2006-06-13

24 H BTT da Figueira da Foz – “O Depois”

Está na hora dos comentários à nossa participação.
Neste evento há um misto de competição e convívio difícil de colocar em palavras.
Há quem vá para ganhar.
Há quem vá para competir consigo, superando os seus limites físicos e psicológicos.
Há quem vá para passar um fim-de-semana a praticar BTT e a conviver.
Há quem vá apenas para se divertir das mais diversas formas.
Há quem vá por tudo isto e por motivos que só cada um sabe.

Há também quem vá para constar na classificação em lugares que não se devem apenas aos seus méritos ciclistas, mas sim a outros de carácter bem menos desportivo, aproveitando algumas falhas no controlo da prova para atingir os seus fins. Com estes últimos já gastei palavras demais para aquilo que merecem. A organização é que se deverá preocupar com eles, de modo que meia dúzia de trapalhões espertalhaços, que são os heróis lá da rua deles, não ponham em causa a participação honesta de todos os restantes.

A todos os outros, os nossos parabéns pela participação.
Parabéns por se terem divertido.
Parabéns por terem contribuído para a festa e para o bom ambiente.
Parabéns pelos resultados que obtiveram.
Pois... Não nos podemos esquecer que na origem do evento está uma competição e as nossas três equipas portaram-se muito bem (para as nossas aspirações). Até agora não conseguimos conhecer as classificações oficiais, mas a equipa Just4Fun^2 deverá ter ficado por volta do vigésimo lugar, a Just4Fun deverá ter ficado à volta do quadragésimo e a Just4Fun^3 deverá ter ficado cerca do quinquagésimo.

As 24 H BTT são assim: ainda mal começaram e já se está a pensar na próxima participação, porque a prova já terminou.
A propósito da próxima edição haverá que melhorar em alguns aspectos, como um controlo de voltas à prova de espertalhões (para não ficar no ar o ambiente de desconfiança com que esta prova terminou), a disponibilização de balneários adequados à dimensão do número de participantes (no primeiro dia só havia uns balneários com água fria e apenas uma sanita) e garantir que o jantar chega mesmo para todos (não faz sentido deixar acabar o esparguete numa “Pasta Party”).

Para terminar (por agora) apenas de referir que as nossas previsões de tempo por volta foram pulverizadas, destruindo todas as planificações que tínhamos preparado. Apesar de não ser consensual, houve quem achasse que o percurso era mais duro que o do ano passado. A verdade é que todos os Just4Funers que também participaram em 2005 fizeram melhores tempos agora que no ano passado. Ou estávamos enganados quanto à dureza do trajecto, ou todos melhorámos de 2005 para 2006, o que na generalidade parece ser o que aconteceu (pelo menos queremos acreditar nisso).

PL

1 comentário:

Anónimo disse...

Quis propositadamente guardar algum distanciamento do evento para ter mais frieza nos meus comentários detalhados à prova deste ano.

É a terceira vez que o nosso grupo participa na prova. As nossas expectativas em termos classificativos são sempre muito baixas, mas o formato da prova e o ambiente são espectaculares. Na verdade, apesar de já andarmos juntos há algum tempo, foi a nossa participação de 2004 que originou a escolha do nome do grupo, como está referido no "Quem Somos" do nosso site. Também por isso as 24 H têm sido para nós "O" evento de BTT todos os anos. Em 2003 não participei, mas dei um saltinho para ver a prova, tendo estado algum tempo na zona da meta. Foi essa deslocação que me motivou para tentar convencer mais três elementos para participar no ano seguinte. Posso portanto dizer, que acompanhei todas as edições da prova e penso regressar ano após ano. É por isso e no sentido de melhorar os detalhes que devem ser lidas estas opiniões, dado que o formato da prova me parece estabilizado (e bem).

Imagino o trabalho que dá organizar a prova e coordenar toda a gente envolvida, mas parece-me que os ecos dos participantes são importantes para melhorar, dado que é quase impossível acompanhar todos os detalhes.

No geral gostei do local escolhido.
A zona de partida não podia ser melhor.
As instalações para o acampamento, apesar de poucas sombras, eram mais do que suficientes e tendo em conta as vantagens e desvantagens eram mais adequadas que nos dois anos anteriores. A proximidade dos balneários e do refeitório foram uma melhoria significativa. Quanto aos balneários gostaria de referir que os disponíveis na noite de sexta-feira eram manifestamente insuficientes, porque só tinha uma instalação sanitária e os duches apenas água fria. Neste aspecto a abertura dos balneários do pavilhão no Sábado revelou-se adequada, embora provavelmente nem todos os participantes tivessem essa informação e os balneários femininos apenas estivessem abertos no Domingo.
Quanto ao jantar, pude comprovar por experiência própria que o comer não chegou. Tive que reclamar muito para me darem mais massa, porque puseram-me um bocadinho e espalharam no fundo do prato para enganar. Quanto à carne era impossível pedir mais, porque ainda tive sorte de apanhar o bocadinho que me deram. O jantar tem que chegar para quem vai quase no final, como aconteceu comigo devido aos horários das voltas. Afinal é só mais uns pacotes de massa. Este ano nem pude comprovar se era Pasta Party, porque já só havia esparguete e nem apanhei sumos. Havia pouca "pasta" e nenhuma "party". Este é um ponto a rever com muita atenção. Foi pior que nos anos anteriores.
Já para o pequeno-almoço tive a sorte do meu horário me permitir ir à abertura e ainda apanhei pão quente (um must).
Quanto ao percurso, já tive a oportunidade de referir neste blog que acho mal que numa prova de 24 H se opte por passagens muito exigentes física e tecnicamente. Para a primeira metade do pelotão podem nem ter dificuldade, mas para os restantes (onde me incluo) é desmotivante ter que desmontar em todas as voltas, o que não me aconteceu no ano anterior. Ora uma prova destas não se faz apenas com a primeira metade do pelotão, porque senão só participavam metade das pessoas. Mas se sou eu o único a achar isto nitidamente sou eu que estou enganado.
Não gostei do primeiro terço do percurso (até se atravessar a EN e entrar no single track no meio do arvoredo). Gostei muito do percurso a partir daí. Tudo pesado, no geral gostei mais do tipo de percurso do ano anterior.
Quanto à prova, o controlo dos participantes deve ser revisto para não pairarem as suspeitas que ficaram no final.
Houve um elemento das nossas equipas que viu participantes a trocarem de equipamento no meio do percurso, mas não ligámos muito a isso na altura e se calhar até nem era aldrabice.
De facto o controlo na linha de meta foi um bocado caótico durante o dia e inexistente durante a noite. Era demasiado fácil aldrabar e mesmo que ninguém se tivesse aproveitado da situação o clima que se gera não é salutar.
Também tenho a sensação que os controlos a meio do percurso não eram muito eficazes (especialmente durante a noite). Olhando para o mapa do percurso havia uma zona onde se podia atalhar, evitando os quilómetros a norte da estrada, onde sistematicamente não estava ninguém. Havia o controlo da estrada uns duzentos metros acima, mas duvido que conseguissem ver alguma coisa a tal distância e especialmente durante a noite.
No primeiro ano havia apenas um chip por equipa. A troca era mais demorada, mas era impossível um elemento arrancar antes do anterior ter chegado. A manter-se um chip por bicicleta deveria haver mais alguma coisa que fosse claramente visível, mesmo à noite (material reflector) que funcionasse como testemunho. Cada elemento da equipa só poderia entrar para o percurso depois de mostrar esse testemunho a um controlador. Na zona de meta e em pontos-chave do percurso devia haver controlos onde esse testemunho teria que ser mostrado. Fica a ideia.
Em alternativa, voltar a ter apenas um chip por equipa, que não estaria preso na bicicleta, mas seria transportado num suporte qualquer que podia estar na bicicleta ou no ciclista (tipo bolsa de telemóvel).
O controlo feito pela polícia foi muito bom. Isto foi outro "must" da prova.
Um aspecto negativo foi a falta de controlo de entrada no single à frente da escola. Sistematicamente se encontravam pessoas a pé o que se tornava perigoso para eles e para nós. Havia um outro acesso 50 metros acima que nós usámos, mas que não estava sinalizado.
Ficam aqui as sugestões para vossa análise. Dá-me a ideia que a prova está a crescer muito em termos competitivos. Temos a sensação que andámos mais que no ano anterior e descemos quinze lugares na classificação. O número de paraquedistas (como nós) deve estar a diminuir e o número de equipas competitivas a aumentar. A organização tem que acompanhar este desenvolvimento para não comprometer a prova.
Quanto à segurança, após um acidente com outro participante telefonei primeiro para o Director de Segurança que não atendeu o telefone. Liguei depois para a Directora da Prova, que atendeu e resolveu a questão rapidamente. Fica no entanto a nota que não faz sentido disponibilizar um número de alguém que não atende o telefone, ainda para mais, quando é o do responsável pela segurança.

Apesar de todas estas críticas, dou os parabéns à organização por terem levado o barco para a frente, contra todas as dificuldades.

PL