos que o tornavam audível, acompanhou os participantes por largos kms. No terceiro abastecimento, em Salvaterra do Extremo, tive de corrigir o encaixe de um dos sapatos que tinha ficado torcido, fruto de uma queda nas pedras (parece que arranjo sempre maneira de travar conhecimento com o chão de uma maneira mais pessoal).

A saída do 3º abastecimento dava-se por uma descida serpenteante em alcatrão e na última curva o SD não evitou uma queda devido à areia e ao piso molhado. Eu ia tendo a mesma sorte e acho que, se lhe acertasse, acabávamos os dois no rio. Felizmente sofreu apenas alguns arranhões.

De novo na terra passámos pela zona mais técnica da prova: uma descida, também ela serpenteante, mas desta vez em rocha. Aqui demorei-me mais pois tinha pastilhas de travões novas que se apresentavam pouco progressivas o que me fazia bloquear as rodas inúmeras vezes. Novamente com o rio a acompanhar-nos mesmo ali ao lado teve-se de novo de desmontar para subir alguns degraus talhados na rocha. Só pensava que nesse mesmo dia em Alfama também se faziam degraus mas no sentido inverso… Após esse sobe e desce menos ortodoxo, cruzámos uma ponte e passou-se a ‘hablar en castelhano’ para ir picar Zarza, 3º posto de controlo e nova zona de abastecimento. Estava percorrido metade do caminho.

A partir daqui o percurso foi feito quase sempre debaixo de uma chuva ténue. O single-track deu lugar a estradões, alguma lama e a umas poucas travessias de água. A pedra também voltou a surgir e os rins começaram a queixar-se (se calhar o peso cada vez maior dos reforços que ia acumulando nos bolsos não ajudava). Do meu lado também dois pulsos mal curados faziam o seu queixume nas zonas mais acidentadas.

Praticamente no final tivemos direito a uma subida bem comprida em alcatrão onde perdemos o contacto do JB. No final desta eu e o SD recuperámos os rins com alguns alongamentos e voltámos à terra para mais uma zona de rochas escorregadias. Até a pé quase caíamos.

A provação final deste passeio é terminar por onde começámos: a mítica calçada romana. Colocando a relação mais modesta, subimos por ali acima com os rins a queimar a cada volta do pedal. A meta estava mesmo ali ao virar da esquina: «‘Bora lá» como animavam as tabuletas de orientação.

No final, um banho ‘revigorante’ (mais frio que a chuva que nos acompanhou) e um repasto retemperador (porco no espeto com arroz, batata, salada, pão, cerveja, refrigerantes, fruta e café).

Pontos Positivos: A organização: pontual na saída e muito prestativa para além de ter apresentado diversas animações pelo percurso; as orientações: para além de extremamente bem posicionadas têm o condão de animar a cada curva com aquele «´Bora lá» típico (e não só indicam as descidas mais perigosas mas também as subida mais íngremes); os abastecimentos: bastantes e diversificados na oferta (água, sumos, iced tea, bebidas isotónicas, fruta, barras energéticas, gomas, croissants…) para além de animados com as gentes da terra sempre muito cooperantes; a refeição: muito agradável em qualidade e quantidade para quem tivesse estômago para repetir.

Pontos Negativos: O banho frio: saí dos balneários a tremer. E já agora, incluíam no souvenir as fotos (que já estão impressas). Estavam à venda por 3 EUR mas duvido que, caso os atletas não as comprem, tenham alguma utilidade…

Dados da prova:
Distância: 102km
Acumulado: ?m
Tempo: 7h:39m15s (6h46m41s a pedalar)
Velocidade média: 15,11km/h
Velocidade máxima: 55,64km/h
Calorias: 4383 Kcal"

2010-05-03

PTG100 - Portalegre - 1 de Maio de 2010

Num fim de semana com várias actividades, enquanto uns penavam nas Serras do Sicó e do Rabaçal, a família Ferreira foi sofrer em Portalegre.
O FF terminou em 991º a PTG100 (mais dura de sempre) com 9H38. O AF teve que se retirar aos 56 km devido a problemas físicos.
Enquanto não chegam os ecos com os detalhes, fica aqui a devida notícia.

2010-05-02

Desafio "A Idade da Pedra" - Vermoil - 1 de Maio de 2010

Relatos daqui a uns dias...

Resumidamente: foram 100 km e 2000 de subidas na versão light (DN e PL) e 110 km e 3000 m de subidas na versão hard (JB, JP, RF e Pedro Cravo). No final estavam todos estafados, mas com grandes sorrisos. É isto que o BTT proporciona...

Para já ficam apenas algumas fotos avulsas tiradas pelo RF, PC e PL, a ilustrar um dia espectacular de BTT proporcionado pelos BTTralhos (não há maneira de lhes agradecer o suficiente). Foram cores, cheiros, vistas e sensações inesquecíveis. As fotos não testemunham nem de perto nem de longe aquilo que se sentiu.
















Relato do PL:

"Passados uns dias e com o físico já recuperado, aqui fica então o relato da minha participação neste... chamemos-lhe evento. É verdade que não havia classificações, mas chamar àquele percurso passeio é desvalorizar o que não pode ser desvalorizado.

A primeira palavra tem de ir necessariamente para quem se dá ao trabalho de montar uma organização destas. É verdade que não houve que marcar percursos, mas o seu levantamento e validação não deixa de ser trabalhoso. Também sabemos que esta preparação pode dar muito gozo, mas ainda assim...

Depois há a questão de tratar do acolhimento, estadia para quem fica e garantir que os banhos são tomados em condições minimamente aceitáveis. Pois em todos estes aspectos os BTTralhos se esmeraram. Como se não bastasse, apesar de não terem nenhuma obrigação, fizeram questão de ter um lanche para quem chegasse ir saciando a fome e a sede. Mais curioso ainda foi ver a atenção que este pormenor mereceu, porque não faltou nada até chegarem os últimos e foram comprando pizzas à medida que elas iam acabando.

A segunda palavra para o tipo de evento que se tratou.
Os BTTralhos trataram de nos indicar o caminho por GPS, mas cada um estava entregue a si próprio e tinha que tratar de chegar ao fim, fosse por que meio fosse, em completa autonomia. É óbvio que um evento deste tipo não é para todos, até porque obriga a ter um GPS, mas evita marcações de percursos, pessoal a refilar porque tiraram fitas no dia do evento e outros a refilar porque não as tiraram no final. Também só serve para quem tem algum espírito aventureiro e desenrascado e não está à espera que a organização os traga ao final. Na verdade não foi exactamente assim, porque se houvesse uma emergência real os BTTralhos tinham equipas de prevenção para o resgate e além disso foram fazer o percurso a pedalar, pelo que podiam prestar um primeiro nível de ajuda. Parece-me que este tipo de eventos tem um potencial enorme e eu sou incondicional fã. Permite conhecer zonas novas, ao ritmo de cada um e com um impacto mínimo na natureza, Já nas localidades por onde se passa o impacto não é pouco, mas é positivo, dado que, não havendo abastecimentos da organização, cada um tem que comprar os comes e bebes e houve cafés onde alguns stocks de esgotaram, o que é bom para o comércio local.

Chega de falar de coisas acessórias. Falemos de BTT, porque foi um dia cheio disso que tivemos. O relato podia entrar nos detalhes que é habitual, mas seria intragável de muito extenso, tal é o número de coisas e sensações que valia a pena referir. Não vou fazer isso. No próximo ano vão lá e ficarão a saber melhor do que se lerem um relato detalhado.

Ainda assim, vou referir ao correr da tecla alguns flashes que retenho desse dia:
A chuvada que caiu antes da partida e que nos fez recolher aos carros ensombrou o início do dia, mas a partir dessa altura o tempo esteve excelente (como se vê pelas fotos):

Algures num single há um participante que entra de cabeça para dentro de um silvado. Passado o susto inicial e depois da operação delicada de resgate, o acidente serviu para umas boas gargalhadas,

As vistas... Ai as vistas no alto das serras...
Eram os prémios de quem subiu lá acima, mas em termos de prémios não ficamos por aqui porque algumas descidas eram um mimo. Ficou-me na memória um single a descer uma encosta mesmo antes do Rabaçal. Foi dos melhores que já fiz e é daqueles em que apetece voltar a subir só para o descer outra vez.

As Buracas do Casmilo. Formações geológicas interessantíssimas. Conjecturaram-se várias teorias para justificar o aparecimento daqueles buracos naquele sítio, mas acabámos por desistir de inventar e continuar a pedalar. O local, no entanto, merece a visita.

Os cheiros da vegetação húmida estavam no auge. Não dá para descrever...
Um quiosque a vender minis no meio do nada, assim mais ou menos como o Oliveira de Figueira nas histórias do Timtim, a aparecer nos locais mais estranhos a vender o mais esquisito que se possa imaginar. Foi surreal, mas soube que nem ginjas....
O Pedro Cravo a dormir uma soneca de dez minutos na beira do estradão enquanto “tratávamos” do espigão do “andaime” do JB ;-) .Mais engraçado ainda eram os comentários de quem passava e perguntava se ele estava bem. “-Sim só está a dormir!...” e continuávamos na bricolage. Também foi surreal.
As cãibras do DN e uma dor no meu joelho, que nos obrigaram a abandonar o bando, seguindo pela opção mais fácil após Ansião. Diga-se de passagem que esta opção não foi desinteressante em termos de percurso e teve mesmo zonas muito bonitas.

No final a surpresa reconfortante de um banho de chuveiro quente e balneários com bom aspecto. Quando começa a ser prática comum termos direito a um tubo na parede a deitar água fria e balneários que são uma extensão dos trilhos, tal a quantidade de lama que se acumula no chão, esta excepção é de sublinhar.

Também de sublinhar o já referido lanche providenciado pelos BTTralhos, com bebidas, pizza e fruta. Nada de supérfluo, mas apenas o necessário e que ia sendo reposto à medida das necessidades. Estava no ponto.

O facto de termos feito a opção “easy” permitiu-nos também estar à conversa com alguns dos organizadores e ir assistindo à chegada de alguns dos participantes e durante este tempo (que rondou uma hora) não ouvimos nenhuma queixa e apenas vislumbrámos rostos satisfeitos tanto por parte dos participantes como da organização. Isto apesar da preocupação natural com que os BTTralhos iam vendo quem faltava chegar, pois começava a anoitecer.
Em suma, um passeio perfeito num dia perfeito e a repetir sempre que possível, porque este é daqueles em que a longa viagem é claramente compensadora."

Fotos: RF, PC e PL

2010-04-28

Fortes de Torres Vedras - 1º Passeio - 25 de Abril de 2010

Seis Just4Funners (PL, FF, TF, AF, EN, PJM) e oito fortes conquistados. Foi o primeiro de vários passeios que vamos fazer em redor de Torres Vedras para visitar todos os fortes da zona.
No total estão já visitados 46 fortes das duas primeiras linhas.
Desta vez foram quase trinta quilómetros, com mais de quinhentos metros de acumulado e direito a Pastéis de Feijão, "Alívio da Crise" e um dia espectacular para a prática da modalidade.

Ficam algumas fotos representativas da "actividade" ;-)
Abastecimento inicial


Bater com o nariz na porta do Castelo


Após quarenta fortes finalmente encontramos um bem preservado (Forte do Canudo). Neste ainda se vêm as posições onde estavam colocadas as peças de artilharia, com a alvenaria intacta, e os muros e fosso estão em óptimo estado.


Forte de S. Vicente: um exemplo de preservação do património. Neste respira-se História. A sua dimensão, localização e o estado de preservação tornam-no incontornável como unidade representativa das "linhas".


Ainda no Forte de S. Vicente.


Imaginem encontrar à beira do estradão uma banca com dois licores para provar, com copos (novos) e tudo.
Provámos o "Cala Mulheres" e o "Alívio da Crise". Gostámos, telefonámos e fomos encher os depósitos na adega do produtor. Preferimos o "Alívio da Crise" ;-).


No Castro (e Forte?) do Zambujal. Última visita desta incursão. Do forte não encontrámos vestígios, mas o Castro merece a paragem e a saída para Leste (a subir) valeu bem a pena pela beleza dos trilhos. Curiosamente este forte não aparece na carta da época que temos vindo a usar para marcar as incursões e que reproduzimos em baixo, apesar de estar marcado na carta militar. Ficou a dúvida se de facto foi ou não usado como posição defensiva no tempo das "linhas".

Visitados também, mas com a já habitual desilusão de encontrar apenas um monte de mato a cobrir forte, fosso e tudo o que pudesse identificar a construção, foram os fortes da Forca, dos Palheiros, da Cruz e do Pelicano.

Marcados a castanho os fortes conquistados neste passeio


Novo passeio na zona está planeado para breve, para "picar" fortes a Oeste destes. Será complicado concluir esta epopeia até ao fim do ano, mas vamos tentar.

2010-04-20

SRP160 2010 - Rescaldos

Relato do SD:

"Como se costuma dizer que uma imagem vale mais do que mil palavras, deixo-vos aqui o link para 2 vídeos da participação dos Just4Fun na Ultra-Maratona de Serpa – SRP160. Este ano com a participação dos seguintes Just4Funner’s: DN,JB,JP,SD,TA.

http://www.youtube.com/watch?v=2XeDc37moR8

http://www.youtube.com/watch?v=mRgc4R1Ki5I

Esta foi a minha segunda participação neste evento da TrilhosVivos. Mais uma vez nada tenho a apontar à organização. Excelente marcação ao longo de todo o percurso, bons abastecimentos, mangueira para lavar as bicicletas, banho quente e boa refeição. Parabéns!

Este ano tive necessidade de puxar pelos galões se quis chegar ao fim pois a partir do quilómetro 50 comecei a fazer uma espécie de shutdown. À medida que pedalava ía-me sentido cada vez mais mal disposto, incapaz de me alimentar ou hidratar e a sentir-me cada vez mais fraco ao ponto de numa zona de abastecimento me ter sentado numa cadeira e quase, quase ter apagado mas afinal o shutdown foi mais um restart pois ao cruzar uma povoação disse aos meus companheiros que ía só ali tomar uma água das pedras, entrando depois num cafézito e pedido uma Coca-Cola gelada. Posto isto, fui renascendo e ganhei ânimo para pedalar até ao fim! A melhor bebida do ciclista sem dúvida. Pelo menos do ciclista reles que há em mim…

Foram 149Km com uma média de 16Km/h por entre paisagens magníficas em trilhos lindíssimos, muitos deles cheios de barro, lama, ribeiros com pouca água, ribeiros com muita água, ribeiros com corrente, ribeiros do jeito que quiserem, charcos e poças de todas as formas e feitios, alguma chuva por vezes, estradões a descer, estradões a subir… enfim, um Empeno com direito a tudo.

Obrigado aos companheiros de aventura que se preocuparam sempre comigo!"

Relato do TA:

"Mais uma vez os momentos anteriores à corrida não me permitiram descansar decentemente para uma prova desta natureza. Tinha planeado ir dormir próximo do local da prova mas devido a imponderáveis relacionados com o trabalho fiquei agarrado ao telefone até bastante tarde. Assim, após 4 horas de sono, arrumei as coisas no carro e arranquei para a mais ultra das maratonas feitas em Portugal (pelo menos que seja do meu conhecimento).

Cheguei ao local da prova e já só faltavam 15 minutos para a partida, ainda faltava fardar-me, tratar da bicicleta, encontrar os restantes companheiros do pedal dos Just4Fun (Sérgio Duarte, João Bronze, João Pedro e Delgado Nunes) e ainda o Pedro Cravo e o David Portelada. Felizmente já tinham levantado o meu dorsal pois a secretaria fechava às 7:30h. Na pressa de fazer o controlo 0 ficou esquecida a câmara-de-ar, os desmontas, o elo de corrente e quase atropelava uma miúda à saída do estacionamento… isto de pedalar e calçar as luvas ao mesmo tempo dificulta o sistema de travagem que por acaso estava quase sem pastilhas…

Lá me juntei aos 300 loucos que às 8 da manhã se preparavam para dar início ao SRP160, reduzido para 149km devido às chuvas que caíram durante a semana. Os participantes do SRP80 (encurtado para 48km) tinham a sua partida agendada para as 9h.

Os primeiros kms em alcatrão souberam bem para aquecer os músculos até porque não levava casacos, manguitos, perneiras ou qualquer tipo de agasalho adicional. Da chuva nem sinal. Após o alcatrão seguiram-se alguns estradões até que… chega finalmente a lama! Escorregadia para os pneus, pesada para os pés parecia agarrar-se a tudo, obrigando a desmontar e seguir a pé por diversas vezes. Entretanto o grupo partiu-se e não via nenhum deles, uns estariam para trás outros quantos lá para a frente.
De seguida surgiram os riachos e ribeiros cheios de água, uns límpidos e que permitiam a passagem montado, outros, ou porque o fundo era em pedra solta ou porque eram autênticos buracos com um metro de parede, obrigavam a uma travessia a pé. Até nem era mau passar por esses cursos de água pois permitiam retirar a lama que se acumulava no resto do percurso. Por falar em água, isso foi outra coisa que me faltou até à ZA1 nos 22km: esqueci-me de atestar antes da prova! Felizmente os trilhos até aí eram bastante acessíveis. Entretanto juntei-me ao JB e seguimos juntos.

Na ZA1 cruzámo-nos com o SD e o JP, nós a chegar e eles a partir pelo que a segunda fase, mais dura que a anterior, foi feita em exclusivo com o JB. As subidas já eram maiores e já se encontravam umas descidas bem interessantes que terminavam no leito de riachos e que me provocaram a primeira queda: entrei a grande velocidade num rio sem baixar as mudanças e como o fundo era arenoso as rodas enterraram-se (com nota artística: 4). Também tivemos direito a uns singletracks bem engraçados junto ao rio com direito a um dos locais mais bonitos por onde passámos.
Chegámos à ZA2 (36km) junto com o SD e o JP e seguimos juntos até ao fim (pelo menos eu tentava desesperadamente ir junto). Até aí o corpo estava impecável a viver à custa de Goldrink fornecido pela organização, uns bolos óptimos e alguma fruta à mistura.

Até à ZA3 a coisa também correu com relativo à vontade, o corpo já dava alguns indícios de cansaço e os ombros iam acumulando alguma tensão. O SD é que começou a sentir-se mal-disposto sem vontade de repor energias.
Arrancámos da ZA3 com chuva o que foi muito mau para mim: como ia sem agasalhos e ainda por cima o percurso começava com uma descida em alcatrão (cerca de 55km/h sem pedalar) o corpo esfriou bastante criando mais tensão no pescoço e ombros. E foi assim, debaixo de chuva, durante uma hora ou mais.

A partir daqui o percurso foi mais do mesmo: lama, poças de água, passagens de ribeiras, subidas lentas e descidas a alta velocidade, a corrente do JB partida e mais uma queda minha (acho que esta entra para o top: descida em terreno com alguma lama e rêgos, entra-me um pouco de lama para a vista o que me leva a fechar os olhos no preciso momento em que deveria cruzar um dos rêgos… para além da pasta de lama que me cobriu o lado esquerdo do corpo apenas a registar uns arranhões no cotovelo e na anca, nota artística: 5).

Da ZA5 (108km) à ZA7 (139km) o percurso começou a moer-me bastante e era cada vez mais difícil acompanhar os restantes smiles. As cãibras estavam mesmo à beira de rebentar pelo que tinha de fazer um equilíbrio entre manter-me junto do grupo e a perna não estoirar. O percurso proporcionou outro local muito giro que suponho ser uma mina abandonada. Acho que daria umas fotos bem catitas. Também neste percurso a quantidade de poças aumentou e que permitiram dizer ‘não há duas sem três’. Lá fui tomar banho de novo, desta vez numa poça de água que teimei em passar montado. A not artística aqui rebentou a escala! O SD continuava na sua guerra contra a indisposição que teimava em manter-se. E manteve-se até tomar a sua poção mágica, a sua bendita Coca-Cola. A partir daí, renascido das cinzas (mas não eram do Eyjafjallajökull), voltou ao pedal como se não tivesse já percorrido 130km!

Até ao final o empeno apenas se agravou mas cruzar a meta junto daquelas caras sorridentes e aquele sentimento de dever cumprido… dá outro significado à camisola Finisher J Venha ela!

Parabéns à organização por um trajecto tão bonito e bem marcado, bastantes ZA (que pecaram apenas por ter pouca diversidade), banho para a bicicleta, banho quente para os campeões e um jantar digno de quem fez tamanho esforço. Se fosse agora não sei se repetiria o empeno mas como o tempo faz esquecer o pior para o ano espero estar lá de novo (espero que com menos lama).

Para quem nunca foi dou um conselho: não percam este evento, é tecnicamente acessível e foi fisicamente extenuante devido à distância (obviamente) e devido à quantidade de lama pois os declives que surgiram não eram complicados.

Dados da prova:
Distância: 149km
Acumulado: 2288m (segundo o V. Gamito)
Tempo: 10h46m27s
Calorias: 5449 Kcal"

Relato do JB:

"Agora é a minha visão do SRP160 :-)

Bem, nem sei por onde hei-de começar :-)
Aqui vai...

Despertador para as 6 da manhã e toca a levantar. A caminho de Serpa fomosverificando que o terreno ao longo da estrada estava com muita água, ou seja, começámos logo a imaginar o melhor :-)
Dorsal na mão, bike pronta e aí vamos nós para a linha de partida. Fiquei a saber que tinha havido uma ligeira redução do percurso devido às chuvas dos últimos dias e que afinal já não eram 160, mas sim 149, portanto SRP149 :-)

8H - Partida para o SRP149
Os primeiros kms foram feitos em alcatrão e deu para aquecer os "motores".
Depois do alcatrão, entraram em "acção" os caminhos com lama, com muita lama e um ou outro ribeiro. Nesta parte do percurso houve alturas em que tive de desmontar, logo os sapatos ficaram ligeiramente mais pesados e ouve uma ou outra vez que ia ficando sem eles, pois aquela lama parecia cola.
Primeira ZA e aí encontrei o JP e o SD que já estavam de saída, aproveitei e fui com o TA. O DN vinha mais atrás e enquanto estivemos ali a alimentar-nos ele não apareceu.
Esta parte do percurso até à ZA2 foi feita com o TA. Aqui não apanhámos lama, mas sim umas boas subidas e uns ribeiros ou rios :-) que davam enorme prazer ao atravessar.
A partir do ZA2 seguimos todos juntos. Nesta parte do percurso a corrente da bike partiu... ao passar uma ribeira, havia uma ligeira subida e dei uma pedalada e a corrente ficou feita em duas...
Depois de alguns minutos, lá fiquei com uma corrente nova. Agradeço a todos por me terem ajudado nesta operação delicada :-).
Mais uma paragem no ZA3 e aqui a chuva aparece. Toca a tirar o impermeável e siga para mais uns kms. Estes primeiros kms foram feitos em alcatrão com uma boa descida para depois entrarmos numa zona de paralelo que massacrou ainda mais o corpo... a chuva continuava agora com algum vento à mistura. O percurso esse continuava a ser muito giro, com imensas ribeiras, com paisagens lindas, com subidas e descidas e Serpa cada vez mais perto.
As pernas, o corpo estavam a reagir bem à longa distância e a única ameaça de cãibra que tive foi quando mudei a corrente. A bike também estava a sofrer um bom empeno devido à lama, à água das ribeiras e às constantes subidas e descidas. Quando havia paragens estava sempre a lubrificar a corrente, pois esta estava constantemente seca...
Entre a ZA4 e ZA5 e alertado pelo JP, é que me apercebi que o SD estava maldisposto. Ao atravessar uma aldeia o SD pediu para pararmos num café para ir beber algo... viemos a saber que tinha bebido uma coca-cola (se eu soubessetambém tinha entrado e bebia uma mini, mas a organização podia ter controle anti doping e era mau...) e foi a partir daí que a má disposição finalmente desapareceu.
Entretanto começou a cheirar a Serpa e as forças aumentaram. Cortámos a meta todos juntos e à nossa espera tínhamos uma claque (DN) muito eufórica :-).

Este foi o meu segundo SRP160 e mais uma vez adorei o "empeno". O percurso,a paisagem, os trilhos, a companhia, enfim acho que para o ano estou lá novamente nem que mais não seja para conhecer uma "Tal" "Pela Cinta" (private joke :-) )

Obrigado a todos pela companhia,"

Registos Trilhos Vivos:
Vencedor: Vítor Gamito - 6:10
193º a 196º: JP, JB, SD, TA - 10:46
239º - 11:56

2010-04-18

SRP160 - Serpa - 17 de Abril de 2010

Primeiros registos de mais um grande desafio.
A vida de um betetista é dura.
Os primeiros ecos apontam para mais de 10 horas a pedalar em condições muito difíceis.








Fotos de BTT-TV