2009-12-14
Tróia-Sagres - 12 de Dezembro de 2009
Relato do TA:
"Pois é,
Já andava a ameaçar fazer esta prova há um ano ou dois (e não antes por puro desconhecimento da mesma) e desta foi mesmo. E com companhia de luxo: o clã Cravo quase completo, Pedro, Jorge e Henrique para além dum outro colega de pedal, o Rui Pinto que antes de ir a Sagres agarrou na bicicleta por duas vezes (e uma delas para passear na Expo!)
Encontrámo-nos com o Pedro e o Jorge um pouco depois do barco, junto a um condomínio onde eu, o Henrique e o Rui tínhamos dormido, ou melhor, eles tinham dormido. Eu fiquei a maldizer a minha sorte por não ter adormecido antes do ressonanço ter começado! À hora que o SD se levantou já eu devia estar prestes a agarrar numa almofada para acabar com aquele martírio. Devo ter adormecido pelas 5h com o despertador a tocar 1h depois. Nada como um sono retemperador antes de um esforço exigente.
Em relação à prova propriamente dita começámos às 7:45h a pedalar, primeiro devagarinho mas logo encontrámos um grupo a rolar a 35km/h que nos levou à Comporta onde eu e o Rui enchemos os pneus 1.25 (alvo de chacota juntamente com os do Henrique com 1.4 pelo Jorge e Pedro com os seus 1.0). Nesta altura o Rui já se estava a atrasar pelo que não estranhámos quando depois de fazermos mais 4/5km ele ter desaparecido do mapa.
Inicialmente tinha delineado 4 troços com paragens a cada 50km e foi mais ou menos isso que fizemos pelo que não parámos nos locais habituais da prova (Sines e Rogil).
Ainda antes da primeira paragem voltámos a rolar a velocidades bem interessantes principalmente quando fomos na cauda de um TGV que levou o velocímetro a uma velocidade entre os 45 e os 65km/h! Ao fim de um bocado comecei a ficar para trás até pq iria sofrer aquele ‘atrevimento’ no final.
Pouco depois da Aldeia de Brescos fizemos a primeira paragem: troca de garrafa Powerade (consegui consumir uma por troço), bolo rainha (que foi quase todo consumido pelo Vasco, condutor cada vez mais habitual do nosso carro de apoio, uma sandes de salsicha, uma frutinha, estica um pouco a perna e, após já estar gelado, o Rui ter chegado e também ele reabastecido, siga. O nosso pecado foram mesmo as paragens: em três paragens conseguimos consumir 1h34m.
Após a nossa paragem conseguimos incorporar-nos num grupo de estradistas que nos colocou novamente a rolar nos 32km/h que não nos levou mais longe porque à entrada de Sines um toque de rodas provocou uma queda mesmo à nossa frente. Nessa altura já o Rui ficava de novo para trás. Continuámos com uma parte desse pelotão mas que também estariam a aproveitar a velocidade do conjunto porque rolavam bem mais devagar pelo que, depois de descansar um naquela velocidade, aumentámos a cadência e seguimos. Rapidamente fomos absorvidos por outro grupo a rolar nos 30-35km/h desta vez conhecidos dos irmãos Cravo pelo que se aproveitou para usar mais alguns músculos: os da língua. Antes de chegarmos a Milfontes já tínhamos deixado também esse grupo para trás e parámos logo depois da ponte para mais meia hora de “abastecimento-estica-a-perna-e-tira-mais-uma-foto”. Távamos todos 5 estrelas à excepção de algum desconforto da zona traseira. A partir daqui é que começava a doer.
Pela frente tínhamos agora 4 subidas, dizia-nos o gráfico altimétrico. A primeira dos 119 até aos 130 (subida a S. Teotónio), depois dos 140 aos 145 (Odeceixe). Faltava ainda Aljezur e Carrapateira. Devo dizer que assusta mais do que exigem, excepto Odeceixe, o único sítio em que fui na roda-da-avózinha. São subidas compridas é certo mas também não são agressivas: sobe-se 150, 200 metros no máximo. Claro que a perna não tem descanso e vai sempre em tensão e ao fim de 120 km pode causar problemas musculares. A mim causou-me foi dores nos ligamentos junto ao joelho. Se calhar ainda não atinei com a altura do banco.
As subidas fizeram-se a um ritmo também elevado pois voltámos a encontrar um grupo rolante (não tanto como os outros mas não se pode pedir tudo). O erro deles foi dizer-nos que se puxava à vez… é que fomos para a frente e desmembrámos o pelotão todo. Mais tarde voltámos a encontrar o grupo de amigos dos Cravo que só largámos na subida de Odeceixe. Aí era cada um por si. O Pedro desapareceu lá para a frente, acompanhado pelo Jorge mas só por alguns metros. Eu ia com o Henrique a puxar à vez na subida. No final dessa subida tínhamos direito a brinde: uma mini a acompanhar o bolo que ainda sobejava e mais uma peça de fruta. Alguns elementos já acalmavam as dores com Picalm (nem vou dizer onde o aplicaram!). Combinou-se com o carro de apoio que estivesse à coca na subida seguinte, aos 168km (Aljezur), não fosse o diabo tecê-las.
Enquanto por ali estávamos (os 40 minutos de paragem deu para muito) encontrámos um elemento que seguia numa bicicleta citadina vestido a rigor: por cima do Jersey vestia camisa e gravata. Este personagem acompanhava um outro que seguia numa trike bike o que originou novo desenferrujar da língua e mais uma foto. Arrancámos com eles mas aquela velocidade não ajudava nada (22km/h) pelo que após o reaquecimento arrancámos os 4. Para a subida a Aljezur íamos já integrados num grupo que tive alguma dificuldade em acompanhar mas na descida apenas em posição aerodinâmica atingimos novamente velocidades na casa dos 60km/h (um velhote na sua Famel ia-me ultrapassar nessa descida, foi só preciso baixar o corpo para lhe ganhar vantagem e sem ter de pedalar). Claro que assim que o Pedro nos ultrapassou desatámos a pedalar que nem uns animais por ali abaixo até… à subida seguinte. Claro que nem parámos lá em cima…
A última subida foi a altura em que mais tempo pedalámos sem um grupo. Apenas um par aqui e outro ali dos quais aproveitávamos a boleia para descansar um cadinho. Lá foi sendo feita a começar a sentir o frio (porque entretanto já não conseguia usar o casaco e ia de manga curta), de novo o Pedro a descolar com o Jorge no seu encalço e eu e o Henrique mais para trás. Foi aí que achei que grandes quantidades de Dextrose e Powerade devem provocar um efeito similar ao da cocaína: não sentia absolutamente dor nenhuma no corpo e aos poucos fui buscar o Jorge e depois o Pedro (mas acho que aqui ele ia tranquilamente a passear e a fazer os seus filmes). Um pouco mais à frente reagrupámos e já o Pedro dizia para seguirmos para Lagos depois de Sagres… apesar de ir com pica no pedal não estava com grande vontade de fazer esse extra até porque já começava a ter fome de coisas mais decentes para além de barras energéticas, gel e toda a panóplia de produtos. A última parte do percurso, já depois de Vila do Bispo foi a parte que mais me custou, é uma recta um pouco inclinada que parece que nunca mais acaba… Parámos finalmente em frente à casa azul onde serviam sopa, bifana e 4sagres (ou águas) por 5 EUR. Desapareceu tudo num instante (mas só depois de esticar as pernas durante meia hora porque os músculos pareciam que iam explodir). A nossa chegada deu-se às 16:50h, 9h05m de tempo total. Passado um pouco o PL chegou para fazer as honras no painel aí exposto e após quase uma hora da nossa chegada o Rui terminou o percurso. Devo dizer que foi com quem mais espantado fiquei! Parece que afinal é só querer (e crer).
Dados:
Hora de partida: 7:45h
Hora de Chegada: 16:50h
Tempo a rolar: 7:26:28
Tempo parado: (com a vergonha nem faço as contas!)
Distância:200.43km
Média: 26,93km/h
Velocidade Max: 65,72km/h
Calorias: cerca de 4800cal: para limpar a dextrose (uns 12 comprimidos), powerade (4 x 500ml), o bolo rainha e a jola entre outras coisas mais saudáveis.
TA"
Relato do SD:
"Tróia-Sagres na visão… da minha pessoa
Eram 4:30 quando o despertador tocou. Acordar cedo, bem cedo para pedalar, depois de uma noite rápida e pouco sossegada. A ansiedade tem destas coisas mesmo quando se trata da nossa 4ª Travessia, mas esta ía ser um pouco diferente. Sair a pedalar de casa tem outro sabor, mesmo utilizando o comboio para alcançar Setúbal.
Como previsto, a primeira pedalada do dia foi às 5:30 da manhã. Estavam 11ºC de temperatura. Bem agasalhado, iniciei a primeira etapa do dia. Tinha encontro marcado à porta da casa do Paulo Leitão. Foram 9.5Km, cumpridos em 27min e quase sem avistar ninguém. Pontual, o Paulo Leitão aguardava já a minha chegada e às 5:57 dirigimo-nos para a estação de comboios de Campolide, onde chegámos às 6:35, 9.15Km depois.
Enquanto aguardávamos pelo comboio, recebi um SMS do João Bronze dizendo que viajava já na primeira carruagem. Conforme previsto, o comboio chegou às 6:50 a Campolide e deixou-nos em Setúbal às 7:40. Com 8ºC de temperatura, percorremos os 1,71Km que nos separavam do cais marítimo. Sem fila, comprámos o bilhete “velocípede sem motor” para a travessia do Sado. Bilhete esse que nos custou a cada um 4,50€. Caríssimo na minha opinião! Entrámos de imediato no barco, escolhendo um recanto para encostar as bicicletas e pouco depois o barco partia. Junto a nós estavam 2 heróis que saíram a pedalar às 4:30 de Loures e contavam já com 60Km nas pernas. O dia amanhecera e a temperatura algo baixa fazia-se sentir. Desejava chegar rapidamente a terra para aquecer em cima da bicicleta, coisa que aconteceu 38min depois. Pelas 8:20, dávamos assim início ao nosso Tróia-Sagres, edição 2009. Para a minha conta pessoal, tinha já percorrido 20.5Km.
Partimos mais tarde do que o habitual mas ainda assim não fomos os últimos a fazê-lo. Tal como as previsões faziam crer, estava um óptimo dia para a prática da modalidade. O pouco vento que se fazia sentir deixava de ter significado quando pensava na tempestuosa edição do ano anterior. Em ritmo moderado, pedalámos rumo a Sul, alcançando o primeiro pelotão. Com um ritmo semelhante ao nosso, seguímos na sua roda, poupando assim energias.
O carro de apoio estava previsto aparecer a partir das 10 horas. Mais uma vez, o amigo Francisco Gomes disponibilizou-se para nos acompanhar e que jeito dá poder contar com amigos assim. Além de todo o apoio, transportava uma carga preciosa, algo pelo qual ansiávamos àquela hora da manhã – café. Ao longo destes anos, a Aldeia de Brescos tem sido a nossa primeira paragem e foi em plena recta, a escassos metros da Aldeia, que o carro de apoio nos ultrapassa. Nem combinado teria sido tão certinho. Até esta paragem, pouco há para contar, apenas o facto de ter perdido contacto com os outros dois elementos quando me entusiasmei e me deixei levar num grupo com um ritmo mais vivo. Café quentinho com uma fatia de bolo e estava pronto para outra estirada. São momentos como estes que marcam este dia…
Primeira paragem: Aldeia de Brescos, 48.6Km após Tróia. Duração: 12min
Depois desta primeira paragem, seguimos sozinhos até Sines. A espaços, éramos ultrapassados e ultrapassávamos também alguns elementos individuais. Às 10:54, parei por 4min para trocar as pilhas ao GPS, logo após a rotunda de Sines. O Paulo Leitão e o João Bronze seguiram. Não muito tempo depois de ter arrancado, avisto o Paulo Leitão parado junto ao carro de apoio. Páro para perceber se há algum problema e arranco de imediato ao ver que se estava apenas a abastecer. Sigo no encalço do João Bronze e tentei recuperar terreno para o alcançar. Apanhei grupos pelo caminho que fui ultrapassando, um deles numeroso – o grupo de Fernão-Ferro com o seu equipamento azul e laranja. Acabo por me colar a elementos mais rápidos que montavam bicicletas de estrada e segui nas suas rodas. Instantes depois, nas Brunheiras, onde se vira numa rotunda à direita em direcção a Vila Nova de Mil Fontes, oiço chamar insistentemente pelo meu nome. Quem seria? Claro… o amigo João Bronze andava na feira metido na tasquinha dos bolos e vinha de lá de boca ainda cheia. Seguimos de imediato e pouco depois da ponte sobre o rio Mira, em plena subida após Vila Nova de Milfontes, tive o primeiro sintoma de cãibra na perna direita. Já há muito tempo que não andava com este tipo de espasmos musculares e este ameaçava apanhar-me toda a parte interior da coxa direita. Abrandei o ritmo na subida, esforcei mais a perna esquerda e parei no cimo aproveitando também para trocar o bidom e comer um pouco de magnésio sob a forma de banana. Arranquei ainda antes do João Bronze que terminava uma tangerina.
Segunda paragem: Após a rotunda de Sines para trocar as pilhas ao GPS. Duração: 4min
Terceira paragem: A seguir a Vila Nova de Milfontes. Duração 5min
A curta paragem fez-me bem pois voltei a pedalar sem condicionalismos. Pela frente, tinha agora um conjunto de rectas que percorri a espaços com companhia. Comecei a sentir alguma fome e pensei na paragem do ano passado, na Fataca. Após virar para o Cabo Sardão, às 12:56, encontro o fotógrafo de serviço, pronto a fazer novo disparo à minha passagem. Peço-lhe para que pare à frente. Fui o primeiro a chegar à povoação da Fataça, com um café à beira da estrada e já famoso pelas chamadas realizadas por telemóvel dentro de uma cabine telefónica debaixo de um temporal. Era altura de comer qualquer coisa mas mais do que comer, eu queria era refrescar-me com uma Coca-Cola fresquinha que trazia na geleira. Pedalara a pensar nela. Estive parado na Fataca das 13:05 até às 13:20. Antes de arrancar, eu e o Francisco tentámos perceber onde se teria metido o João e concluímos que ele deveria ter passado enquanto eu me distraía com a bicicleta e aguardava a chegada do carro de apoio.
Quarta paragem: Fataça. Duração: 15min
Às 13:40, já perto da Povoação Estibeira, liga-me o João Bronze e diz-me que está perdido. Tinha-se enganado com mais uns quantos companheiros e seguido assim em direcção a Odemira, em vez de ter virado para o Cabo Sardão. Telefonei ao Francisco que consultou o mapa e confirmámos o que o João dizia, ou seja, que a estrada onde seguia ía entroncar mais à frente na nossa.
Quinta paragem: Junto da Povoação Estibeira para orientar o João Bronze, por telefone. Duração: 8min
13 Minutos volvidos e poucas pedaladas depois, encontro o Paulo Leitão descontraidamente sentado a dar ao dente. Páro por breves instantes para dizer olá e perguntar se está tudo bem, ao mesmo tempo que lhe transmito o sucedido com a terceira carinha sorridente. Sigo viagem e viro para S.Teotónio.
Tento recuperar algum atraso fruto destas paragens imprevistas. No cimo de uma subida, avisto o João Bronze na “curva da carroça”, a dar à língua com o Francisco. Esperava por mim e arrancou à minha passagem. Rolámos juntos uns bons quilómetros. Nas descidas, enquanto eu aproveitava para descansar um pouco as pernas, o João ‘dáva-lhe’ e fugia-me. Pouco depois, entrávamos em Aljezur e ao recordar o traçado da estrada, recordo também as subidas à saída daquela vila, aquelas que ficam esquecidas e que ninguém comenta quando fala desta travessia. No cimo destas subidas há um café e comentei com o João como seria bom o Francisco estar lá à nossa espera pois eu precisava de água. Continuámos a rolar juntos mas nas subidas o meu andamento mais vivo afastava-nos um pouco. O certo é que passámos o café e nada de carro de apoio. Não me preocupei pois o Francisco deveria estar perto, o que se veio a verificar momentos depois. Nova paragem para troca de bidom e… não resisti à segunda e última lata de Coca-Cola que tinha levado. Parámos às 15:25 e arrancámos 10min depois.
Sexta paragem: Após viragem na primeira placa que assinala a direcção para a vila de Sagres. Duração: 10min
Continuámos a rolar juntos até que o João se afastou um pouco. Nesse momento, fui alcançado por um jovem que me perguntou quantos quilómetros faltavam para Sagres. Seguiu comigo e fomos a conversar sobre Triatlo pois tal como eu, também ele participa em provas desta federação. Alcançámos o João Bronze instantes antes da última subida do dia, a subida da Carrapateira. Seguimos a pedalar os três mas por pouco tempo pois a conversa estava animada e a bom ritmo a Carrapateira rapidamente ficou para trás. A meio da subida, lembrei-me do João e olhando para trás já não o vi. Preferi continuar naquele ritmo e aguardar por ele lá no cimo. Enquanto trocava as pilhas à câmara de filmar, o João inserido num grupo, passou por mim. Acabei a operação e fui no seu encalço mas já só o voltei a encontrar quando faltavam meia dúzia de quilómetros para Sagres.
Sétima paragem: Serra da Carrapateira para trocar as pilhas da câmara. Duração: 5min
Entrei em Sagres com o João e ainda de dia. Cerca das 17:15, chegávamos por fim à nossa meta simbólica dos últimos anos nesta paragem, o posto de Turismo. Ainda antes de mudar de roupa, arrumei a bicicleta no carro. Este ano não fiz strip nas traseiras do Turismo, até porque este ano ainda havia gente a trabalhar lá dentro. Após mudar de roupa atrás de uns arbustos, quando chego ao carro sou presenteado com mais uma Coca-Cola fresquinha – recuerdo de João Bronze. Já lá íam 99Cl deste gás negro. Pouco depois, passa o amigo Paulo Leitão que nem parou junto de nós. Mais tarde, vim a saber que este ano a organização tinha preparado uma chegada especial, comemorativa da 20ª Travessia, havendo um quadro de honra onde os heróis do dia podiam inscrever o seu nome. Já à paisana e com a bicicleta arrumada, nem eu nem o João Bronze arredámos pé. Afinal, a meta desta prova para os Just4Fun tem sido ao longo dos anos, o posto de Turismo…
Sagres está mais perto. O novo cais de Tróia (desde 2008), dista 4,43Km relativamente ao antigo, o que faz com que a distância a cumprir até Sagres não ultrapasse actualmente os 200Km. De qualquer das formas, atingi alguns marcos importantes a nível pessoal, durante esta travessia. Os 10 000Km da Specialized foram alcançados pouco antes de Aljezur e a maior distância percorrida num só dia situa-se agora nos 216,10Km.
Obrigado malta! Até 2010…
Os números da minha 4ª Travessia… e meia
Trip Distance: 216,10Km
Trip Time: 8:56:03
Avgerage Speed: 24,18
Max. Speed: 59,81
Total Odom.: 10.061Km
Tempo Total de Paragens, após Tróia: 59min
Tempo total a pedalar, após Tróia: 7:55
Travessia do Sado: 4,50€
Comboio Fertagus Campolide-Setúbal: 4,05€
Hora de saída de casa: 5:30
Hora de encontro com Paulo Leitão: 5:57
Hora de chegada à estação de comboios em Campolide: 6:35
Hora de chegada à estação de comboios em Setúbal: 7:43
Hora de chegada ao Ferry, Setúbal: 7:52
Hora de chegada ao Ferry, Tróia: 8:20
Travessias já realizadas
2004 - Ok
2005 - Ok
2006 - Desistência em Sines
2007 – Operação ao ombro
2008 - Ok
2009 - Ok"
Relato do JB:
"Até foi um bom treino para o Tróia - Sagres :)))))))
A preparação este ano tinha ficado longe do ideal, mas lá me fiz ao caminho com os dois magníficos PL e SD.
A etapa do Tróia - Sagres 2009 começou bem cedo. 6h42 lá arrancava o comboio da estação de Roma-Areeiro em direcção a Setúbal, com paragem em Campolide para entrar o PL, o SD e as suas respectivas meninas.
Chegados a Setúbal sentimos logo um frio que nos fez pedalar o mais rapidamente possível até ao barco que nos levava até Tróia. Mal o barco atracou no cais, lá saímos nós a pedalar em direcção a Sagres...
Nos primeiros kms da etapa encontrámos um grupo que ia a pedalar bem e aproveitámos o ritmo deles. Fiquei sempre na parte final do "pelotão" e tentei acompanhar o ritmo, mas mal aparecia uma pequena subida notava-se a falta de treino.
Grupo aqui, grupo ali, lá nos mantivemos todos até à primeira paragem onde o amigo Francisco estava à nossa espera. Uns minutos para comer e beber qualquer coisa e siga para Sagres.
Depois desta pequena paragem, e como o percurso era a rolar, segui a roda do SD. Notei que à medida que os kms iam passando o corpo parecia estar a reagir bem, mas as subidas davam luta...
Entretanto o PL tinha ficado mais para trás, o SD fez uma paragem e eu lá continuei até encontrar um grupo de 3 ciclistas da Margem Sul (Pinhal Novo e Moita) que iam ao meu ritmo e assim sendo fui com eles a pedalar e a conversar. Separei-me desse grupo quando vi uma feira... Eles continuaram mas eu parei... Não bebi nada, juro!!!! Aproveitei para comprar 3 bolos de noz, que estavam deliciosos e eis que passa o SD e lá começo eu a gritar pelo seu nome. A partir daí seguimos juntos e depois de Vila Nova de Milfontes, o amigo Francisco estava à nossa espera para mais uma paragem...
Nesta paragem o SD arrancou primeiro e passado um ou outro minuto saio eu. Nunca mais vi o SD até 28 kms de Aljezur, isto porque me enganei no caminho. Em vez de virar para o cabo Sardão segui em frente com mais 2 ciclistas. Começámos a achar estranho não vermos ninguém, mas pensámos que poderia ser normal, ou talvez não... Eles tinham um carro de apoio no final da subida (aquilo além de uma boa descida, tinha uma subida) e foi aí que reparámos que estávamos enganados, mas como aquela estrada nos levava a Aljezur eu segui por ela enquanto eles ficaram a comer. Aí andei uns bons kms a pedalar sozinho até que decidi telefonar ao SD a perguntar onde é que ele andava, pois eu estava "meio" perdido do resto do pelotão. Passados alguns kms lá encontrei os ciclistas que vinham pela estrada do lado do cabo Sardão e mais à frente encontrei o nosso amigo Francisco, onde aproveitei para esperar pelo SD.
A partir daqui seguimos juntos, excepto nas subidas de Odeceixe e da Carrapateira onde o SD descolava. Nas subidas tentava impor o meu ritmo e ia fazendo alguns amigos...
Depois da subida da Carrapateira, já cheirava a mar, a Sagres e a cabeça/corpo só pensava numa cerveja fresquinha... Como era sempre a rolar passei pelo SD estava ele parado na berma a fazer qualquer coisa, mas como eu ia tão concentrado nem esperei por ele, pois Vila do Bispo era já ali...
Depois de Vila do Bispo e na recta que nos leva até Sagres ia olhando para trás a ver se via o SD e eis que começo a ver umas mangas que não me eram estranhas e então esperei pelo SD e lá chegámos a Sagres com um sorriso de orelha a orelha.
Estávamos nós já à civil quando chega o PL. Eu bem acenei com uma mini, mas o PL fez mais uns metros para ir assinar a "papelada" do Tróia Sagres. Estava a ver que eu e o FG tínhamos de dividir aquela mini, pois o Xôr Presidente nunca mais aparecia.
Obrigado ao SD e ao PL pela companhia e uma palavra especial ao FG que mais uma vez nos acompanhou nesta etapa.
TA, apesar de não nos termos cruzado durante o percurso, sei que acabaste a etapa e por isso os meus parabéns. Para o ano tens de cortar a meta ao pé do posto de Turismo e beber uma mini connosco (o SD bebe uma Coca-Cola).
Mais uma etapa para o CV e para o ano lá estarei novamente mas desta vez com mais treino...
JB"
Rescaldo do PL:
"Lá chegámos os quatro (SD, JB, TA e PL) a Sagres, sendo que para mim os bocados mais fáceis foram entre a estação de Campolide e a estação de Setúbal e entre o cais de Setúbal e o cais de Tróia. Pelo meio também houve outros troços fáceis, como a deslocação da estação de Setúbal para o cais e todas as descidas ;-). Houve, no entanto, alguns troços que me custaram muito e nos locais onde já é costume (principalmente entre Sines e Aljezur).
O dia esteve quase perfeito, com uma temperatura amena, sem a mínima ameaça de chuva e mesmo com algum Sol para nos alegrar a viagem. Apenas o vento de SE nos atrapalhava a progressão, principalmente para quem seguia só, como me aconteceu a partir de Sines.
Fica para a posteridade mais uma chegada a Sagres (a quinta consecutiva), sendo esta emblemática porque se cumpria a vigésima edição da clássica.
Fica o registo de 9:18 desde Tróia a Sagres, com 43 minutos de paragens, o que dá um tempo “oficial” de 8:35, um dos piores que fiz nas minhas cinco participações. O SD e o JB já lá estavam há uns minutos quando cheguei a Sagres ainda com as últimas réstias de luz do dia, mas já sem o Sol no horizonte, para o que muito contribuiu o elevado tempo no percurso, mas essencialmente a partida de Tróia às 8:22, que foi condicionada pela saída do primeiro comboio de Lisboa às 6:42, o que apenas nos permitiu apanhar o ferry das 8:00. Este ia com menos de metade da lotação, manifestamente pouco para o que seria expectável, mas parece que este ano o pessoal decidiu sair todo muito cedo. Aos 200 km que registei no percurso principal há que somar cerca de 11km da deslocação desde casa até à estação de Campolide e entre a estação e o cais de Setúbal.
Fica também para a posteridade a assinatura no painel que estava junto à chegada, onde fiz questão de inscrever, além do meu, o nome Just4Fun. Foi uma ideia simpática ter uma chegada bem identificada e com animação, música, comes e bebes e o já referido painel para assinaturas. Foi também a oportunidade de acenar ao António Malvar e cumprimentar o clã Cravo e o TA, que foi com eles, e apenas encontrei no final.
Fica também uma lição: não devemos menosprezar o Tróia-Sagres. Depois do massacre do ano passado, achava que este ano eram favas contadas e não encarei o desafio com o realismo devido. Os 5000 km de pedalada num ano, que atingi pela primeira vez em 2009, e que foram comemorados com um simples sorriso um pouco antes de S.Teotónio, também poderão ter contribuído para um sobreavaliar da minha forma, o que talvez tenha influenciado o elevado ritmo inicial. Vim a pagar mais tarde este excesso, com ameaças de cãibras entre Vila Nova de Milfontes e Sagres, sempre que tentava forçar um pouco mais. Lição aprendida.
Além dos ciclistas, o FG voltou a fazer o percurso no carro de apoio e reportagem e eu sei que isso não é uma tarefa nada fácil, embora imprescindível e que agradeço.
PL"
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