2009-06-01

TriumviratumBTT - 16 de Maio de 2009 - O relato

TriumviratumBTT II – O regresso dos Just4Fun

Como sabem as três pessoas (não Just4funers) que visitam este blogue, em Setembro de 2008 atirámo-nos cheios de fé ao desafio colocado pelo TriumviratumBTT, que consiste em ligar Leiria, Torres Novas, Tomar e regressar às origens a pedalar num percurso fora de estrada, com cento e quarenta quilómetros e uns trocados. Batemos com o nariz no escuro da noite ao fim de doze horas, com cerca de dez dúzias de quilómetros feitos.

Viemos para casa lamber as feridas no ego e massajar o orgulho, na expectativa de lá voltar em Maio de 2009.
No dia 16 de Maio às 7:00 lá estavam em Leiria seis Just4funers pedalantes e três apoiantes para tentarem dar a volta ao percurso. Desta vez talvez estivéssemos mais apreensivos, dado que sabíamos melhor o que tínhamos pela frente. A chuva que ia caindo também não ajudava a animar, mas a vontade de concluir a volta era muita.
Foto da praxe junto à Fonte Luminosa... "até já" à equipa de apoio... e “ala que se faz tarde”...
A experiência anterior permitiu-nos seguir sem hesitações o percurso, ainda que os GPS’s nos empurrassem logo para a outra margem do rio, e assim fomos galgando os quilómetros iniciais embrenhando-nos no Valinho da Curvachia passado pouco tempo. A chuva que tinha caído e continuava a molhar-nos deixou o terreno pesado e com muita lama mas lá progredimos em bom ritmo. Mentalmente íamos fazendo contas à média e ao tempo que demoraríamos a completar a rota. Serra acima fomos passando pelos pontos onde na tentativa anterior tínhamos registado furos e pensando que esperávamos que a saga não se repetisse. A coisa foi correndo bem até que um fura. Alguns de nós terão pensado: “Já começou a maldição dos furos...”.
Substituição da câmara por outra com Magic Seal e alguns aproveitaram para contar os remendos que a câmara furada tinha (reutilização: ambiente “oblige”). Parece que eram nove, mas ainda assim o furo conseguiu encontrar um bocado de borracha virgem.
Os quilómetros seguintes lá pelo alto da Serra foram percorridos sempre a olhar para os pneus, mas desta vez não tivemos o azar de Setembro.O primeiro encontro com a equipa de apoio teve lugar antes de se começar a descer a sério para Torres Novas numa terra perto da Pedreira do Galinha, famosa pelas pegadas de dinossáurios. Foi a altura de repor os níveis e de fazer pequenas afinações no material que tinha sofrido muito nas primeiras horas. A chuva tinha parado e o moral estava alto.Próxima paragem Torres Novas e agora é quase sempre a descer. Foi a parte mais rápida do percurso. Tão rápida que quase chegávamos antes da equipa de apoio. Era altura de comer qualquer coisa à laia de almoço, mas não se podia demorar muito, que o tempo não pára. Mais uma afinações mecânicas e lá vamos nós direitos a Tomar. Próxima paragem: Paço da Comenda.

Alguns de nós sofreram um bocado neste troço. Por exagero de ritmo inicial, por terem comido demais, porque já se levavam muitas dezenas de quilómetros nas pernas, ou tudo conjugado, o grupo partiu-se ao meio na subida para os moinhos da Pena. Lá no alto reagrupámos e seguimos juntos até ao ponto de apoio, onde voltamos a demorar um bocado mais que o desejável, no intuito de tentar recuperar o corpo e a mente.Tomar era já ali e se a hipótese de completar o percurso em doze horas começava a ficar comprometida, ainda restavam muitas horas de luz para pensarmos que não chegaríamos ao fim. Começou a equacionar-se a possibilidade de dividir o grupo em duas equipas, dado que naturalmente três de nós estavam com um ritmo muito mais vivo que os restantes. Podíamos assim tentar que uma equipa chegasse antes das doze horas. Decidiu-se que chegaríamos todos juntos, fosse com que tempo fosse. Era o espírito Just4Fun em acção.

Tomar foi passada rapidamente demorando apenas o tempo necessário para a fotografia na praça central, dado que vinha já aí a subida para o Convento, que não é pêra doce.
O próximo ponto de apoio foi no Aqueduto de Pegões e as paragens iam ficando cada vez mais demoradas, aproveitando-se para comer e recuperar ânimo, que o corpo já teimava em não recuperar.
Sabíamos que se seguia um sobe e desce massacrante e arrancámos com cautela para não estoirar definitivamente. Alguns, no entanto, pareciam tão frescos como no início e seguiam a um ritmo impressionante, tendo depois que esperar que o restante gang reagrupasse.
Estação de Fátima: Paragem rápida e lá vamos nós.
Vilar dos Prazeres... No ano passado a noite caiu-nos em cima neste ponto. Desta vez o Sol ainda ia alto. Era claro que as doze horas eram uma miragem, mas faltavam cerca de 30 quilómetros... Já cheirava a Leiria. Era preciso um cataclismo para não conseguirmos concluir. Após uma paragem também algo demorada seguimos para Santa Catarina e daqui para a frente era tudo novidade. Havia informações que não eram “favas contadas” até ao final e que ainda penaríamos um bocadinho numa subida. As paragens para descansar e reagrupar passaram a ser mais frequentes e a tal subida que se esperava acabou por ser feita em duas etapas para os três da retaguarda, mas na paragem para abastecimento em Santa Catarina os sorrisos foram-se abrindo e a sensação de conquista foi-nos invadindo. Não foi sem sofrimento que se fez a última etapa antes de Leiria, onde se acumularam alguns enganos, alguns por desatenção nossa, outros induzidos pelo track. Nesta última fase ficou-nos na retina um longo single a descer ao longo de uma ribeira que nos soube muito bem. A aproximação a Leiria é penalizada pelo progresso, que nos faz andar a fugir das vias rápidas, onde mais uma vez os tracks e o terreno nem sempre batiam certo, mas por palpite, ou pelo método da tentativa e erro, lá se foi encontrando o caminho a seguir. Estávamos já com os últimos raios de Sol quando entrámos em Leiria. Entretanto um dos GPS’s já tinha ficado sem bateria e outro tinha tido uma paragem algures antes de Torres Novas, mas passados uns quilómetros conseguiu-se pôr a funcionar. Restavam três, mas posteriormente constatou-se que um destes não tinha gravado o percurso. Não eram estes azares que nos iriam tirar o sabor de vitória com que voltámos à fonte luminosa para a foto final, treze horas e vinte e um minutos depois de termos dado a primeira pedalada.Brindou-se com champanhe fornecido pela equipa de apoio e seguimos para casa do JB, para o banho e jantar com o que tinha sobrado dos abastecimentos.

O regresso a Lisboa foi penoso, depois de dormir poucas horas na noite anterior e do esforço de pedalar durante 148 km com quase 3000 metros de acumulado de subidas, mas a sensação de vitória manteve-nos acordados.

Cumpriu-se o Triumviratum. Parabéns a quem teve a ideia de lançar este desafio e a quem o conseguir concluir. Nós já conseguimos, venham os próximos.

2009-05-22

TriumviratumBTT - 16 de Maio de 2009 - II

Mais umas fotos para aguçar o apetite:










Duatlo BTT de Mássamá - 10 de Maio de 2009

Com alguns dias de atraso e fora da ordem cronológica aqui fica o relato da participação do SD:
(o TriumviratumBTT segue dentro de momentos ;-) )

"Ontem participei em mais um Duatlo, desta vez no meu “quintal” – II Duatlo de Massamá. Ao contrário do verificado nas participações anteriores em eventos da Federação de Triatlo de Portugal, este foi muito mal organizado tendo-se registado inúmeras críticas no final da prova. O meu comentário diz respeito à prova do Circuito Regional pois foi nesta que eu participei.

A correr em casa e sabendo previamente o traçado da corrida e do circuito de BTT, já sabia o que me esperava e qual o andamento adequado em cada momento. Acontece que a organização ontem nos surpreendeu com alterações de última hora quer na corrida quer no BTT e quando digo de última hora, quero mesmo dizer última hora pois a prova do Circuito Regional que estava prevista iniciar às 16:30, iniciou às 17:00 pois a organização andava naquele preciso momento a alterar o traçado e a colocar novas marcações. Aparentemente não encontro explicação para a alteração e consequente redução em 800m na prova de corrida nem na necessidade de alterar o traçado do BTT.

O circuito da corrida tinha um percurso misto de asfalto e terra e uma altimetria considerável para este tipo de prova, ou não estivéssemos nós em Massamá-Norte. As duas voltas iniciais de corrida foram feitas em ritmo moderado poupando-me um pouco para a corrida a seguir ao BTT pois sendo esta feita no sentido inverso, iríamos apanhar uma subida com uma inclinação de mais de 10% ao longo de uns 200m. Transição feita (e bem feita) montei na bicicleta disposto a recuperar algumas posições. Após uma longa subida em que ultrapassei 2 atletas, começo com dificuldades em saber em que direcção continuar a pedalar. Sou então apanhado por outros atletas que também se revelam desnorteados com a falta de marcações e optámos por um trilho onde encontrámos um elemento da organização que estava ali a ver a caravana passar pois não conhecia o circuito nem tinha visto os primeiros passar por ali. Comecei-me a passar o que se traduziu num aumento de ritmo e numa busca frenética do caminho correcto. Sózinho, acabo por encontrar marcações e lá apanho um atleta que segundo ele vinha no caminho correcto. Acabei por o ultrapassar e segui em bom ritmo as marcações que entretanto começaram a bater certo. Após a primeira volta de BTT, iniciei a segunda com um compasso de espera para ter companhia na parte em que não havia marcações. Na primeira subida sinto-me obrigado a ultrapassar e a fugir da companhia pois o seu ritmo lento não era compatível com os meus nervos. Voltei a inventar nesta volta à procura do caminho e lá encontro novamente umas fitas num sítio onde não tinha passado na primeira volta. Chateado com a situação, sigo para o final da volta, não sem antes ver uma série de atletas a entrarem no caminho à minha frente, vindos sei lá de onde.

Última volta de corrida, desta vez em sentido inverso ao da primeira e logo com uma subida com uma inclinação brutal, o que levou alguns atletas a encostar. Ainda com a adrenalina nos píncaros, consegui ultrapassar alguns atletas na subida e acelerar na parte final do percurso. Fiquei chateado por verificar que alguns elementos que iam a andar na subida, chegaram ao topo desta e atalharam caminho. Bastava fazer 50m planos, em terra, para evitar uma volta de cerca de 500m com uma subida pelo meio.

Sem qualquer controlo intermédio, sem controladores espalhados no percurso e apenas com elementos da organização e da polícia nos pontos de intersecção com o asfalto, a organização desta vez destacou-se pela negativa. Até agora tinha uma opinião muito favorável acerca das provas organizadas pela Federação e espero continuar a ter, apesar deste II Duatlo de Massamá ter sido muito mau.

No fim, as classificações não são justas para os que conseguiram apanhar o percurso correcto, nem para aqueles como eu que ainda assim tentaram encontrá-lo, pois houve um aproveitamento por parte de alguns atletas da situação criada pela alteração de percurso à última da hora.

Em termos classificativos foi o meu melhor Duatlo, tendo terminado em 19º lugar de entre 46 atletas que finalizaram a prova. Fiz 1h16m e acabei a 12min29s do primeiro.

SD"

2009-05-18

TriumviratumBTT - 16 de Maio de 2009

Está feito!...

Seis Just4Funners (SD, JP, JB, FF, DN e PL) cumpriram a Rota no passado Sábado.
Foram 148 km em 13 horas e 21 minutos.
Com este tempo o Desafio de fazer o percurso em menos de 12 horas terá que ficar para outra altura, mas nem isso esmoreceu o ar de felicidade com que os seis chegaram ao final, junto à Fonte Luminosa de Leiria, onde a equipa de apoio (TF, AF e EN) os esperava com uma garrafa de espumante para brindarem juntos a mais uma conquista Just4Fun, à qual não faltou sangue, suor e lágrimas (literalmente).Descrições mais detalhadas e fotos ficarão para daqui a uns dias, mas aqui fica desde já esta pequena nota.

2009-05-03

Fortes de Montachique - 1 de Maio de 2009

Era uma tarefa ambiciosa: cinco Fortes (EN, AAF, JP, FF e PL) para conquistar 12 Fortes e o Posto de Sinais de Montachique.

A missão foi cumprida na generalidade, mas alguns fortes tiveram uma abordagem ligeira, marginal, ou longínqua, por diversos motivos com que nos fomos deparando.

Mas comecemos pelo princípio, que é sempre um bom local para começar.

No princípio era a subida... e que subida...
Logo para começar enfrentámos com sucesso a ascensão ao vértice geodésico de Montachique (409m), onde se situava um dos postos de sinais das Linhas.
O mais difícil estava feito e aproveitou-se para estender as vistas no horizonte, pois a atmosfera estava propícia.

Seguiu-se uma descida de calibre semelhante ao da subida e a aproximação ao Forte de Montachique (Obra Militar nº 57) que foi um dos mais significativos desta jornada.São claramente visíveis o fosso e os restos de algumas construções. Neste forte há que lamentar o facto de adeptos do TT motorizado usarem o fosso como pista de obstáculos, contribuindo activamente para a sua degradação. Lamenta-se tanto a ignorância dos praticantes como a das autoridades que não preservam estas construções. Estão dados os recados. Mas em termos de preservação havíamos de encontrar ainda maior desleixo mais para a frente.

Seguimos para o Forte das Ribas (51) pela Estrada do Forte, construída há 200 anos para serventia das Linhas e na qual ainda se conseguem vislumbrar em alguns troços os restos da calçada original. Este é um dos Fortes deste passeio onde é possível apreciar melhor a importância estratégica das fortificações, tendo em conta a sua construção sobre a escarpa e o estado de preservação, onde ainda restam alguns metros de muros de pedra.Continuámos pela Estrada do Forte agora numa descida louca a caminho do vale da Ribeira do Cocho, em direcção ao Forte do Picoto (50), do outro lado do vale e junto a uns geradores eólicos, que não pudemos visitar por estar em propriedade privada com acesso fechado. Tirámos a foto ao longe e voltamos pelo mesmo caminho, seguindo em direcção a Ribas de Cima ao longo da Ribeira de Ribas, onde aproveitámos um espaço particularmente bonito e abrigado para piquenicar. Esta pausa soube bem até porque se seguiu uma ascensão exigente física e tecnicamente até à estrada que liga Ribas de Baixo a Ribas de Cima e foi precisamente nesta última localidade que bebemos o café da ordem, antes de “quase” conquistarmos o Forte de Permouro (55) e após termos descartado o forte nº 56 que se situa dentro do Parque Municipal do Cabeço de Montachique e que tinha o acesso cortado com um portão. O Forte de Permouro apenas foi “quase” conquistado porque está engolido por matagal e só após um de nós se ter embrenhado no meio dos tojos, com as consequentes marcas nas pernas, se conseguiu aproximar de algo que identificou como a esquina SW do fosso, tendo tirado a foto da praxe.

A descida para a estrada que nos conduziria a Vale S. Gião foi feita por um single muito técnico, com muita pedra, mas muito engraçado. Após esta localidade aproximámo-nos dos Fortes da Azinheira (53) e do Capitão (52) que se situam no topo de uma urbanização muito interessante e de localização algo inesperada. Destes dois fortes apenas nos foi possível (mais uma vez) identificar pequenos troços dos fossos, dado que se encontram completamente tomados pela vegetação. Neste último, a rede à volta de uma antena de comunicações celulares dificulta ainda mais a aproximação, mas com algum esforço e contorcionismo lá estivemos à beirinha do forte.

Seguia-se o Forte dos Outeirinhos (58), mas depois de três tentativas frustradas de aproximação (dois acessos a propriedades privadas e um trilho sem saída) desistimos e seguimos para o Forte do Outeiro do Além (ou do Lobo), obra nº 59, mas o acesso a pedalar foi-nos mais uma vez impossível, pelo que contornámos a pequena elevação onde se situa o reduto e seguimos para os Fortes da Achada (60 e 61).A aproximação pelo lado Norte é muito difícil porque é feita por uma pendente muito acentuada conquistada em duas etapas, com um pequeno descanso a meio e que obrigou algum empurra-bike, pois só o JP fez tudo a pedalar. Nestes dois fortes, mais uma vez o abandono impera e só com alguma persistência se conseguiu fotografar o que resta dos fossos engolidos pelo matagal.

A caminho do final voltámos a descartar um forte (o do Moinho, obra 54) que se situa em propriedade privada e atingimos as viaturas com 25 km, 800 m de acumulado de subidas, 7 fortes visitados (ainda que alguns só muito ao leve), 2 localizados à distância e 3 completamente descartados, além obviamente da ascensão ao posto de sinais de Montachique. Num passeio que prometia muitos fortes acabou por saber a pouco, pois só nos dois primeiros se conseguiu sentir o espírito da Linhas, mas já nos vamos habituando a que nem tudo o que está identificado nas cartas pode ser visitado (ou mesmo encontrado no terreno).

Marcados a preto os fortes conquistados neste raide.

2009-04-28

Maratona de Alte - 25 de Abril de 2009

O JP foi lá pedalar (e bem, como é costume) e conta-nos como foi:

"Confesso que já sentia saudades deste bichinho que é a competição!
Aproximadamente 2000 mil participantes à partida, devidamente colocados e alinhados na mesma, consoante o grau de dificuldade e distância a percorrer. Uma iniciativa que devia de existir em outras provas, desde que o número de participantes assim o justifique!

Cerca das 10 da manhã como estava previsto, foi dada a partida para os atletas da Taça de Portugal XCM. Estes, nunca mais ninguém os viu, a não ser à chegada! :)

Cerca de 5 minutos depois, partiram todos os outros. Os da maratona lazer (80 kms anunciados). Os da Meia-maratona (54 kms anunciados). Os do passeio (30 kms anunciados). E finalmente, os do passeio infantil/familiar( 16 kms anunciados) Todos ao molho... portanto! :)

Dado que a minha inscrição estava para a Meia-Maratona, encontrava-me colocado sensivelmente a meio do resto do pelotão.

Após os primeiros 8 kms totalmente rolantes e onde aproveitei para forçar um pouco o andamento e assim ganhar algumas posições de modo a evitar engarrafamentos... veio a primeira subida, digna já desse nome. A selecção foi sendo feita e viu-se desde logo quem tinha ou não andamento. Eu era daqueles que nem muito para trás, nem muito para a frente!

Depois, veio uma descida e depois subida e por aí a fora...! Após o 2º abastecimento (1º para mim, como é habitual), entramos numa zona bastante rolante, onde a grande dificuldade era mesmo o vento! Muito, muito forte. Frio, muito frio e como não podia deixar de ser, sempre de frente! Archhhhhh....!

Após lutar ali uns kms naquelas condições que não me agradam nada, passamos pela "enésima" vez a ribeira do Arade as primeiras dificuldades físicas surgiram, talvez fruto daquele ritmo inicial. Tinha cerca de 42 kms e uma média a rondar os 22 kms/h.

Coincidência ou talvez não, aí surgiu uma subida daquelas.... Felizmente umas escassas centenas de metros, mas de subir em 1-1 até ao topo...! Uma vez feita, desceu-se até ao 3º posto de abastecimento, onde a partir do qual, uma última subida mais complicadita, mas já em asfalto, nos colocava a apenas 2 kms do final e praticamente sempre a descer... ;) A partir daí, meus amigos... ninguém me agarra! :) Cheira a meta! ;)

Quanto ao resto, que vocês sabem bem que me interessa sempre :) resumiu-se no 47. lugar, com o tempo de 2h 47m 55s num total de 56,5 kms. Terminaram aquela distância 522 atletas e ficaram desclassificados mais 55. As minhas distâncias para os primeiros vão ficando mais curtas, mas ainda assim muito grandes. Aqui, situaram-se em 28 minutos de diferença para o 1., que me parece que ía de moto... ;)

Em suma, gostei imenso desta minha primeira participação neste evento! Extremamente bem organizado! Um percurso muito bonito, apesar de não olhar muito para as tão faladas vistas! Um acompanhamento aos atletas, muito bom! Bons abastecimentos. Muito bem marcado, quer por placas, quer por meios humanos.

O único senão, foi mesmo após o decorrer da prova. A zona de banhos era constituída por escassos 3 contentores, onde a água era fria e o espaço muito pequeno. Mais tarde ouvi dizer que haviam mais 2 zonas de banhos, mas algo distantes e sem indicações à vista. Uma delas era mesmo necessário recorrer ao carro para lá chegar!

O almoço estava bom e em local muito agradável! Mais tarde também ouvi queixas da carne não estar a ser bem servida para quem almoçou mais tarde. Admito que não deve de ser fácil calcular carne para 2000 atletas, mais acompanhantes e alguns de última hora...!

Concluo com a referência ao tempo, pois apesar do imenso vento que referi atrás, a chuva aguentou-se lá em cima! Apenas no regresso a Lisboa, levei com alguma, mas no pópó. :)
Ah, e ainda cheguei a tempo de ir ver o Sporting ao estádio, claro! ;)

E pronto, está tudo contado! Sei que fui breve, mas creio que dá para terem uma ideia! ahahhahah ;)"

2009-04-26

Linhas de Torres - Fortes da Arruda - 26 de Abril de 2009

E vão mais quatro.Quatro Fortes dos arredores da Arruda, consquistados por quatro Fortes (EN, DN, AAF e PL).
Foram visitados o Forte do Cego (Obra Militar nº9)e o da Carvalha (Obra Militar nº 10), que ainda estão em relativo bom estado de conservação, podendo ver-se claramente os fossos e o que resta de algumas construções do interior. Em ambos foi possível verificar o resultado de algumas escavações arqueológicas que ajudam a dar uma ideia das edificações originais. Têm inclusivamente placas com informação histórica, o que se aplaude.
Além destes, estivemos no cabeço do Chão da Vinha (cerca de 4km a Sul da Arruda) onde, segundo a carta de 1811, se situaria um reduto, mas não conseguimos confirmar se uma amostra de fosso e uns restos de construção seriam a prova da existência do forte naquele local. Estrategicamente é lógico que fosse ali, pois estava a meio caminho em linha recta entre os fortes do Calhandriz (que visitámos noutro passeio) e o Forte do Cego (que foi o primeiro de hoje), dominando o vale do Rio da Silveira que passa junto ao Calhandriz.
Conquistámos também o Moínho do Céu, no cabeço junto ao Pé do Monte, onde está referenciado um forte (Obra Militar nº 11) que teria capacidade para 300 militares e 4 peças de artilharia, mas na verdade não nos foi possível ver nada que se assemelhasse a um Forte. Com boa vontade podia imaginar-se que um fosso que rodeia o cabeço onde está o moínho faria parte da construção militar. A posição, no entanto, é mais uma vez estrategicamente perfeita para se instalar um reduto de defesa de uma invasão vinda de Norte.Estava ainda prevista a possibilidade de irmos ao forte do Passo (ou do Paço) e eventualmente procurar vestígios de uma outra fortificação que se situaria a Oeste dele (pelo menos de acordo com a carta de 1811), mas o adiantado da hora aconselhou que nos dirigíssemos para o final encurtando um pouco o percurso planeado, que ainda assim registou 750 metros de subidas em apenas 28 km de extensão.
A descida do Moínho do Céu foi feita por um trilho recentemente aberto por pessoal da zona para a passagem de uma prova de BTT, que nos foi referenciado pelo pessoal que meteu mãos à obra e que (por acaso) estava junto ao moínho. Fez as delícias de alguns de nós que gostam de descidas mais radicais, mas foi feito com muita cautela e com algum receio por outros, que não gostam de arriscar muito. É que em algumas zonas assemelhava-se muito a uma pista de Downhill, com o inconveniente do piso ainda não estar muito consolidado e ter muitas pedras ameaçadoras.

Segue a bom ritmo o reconhecimento das Linhas, sendo que a primeira é a que já tem maior estensão percorrida (cerca de um terço). A próxima exploração será provavelmente na zona de Montachique (zona central da 2ª linha), onde há muitos redutos referenciados, além de ser o local onde estava localizado um dos postos de sinais, precisamente no Cabeço de Montachique.
Da primeira Linha, do lado do Tejo, fica a faltar apenas a exploração do maciço de Subserra, onde se situavam diversas fortificações, algumas eventualmente já transformadas em cimento pela Cimpor, e no sopé do qual se situa o Monumento às Linhas de Torres. É provável que esta zona fique mais para o final, prosseguindo agora a exploração das duas linhas em direcção ao Atlântico.
Em baixo o mapa com os fortes já visitados (a verde os de hoje).

2009-04-21

Serpa 160 - 18 de Março de 2009

Relato do SD:

"O desafio estava feito. A pré-inscrição realizada. Aproximava-se a data limite da inscrição e o Amigo JB, não desistia. Armámo-nos em artistas e seja o que Deus quiser. Estávamos finalmente inscritos na nossa primeira Ultra-Maratona.

Foi com expectativa que vi os dias aproximarem-se. Com expectativa e com treinos intensificados. As viagens para o trabalho em 2 rodas ajudaram também na preparação. Na semana que antecedia a prova, ao contrário do que costumo fazer, não deixei de treinar. Segunda, terça e quarta-feira foram dias normais de treino.

O nervoso miudinho que não consigo deixar de sentir antes destes desafios, agravava-se com o ultimar os preparativos. A previsão meteorológica para o dia da prova também não me deixava mais descansado.

Sexta-feira chegou rapidamente. Após um dia de trabalho que me deixava na incerteza relativamente à hora de saída, acabei por conseguir recolher o Amigo JB por volta das 18h. Rumámos em seguida para Serpa, onde jantámos uma bela refeição tipicamente alentejana no restaurante Molho o Bico. Aconselho!

O resto da noite ia ser passado na bela estalagem de Minas de São Domingos, a 30km’s de Serpa. Um qualquer evento local esgotou a capacidade hoteleira da zona, levando a organização a arranjar alojamento de luxo ao preço de amigo, como foi o caso desta estalagem de cinco estrelas.

Após uma noite bem dormida e um pequeno-almoço buffet bem reforçado, seguimos para Serpa a tempo ainda de levantarmos os nossos dorsais. Com tudo cronometrado desde o acordar, nada falhou e às 8h em ponto estávamos rodeados de malucos como nós, atrás do pórtico da partida.

Quando partimos, junto a uma rapariga que viria a terminar a prova pouco depois de nós, recordo-me de ter verificado que esta partida tinha sido diferente das demais partidas das provas em que tenho participado. Calmamente, todos começámos a pedalar…
Rapidamente nos começámos a envolver nos trilhos rurais, sob um céu cinzento e ameaçador no seu horizonte. O esforço era doseado ou pelo menos tentava-se pedalar com poupança. Mudança leve e ritmo certo até ao primeiro single-track, junto ao Guadiana. Este single ao km 17 não era pedalável em toda a sua extensão e acabou por juntar os participantes. Uns atrás dos outros, pedalávamos quando possível e empurrávamos quando impossível. Atenção redobrada pois um descuido para o lado errado podia dar direito a banhoca no rio. Neste single, o JB ainda experimenta o solo mas sem qualquer tipo de consequências para homem e para máquina.

O percurso continuou, alterando a paisagem e presenteando os participantes com subidas pouco condizentes com uma Ultra. Talvez por isso alguns atletas se tenham cortado a elas, fazendo-as a pé. Nós, armados em duros, fizemo-las todas, sentados nas nossas burras.
Pouco depois, o amigo JB encontrou alguns conhecidos da Airbike, com quem fez este ano a Maratona do Centro e claro, ficou na palheta com o pessoal. Com o pessoal ou com a menina que os acompanhava, não sei…

Já com o JB ao pé de mim, apanhámos ou fomos apanhados por um grupo de amigos espanhóis. Um deles iniciava uma subida à nossa frente, cantando alegremente e em bom tom quando subitamente ouvimos ‘pliimm’ e vemos um selim cair por terra. Tinha-se partido junto ao espigão, tendo-o levado certamente ao abandono.
(foto BTT-TV)

Seguíamos nesse momento com média de 18km/h e estávamos constantemente a ver as mesmas bicicletas e os mesmos participantes. Os abastecimentos surgiam e eram sagrados para nós. Parávamos e sem pressa de arrancar comíamos e provávamos tudo a que tínhamos direito. Não esquecíamos também a bicicleta, aproveitando para efectuar alguma lubrificação com o óleo cedido pela organização. Quando começávamos a arrefecer queria dizer que estava na hora de nos fazermos ao caminho e lá íamos nós para mais um troço de aventura.
Recordo-me de ver dois lindos cavalos, a atravessar o trilho que seguíamos. O ciclista à minha frente terá até abrandado meio assustado com um salto que o animal deu. Lindo!

Um dos pontos altos desta ultra-maratona aconteceu ao km 84. Depois de uma subida-parede vejo um grupo de ciclistas um pouco à toa sem saber para onde continuar. Apercebo-me que alguns terão voltado atrás para confirmar o caminho, outros terão tentado alternativas à procura de rodados e outros ainda, num grupo de 20-30, desistiram e foram-se embora para Serpa por estrada. Ainda fiz um telefonema para a organização e mandaram-me ligar para um outro número, mas não chegou a ser preciso pois tivemos indicações de um outro companheiro do caminho a seguir. Alguém por maldade terá retirado as marcações numa extensão de 4km ao que a organização respondeu com um semear de estacas brancas pelo chão, levando desta forma os participantes até à próxima zona de abastecimento. Tivemos a sorte de ir num grupo mais recuado o que deu tempo de reacção à organização, e não perdemos praticamente tempo nenhum com este contratempo.

À medida que os quilómetros avançavam as maiores subidas ficavam para trás e o percurso tornava-se um pouco mais rolante. É engraçado o funcionamento da mente humana. Normalmente levo o conta-quilómetros com a função ‘hora’ no display, isto para não ir constantemente a fazer contas à distância. No entanto, nos abastecimentos perguntava quantos km’s faltavam até ao próximo ponto de apoio e ia a fazer contas na mesma calculando a hora de chegada. Notei por exemplo que para o JB foi importante a passagem pelo km 100, funcionando o mesmo como barreira psicológica. Deu-me ideia que ele terá quebrado fisicamente mais cedo do que o habitual, pois na verdade não teve uma preparação dedicada para este dia mas com a passagem do quilómetro 100, vi-o ganhar novo fôlego. Creio que terei resistido mais tempo à fadiga mas quando esta se instalou, acompanhou-me sem variações té ao fim.
Último controlo e a pergunta que se impunha: “Quanto falta?”. Cinco quilómetros para completarmos a nossa primeira Ultra. Cinco quilómetros que se iniciaram no alcatrão e que me faziam crer seguirem naquele piso até Serpa, pois no meu GPS já conseguia ver o ponto onde tínhamos iniciado. Errado. Três ou quatro quilómetros para serem feitos em terra, com algum desnível e desta vez com vento. Contra, claro! À chegada, o JB fez um pequeno compasso de espera para que terminássemos juntos esta nossa aventura.

Após a chegada, passei alguns momentos complicados. Sentei-me por instantes num lanço de escadas a descansar e senti por duas vezes cãibras num gémeo mas o pior ainda foi o facto de ter arrefecido ao ponto de ‘bater o dente’ e de não me conseguir controlar. Estava mal agasalhado. Com medo de ter calor e transpirar muito fui só com a jersey de manga comprida das carinhas sorridentes sobre o pêlo. Quando começava a arrefecer nas zonas de abastecimento, queria dizer que estava na hora de começar a pedalar e rapidamente voltava à temperatura normal mas agora, no fim da prova, até ir tomar banho senti muito frio. Creio que aprendi a lição.

Após o banho, tomámos um café e regressámos a Lisboa, não sem antes nos abastecermos no Canal Caveira.

Em jeito de conclusão, o empeno foi grande mas… passou depressa. O objectivo de concluir esta distância estava cumprido e a alegria em conseguir terminar uma Ultra-Maratona tem-me acompanhado nestes dias que se seguem.

Para o curriculum fica a participação e alguns números:
- 157Km percorridos;
-10h04m de tempo total;
- 9h06m a pedalar;
- 17,26km/h de média;
- Mais de 2500m de desnível acumulado (quando descarregar o track GPS dou o número certo).

Obrigado a todos pelo v/apoio e… venha o próximo desafio que a fasquia está alta."


Relato do JB:

"Desafiado pelo SD à algum tempo resolvemos inscrever nesta Ultra Maratona de Serpa 160kms. Sexta lá fomos nós e as nossas bikes em direcção a Serpa. Depois de um bom jantar no restaurante Molho o Bico em Serpa fomos descansar na excelente estalagem de São Domingos a 30 km de Serpa.

Pequeno almoço tomado e siga para Serpa…..

Às 8 horas em ponto lá estávamos na linha de partida para esta nossa aventura de 160 km.

Logo no início do percurso, num single track junto do Guadiana dei uma pequena queda, mas nada de grave. O piso era rocha que por sua vez estava bastante molhada e a roda com algum barro fez com que eu fosse experimentar o chão alentejano. A sorte é que ia devagar e caí para o lado certo J

Até mais ou menos ao km80 foi um constante sobe e desce e o corpo a ser massacrado. Esta primeira parte revelou-se difícil e o corpo começava a revelar alguns sinais de cansaço. Aí também tive um bocado de culpa pois não me alimentei o suficiente e só quando a chuva apareceu e como tive de retirar o impermeável é que resolvi alimentar-me bem. Com o SD sempre por perto e quando não estava fazia o favor de esperar por mim estes kms lá se fizeram com maior ou menor dificuldade.

Depois veio a paragem “reunião” ao km83. Como não havia sinalização um grupo de bttista estava reunido pois a sinalização tinha desaparecido. Depois de uns telefonemas o problema ficou resolvido e lá fomos nós para mais 80 kms.

Esta segunda parte foi mais rolante do que a primeira contudo o cansaço também se ia acumulando. Os abastecimentos ajudavam a recuperar o fôlego e já começávamos a fazer contas aos kms que faltavam e Serpa era “quase” já ali. O céu continuava cinzento e de vez em quando a chuva resolvia aparecer com a ajuda do vento….

Ultimo abastecimento, últimos 30 kms e um último esforço até Serpa. Nesta parte do percurso as subidas ajudaram a dar cabo do resto das energias que ainda restavam nos músculos e no cérebro…

No último agrafo a senhora informou-nos que só faltavam 5 km para o final e aí foram-se as ultimas energias, mas de Serpa nem ver…. Já estava a pensar que os 5 eram 10 ou mais kms quando de repente vejo a linha de meta, olho para a retaguarda e vejo o SD e abrando o ritmo para chegarmos juntos e sorridentes por mais este objectivo cumprido….e comprido.

Ainda dizem que o Alentejo é plano, no sábado verifiquei que não é bem assim….mas verifiquei que os trilhos, as paisagens, a natureza são do melhor que há. Pena o tempo estar cinzento, pois com sol o Alentejo tem outra beleza.

Obrigado SD pela companhia em mais esta aventura,

Mais uma para o Curriculum."

2009-04-06

Maratona do Centro - Leiria - 22 de Março de 2009

Este domingo lá fui eu e a minha bike participar em mais uma Maratona do Centro, organizada pela Airbike.

Por volta das 8.30 lá estava eu para levantar o dorsal nº 500, preparado física e mentalmente para os 80 km. Contudo tive logo um pequeno “problema”, pois a roda traseira estava vazia e lá tive de dar ar. Problema resolvido, lá fui eu para a partida onde já estava uma multidão à minha frente.

Dada a partida, lá fui rumo ao desconhecido. Nos primeiros quilómetros e depois de sair de estrada, tive logo que desmontar devido a uma descida, logo seguida de uma subida mais técnica. A quantidade naquele local de bttistas era muita e provocou este “pequeno” engarrafamento.

Até ao km 20 era muito sobe e desce e aí houve o primeiro reabastecimento…. e siga para o resto dos 60km que faltavam.

A partir do km20 foi mais um sobe e desce constante com muita pedra, pois já estávamos em plena serra dos Candeeiros. Neste trajecto e numa curva mais fechada um bttista caiu à minha frente. Nada de grave, apenas uns arranhões e a corrente saltou fora. Aí desmontei e tive a ajudar a colocar a corrente no sítio e a certificar-me que estava tudo bem.

Uns quilómetros mais à frente uma situação mais grave. Sendo esta parte do percurso mais técnica e com muita pedra houve um bttista que foi ao chão. Deve ter ficado bem marcado mas os bombeiros estavam a tratar da situação e quando passei já estava tudo mais ou menos bem. O rapaz estava consciente e estava em boas mãos, pois estava lá uma bombeira :-)

Chegados ao km40 mais um abastecimento. A partir daqui o percurso era um espelho do anterior. Sobe, desce, pedra, pedra e pedra mas chegados ao km50 o percurso ficou mais plano até ao km65. Com a ausência de pedra o ritmo aumentou e já “só” faltavam 15 km para o final.

Mais uma paragem na zona de abastecimento e siga para os últimos kms. Aqui voltou o sobe e desce. Um descida muito gira, mas onde tínhamos de ir bem atentos pois era muito técnica e onde a pedra era uma constante. Neste pedaço até tive pena da bike…

Últimos 5 km: mais sobe e desce para massacrar o corpo. Mas esta foi a parte do percurso que mais gostei, pois havia um single track simplesmente espectacular.

Cheguei à linha de meta com o tempo 4h52:54 e na classificação final no lugar 184 em 306 participantes.

Gostei mais do percurso do ano passado, pois não tinha tanta pedra e tinha mais single tracks. Este ano mais de 60% do percurso era pedra, mas já sabia para onde ia, pois a Serra dos Candeeiros é mesmo assim.

Este ano os abastecimentos foram mais fracos, a sinalização/ pessoal de apoio continuaram a ser 5 estrelas e as lembranças fraquinhas...Substituíram a t-shirt por um saco para colocar sapatilhas. Em relação ao almoço/duche não sei, pois fui para casa.

Mais uma para o Curriculum,

João Bronze “JB”

2009-03-16

24H BTT de Coruche - 7 e 8 de Março de 2009

Coruche, terra de arrozais e planícies...
Errado! Há muito mais relevo do que parece. Que o diga quem participou nas 24 H de 2009.
O início e o final de cada volta eram de facto planos e junto ao rio, mas ainda não se tinham percorrido dois km e já dávamos de caras com uma subida longa que não era muito inclinada, mas que foi fazendo mossa com o passar das horas. Depois entrava-se num sobe e desce muito divertido... Bem... Divertido era só o desce, porque o sobe não tinha piada nenhuma, em especial duas rampas em piso solto, umas das quais impossível de subir e outra que apenas fiz parcialmente nas primeiras voltas, tendo depois optado por poupar esforços e feito a pé. Além disso tínhamos que subir uma rua que tinha degraus ao meio e calçada nos lados, acompanhando a inclinação dos lanços de degraus e dos patamares. Fazia-se a pedalar, mas era muito massacrante, especialmente tendo em conta que as rampas em calçada mais inclinadas começaram a ficar muito escorregadias à medida que a água ia escorrendo por elas abaixo. Subi a pedalar as nove primeiras voltas e depois foi sempre a pé para poupar energias. A verdade é que este constante monta/desmonta foi péssimo para as pernas.
As descidas... Bem, as descidas eram um mimo. Algumas eram algo perigosas, mas à medida que as trajectórias iam ficando conhecidas eram uma maravilha.A mais técnica teve espectadores sempre que lá passei e à noite desconfio que deve ter corrido muito álcool por aquelas bandas, porque os comentários à nossa passagem já indiciavam raciocínio toldado.

Confesso desde já que a disposição para participar na prova estava longe de ser a melhor, mas à medida que se aproximava a hora da partida a vontade de pedalar foi aumentando. Fez muita falta o ambiente que se cria quando se participa integrado num grupo grande e ter ficado sozinho de noite, apenas com apoio à distância através de telemóvel é duro, como adiante se verá.

Fui lá buscar as coisas e montar a tenda na véspera, mas vim dormir a casa. Ainda assim estava lá muito cedo no sábado, o que deu tempo mais que suficiente para preparativos e para a volta de reconhecimento.

Às 14:00 foi dada a partida para as minhas terceiras 24H a solo e, como é habitual, comecei no final do pelotão para evitar molhadas e fazer a minha prova de trás para... o meio ;-) .

Na primeira volta houve alguns engarrafamentos nas passagens mais estreitas, mas nada de muito problemático. No início da segunda volta, na tal subida longa, reparo que ia à minha frente a Sónia Lopes e colo-me a ela, porque imaginava que estaria a lutar para o primeiro lugar das senhoras, o que pude confirmar mais tarde. Ela sobe muito bem e tive que me esforçar muito para a acompanhar, mas lá a fui mantendo à vista. Se me mantivesse por perto tinha fotos garantidas. É a táctica usada no atletismo, em que há uma data de emplastros que se colocam junto à primeira das senhoras. Como não têm pernas para acompanhar os homens assim garantem os seus segundos de fama. Pois bem, desta o emplastro fui eu.Entretido nestes pensamentos reparo que ali por perto ia outra ciclista que também estaria a lutar pela liderança (Filipa Gonçalves). Se com uma senhora já era bom, metido no meio do duelo pela liderança ainda era melhor e ali me fui deixando ficar ora à frente, ora atrás, dependendo das subidas, das descidas, ou das zonas técnicas que íamos passando. Esta luta tinha alguns pormenores engraçados que fui observando. A Sónia ganhava alguma vantagem nas subidas, mas a Filipa destacava-se nas descidas mais técnicas e inclinadas, de modo que no final da volta tinha mais de uma centena de metros de vantagem sobre a Sónia. Ora o final era a rolar e “eu gosto é de rolar”, de modo que no final da volta fui acelerando e ganhando velocidade. É nessa altura que reparo que vem uma sombra colada a mim (a Sónia) continuei a aumentar o meu ritmo e a sombra continuava encostada, até que apanho a Filipa mesmo antes da entrada para o acampamento. Entretido nesta brincadeira estava a fazer trinta e poucos minutos por volta, que era muito melhor do que eu tinha previsto. Este jogo do gato e do rato repetiu-se até ao final da quarta volta, quando eu disse adeus às meninas porque ia parar nas boxes. O ritmo estava demasiado elevado para mim, com alturas em que as pulsações atingiam 170 bpm, que é quase a minha FCM. Foram umas voltas divertidas em que até deu para trocar umas larachas com as campeãs, mas havia que descer à Terra. Disse-lhes até logo, que ia parar e elas já me apanhavam outra vez. Elas, simpáticas, despediram-se e lá continuaram a sua luta.

Daqui até ao período nocturno não houve nada a registar e lá fui dando voltas atrás de voltas, agora a um ritmo mais realista, nunca mais me cruzando com elas.
À medida que os quilómetros se acumulavam fui pagando os excessos das primeiras voltas e comecei a ter ameaças de cãibras, pelo que reduzi muito o ritmo e comecei a desmoralizar um bocado. Quando parei para jantar e montar luzes o ânimo era pouco, mas lá segui para o período nocturno acompanhado do MP3. A primeira volta correu muito mal, com várias ameaças de quedas nas zonas mais técnicas. Como é que a percepção do terreno varia tanto do dia para a noite? Não sei se teve influência, mas nas voltas seguintes ia só com um auricular e as trajectórias começaram a sair mais certinhas voltando a divertir-me nas descidas. As subidas é que eram cada vez mais penosas, até que lá pelas duas da manhã desisti de fazer a subida longa montado e nessa volta foram quatro as zonas que fiz a pé. Isto foi determinante para decidir esticar-me um bocado. O ânimo não era muito, e ainda era pior se andasse a fazer voltas a pé. Entretanto as ameaças de cãibras tinham desaparecido, mas as costas começavam a ficar massacradas. Tudo junto: tenda com ele.

A noite não foi descansada (nunca é), mas a determinada altura sinto água a cair com força em cima da tenda e pensei: “A chover? Isto vai ficar perigosíssimo. As 24h acabaram para mim”. Estava mesmo convencido que não voltaria a pedalar e deixei-me ficar no choco, que me estava a saber muito bem. Pelas sete e tal envio uma mensagem à família que ia ter comigo a dizer para não irem que eu não pedalava mais, mas fico a saber que já estavam a chegar.
Eh pá... Era chato desistir agora. Então e o meu orgulho?
Começo a levantar-me e verifico que afinal não tinha chovido, tinha sido a rega automática que tinha disparado. Lá se foi a primeira desculpa.
Vou ver as classificações para ver qual tinha sido o meu trambolhão durante a noite e verifico que praticamente estava no mesmo lugar (38º), o que queria dizer que o pessoal do meu campeonato tinha todo ido dormir e que até havia ainda possibilidade de subir uns lugares. Lá se foi a segunda desculpa.
Entretanto, mensagem daqui, telefonema dali, contacto com outros Just4Funners espalhados por esse país e o orgulho próprio lá se ergueu dos escombros e decidi continuar.

Recomecei a pedalar pelas nove e pouco e já só fui fazendo paragens curtas para reabastecimentos até ao final.
Nas últimas voltas voltei a encontrar a Sónia e a Filipa que iam novamente juntas, mas a Sónia levava já algumas voltas de avanço, tendo praticamente garantida a vitória na prova. Deu para mais alguma cavaqueira e durante algumas voltas ainda nos voltámos a cruzar, tendo sempre algumas palavras para trocar.
Muito simpáticas estas meninas. Um verdadeiro exemplo de como podem ser excepcionais naquilo que fazem sem ganharem ares de superioridade e mantendo sempre a simpatia, mesmo ao fim de vinte e tal horas a pedalar. Tiro-lhes o meu chapéu (talvez o mais adequado seja tirar o capacete ;-) ). Só para reforçar esta ideia, numa das últimas voltas a Sónia estava parada numa das zonas mais técnicas e apertadas e quando me aproximei, além do cumprimento da ordem apressou-se a sair do trilho e a puxar a bicicleta para fora. Ainda lhe disse que não valia a pena apressar-se que eu tinha muito tempo, mas ela foi mais rápida a desviar-se que eu a dizer isto. São estes pormenores que fazem os verdadeiros campeões, ao contrário de alguns pseudo-atletas que sempre aparecem nesta provas e que não olham a meios para passar quem se atreve a seguir à sua frente.
Fiz as minhas contas para terminar a minha última volta às 13:45, para entregar o chip rapidamente, mas um furo nos quilómetros finais “furou-me” as contas e acabei a última volta apenas seis minutos antes do fim do tempo. Ainda fui guardar a bicicleta e quando fui entregar o chip fui apanhado pela molhada e pela resposta lenta de quem estava a receber os chips e devolver os documentos que serviram de caução. Foi muito mau o tempo que nos fizeram ficar na fila ao Sol.
Foi mesmo o ponto mais negativo que testemunhei, apesar de não ter almoçado nem tomado o pequeno-almoço da prova, porque fui prevenido de casa. De resto o percurso estava excepcionalmente marcado e durante todo o tempo houve uma equipa que foi refazendo as marcações. Esteve a GNR durante as 24 horas a cortar o trânsito nas zonas mais perigosas e apenas no período nocturno o controlo dos atletas no percurso abrandou permitindo algumas irregularidades. Eu próprio fui testemunha de um caso estranho. Passei um atleta na subida longa que depois me apareceu novamente à frente sem o ter visto passar por mim, mas provavelmente era eu que já ia a dormir e não o vi passar... Por acaso, no cimo da subida, se em vez de virar à direita se virasse para a esquerda evitavam-se umas centenas de metros e apanhava-se o percurso mais à frente.
Começo a achar que isto já não é defeito, é feitio e já nem me chateio muito.

Entretanto, quando saí de lá estava em 32º lugar com 18 voltas e pelas minhas contas tinha feito 19. Quando vejo as classificações dois dias depois estou em 31º com 20 voltas. Das duas uma ou enganei-me nas contas ou enganou-se a organização. De qualquer modo, mais volta menos volta ficaria pelo trigésimo e pouco, ou seja, a meio da tabela, que era um dos meus objectivos. Ainda vou tentar confirmar com os meus registos quantas voltas fiz, mas o Polar deixou de registar km a partir de metade (que raio de altura para acabar a bateria do sensor) e apenas poderei confrontar a quantas voltas correspondem os 162 km que marcou o ciclómetro com o percurso que captei com o GPS.

Uma observação final para dizer que estas provas estão a ficar cada vez mais competitivas e já não é fácil para os pára-quedistas (como eu) fugirem ao final da classificação.
Venham as próximas, embora esteja a considerar voltar a participar em equipa.

PL

2009-03-12

Duatlo BTT de Grândola - 8 de Março de 2009


Presentes o SD e o JB.
O SD teve um contratempo mecânico que relatará depois
Fica desde já o relato feito pelo homem de Bronze:

"Pontual como um relógio suíço, lá estava a família Duarte (excepto os mais pequenos) às 7.45 à minha porta.
Paragem para tomar café e siga para Grândola.

Quando estávamos a retirar as bikes da Mazda reparámos que a roda da KTM estava a “respirar” liquido verde. Fiquei um bocado apreensivo mas não preocupado, pois sei a máquina que tenho J….A roda da frente estava um bocado vazia mas isso já sabia, e com umas bombadas lá se resolveu este “problema”. Depois e como estávamos em Grândola duas simpáticas senhoras ofereceram cravos…. Viva o 25 Abril, Viva o Dia Internacional da Mulher….

Dorsal/chip levantado, verificações técnicas OK e toca a escolher o melhor sitio para colocar a bike….Quando estávamos a sair do parque da transição alguém conheceu os jerseys JUST4FUN e perguntou se o Tó não estava também por ali, ao qual nós respondemos que tinha ido passear para outras bandas…

Em resumo a 1ª corrida era constituída por 3 voltas a um percurso com a extensão de 5670 metros, o BTT eram 19 KM e por ultimo a 2ª corrida era constituída por 1 volta de 1900 metros.

11 horas, a confusão anormal das partidas e lá se ouviu o tiro para se iniciar mais um Duatlo desta vez em terras alentejanas.

A corrida não é a minha especialidade, mas lá consegui fazer os 5670 metros em 26:45. Estava eu a ir para a minha ultima volta (1900m) estava o primeiro atleta da corrida a entrar para a zona da transição.

Na parte da transição encontrei logo a bike, pois estava perto de uma passadeira e também graças à Sandra Duarte que me orientou para o sitio certo. Na troca de sapatilhas soube que o SD já tinha arrancado para a parte de BTT a alguns minutos.

A parte do BTT foi percorrida sem problemas e fiz os 19 km em 51:58. Não conhecia o percurso e fiquei agradavelmente surpreendido e além disso estes últimos dias ajudaram a que o terreno não tivesse muitas poças de água/lama.

Logo na parte inicial havia uma subida algo inclinada mas o bom piso facilitou a ultrapassagem a alguns atletas. Depois começava a descer e ia dar a uma pequena ribeira. Na primeira volta passei bem mas na segunda fui directo à parte mais funda da mesma o que provocou um verdadeiro banho.

Depois do BTT, troca novamente de sapatilhas e siga para os últimos 1900 metros. Acabei esta ultima parte com o tempo de 8:47, sendo ultrapassado por uns quantos atletas…Ao longo destes últimos 1900 metros tentei visualizar o SD mas não o vi e pensei logo: “Este “gajo” está em forma…”. Vim mais tarde a saber que ele estava em forma, a bike é que não L

Cortei a meta com o tempo de 1:30:12 e fiquei no lugar nº140. Longe do pódio é certo mas o Bronze ninguém me tira J

No final da prova andei à procura do SD e não o encontrei, desloquei-me até ao carro e vi a sua bike lá e fiquei desconfiado…. Voltei novamente para a zona da meta onde encontrei a Sandra que explicou o que tinha sucedido ao SD. Acontece aos melhores…nas lezírias o Lino Barruncho também desistiu…

Banho tomado, material recuperado, lá fomos nós ao almoço pois já eram 13:30 da tarde….

Obrigado à família SD por me terem “adoptado” neste dia 8 de Março,

JB"

2009-03-03

Duatlo das Lezírias - 15 de Fevereiro de 2009

Os Just4Fun regressaram a esta prova com ligeiras mexidas na equipa. O povo (que é sábio) costuma dizer que em equipa que ganha não se mexe, mas como ainda não foi o caso (de ganhar, obviamente) mexemos nos "convocados" (nome politicamente correcto para designar os malucos que se metem nestas coisas).

Estiveram presentes o SD, o JB, o JMA e o PL. Os três primeiros na prova dos Iron Man ;-) e o último na prova dos paraquedistas.

Já se sabe que o JB e o JMA são parcos em palavras e baldam-se sempre aos relatos, mas o SD cobre essa falha e fez um relato à maneira, que se pode ler mais abaixo. Já o PL, que até costuma conseguir juntar umas letrinhas para animar o blogue, desta vez diz que não há relato para ninguém. Parece que a prova não lhe correu muito bem por alguma culpa própria, mas também com um grande contributo pelas falhas da organização. Sendo assim fez birra e diz que que não faz relato. Fez uma espécie de reclamação/sugestão para a Federação e nesse esforço sobre-humano gastou o stock de inspiração que tinha reservado para esta prova.
Para que conste, o JB estreou nesta prova a sua nova KTM de suspensão total, como se pode ver nas fotos.

Do JMA não há fotos, porque não levou a camisola da bicicleta sorridente e era impossível descobri-lo no meio do 348.498.231 participantes desta prova.
É bem feito, que é para aprender ;-)

Segue portanto o relato do SD:

"Duatlo das Lezírias, o meu segundo Duatlo.

Eu, que nunca vou para as Lezírias, fui logo duas vezes seguidas neste fim-de-semana! No sábado, a minha esposa queria desentorpecer as pernas e tirar as teias de aranha da sua bicicleta e como já há muito tempo que ela não andava lembrei-me de a presentear (ou não fosse dia dos namorados) com 28km nos estradões da Companhia das Lezírias. Domingo lá estaria eu novamente mas agora em ritmo competitivo.

Eu que não gostava muito de competição, tenho a impressão que estou a ficar viciado nestas provas de Duatlo. O facto de a constituição destas provas envolver 2 modalidades que pratico habitualmente, dão-me a possibilidade de não ficar muito mal classificado. O Duatlo das Lezírias foi o meu segundo e… já penso no terceiro – venha Grândola!

Creio que fiquei mal habituado. O Duatlo do Jamor elevou a fasquia da organização a muito bom nível e sendo novo nestas andanças pensei que as provas da Taça de Portugal se pautavam pelo rigor organizativo mas o que vi no sábado foi uma tentativa de boa organização com detalhes de amadorismo. Quando uma organização não respeita um horário como o da abertura do parque para verificação técnica, num ano em que o número de participantes mais do que duplicou relativamente ao ano transacto, algo vai mal. Se a isto juntarmos alterações de última hora como foi o caso da criação de um parque de transição específico para a Promoção, sem que os atletas desta prova soubessem da sua existência, colocando alguns o seu equipamento misturado com o equipamento dos atletas da Taça de Portugal, dizia eu, se a isto juntarmos o atraso típico do tuga que chega 5min. Antes do secretariado fechar, temos a chamada confusão generalizada. Foi este o sentimento de quem como eu viu de fora o início da prova de Promoção, em que o tiro de partida foi adiado inúmeras vezes, tendo sido dada a partida com mais de 30 minutos de atraso relativamente à hora prevista. Durante esta prova em que participou o nosso amigo Paulo Leitão e que tudo fez para ficar bem classificado, só não ficou porque elementos da organização tê-lo-ão confundido com atletas em aquecimento e não lhe assinalaram o retorno da segunda e última corrida, obrigando-o a percorrer mais umas centenas de metros para além do previsto. Lamentável! No fim, compreendi perfeitamente as suas palavras de desabafo, palavras essas que me recuso a escrever aqui.

A organização acabou por conseguir minimizar um bocadinho o atraso verificado, tendo conseguido pôr todos os participantes da Taça de Portugal a correr (apenas) 15 minutos depois da hora prevista. Eu que gosto de partir à frente, não com medo de ser ultrapassado mas sim para não me envolver em confusões, encontrava-me 3 metros atrás do pórtico da partida mas na verdade parti lá para o meio do pelotão. Como é que isto é possível? É possível porque os espertos que aqueciam alegremente à frente do pórtico enquanto os outros lá atrás se acotovelavam no sítio certo, tentando fazer uma espécie de aquecimento que mais não era do que um aquecimento mental, partiram à frente da linha da partida!

Senti-me forte na primeira corrida, tendo ultrapassado alguns atletas e tendo feito para meu espanto o tempo de 0:21:18, ou seja 4:26/Km, quando habitualmente tenho um passada de 5:00/km. Entrada no parque e… novamente o Sérgio à nora. Antes de o Duatlo ter iniciado, quando deixámos o equipamento no parque, preocupei-me em decorar a localização da minha bike. “Ora bem, entro por aqui, conto 5 corredores… não, melhor ainda, entro por aqui e viro no corredor com a bandeirinha SLB!”. Dito e… mal feito! Virei no corredor antes. Desorientei-me o que me causou alguma irritação. Quando saí do parque sai com vontade de “dar-lhe” no pedal. O passeio do dia anterior tinha também servido para perceber como estaria o terreno. Estradões largos, sem lama, com melhor rolar nas bermas mas também com alguns buracos aqui e ali quando menos se espera. Depressa me coloquei nos 31.5, 32Km/h. Neste momento ultrapassava mais do que aquilo que era ultrapassado. A espaços via desistências por motivos técnicos. Lino Barruncho foi um deles. 5Km percorridos e conseguia manter o mesmo ritmo. Neste momento avaliava a minha capacidade de o manter até ao fim e confesso que me sentia forte. Dois ou três quilómetros à frente, mudámos de direcção e começámos a sentir um vento que até então tinha passado despercebido. Uma nova mudança de direcção, colocava-nos agora perante uma recta com vários quilómetros em que o principal adversário era o vento. Embora este não fosse especialmente forte, era resistente o suficiente para abrandar o nosso ritmo, tendo a minha velocidade baixado para os 27km/h. Neste momento queria andar mais e não conseguia. Queria apanhar atletas que me fugiam. A espaços passavam por mim pequenos pelotões. Colava-me a eles por instantes conseguindo assim aumentar a minha velocidade e beneficiando de menor resistência mas o ritmo destes era elevado demais para mim e via-me obrigado a abandoná-los. No fim da prova de bicicleta, tinha uma distância de 20,71Km (a organização anuncia 23!) percorridos com uma média de 27,54km/h, durante 45:10 minutos. Se soubesse que todo o percurso seria feito naquele piso teria arriscado a levar uns slick’s 1,5” em vez de uns pneus 2” com piso de terra/lama.

O discernimento baixa com o cansaço. Só assim explico o facto de ter travado à entrada do parque de transição quando ainda não era ali a “Dismount Line”. Mais uns segundos no desmonta/monta para entrar depois no parque, ter virado no corredor certo mas ainda assim não ter dado de imediato com os ténis! A melhorar no futuro estas transições, sem dúvida. Saída para os últimos 2,5Km. Saída algo trôpega, pois faço melhor a transição corrida-bicicleta do que o inverso e vejo algumas caras conhecidas a terminar já a prova o que me fez pensar em apertar um pouco o andamento. Pouco depois, oiço alguém dizer: “olha o capacete!”. Pois é, esqueci-me de tirar o capacete e fiz a corrida toda com ele na cabeça. Era o único! Não é grave mas não me escapei de ouvir umas larachas da assistência e mesmo de outros atletas pelo facto de ir a fazer figura de urso! Há o lado positivo, se aparecer na televisão serei facilmente reconhecido! Durante esta corrida motivei-me em conseguir ultrapassar um elemento feminino do Clube de Sines. Por nenhum motivo em particular e ao fim e ao cabo por todos no geral! Fi-lo, a custo nos últimos 500m, altura em que as pernas ganharam asas quando as canelas cheiraram a meta.

No fim, lugar 266 da geral, com 1:16:50, a 18:57 do vencedor, de 519 atletas que concluíram as 3 provas. Não me consegui segurar na primeira metade da classificação mas a verdade é que não dava também para mais. Missão cumprida. Segue-se Grândola!
SD"