"Como previsto, juntei-me aos já 2 habituais companheiros destas andanças e partimos para a Travessia Natalícia Just4Fun 2012.
J
Estava planeado irmos de comboio
até à Azambuja e como todo o bom planeamento… correu conforme o
esperado. Às 7:43 de sábado, eu e o Pedro Roque (Velocipédia)
embarcávamos em Sete Rios, depois de termos vindo a pedalar
cada um de sua casa. Duas estações depois, Roma-Areeeiro, era a vez do
amigo João Bronze se juntar a nós.
Uma hora depois, chegámos à estação da Azambuja onde demos início ao traçado que nos levaria nesse dia até Torres Vedras.
Sob uma temperatura amena e com
ausência de chuva, apesar do tempo algo cinzento, rapidamente
abandonámos o asfalto para… experimentar a lama da lezíria da Azambuja.
Para quem se lembra do caminho do peregrino que nos
levou já a Fátima, lembra-se de uns estradões de bom piso. Pois bem,
estes estavam agora transformados em vastos lamaçais. Rapidamente
passámos de imaculados com as nossas bicicletas e alforges para,
digamos, todos cagados!
Felizmente, o terreno mais
enlameado encontrava-se no início do percurso, o que não deixou de
causar alguma apreensão pois não sabíamos o que iriamos ainda encontrar.
Instantes depois, fazíamos uma habitual paragem junto
a um café, onde além de comer, se tirou também alguma lama de cima dos
desviadores e se efetuou o primeiro post no facebook…
A partir daqui, o terreno foi
melhorando e a travessia decorreu com toda a normalidade. Voltámos a
parar em Aveiras de Cima, onde além de umas fotos carregadas para o
ciberespaço, utilizámos também a hotelaria local para
forrar os nossos estômagos.
Pela frente, teríamos a Serra de
Montejunto como maior dificuldade do dia e rapidamente chegámos até ela.
Com vontade e algum esforço, chegámos perto dos 500m de altitude onde
parámos num miradouro para fazer algumas fotografias.
Até Torres Vedras, tínhamos agora alguma descida em alcatrão, vencida a boa velocidade como mandam as regras…
A chegada a Torres foi feita por um engraçado
single-track e seguidamente, pedalámos através da estação de
comboios para encontrar a Carolina que nos esperava do outro lado. Eram
16h e era o fim do primeiro dia desta travessia. Comemos qualquer coisa
no café/bar da estação e despedimo-nos do João
Bronze no posto de lavagem, após termos devolvido ao nosso equipamento o
brilho merecido.
Com o material lavado, segui com o
Pedro Roque para a Residencial dos Arcos, onde guardámos as bicicletas
na garagem e nos instalámos confortavelmente no quarto. Banho tomado,
esqueleto esticado e descansado sobre a cama
e saímos para jantar qualquer coisa. Sem muito para fazer, preparámos o
dia seguinte e démos em seguida algum descanso ao corpo.
A partir daqui, a travessia decorria a 4 rodas, mas a 2 bicicletas…
Às 8:30 do dia seguinte,
sentávamo-nos para tomar o pequeno-almoço na Residencial. Pouco passava
das 9h quando nos fizemos ao caminho, não sem antes irmos comer um
típico pastel de feijão desta bela localidade, onde aproveitei
também para comprar uma caixinha deles pois há que compensar o pessoal
lá em casa, nesta quadra… ;-) Os primeiros km’s feitos à saída de Torres
Vedras foram feitas por uma ecopista, com bom piso e sem grandes
dificuldades. Como previsto, a temperatura continuava
amena e a chuva continuava arredada, apesar de um céu muito cinzento
por vezes.
Comparativamente com o dia
anterior, as dificuldades sentidas foram maiores, tanto no que toca ao
terreno como à altimetria. Houve mais momentos de lama do que no dia
anterior e houve até quase que um tombo dentro de uma
grande poça. Foi um daqueles momentos de quem vai atrás lamenta não
levar a câmara ligada. Sem qualquer tipo de consequência, a não ser para
um sapato completamente “castanho” e uma mala do alforge parcialmente
molhada, seguimos caminho.
Instantes depois, parávamos para
tomar qualquer coisa num café com um chão imaculado. Isto antes de
entrarmos, claro. A despesas de 2 cafés nem deve ter compensado o
necessário passar de esfregona no chão…
A dificuldade do dia, tardava.
Como tal, aproveitámos para parar num junto ao mercado da Malveira. Na
esplanada, aquecemo-nos com umas excelentes sopas “saloias”, servidas
numas grandes tijelas. Que bem que souberam estas
sopinhas. As sopas e os pregos que se lhes seguiram! De estômagos
forrados, montámos nas burras para percorrer 10 metros, a distância
necessária até pararmos na fábrica de trouxas, outra iguaria que viajou
numa segunda caixa nos meus alforges diretamente para
a mesa de Natal lá de casa…
Os momentos que se seguiram,
permitiram-nos rolar ao mesmo tempo que acamávamos o que ía no estômago,
pois o Cabeço de Montachique estava perto. Estava perto e rapidamente
chegou e empinou de tal maneira que a última subida
já não era compatível com os alforges (ou não seria compatível com a
perna?). Vencida esta última dificuldade do dia, havia que descer no
meio de algum nevoeiro.
Atravessámos Loures e seguimos
até Sacavém por caminhos não asfaltamos mas não muito mal tratados.
Daqui, seguimos para a Expo e daí, apanhámos as ciclovias que nos
conduziram até Benfica onde nos separámos. Não conhecia
toda este caminho de ciclovias mas fiquei bem impressionado, pois o
mesmo já nos permite atravessar Lisboa de uma ponta a outra.
De Benfica, segui a pedalar para casa, onde cheguei às 17h.
Em jeito de resumo, foi um grande
fim-de-semana, passado em boa companhia a percorrer trilhos
desconhecidos. O tempo ameno e sem chuva ajudou e a lama deu algum
colorido a esta época festiva.
J
Venham mais iguais a estas…
Sábado, 91,5Km com 1423m acumulado.
Domingo, 93km com 1592m acumulado."
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