2009-05-03

Fortes de Montachique - 1 de Maio de 2009

Era uma tarefa ambiciosa: cinco Fortes (EN, AAF, JP, FF e PL) para conquistar 12 Fortes e o Posto de Sinais de Montachique.

A missão foi cumprida na generalidade, mas alguns fortes tiveram uma abordagem ligeira, marginal, ou longínqua, por diversos motivos com que nos fomos deparando.

Mas comecemos pelo princípio, que é sempre um bom local para começar.

No princípio era a subida... e que subida...
Logo para começar enfrentámos com sucesso a ascensão ao vértice geodésico de Montachique (409m), onde se situava um dos postos de sinais das Linhas.
O mais difícil estava feito e aproveitou-se para estender as vistas no horizonte, pois a atmosfera estava propícia.

Seguiu-se uma descida de calibre semelhante ao da subida e a aproximação ao Forte de Montachique (Obra Militar nº 57) que foi um dos mais significativos desta jornada.São claramente visíveis o fosso e os restos de algumas construções. Neste forte há que lamentar o facto de adeptos do TT motorizado usarem o fosso como pista de obstáculos, contribuindo activamente para a sua degradação. Lamenta-se tanto a ignorância dos praticantes como a das autoridades que não preservam estas construções. Estão dados os recados. Mas em termos de preservação havíamos de encontrar ainda maior desleixo mais para a frente.

Seguimos para o Forte das Ribas (51) pela Estrada do Forte, construída há 200 anos para serventia das Linhas e na qual ainda se conseguem vislumbrar em alguns troços os restos da calçada original. Este é um dos Fortes deste passeio onde é possível apreciar melhor a importância estratégica das fortificações, tendo em conta a sua construção sobre a escarpa e o estado de preservação, onde ainda restam alguns metros de muros de pedra.Continuámos pela Estrada do Forte agora numa descida louca a caminho do vale da Ribeira do Cocho, em direcção ao Forte do Picoto (50), do outro lado do vale e junto a uns geradores eólicos, que não pudemos visitar por estar em propriedade privada com acesso fechado. Tirámos a foto ao longe e voltamos pelo mesmo caminho, seguindo em direcção a Ribas de Cima ao longo da Ribeira de Ribas, onde aproveitámos um espaço particularmente bonito e abrigado para piquenicar. Esta pausa soube bem até porque se seguiu uma ascensão exigente física e tecnicamente até à estrada que liga Ribas de Baixo a Ribas de Cima e foi precisamente nesta última localidade que bebemos o café da ordem, antes de “quase” conquistarmos o Forte de Permouro (55) e após termos descartado o forte nº 56 que se situa dentro do Parque Municipal do Cabeço de Montachique e que tinha o acesso cortado com um portão. O Forte de Permouro apenas foi “quase” conquistado porque está engolido por matagal e só após um de nós se ter embrenhado no meio dos tojos, com as consequentes marcas nas pernas, se conseguiu aproximar de algo que identificou como a esquina SW do fosso, tendo tirado a foto da praxe.

A descida para a estrada que nos conduziria a Vale S. Gião foi feita por um single muito técnico, com muita pedra, mas muito engraçado. Após esta localidade aproximámo-nos dos Fortes da Azinheira (53) e do Capitão (52) que se situam no topo de uma urbanização muito interessante e de localização algo inesperada. Destes dois fortes apenas nos foi possível (mais uma vez) identificar pequenos troços dos fossos, dado que se encontram completamente tomados pela vegetação. Neste último, a rede à volta de uma antena de comunicações celulares dificulta ainda mais a aproximação, mas com algum esforço e contorcionismo lá estivemos à beirinha do forte.

Seguia-se o Forte dos Outeirinhos (58), mas depois de três tentativas frustradas de aproximação (dois acessos a propriedades privadas e um trilho sem saída) desistimos e seguimos para o Forte do Outeiro do Além (ou do Lobo), obra nº 59, mas o acesso a pedalar foi-nos mais uma vez impossível, pelo que contornámos a pequena elevação onde se situa o reduto e seguimos para os Fortes da Achada (60 e 61).A aproximação pelo lado Norte é muito difícil porque é feita por uma pendente muito acentuada conquistada em duas etapas, com um pequeno descanso a meio e que obrigou algum empurra-bike, pois só o JP fez tudo a pedalar. Nestes dois fortes, mais uma vez o abandono impera e só com alguma persistência se conseguiu fotografar o que resta dos fossos engolidos pelo matagal.

A caminho do final voltámos a descartar um forte (o do Moinho, obra 54) que se situa em propriedade privada e atingimos as viaturas com 25 km, 800 m de acumulado de subidas, 7 fortes visitados (ainda que alguns só muito ao leve), 2 localizados à distância e 3 completamente descartados, além obviamente da ascensão ao posto de sinais de Montachique. Num passeio que prometia muitos fortes acabou por saber a pouco, pois só nos dois primeiros se conseguiu sentir o espírito da Linhas, mas já nos vamos habituando a que nem tudo o que está identificado nas cartas pode ser visitado (ou mesmo encontrado no terreno).

Marcados a preto os fortes conquistados neste raide.

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