2009-12-14

Tróia-Sagres - 12 de Dezembro de 2009






Relato do TA:

"Pois é,

Já andava a ameaçar fazer esta prova há um ano ou dois (e não antes por puro desconhecimento da mesma) e desta foi mesmo. E com companhia de luxo: o clã Cravo quase completo, Pedro, Jorge e Henrique para além dum outro colega de pedal, o Rui Pinto que antes de ir a Sagres agarrou na bicicleta por duas vezes (e uma delas para passear na Expo!)

Encontrámo-nos com o Pedro e o Jorge um pouco depois do barco, junto a um condomínio onde eu, o Henrique e o Rui tínhamos dormido, ou melhor, eles tinham dormido. Eu fiquei a maldizer a minha sorte por não ter adormecido antes do ressonanço ter começado! À hora que o SD se levantou já eu devia estar prestes a agarrar numa almofada para acabar com aquele martírio. Devo ter adormecido pelas 5h com o despertador a tocar 1h depois. Nada como um sono retemperador antes de um esforço exigente.

Em relação à prova propriamente dita começámos às 7:45h a pedalar, primeiro devagarinho mas logo encontrámos um grupo a rolar a 35km/h que nos levou à Comporta onde eu e o Rui enchemos os pneus 1.25 (alvo de chacota juntamente com os do Henrique com 1.4 pelo Jorge e Pedro com os seus 1.0). Nesta altura o Rui já se estava a atrasar pelo que não estranhámos quando depois de fazermos mais 4/5km ele ter desaparecido do mapa.

Inicialmente tinha delineado 4 troços com paragens a cada 50km e foi mais ou menos isso que fizemos pelo que não parámos nos locais habituais da prova (Sines e Rogil).

Ainda antes da primeira paragem voltámos a rolar a velocidades bem interessantes principalmente quando fomos na cauda de um TGV que levou o velocímetro a uma velocidade entre os 45 e os 65km/h! Ao fim de um bocado comecei a ficar para trás até pq iria sofrer aquele ‘atrevimento’ no final.

Pouco depois da Aldeia de Brescos fizemos a primeira paragem: troca de garrafa Powerade (consegui consumir uma por troço), bolo rainha (que foi quase todo consumido pelo Vasco, condutor cada vez mais habitual do nosso carro de apoio, uma sandes de salsicha, uma frutinha, estica um pouco a perna e, após já estar gelado, o Rui ter chegado e também ele reabastecido, siga. O nosso pecado foram mesmo as paragens: em três paragens conseguimos consumir 1h34m.

Após a nossa paragem conseguimos incorporar-nos num grupo de estradistas que nos colocou novamente a rolar nos 32km/h que não nos levou mais longe porque à entrada de Sines um toque de rodas provocou uma queda mesmo à nossa frente. Nessa altura já o Rui ficava de novo para trás. Continuámos com uma parte desse pelotão mas que também estariam a aproveitar a velocidade do conjunto porque rolavam bem mais devagar pelo que, depois de descansar um naquela velocidade, aumentámos a cadência e seguimos. Rapidamente fomos absorvidos por outro grupo a rolar nos 30-35km/h desta vez conhecidos dos irmãos Cravo pelo que se aproveitou para usar mais alguns músculos: os da língua. Antes de chegarmos a Milfontes já tínhamos deixado também esse grupo para trás e parámos logo depois da ponte para mais meia hora de “abastecimento-estica-a-perna-e-tira-mais-uma-foto”. Távamos todos 5 estrelas à excepção de algum desconforto da zona traseira. A partir daqui é que começava a doer.

Pela frente tínhamos agora 4 subidas, dizia-nos o gráfico altimétrico. A primeira dos 119 até aos 130 (subida a S. Teotónio), depois dos 140 aos 145 (Odeceixe). Faltava ainda Aljezur e Carrapateira. Devo dizer que assusta mais do que exigem, excepto Odeceixe, o único sítio em que fui na roda-da-avózinha. São subidas compridas é certo mas também não são agressivas: sobe-se 150, 200 metros no máximo. Claro que a perna não tem descanso e vai sempre em tensão e ao fim de 120 km pode causar problemas musculares. A mim causou-me foi dores nos ligamentos junto ao joelho. Se calhar ainda não atinei com a altura do banco.

As subidas fizeram-se a um ritmo também elevado pois voltámos a encontrar um grupo rolante (não tanto como os outros mas não se pode pedir tudo). O erro deles foi dizer-nos que se puxava à vez… é que fomos para a frente e desmembrámos o pelotão todo. Mais tarde voltámos a encontrar o grupo de amigos dos Cravo que só largámos na subida de Odeceixe. Aí era cada um por si. O Pedro desapareceu lá para a frente, acompanhado pelo Jorge mas só por alguns metros. Eu ia com o Henrique a puxar à vez na subida. No final dessa subida tínhamos direito a brinde: uma mini a acompanhar o bolo que ainda sobejava e mais uma peça de fruta. Alguns elementos já acalmavam as dores com Picalm (nem vou dizer onde o aplicaram!). Combinou-se com o carro de apoio que estivesse à coca na subida seguinte, aos 168km (Aljezur), não fosse o diabo tecê-las.

Enquanto por ali estávamos (os 40 minutos de paragem deu para muito) encontrámos um elemento que seguia numa bicicleta citadina vestido a rigor: por cima do Jersey vestia camisa e gravata. Este personagem acompanhava um outro que seguia numa trike bike o que originou novo desenferrujar da língua e mais uma foto. Arrancámos com eles mas aquela velocidade não ajudava nada (22km/h) pelo que após o reaquecimento arrancámos os 4. Para a subida a Aljezur íamos já integrados num grupo que tive alguma dificuldade em acompanhar mas na descida apenas em posição aerodinâmica atingimos novamente velocidades na casa dos 60km/h (um velhote na sua Famel ia-me ultrapassar nessa descida, foi só preciso baixar o corpo para lhe ganhar vantagem e sem ter de pedalar). Claro que assim que o Pedro nos ultrapassou desatámos a pedalar que nem uns animais por ali abaixo até… à subida seguinte. Claro que nem parámos lá em cima…

A última subida foi a altura em que mais tempo pedalámos sem um grupo. Apenas um par aqui e outro ali dos quais aproveitávamos a boleia para descansar um cadinho. Lá foi sendo feita a começar a sentir o frio (porque entretanto já não conseguia usar o casaco e ia de manga curta), de novo o Pedro a descolar com o Jorge no seu encalço e eu e o Henrique mais para trás. Foi aí que achei que grandes quantidades de Dextrose e Powerade devem provocar um efeito similar ao da cocaína: não sentia absolutamente dor nenhuma no corpo e aos poucos fui buscar o Jorge e depois o Pedro (mas acho que aqui ele ia tranquilamente a passear e a fazer os seus filmes). Um pouco mais à frente reagrupámos e já o Pedro dizia para seguirmos para Lagos depois de Sagres… apesar de ir com pica no pedal não estava com grande vontade de fazer esse extra até porque já começava a ter fome de coisas mais decentes para além de barras energéticas, gel e toda a panóplia de produtos. A última parte do percurso, já depois de Vila do Bispo foi a parte que mais me custou, é uma recta um pouco inclinada que parece que nunca mais acaba… Parámos finalmente em frente à casa azul onde serviam sopa, bifana e 4sagres (ou águas) por 5 EUR. Desapareceu tudo num instante (mas só depois de esticar as pernas durante meia hora porque os músculos pareciam que iam explodir). A nossa chegada deu-se às 16:50h, 9h05m de tempo total. Passado um pouco o PL chegou para fazer as honras no painel aí exposto e após quase uma hora da nossa chegada o Rui terminou o percurso. Devo dizer que foi com quem mais espantado fiquei! Parece que afinal é só querer (e crer).

Dados:
Hora de partida: 7:45h
Hora de Chegada: 16:50h
Tempo a rolar: 7:26:28
Tempo parado: (com a vergonha nem faço as contas!)
Distância:200.43km
Média: 26,93km/h
Velocidade Max: 65,72km/h
Calorias: cerca de 4800cal: para limpar a dextrose (uns 12 comprimidos), powerade (4 x 500ml), o bolo rainha e a jola entre outras coisas mais saudáveis.

TA"


Relato do SD:

"Tróia-Sagres na visão… da minha pessoa

Eram 4:30 quando o despertador tocou. Acordar cedo, bem cedo para pedalar, depois de uma noite rápida e pouco sossegada. A ansiedade tem destas coisas mesmo quando se trata da nossa 4ª Travessia, mas esta ía ser um pouco diferente. Sair a pedalar de casa tem outro sabor, mesmo utilizando o comboio para alcançar Setúbal.

Como previsto, a primeira pedalada do dia foi às 5:30 da manhã. Estavam 11ºC de temperatura. Bem agasalhado, iniciei a primeira etapa do dia. Tinha encontro marcado à porta da casa do Paulo Leitão. Foram 9.5Km, cumpridos em 27min e quase sem avistar ninguém. Pontual, o Paulo Leitão aguardava já a minha chegada e às 5:57 dirigimo-nos para a estação de comboios de Campolide, onde chegámos às 6:35, 9.15Km depois.

Enquanto aguardávamos pelo comboio, recebi um SMS do João Bronze dizendo que viajava já na primeira carruagem. Conforme previsto, o comboio chegou às 6:50 a Campolide e deixou-nos em Setúbal às 7:40. Com 8ºC de temperatura, percorremos os 1,71Km que nos separavam do cais marítimo. Sem fila, comprámos o bilhete “velocípede sem motor” para a travessia do Sado. Bilhete esse que nos custou a cada um 4,50€. Caríssimo na minha opinião! Entrámos de imediato no barco, escolhendo um recanto para encostar as bicicletas e pouco depois o barco partia. Junto a nós estavam 2 heróis que saíram a pedalar às 4:30 de Loures e contavam já com 60Km nas pernas. O dia amanhecera e a temperatura algo baixa fazia-se sentir. Desejava chegar rapidamente a terra para aquecer em cima da bicicleta, coisa que aconteceu 38min depois. Pelas 8:20, dávamos assim início ao nosso Tróia-Sagres, edição 2009. Para a minha conta pessoal, tinha já percorrido 20.5Km.

Partimos mais tarde do que o habitual mas ainda assim não fomos os últimos a fazê-lo. Tal como as previsões faziam crer, estava um óptimo dia para a prática da modalidade. O pouco vento que se fazia sentir deixava de ter significado quando pensava na tempestuosa edição do ano anterior. Em ritmo moderado, pedalámos rumo a Sul, alcançando o primeiro pelotão. Com um ritmo semelhante ao nosso, seguímos na sua roda, poupando assim energias.

O carro de apoio estava previsto aparecer a partir das 10 horas. Mais uma vez, o amigo Francisco Gomes disponibilizou-se para nos acompanhar e que jeito dá poder contar com amigos assim. Além de todo o apoio, transportava uma carga preciosa, algo pelo qual ansiávamos àquela hora da manhã – café. Ao longo destes anos, a Aldeia de Brescos tem sido a nossa primeira paragem e foi em plena recta, a escassos metros da Aldeia, que o carro de apoio nos ultrapassa. Nem combinado teria sido tão certinho. Até esta paragem, pouco há para contar, apenas o facto de ter perdido contacto com os outros dois elementos quando me entusiasmei e me deixei levar num grupo com um ritmo mais vivo. Café quentinho com uma fatia de bolo e estava pronto para outra estirada. São momentos como estes que marcam este dia…

Primeira paragem: Aldeia de Brescos, 48.6Km após Tróia. Duração: 12min

Depois desta primeira paragem, seguimos sozinhos até Sines. A espaços, éramos ultrapassados e ultrapassávamos também alguns elementos individuais. Às 10:54, parei por 4min para trocar as pilhas ao GPS, logo após a rotunda de Sines. O Paulo Leitão e o João Bronze seguiram. Não muito tempo depois de ter arrancado, avisto o Paulo Leitão parado junto ao carro de apoio. Páro para perceber se há algum problema e arranco de imediato ao ver que se estava apenas a abastecer. Sigo no encalço do João Bronze e tentei recuperar terreno para o alcançar. Apanhei grupos pelo caminho que fui ultrapassando, um deles numeroso – o grupo de Fernão-Ferro com o seu equipamento azul e laranja. Acabo por me colar a elementos mais rápidos que montavam bicicletas de estrada e segui nas suas rodas. Instantes depois, nas Brunheiras, onde se vira numa rotunda à direita em direcção a Vila Nova de Mil Fontes, oiço chamar insistentemente pelo meu nome. Quem seria? Claro… o amigo João Bronze andava na feira metido na tasquinha dos bolos e vinha de lá de boca ainda cheia. Seguimos de imediato e pouco depois da ponte sobre o rio Mira, em plena subida após Vila Nova de Milfontes, tive o primeiro sintoma de cãibra na perna direita. Já há muito tempo que não andava com este tipo de espasmos musculares e este ameaçava apanhar-me toda a parte interior da coxa direita. Abrandei o ritmo na subida, esforcei mais a perna esquerda e parei no cimo aproveitando também para trocar o bidom e comer um pouco de magnésio sob a forma de banana. Arranquei ainda antes do João Bronze que terminava uma tangerina.

Segunda paragem: Após a rotunda de Sines para trocar as pilhas ao GPS. Duração: 4min

Terceira paragem: A seguir a Vila Nova de Milfontes. Duração 5min

A curta paragem fez-me bem pois voltei a pedalar sem condicionalismos. Pela frente, tinha agora um conjunto de rectas que percorri a espaços com companhia. Comecei a sentir alguma fome e pensei na paragem do ano passado, na Fataca. Após virar para o Cabo Sardão, às 12:56, encontro o fotógrafo de serviço, pronto a fazer novo disparo à minha passagem. Peço-lhe para que pare à frente. Fui o primeiro a chegar à povoação da Fataça, com um café à beira da estrada e já famoso pelas chamadas realizadas por telemóvel dentro de uma cabine telefónica debaixo de um temporal. Era altura de comer qualquer coisa mas mais do que comer, eu queria era refrescar-me com uma Coca-Cola fresquinha que trazia na geleira. Pedalara a pensar nela. Estive parado na Fataca das 13:05 até às 13:20. Antes de arrancar, eu e o Francisco tentámos perceber onde se teria metido o João e concluímos que ele deveria ter passado enquanto eu me distraía com a bicicleta e aguardava a chegada do carro de apoio.

Quarta paragem: Fataça. Duração: 15min

Às 13:40, já perto da Povoação Estibeira, liga-me o João Bronze e diz-me que está perdido. Tinha-se enganado com mais uns quantos companheiros e seguido assim em direcção a Odemira, em vez de ter virado para o Cabo Sardão. Telefonei ao Francisco que consultou o mapa e confirmámos o que o João dizia, ou seja, que a estrada onde seguia ía entroncar mais à frente na nossa.

Quinta paragem: Junto da Povoação Estibeira para orientar o João Bronze, por telefone. Duração: 8min

13 Minutos volvidos e poucas pedaladas depois, encontro o Paulo Leitão descontraidamente sentado a dar ao dente. Páro por breves instantes para dizer olá e perguntar se está tudo bem, ao mesmo tempo que lhe transmito o sucedido com a terceira carinha sorridente. Sigo viagem e viro para S.Teotónio.

Tento recuperar algum atraso fruto destas paragens imprevistas. No cimo de uma subida, avisto o João Bronze na “curva da carroça”, a dar à língua com o Francisco. Esperava por mim e arrancou à minha passagem. Rolámos juntos uns bons quilómetros. Nas descidas, enquanto eu aproveitava para descansar um pouco as pernas, o João ‘dáva-lhe’ e fugia-me. Pouco depois, entrávamos em Aljezur e ao recordar o traçado da estrada, recordo também as subidas à saída daquela vila, aquelas que ficam esquecidas e que ninguém comenta quando fala desta travessia. No cimo destas subidas há um café e comentei com o João como seria bom o Francisco estar lá à nossa espera pois eu precisava de água. Continuámos a rolar juntos mas nas subidas o meu andamento mais vivo afastava-nos um pouco. O certo é que passámos o café e nada de carro de apoio. Não me preocupei pois o Francisco deveria estar perto, o que se veio a verificar momentos depois. Nova paragem para troca de bidom e… não resisti à segunda e última lata de Coca-Cola que tinha levado. Parámos às 15:25 e arrancámos 10min depois.

Sexta paragem: Após viragem na primeira placa que assinala a direcção para a vila de Sagres. Duração: 10min

Continuámos a rolar juntos até que o João se afastou um pouco. Nesse momento, fui alcançado por um jovem que me perguntou quantos quilómetros faltavam para Sagres. Seguiu comigo e fomos a conversar sobre Triatlo pois tal como eu, também ele participa em provas desta federação. Alcançámos o João Bronze instantes antes da última subida do dia, a subida da Carrapateira. Seguimos a pedalar os três mas por pouco tempo pois a conversa estava animada e a bom ritmo a Carrapateira rapidamente ficou para trás. A meio da subida, lembrei-me do João e olhando para trás já não o vi. Preferi continuar naquele ritmo e aguardar por ele lá no cimo. Enquanto trocava as pilhas à câmara de filmar, o João inserido num grupo, passou por mim. Acabei a operação e fui no seu encalço mas já só o voltei a encontrar quando faltavam meia dúzia de quilómetros para Sagres.

Sétima paragem: Serra da Carrapateira para trocar as pilhas da câmara. Duração: 5min

Entrei em Sagres com o João e ainda de dia. Cerca das 17:15, chegávamos por fim à nossa meta simbólica dos últimos anos nesta paragem, o posto de Turismo. Ainda antes de mudar de roupa, arrumei a bicicleta no carro. Este ano não fiz strip nas traseiras do Turismo, até porque este ano ainda havia gente a trabalhar lá dentro. Após mudar de roupa atrás de uns arbustos, quando chego ao carro sou presenteado com mais uma Coca-Cola fresquinha – recuerdo de João Bronze. Já lá íam 99Cl deste gás negro. Pouco depois, passa o amigo Paulo Leitão que nem parou junto de nós. Mais tarde, vim a saber que este ano a organização tinha preparado uma chegada especial, comemorativa da 20ª Travessia, havendo um quadro de honra onde os heróis do dia podiam inscrever o seu nome. Já à paisana e com a bicicleta arrumada, nem eu nem o João Bronze arredámos pé. Afinal, a meta desta prova para os Just4Fun tem sido ao longo dos anos, o posto de Turismo…

Sagres está mais perto. O novo cais de Tróia (desde 2008), dista 4,43Km relativamente ao antigo, o que faz com que a distância a cumprir até Sagres não ultrapasse actualmente os 200Km. De qualquer das formas, atingi alguns marcos importantes a nível pessoal, durante esta travessia. Os 10 000Km da Specialized foram alcançados pouco antes de Aljezur e a maior distância percorrida num só dia situa-se agora nos 216,10Km.

Obrigado malta! Até 2010…

Os números da minha 4ª Travessia… e meia

Trip Distance: 216,10Km
Trip Time: 8:56:03
Avgerage Speed: 24,18
Max. Speed: 59,81
Total Odom.: 10.061Km
Tempo Total de Paragens, após Tróia: 59min
Tempo total a pedalar, após Tróia: 7:55
Travessia do Sado: 4,50€
Comboio Fertagus Campolide-Setúbal: 4,05€
Hora de saída de casa: 5:30
Hora de encontro com Paulo Leitão: 5:57
Hora de chegada à estação de comboios em Campolide: 6:35
Hora de chegada à estação de comboios em Setúbal: 7:43
Hora de chegada ao Ferry, Setúbal: 7:52
Hora de chegada ao Ferry, Tróia: 8:20

Travessias já realizadas
2004 - Ok
2005 - Ok
2006 - Desistência em Sines
2007 – Operação ao ombro
2008 - Ok
2009 - Ok"


Relato do JB:

"Até foi um bom treino para o Tróia - Sagres :)))))))

A preparação este ano tinha ficado longe do ideal, mas lá me fiz ao caminho com os dois magníficos PL e SD.

A etapa do Tróia - Sagres 2009 começou bem cedo. 6h42 lá arrancava o comboio da estação de Roma-Areeiro em direcção a Setúbal, com paragem em Campolide para entrar o PL, o SD e as suas respectivas meninas.

Chegados a Setúbal sentimos logo um frio que nos fez pedalar o mais rapidamente possível até ao barco que nos levava até Tróia. Mal o barco atracou no cais, lá saímos nós a pedalar em direcção a Sagres...

Nos primeiros kms da etapa encontrámos um grupo que ia a pedalar bem e aproveitámos o ritmo deles. Fiquei sempre na parte final do "pelotão" e tentei acompanhar o ritmo, mas mal aparecia uma pequena subida notava-se a falta de treino.

Grupo aqui, grupo ali, lá nos mantivemos todos até à primeira paragem onde o amigo Francisco estava à nossa espera. Uns minutos para comer e beber qualquer coisa e siga para Sagres.

Depois desta pequena paragem, e como o percurso era a rolar, segui a roda do SD. Notei que à medida que os kms iam passando o corpo parecia estar a reagir bem, mas as subidas davam luta...
Entretanto o PL tinha ficado mais para trás, o SD fez uma paragem e eu lá continuei até encontrar um grupo de 3 ciclistas da Margem Sul (Pinhal Novo e Moita) que iam ao meu ritmo e assim sendo fui com eles a pedalar e a conversar. Separei-me desse grupo quando vi uma feira... Eles continuaram mas eu parei... Não bebi nada, juro!!!! Aproveitei para comprar 3 bolos de noz, que estavam deliciosos e eis que passa o SD e lá começo eu a gritar pelo seu nome. A partir daí seguimos juntos e depois de Vila Nova de Milfontes, o amigo Francisco estava à nossa espera para mais uma paragem...

Nesta paragem o SD arrancou primeiro e passado um ou outro minuto saio eu. Nunca mais vi o SD até 28 kms de Aljezur, isto porque me enganei no caminho. Em vez de virar para o cabo Sardão segui em frente com mais 2 ciclistas. Começámos a achar estranho não vermos ninguém, mas pensámos que poderia ser normal, ou talvez não... Eles tinham um carro de apoio no final da subida (aquilo além de uma boa descida, tinha uma subida) e foi aí que reparámos que estávamos enganados, mas como aquela estrada nos levava a Aljezur eu segui por ela enquanto eles ficaram a comer. Aí andei uns bons kms a pedalar sozinho até que decidi telefonar ao SD a perguntar onde é que ele andava, pois eu estava "meio" perdido do resto do pelotão. Passados alguns kms lá encontrei os ciclistas que vinham pela estrada do lado do cabo Sardão e mais à frente encontrei o nosso amigo Francisco, onde aproveitei para esperar pelo SD.

A partir daqui seguimos juntos, excepto nas subidas de Odeceixe e da Carrapateira onde o SD descolava. Nas subidas tentava impor o meu ritmo e ia fazendo alguns amigos...

Depois da subida da Carrapateira, já cheirava a mar, a Sagres e a cabeça/corpo só pensava numa cerveja fresquinha... Como era sempre a rolar passei pelo SD estava ele parado na berma a fazer qualquer coisa, mas como eu ia tão concentrado nem esperei por ele, pois Vila do Bispo era já ali...

Depois de Vila do Bispo e na recta que nos leva até Sagres ia olhando para trás a ver se via o SD e eis que começo a ver umas mangas que não me eram estranhas e então esperei pelo SD e lá chegámos a Sagres com um sorriso de orelha a orelha.

Estávamos nós já à civil quando chega o PL. Eu bem acenei com uma mini, mas o PL fez mais uns metros para ir assinar a "papelada" do Tróia Sagres. Estava a ver que eu e o FG tínhamos de dividir aquela mini, pois o Xôr Presidente nunca mais aparecia.

Obrigado ao SD e ao PL pela companhia e uma palavra especial ao FG que mais uma vez nos acompanhou nesta etapa.

TA, apesar de não nos termos cruzado durante o percurso, sei que acabaste a etapa e por isso os meus parabéns. Para o ano tens de cortar a meta ao pé do posto de Turismo e beber uma mini connosco (o SD bebe uma Coca-Cola).

Mais uma etapa para o CV e para o ano lá estarei novamente mas desta vez com mais treino...
JB"


Rescaldo do PL:

"Lá chegámos os quatro (SD, JB, TA e PL) a Sagres, sendo que para mim os bocados mais fáceis foram entre a estação de Campolide e a estação de Setúbal e entre o cais de Setúbal e o cais de Tróia. Pelo meio também houve outros troços fáceis, como a deslocação da estação de Setúbal para o cais e todas as descidas ;-). Houve, no entanto, alguns troços que me custaram muito e nos locais onde já é costume (principalmente entre Sines e Aljezur).

O dia esteve quase perfeito, com uma temperatura amena, sem a mínima ameaça de chuva e mesmo com algum Sol para nos alegrar a viagem. Apenas o vento de SE nos atrapalhava a progressão, principalmente para quem seguia só, como me aconteceu a partir de Sines.

Fica para a posteridade mais uma chegada a Sagres (a quinta consecutiva), sendo esta emblemática porque se cumpria a vigésima edição da clássica.

Fica o registo de 9:18 desde Tróia a Sagres, com 43 minutos de paragens, o que dá um tempo “oficial” de 8:35, um dos piores que fiz nas minhas cinco participações. O SD e o JB já lá estavam há uns minutos quando cheguei a Sagres ainda com as últimas réstias de luz do dia, mas já sem o Sol no horizonte, para o que muito contribuiu o elevado tempo no percurso, mas essencialmente a partida de Tróia às 8:22, que foi condicionada pela saída do primeiro comboio de Lisboa às 6:42, o que apenas nos permitiu apanhar o ferry das 8:00. Este ia com menos de metade da lotação, manifestamente pouco para o que seria expectável, mas parece que este ano o pessoal decidiu sair todo muito cedo. Aos 200 km que registei no percurso principal há que somar cerca de 11km da deslocação desde casa até à estação de Campolide e entre a estação e o cais de Setúbal.

Fica também para a posteridade a assinatura no painel que estava junto à chegada, onde fiz questão de inscrever, além do meu, o nome Just4Fun. Foi uma ideia simpática ter uma chegada bem identificada e com animação, música, comes e bebes e o já referido painel para assinaturas. Foi também a oportunidade de acenar ao António Malvar e cumprimentar o clã Cravo e o TA, que foi com eles, e apenas encontrei no final.

Fica também uma lição: não devemos menosprezar o Tróia-Sagres. Depois do massacre do ano passado, achava que este ano eram favas contadas e não encarei o desafio com o realismo devido. Os 5000 km de pedalada num ano, que atingi pela primeira vez em 2009, e que foram comemorados com um simples sorriso um pouco antes de S.Teotónio, também poderão ter contribuído para um sobreavaliar da minha forma, o que talvez tenha influenciado o elevado ritmo inicial. Vim a pagar mais tarde este excesso, com ameaças de cãibras entre Vila Nova de Milfontes e Sagres, sempre que tentava forçar um pouco mais. Lição aprendida.

Além dos ciclistas, o FG voltou a fazer o percurso no carro de apoio e reportagem e eu sei que isso não é uma tarefa nada fácil, embora imprescindível e que agradeço.
PL"

2009-11-26

PR15 - Desafio Lousã - 21 de Novembro de 2009





Relato do PL

«Por onde começar um dia épico de BTT na Lousã?

As memórias estão todas ainda bem presentes e todas querem saltar para a ribalta e ter protagonismo. O melhor é tentar organizar as ideias antes de começar a escrever.
Isto é capaz de ficar longo...

O desafio estava traçado há mais de uma semana: oito artistas iam fazer o PR15, percurso de BTT que se inicia em Ferraria de S. João sobe a Serra da Lousã em direcção a Gondramaz e depois de umas voltas lá no topo inflecte para Sul em direcção a Figueiró dos Vinhos, para depois de umas voltas lá por baixo seguir para S. Simão, terminando novamente em Ferraria de S. João.

Just4Funners eram 3 (SD, JP e PL) que se juntaram ao Pedro Cravo (PC), Leonel Rodrigues (LR), Sónia Martins (SM), David Portelada (DP) e Pedro Roque (APRO) para desafiarem a Serra no dia 21 de Novembro de 2009.

A dormida foi já na Lousã de Sexta para Sábado na Pousada da Juventude e, como estava prometido, a noite foi tudo menos o que se aconselha na véspera de um percurso destes. Ao vinho do PC juntou-se pão saloio, chouriço assado, queijo e muita conversa, pelo que só bem depois da uma da manhã é que recolhemos aos beliches. A primeira foto atesta a combinação estranha que estava em cima da mesa.A alvorada foi cedo, porque a partida estava marcada para as 8:00, já com o pequeno-almoço tomado e logo aí começou a aventura de escolher a indumentária adequada ao que tínhamos pela frente. Estava prometida chuva e vento, mas a verdade é que não chovia e não estava muito frio, pelo que optei por um traje mais light, embora enfiasse um impermeável no bolo da camisola (just in case). Com preparativos e reforço alimentar, que o da Pousada foi fraquito, só às 8:36 é que começámos a pedalar.

Como se o desafio do PR15 não tivesse já dificuldade suficiente, decidimos partir de bicicleta directamente da Lousã, apanhando o percurso a meio, lá no alto da serra. Acrescentámos assim quase 800 m de ascendente aos já respeitáveis mais 2000 m que o percurso prometia. Apesar de tudo esta subida, que decorreu entre o km 2 e o km 13 e durou perto de 1:30, fez-se bem, com um ritmo contido porque ainda havia muito que pedalar pela frente. Apesar do vento não houve chuva até lá acima, onde se fez uma pausa e toda a gente se protegeu porque se anteviam algumas descidas. Até ao km 22, onde se atingiu a cota mais alta andámos num sobe e desce em torno dos 900 metros de altitude, iniciando por volta das 11:11 a fase maioritariamente a descer que nos levaria até ao extremo Sul do percurso. Por volta das 12:10, ao km 36, chegamos ao túnel que atravessa o IC8 e aproveitamos para reagrupar, comer, tratar de pequenos detalhes do material e avaliar o que fazer. O túnel era o abrigo perfeito para a chuva incessante que começava a fazer mossa. Quatro de nós decidem seguir uma parte do percurso por asfalto até Ana de Aviz, onde nos voltaríamos a encontrar. Os restantes quatro (SD, JP, PL e APRO) permaneceram fiéis ao trilho.
Quando encontrámos a outra metade do grupo estavam parados num café com lareira e desafiaram-nos para entrarmos. A proposta era tentadora, mas eles disseram que seguiriam para a Lousã por asfalto, e nós queríamos continuar no trilho. Resistimos à tentação de entrar e decidimos continuar para almoçar um pouco mais à frente.

Por esta altura a minha corrente começou a ser “chupada” pela pedaleira pequena sempre que necessitava dela. As subidas começaram a ser massacrantes porque a cada duas pedaladas para a frente tinha que dar uma para trás. Muitas vezes tive que desmontar por causa disso, o que além de reduzir drasticamente o ritmo do grupo me começava a chatear seriamente. Lubrifiquei diversas vezes e a coisa melhorava durante algum tempo, mas rapidamente voltava à mesma.

Foi com alívio que chegámos a Ribeira de Alge e entrámos no primeiro estabelecimento de restauração que encontrámos, que até tinha um telheiro onde podíamos abrigar-nos da chuva. O lugar era espectacular pois esta varanda estava mesmo sobre a ribeira e junto à ponte que tínhamos acabado de atravessar. Preparávamo-nos para ficar pelo alpendre, mas assim que nos viram disseram-nos logo para entrar e para nos chegarmos à lareira. A vontade era muita, mas não queríamos sujar tudo à nossa passagem. Puseram-nos logo à vontade e que não tivéssemos problemas em sujar. Aproveitámos a oferta e logo ali tentámos secar um pouco as luvas e mais algumas peças de roupa para nos sentirmos melhor quando fôssemos reiniciar a pedalada.Demorámos uma hora no local, a degustar um creme de cenouras quentinho, e umas bifanas grelhadas que estavam espectaculares. Para as bebidas as opções foram diversas, desde a imperial à cola, até ao chá verde, que o tempo estava bom era para beber coisas quentinhas. Obviamente quem optou pela bebida mais quente (como foi o meu caso) não evitou umas piadolas à “Contemporâneos”, mas ainda assim a opção foi acertada. Fiquei com vontade de lá voltar noutras condições menos agrestes, para poder usufruir da localização, da simpatia e das especialidades (peixe do rio e carne). Para que conste, aqui fica o contacto: http://www.restauranteribeiradealge.com
Se passarem por lá digam-lhes que chegámos bem à Lousã :-).Não consigo descrever o que custou sair da frente da lareira para a chuva que não abrandava, mas o que tinha que ser tinha muita força e lá vamos nós na direcção de S. Simão.

Os quilómetros seguintes foram feitos ao longo da Ribeira de Alge que atravessámos numa ponte meio destruída, inclinada e com a madeira encharcada que escorregava mais que manteiga em frigideira quente. Com muito cuidado e algumas escorregadelas menos controladas lá chegamos à outra margem, onde nos esperava uma subida pelo meio de rochas e calhaus em que tivemos que levar as meninas ao colo ;-).

Continuou-se a subir e bem até S. Simão, onde se fez uma paragem minúscula, mas que deu para nos apercebermos da beleza da povoação. Mais uma marcada para regressar com mais calma. Seria desnecessário, mas ainda assim refiro que continuamos essencialmente a subir até Ferraria de S. João, onde chegámos às 16:43 e com 65 km. A média estava miserável: 65 km em mais de oito horas, com 15 km nas últimas duas. Mesmo considerando uma hora para almoço e mais de vinte minutos no túnel, é uma média ridícula, mas eu não tinha condições para fazer melhor.

Era a altura da grande decisão: regressar à Lousã por asfalto ou voltar a enfrentar a Serra?

Consultou-se o mapa do centro, que não deu grande ajuda. Consultaram-se as memórias difusas de uns e outros e a cartografia do GPS. Conclui-se que a distância seria equivalente nas duas opções, mas o caminho mais curto em asfalto seria por um IC, onde, em princípio não poderíamos andar, o que tenderia a aumentar a incerteza e distância por asfalto. Por outro lado, pela serra sabíamos o que nos esperava (pensávamos nós) e não havia o risco de pedalar à noite em condições de visibilidade reduzida numa estrada com carros a grande velocidade. Optou-se pela Serra.

Com os preparativos nem deu para apreciar devidamente as instalações do centro, mas o alpendre e a casa de banho deram um jeitão. Há que regressar com a devida calma.

Após cerca de trinta minutos nesta paragem fizemo-nos à subida que nos voltaria a levar à cota 900, agora com as luzes ligadas, que a noite já caía.

Da subida não há muito que contar a não ser que esperava que fosse mais complicada, o grupo dividiu-se a meio e agrupamos em S. João do Deserto, seguindo com alento renovado pela cumeada até que o SD repara que tem um furo. Não há alturas boas para furar, mas aquela, de noite, molhados e com frio, era das piores. Felizmente o SD lembrou-se que tinha uma lata de spray anti-furo que aplicou e funcionou. Foi um alívio para todos, mas especialmente para ele.

Entretanto tinha parado de chover, mas no topo da serra o vento fazia-se sentir com mais intensidade. A atmosfera agora limpa permitia-nos algumas vistas de que não tínhamos usufruído durante o dia. Não sei se foi da distracção com as vistas ou da pouca concentração provocada pelo frio e cansaço, mas falhámos um desvio do percurso, seguindo num estradão ao lado. Quando o estradão virou à esquerda e o trilho não, interpretámos que seria para seguir em frente. Havia uma espécie de caminho mas em péssimo estado, pelo que decidimos tentar subir no estradão mais um bocado para ver se apanhávamos o trilho mais à frente. Entretanto as diferenças de andamento a subir eram notórias. Apercebi-me que nos estávamos a afastar muito do trilho e a subir para uma cota muito acima da que era esperada, mas não tinha como avisar os da frente que não tinham GPS. Fui subindo devagar até que quase no topo acabámos por reagrupar. Foi um momento delicado. Soube depois que o grupo tinha ficado completamente esfrangalhado e mesmo sem contacto visual entre os elementos, alguns dos quais (os da frente) sem GPS. Não havia muitas hipóteses de sair do estradão, mas mesmo assim não é agradável ficar sozinho na serra naquelas condições.

Reagrupados e com a informação que o estradão continuava em bom piso depois de atingir o topo (o SD já lá tinha ido e voltado), decidimos continuar e verificar se de facto conseguíamos encontrar o trilho, o que acabou por acontecer. Nessa altura voltámos a discutir as opções e a mais lógica seria tentar encontrar o caminho mais rápido para a Lousã. O estradão onde estávamos era de serviço às eólicas, pelo que devia ter ligação a uma estrada algures. O bom piso também ajudou na opção e andámos cerca de um quilómetro nele, sempre controlando a direcção em que nos levava. Pareceu, no entanto, que se afastava do nosso objectivo e arriscávamos a ir parar a um vale na vertente contrária da serra, pelo que voltámos a discutir as opções e decidimos voltar atrás e seguir o trilho até Gondramaz. Aí podíamos pedir indicações para a Lousã, porque havia estrada de certeza.
Deste estradão ao longo das eólicas ficam sensações que não consigo descrever, conjugando o som das pás a assobiar na atmosfera com as luzes a piscar ora claramente visíveis ora escondidas no meio das nuvens num ambiente com algo misterioso.

O caminho até Gondramaz, sempre a descer, não teve história, fizemo-lo com cuidado para não termos surpresas, dado que o piso era irregular. À chegada à aldeia encontrámos duas pessoas que não nos sabiam dar indicações, porque não eram de lá, mas nos forneceram uma indicação preciosa: tinha acabado de vir de Miranda do Corvo.
Isso queria dizer que havia estrada :-) .
Entrámos na aldeia e encontrámos uma senhora muito simpática a quem perguntámos o caminho para a Lousã. Para nosso espanto indicou-nos o trilho do PR15, ora esse sabíamos nós que não queríamos seguir. Pedimos um mapa e disse-nos que tinha um no café. Bingo! Mapa num café queria dizer que podíamos ingerir algo quente enquanto o consultávamos. Seguimo-la e verificámos que o mapa não estava “no”, mas “junto” ao café, num painel de informações para os caminhantes. Era de utilidade nula, uma vez que apenas referia os percursos pedestres da zona. Entrámos no café (que também era restaurante) e pedimos galões e chocolate quente. Não resistimos à proposta de ingerir umas sobremesas, tendo as opções sido mousse de chocolate e tigelada. Eu comi a tigelada que estava óptima, mas quem comeu a mousse diz que também estava muito boa. Aproveitámos a pausa para organizar as ideias e voltar a vasculhar a cartografia do GPS. Encontramos a referência de três aldeias próximas sabendo que na última passava a EM555 que nos levaria à Lousã. Reformulámos a questão e perguntámos pela estrada que nos levaria a estas aldeias e a resposta já nos agradou, confirmando que era por onde nós pensávamos ser.Terminado o repasto já com alguns clientes no restaurante prontos a jantar era tempo de nos fazermos à estrada. Um obrigado e adeus à senhora e aos clientes (dois dos quais eram as primeiras pessoas que encontrámos na aldeia) que nos desejaram boa viagem e devem ter ficado a pensar que éramos malucos.
Isto mesmo pôde confirmar o APRO que lá regressou para almoçar no dia seguinte. A senhora não o reconheceu, então “à civil”, mas não deixou de comentar para quem o acompanhava que ele era maluco :-) .

Como referência, porque gostamos de publicitar os locais onde somos bem tratados, ficam os contactos do local: Pátio do Xisto – Turismo em Espaço Rural, Lda – http://www.patiodoxisto.pt
Mais um local a revisitar com mais tempo.

Os quilómetros até Espinho, onde encontraríamos a EM555, eram a descer e por estranho que pareça foram muito difíceis. Sem tempo para reaquecer os músculos, o vento fazia-nos tremer de frio por todos os lados, pelo que foi um alívio quando voltámos a subir já perto da EM555, que nos conduziu a bom porto, que é como quem diz à Lousã, onde tomámos um banho quente na Pousada, previamente tratado pelos outros quatro elementos, que entretanto já tinham jantado e partido da Lousã, não sem antes nos ligarem apara saberem como estávamos e nos darem as indicações necessárias para referirmos na Pousada.

Eram 21:13 quando largámos definitivamente as bicicletas, com 97 quilómetros e 2700m de ascendente. A média geral foi ridiculamente baixa, mas não deu para mais.

O APRO seguiu directamente para Coimbra, mas nós os três ainda fomos jantar antes de iniciar a viagem para Lisboa, assim terminando “um dia épico de BTT” como foi várias vezes apelidado.

Faltou o bocadinho depois de Gondramaz, mas havemos de lá voltar com condições mais propícias para fazer o percurso todo. Obrigado a todos pela excelente companhia nesta aventura e em especial ao PC pelo trabalho da organização.

PL»

2009-10-19

1ª Maratona BTT Cocheiros - Santo Aleixo da Restauração - 18 de Outubro de 2009

Mais um relato do TA.
Ainda bem que ele vai escrevendo alguma coisa, senão este blogue era uma pasmaceira de levar ao bocejo ;-).
Continua a este ritmo TA e mostra aos outros preguiçosos como se faz :-)...

"Após 2h30m de viagem cheguei finalmente a Santo Aleixo da Restauração uma aldeia no Concelho de Moura a dois passos de Espanha, mesmo a tempo de ver um excelente nascer do sol que aqueceu a alma numa manhã fria.
A partida começou pontualmente e os cerca de 300 atletas atacaram de pronto o percurso que teve um início bastante rápido. O traçado foi bem escolhido e se a nível de orientações estava bem delineado, já as zonas de perigo pareceram-me mal identificadas: a organização deu a indicação de que as zonas perigosas estavam assinaladas com umas folhas A4; até posso ser um bocado despassarado mas não vi uma única indicação.
A prova tinha algumas descidas e single tracks bastante técnicos com muita pedra solta (e muita bosta de vaca…) e várias passagens por linhas de água ou ribeiros secos. Na passagem de um desses ribeiros secos (e este tenho a certeza que não estava assinalado com um sinal de perigo) dei um trambolhão de todo o tamanho: o leito desse ribeiro apenas permitia uma passagem segura se fossemos encostados do lado esquerdo pois do lado direito o declive que se formava apenas permitia que a roda embatesse com violência na margem oposta. Conclusão: dei uma cambalhota por cima do guiador e fiz uns arranhões no tornozelo. Nem mesmo a troca do pneu da frente evitou que desse a minha queda. Estou a chegar à conclusão que ou o problema é meu ou da bicicleta que gosta de ter um contacto mais `terra-a-terra' com o solo. Creio que será mesmo a segunda possibilidade porque antes de trocar de montada raramente caí.
O trajecto teve uma curiosidade bem engraçada, a passagem por um percurso de motocross.
No final, após a zona de controlo, o traçado estendia-se num enorme estradão a direito que permitia massacrar o pedal na mudança mais pesada.
Após o banho e almoço tive ainda a oportunidade de passar na ambulância para desinfectar as feridas. Pelo que me contaram não era minimamente o que estava em pior estado: o `cliente' anterior tinha abraçado um arame farpado com braços e pernas e um outro tinha mesmo sido encaminhado para o hospital para levar pontos.

Para primeira experiência dou os meus sinceros parabéns à organização com as ressalvas que coloco abaixo.

Pontos positivos: o traçado escolhido, rápido e técnico; o preço (por 17 EUR tivemos direito a um jersey alusivo à prova e a almoço para além de outras lembranças).

Pontos a rever: a marcação das zonas perigosas deveria estar marcada com cartazes maiores que as folhas A4 ou com cores mais vivas; os banhos não eram quentes nem frios, eram gelados; o almoço era composto por uma autêntica sopa alentejana, de grão com o belo courato cheio de pêlo a boiar no caldo. Eu não desgostei (e até repeti) mas julgo que poderiam arranjar uma alternativa para estômagos mais sensíveis.

Dados:
Distância 40km
Acumulado 705m
Tempo 2h35m
Calorias 1864"

2009-10-13

Lisboa-Fátima no "iutubiu"

Uma imagem vale mais que mil palavras e estas todas quanto valem?


2009-10-02

Lisboa-Fátima - 26 e 27 de Setembro de 2009

Doze Just4funners chegaram ao Santuário cerca das 13:00 do dia 27 de Setembro no final da última "peregrinação" que fizemos, passados quase três anos da primeira vez que lá fomos.

O formato da viagem era já conhecido de alguns, com partida da Torre Vasco da Gama, a caminho da Nascente do Alviela no Sábado. Dormida em Alcanena para se arrancar no dia seguinte direitos a Fátima. Os estreantes estavam apreensivos, mas acabaram por concluir que o esforço, apesar de não ser negligenciável, não é para super-homens, e as caras de satisfação de todos revelavam a sensação de vitória que cada um sentia.

Além de aumentarmos o número de participantes, este ano alguns ciclistas aumentaram a distância a percorrer, pois uns saíram de casa logo a pedalar e outros continuaram por mais 50km depois de Fátima.

Para os que se ficaram por Fátima seguiu-se um banho nos balneários do Santuário e o almoço convívio no Crispim, que começa já a ser tradição. Há até quem diga que a próxima edição vai chamar-se Lisboa-Crispim. São uns ateus ;-)

Rota da Sopa da Pedra - Almeirim - 20 de Setembro de 2009

Relato do TA:

"No meu dicionário Almeirim tem um significado: Sopa da Pedra. E era esse mesmo o prémio que eu esperava no final da prova. Desta vez iria com dois companheiros do pedal, o Henrique e o Bruno. Após os preparativos iniciais o evento iniciou-se às 9h05m e os cerca de 750 atletas iniciaram a prova da maratona (75km) e meia-maratona (40 km). Para além destas duas provas havia ainda um passeio guiado de 25 km.
Após a volta de apresentação, assim que nos preparávamos para pisar terra a bicicleta à minha frente derrapa na gravilha e vejo o primeiro espalho do dia, mesmo aos pés de alguns elementos da organização… e ainda só tinham passado 5kms! Não era bom augúrio!

O percurso era relativamente rápido sem inclinações de maior. As únicas coisas que iam diminuindo o andamento eram alguns atletas não acreditarem um pouco mais neles próprios: assim que se deparavam com uma subida, grande ou pequena, inclinada ou nem por isso, desmontavam e seguiam a pé, dificultando os restantes elementos. Ainda tentei uma vez ou outra vez furar por entre as fileiras mas normalmente o caminho ao meio é de pior qualidade (com pedra solta e areia) e tinha forçosamente de lhes seguir o exemplo. Outra coisa que atrasava bastante era precisamente os inúmeros bancos de areia… Para mim a areia deveria estar nas praias ou desertos. A bicicleta parecia ganhar vida, pronta a atirar-me ao chão a qualquer momento.

Ao fim de 25 km chegámos à primeira ZA já eu tinha perdido os meus colegas. Esperei uns 5 minutos enquanto repunha água e comia qualquer coisita (havia bastante fruta e bolos) e o Henrique chega. Ele vinha a acompanhar o Bruno para quem a prova não estava a correr bem, estava branco, mal-disposto e com tremores. Após comer ficou fino e cortou para os 40 km.

Logo a seguir a essa paragem havia a separação dos trilhos. Após uma descida à base de areia uma autêntica parede… de areia pois claro. Seria qualquer coisa como uns 200 metros com um grau de inclinação de respeito. Atirei-me a ela mas não devo ter feito mais de 50 metros. Subi o resto a pé e mesmo assim tive dificuldade em fixar os pés na subida.

Nos 10 a 15 km seguintes cruzo com três zonas de abastecimento de líquidos.
Estranhei a proximidade mas aproveitei para meter conversa e queixar-me da areia. Prometeram-me que para o ano estaria tudo alcatroado. Espero que não mas estarei lá para ver .

A partir da altura em que se deu a separação dos trilhos a quantidade de ciclistas diminui radicalmente: apenas vi mais 10 ou 12 ciclistas após a divisão.
O caminho a partir daí apresentava-se mais acidentado e deparei-me com uma descida bem engraçada pois tinha 4 ou 5 saltos que só com o balanço nos lançavam pelo ar. Numa outra mais inclinada, dei finalmente um trambolhão decente na minha nova bicicleta (até aqui somei 4 quedas completamente idiotas): no final de uma descida sempre a direito verifico que terminar com um cotovelo à direita.
Força nos travões e quando quero virar… um palmo da minha amiga areia. Pelo menos se foi ela que me fez cair também foi ela que evitou que me magoasse. Foi só levantar (endireitar o selim) e seguir.

Aí pelos 60 km chego ao último abastecimento onde só encontrei água e fruta.
Pela frente faltavam 15 km e onde encontrei uma descida não muito inclinada mas bastante comprida mesmo ao lado duma vinha. Devo dizer que desci de forma bastante inconsciente a pensar que mais metro menos metro o meu dentista ia ter notícias minhas.

A partir daí o percurso voltou a ter poucas inclinações mas mesmo assim a perna queixou-se de uma cãibra nos instantes finais. Faltava pouco mais de 5 km pelo que guardei a dor para me queixar depois da meta.

Umas notas sobre a organização:
Nota positiva em relação à marcação do trajecto, todo o caminho estava muito bem delineado. Outra nota positiva para o almoço: os 15 EUR da inscrição davam direito à tão afamada sopa, febras, doces variados, fruta, café (mas não descafeinado, vá-se lá saber porquê) e a prémio para os 5 primeiros de cada percurso (tanto para eles como para elas).
Nota negativa pela selecção de alguns percursos, se era difícil fugir à areia julgo que poderiam ter optado por colocar single tracks (especialmente quando são a subir) após a separação dos dois trajectos ou após alguma subida que permitisse o espaçamento dos quase 750 atletas. Nota negativa também pela escolha dos locais de abastecimento de líquidos, não serve de muito ter paragens de 5 em 5km e depois ficar 25 sem ver vivalma, até porque se cruzaram duas ou três zonas marcadas como perigosas e que a ajuda mais próxima ficaria a uns 15km.

Actualizei o meu dicionário, agora Almeirim para além de significar sopa da pedra é também sinónimo de boa gente… e muita areia.

Dados:
Distância 75km
Acumulado 1192m
Tempo 4h50m
Calorias aprox 3200"

2009-09-13

Passeio da Terrugem - 13 de Setembro de 2009

Uma das diferenças entre um ciclista que enverga a camisola das bicicletas sorridentes e os outros pode ser constatada nas fotos abaixo, tiradas no final do passeio da Terrugem.
O RB, orgulhoso da camisola, aparece em grande plano.O JP, com uma camisola da concorrência, aparece meio desfocado lá atrás de um outro ciclista, não se percebendo bem quem é quem :-)

Editado em 15 de Setembro de 2009: Relato do JP

"Foi uma manhã animada e muito bem passada! A afluência superou a expectativas, pelo que só houve dorsais até aos 500 participantes. Assim, muita gente participou sem dorsal e sem ter recebido as normais lembranças, mas ficou a promessa de dentro de mais ou menos 2 semanas terem na loja o seu devido saquinho com tudo o que tinha direito.

Eu que só fiz a inscrição pouco antes da partida, também não teria dorsal não fosse o amigo DN que gentilmente me cedeu o dele, dado que não podia participar. Já agora, DN, não houve prémios ao número 278.

No final e quando se chegava à meta, tínhamos direito a um rifa. A minha até foi premiada com um cadeado. Houve logo certas bocas da reacção... que diziam valer mais o cadeado do que a máquina. Pffffffff.... Não foi amigo PL? :p

Quanto à volta em si, os mais de 600 participantes saíram já com cerca de meia hora de atraso em relação ao previsto, pois ainda houve lugar ao sorteio de 3 bicicletas, alguns voucher de viagens, assim como refeições completas em restaurantes da zona, mas lá partiram felizes e contentes para os anunciados 30 e 50 kms de percurso, conforme aquilo a que se propunham.
O percurso em si era engraçado e confesso que já sentia saudades daqueles que foram os caminhos dos meus primórdios ciclísticos. Alguns deles vocês também já tiveram oportunidade de por lá andar. Um ligeiro senão, foi a presença de dois pontos com bastante areia o que não só pela dificuldade que acresce à passagem, mas também pelo desgaste acrescido que trás aos materiais, seria de evitar. O que, e conhecendo a zona como a conheço, era perfeitamente viável!

Tratava-se de um passeio. Não tinha qualquer objectivo de classificação nem tempos atribuídos, mas como é costume nestes passeios de andamento livre, ninguém quer ficar para trás e grande parte dos participantes transformam-se imediatamente em concorrentes, logo após o sinal de partida. Eu próprio o faço e desde que não prejudique o passeio a ninguém, nem tão pouco ultrapasse as regras normais destes
eventos, reservo-me ao direito de poder chegar mais cansado em relação aquilo que poderia chegar! :)

O amigo Rui Berrincha que há mais de 1 ano não andava nestas lides, lá fez uma perninha e alinhou na distância mais curta com muito entusiasmo. Parecia um miúdo a quem de repente se deixa ir brincar à rua! eheheheh. Divertiu-se, matou saudades, não se magoou e mesmo que hoje esteja um pouco dorido... foi por uma boa causa e amanhã já estará melhor! ;)

E pronto, aqui ficou um breve relato daquilo que foi este passeio que praticamente me entrou pelo portão de casa....! :)"

2009-09-10

Maratona de Óbidos - 6 de Setembro de 2009

Relato do JP:

“Só para dar uma "achega", demorei qualquer coisa como 4h38m36s para completar os 80 km do percurso. Cheguei em 96º lugar, dos 166 que terminaram...! Houve muitas desistências, pois estavam confirmados 248 concorrentes a esta distância, tal era a dureza da 2ª parte da maratona!

Uma vez que tive acesso ao percurso na véspera, deu logo para ver que a coisa não ia ser tão pacífica quanto no ano anterior! Depois de percorrermos os primeiros 39 km no mesmo percurso de quem correu na meia-maratona, até aqui tínhamos cerca de 500 m de acumulado, coisa soft..., a partir daqui é que a coisa se complicou, pois restavam 41 km apenas mas com cerca de 1400 m de acumulado, completando assim os quase 1900 m anunciados de acumulado em 80 km. Considerável...!

Receei esta 2ª parte da maratona e acautelando, preferi gerir o esforço durante toda a primeira parte. Passei na divisão de percursos aos 39 kms, com 1h58m, e dentro daquilo que havia pensado, para não pagar mais adiante...! Pouco adiantou, pois o tempo perdido aqui não proporcionou um melhor andamento mais à frente. O percurso endureceu quase de imediato e a grande parte do acumulado que atrás relatei estava em 3 ou 4 autênticas paredes. Paredes essas, daquelas feitas em "empurrabike" por todos os concorrentes que eu vi. Logo eu que detesto andar em "empurrabike" fartei-me de dizer mal da vidinha, por não me ter inscrito na meia maratona (com o tempo de passagem e com um pouco mais de esforço, facilmente me colocaria entre os 50 primeiros naquela distância). Paciência, havia que levar o esforço até ao fim. Assim prossegui e lá cheguei à famosa subiiiiiiiida ao castelo, terminando lá bem no alto com as tais 4h38h36s depois da partida. Não sem antes ter voltado a dizer mal da vidinha quando por diversas vezes andava "ziguezagueando" em grandes bancos de areia que teimavam em dificultar a progressão!

Como ligeiro reparo, acho até que se deveria fazer uma melhor selecção de caminhos de modo a evitar este tipo de situações. Por acaso, gostaria de ter visto a organização a fazer o reconhecimento ao percurso e ver quantos deles conseguiram subir aquilo por onde tivemos de passar...! Não me pronuncio em relação aos "atletas da frente", pois esses são de outros campeonatos...!

O percurso apesar de tudo era muito engraçado e a paisagem também! Estava extremamente bem marcado e com bons abastecimentos. Parabéns à organização nestes aspectos. Já quanto ao cumprimento de horário de partida e principalmente ao almoço, aqui tenho de dizer mal! Apesar de por várias vezes terem dito que o horário ía ser cumprido, tardou em cerca de 15 minutos e segundo eles, devido aos atrasados... !! No almoço, os mesmos problemas do ano anterior. Se por um lado o almoço foi bem melhor, e o espaço escolhido ao ar livre era muito agradável, estar pregado ao sol durante mais de uma hora é que não se tornou de todo agradável! Ora porque o serviço era lento, ora porque a comida tinha acabado e havia que aguardar pela chegada de mais tabuleiros etc. e tal...!

Bem sei que servir refeições para 700 participantes, mais alguns familiares e/ou amigos não é coisa fácil, por isso, cada vez mais acho que é de bom-tom deixar à consideração dos participantes a possibilidade de se fazer as inscrições com ou sem almoço. Assim, cada um é livre de optar pelo que achar mais conveniente! Ter de se pagar 20€ de inscrição e ter de desistir das filas para se ir almoçar fora, como me apercebi que alguns estavam a fazer, é que não é boa solução!

Pronto, já está o relato, os elogios merecidos onde foram merecidos, e também as críticas que acho que deveriam de ser feitas! Se somos pagantes, temos o direito de reclamar! Isto, para não sermos radicais e começarmos logo a dizer que assim nunca mais e coisa e tal....!

E pronto, foram estas as façanhas do (único) gajo do equipamento das carinhas sorridentes, na Maratona de Óbidos de 2009.

JP”

2009-08-29

Trilhos de Baco - Vidigueira - 23 de Agosto de 2009

Relato do TA, mais recente "aquisição" dos Just4Fun:

"O toque de alvorada às 5h15m (ainda por cima a deitar-me tarde) fazia-me crer que a prova não ia ser de boa memória. Após arrumarmos o equipamento no carro segui junto com o Henrique, o único a aceitar o convite, rumo à Vidigueira: 'Trilhos de Baco'. Esta é mais uma daquelas provas míticas na qual ainda não havia participado. E se isso não fosse motivo suficiente para participar nesta prova, a contribuição aos soldados da paz da Vidigueira seriam-no certamente (15 EUR sem direito a almoço mas com recibo para descontar no IRS por ser um donativo aos Bombeiros, com almoço seria mais 10 EUR). Inicialmente tinha previsto ir lá passar a noite e participar no passeio nocturno mas optei por ir apenas à maratona. Após um bom pequeno-almoço, apesar do preço cobrado na estação de serviço da auto-estrada), seguimos rumo ao local da prova.

Faltava ainda meia horita, o suficiente para tratar da bicicleta e levantar o dorsal (que incluía a habitual t-shirt, uma garrafinha de vinho branco da zona e outra de azeite). Após a concentração dos cerca de 750 aventureiros a partida deu-se pontualmente às 9h. Estava com algum receio da prova: 70kms no interior alentejano em pleno Agosto não seria pêra doce. Após um reajuste no banco seguimos em direcção aos trilhos de terra.

Na realidade a prova estava a correr da melhor forma, tanto que após uma hora já tínhamos chegado ao primeiro posto de abastecimento. Parece que infelizmente para alguns a prova não estava a correr tão bem pois, antes de chegarmos a esta paragem, cruzámo-nos com uma ambulância em marcha de urgência.

Após comermos e nos refrescarmos, pois convinha não deixar o calor vencer, seguimos para o segundo troço. Acordámos que iríamos abrandar o ritmo para não nos desgastarmos demasiado. Após umas subidas que considerámos bastante simples de ultrapassar e descidas bem rasgadinhas, chegámos a meio da prova, perto das antenas, com duas horas de prova. Mesmo abrandando, o ritmo era alto. Novo reforço alimentar (com melão, bananas e uns bolos muito agradáveis) e de líquidos (água e Coca-Cola), mais um pouco de óleo na corrente (por sinal presente em todos os abastecimentos) e voltámos à carga. Era também aqui que o percurso se separava, 40km em frente, 70 para a esquerda a subir até às antenas.

Aí a vista era fantástica e os trilhos também: um carrossel alucinante com umas descidas tão compridas que quase não era preciso pedalar para vencer as subidas. Parecia tudo correr da melhor forma até que o Henrique se queixou de cãibras. Também a minha perna direita apresentava os primeiros sinais de fadiga, julgo eu, provocados pela prova da Malveira na semana anterior. Decidi acompanhar o Henrique nos restantes km da prova, ainda faltariam 25 para o final. O ritmo desceu consideravelmente e era necessário encontrar o equilíbrio entre o pedal e a cãibra que teimava em moer. As pequenas paragens para descansar, esticar, massajar os músculos sucediam-se. Mais uma banana, um pouco de gel e água e seguimos viagem. Mais umas descidas, estas indicadas como perigosas, fosse pela pedra solta ou pelos regos. Quase caía, não pela dificuldade do percurso mas porque os pneus não me inspiram muita confiança: escorregam demasiado em terra. Aos 48km havia uma paragem apenas de água. Esperávamos um posto de abastecimento aos 50 mas afinal só apareceu aos 55. Foi a única coisa a apontar em toda a organização. Entre o km 50 e 55 o percurso foi essencialmente a subir, pouco inclinado mas durante bastante tempo e o calor começava a apertar. Estariam seguramente mais de 40º C. No final da terra o acesso ao 3º posto de abastecimento era uma enorme descida em alcatrão com duas ou três curvas em cotovelo.

Mais água, mais fruta, mais bolos, estica aqui massaja além e estávamos preparados para o último troço. O terreno ia ter muito poucas oscilações mas a perna do Henrique atingiu o limite. Desmontámos. Seguimos até ao final da subida a pé. A vista essa era fantástica, junto a um campo de girassóis. Para mim o Alentejo é assim: seco, por vezes árido, tórrido mas de uma beleza sem igual. Passámos algumas vinhas onde já não havia sombras para nos escondermos. Descarreguei parte da água por cima. Estava quentinha mas deu para esfriar um pouco o corpo. Atravessámos mais um troço de alcatrão e o Henrique voltou a desmontar. Faltavam uns míseros 5kms. E eram para ser feitos. Animei como pude o Henrique e até consegui puxá-lo para um pequeno sprint. Subimos até ao último posto de controlo mesmo à entrada da Vidigueira, bastava fazer um troço em terra – a descer – e a chegada à meta era logo a seguir. Fomos quase os últimos mas terminámos a prova.

No próximo ano estarei lá de novo, seguramente acompanhado por um grupo maior: pelo prazer de pedalar, pelo prazer que as paisagens do Alentejo me dão e pelo prazer de contribuir para que o esforço e dedicação dos Bombeiros Voluntários da Vidigueira não se extinga.

Dados:
Distância 70km
Acumulado 1300m
Tempo 5h40m
Calorias 3075"

2009-08-18

Passeio FEXPOMALVEIRA - 16 de Agosto de 2009

Relato do SD:

"Domingo dia 16 de Agosto, os Just4Fun marcaram presença na FExpoMalveira2009. Eu, o João Pedro, o Nuno (presente no passeio que fizemos a Muge) e o Tiago (colega da CGD) apontámos todos como heróis para o passeio dos 50Km.

Desde já uma palavra à Organização que me surpreendeu pela positiva. O passeio que estava previsto para arrancar às 9:00 arrancou às 9:17. É bom lembrar as 500 inscrições, ainda assim, os 17 minutos foram passados com o tradicional briefing seguindo-se o sorteio de um GPS Garmin bem como equipamento da equipa Liberty Seguros. Normalmente os sorteios estão reservados para o final do evento e obrigam os participantes por vezes a longas esperas por isso, o meu aplauso pelo modus operandi. Os elogios à organização continuam pois o percurso estava muito bem marcado (apesar de me ter enganado uma vez mas a culpa foi exclusivamente minha), os abastecimentos foram óptimos (recordo-me de uns bocadinhos de pão cobertos com doce) e havia sempre malta da organização e também GNR nos cruzamentos com o asfalto (tanto quanto me lembro, só não havia num). Quem gosta de álcool ainda pôde fazer o gostinho à goela com umas mines que a organização tinha nos abastecimentos. Foi a primeira vez que vi isto…

O passeio em si, deu trabalho. Apesar de saber como é a zona em redor da Malveira imaginei que os 50Km iam ser piece of cake mas enganei-me. Estava tão convencido que ia passear que nem retirei o lastro que suporta a cadeirinha que transporto na bicicleta à semana. Nas subidas quando me lembrava que podia ir mais de um quilo mais leve só me chamava nomes. Houve ali muito trabalhinho durante as 3:31 que demorei a chegar novamente à Malveira. Esgotei a transmissão e cheguei a andar com a ‘moeda’ atrás, pois só assim se venciam algumas autênticas paredes. Em alguns sítios a bicicleta subia mesmo para as costas dos trepadores, especialmente em algumas zonas de muita pedra. Sim, estes 50km foram bem fustigados nesse sentido pois apanhámos muitas zonas de piso demolidor. Mas este passeio não se fez só de subidas, descidas também as houve. E que descidas!! No briefing a organização deu a conhecer a zona do Gerês como uma zona muito técnica, perigosa e como tal opcional. Quem não se sentisse à vontade para passar pelo Gerês tinha uma alternativa. O Gerês acrescentava cerca de 2Km ao percurso e quando dou por mim lá estava a fazer o seu sigle track. Ao princípio achei a coisa engraçada e procurei não pensar muito. Descidas feitas com as rodas bloqueadas, precipício do lado esquerdo, curva à direita seguida de curva à esquerda e… descida brutal em frente. Imaginei que a coisa não ía correr muito bem até porque havia um gancho pronunciado à direita no fim da descida, pelo que tive o juízo de desmontar. Acho que foi a melhor opção. Segundo o JP, foi neste início de descida que ele caiu mas felizmente sem qualquer consequências. Devido à queda a corrente saltou-lhe e teve ainda uns instantes a tentar recolocá-la pois esta ficara entalada custando a sair.

Os últimos metros incluíam um lance de escadas algo prolongado e aqui o Nuno chegou a furar mas o carro estava a escassos metros e a meta ali à vista.

No fim soube também que o Tiago tinha tido um azar e caíra, felizmente também sem consequências de maior e que também tivera um furo mas conseguiu ir remediando dando umas bombadas.

Acabámos todos por fazer o passeio mais ou menos de uma forma individual. Após 50m da partida parei e estive uns instantes de volta de uma câmara que imprevisivelmente ficara sem pilhas. Por este motivo não tenho registo fotográfico. Recuperei e apanhei o Tiago mas também rapidamente o perdi pois estávamos ainda no início da prova e estava por ali muita gente. Ainda tentei ir buscar o JP mas nunca cheguei a ver a ‘cenoura’ (mas alguma vez eu ia buscar o JP…!). Após a chegada, novo abastecimento e neste, encontro o JP que me diz ter chegado à instantes. Eram 13h. Afinal a cenoura não estava muito longe…

Gostei da volta (para mim perdeu a classificação de passeio!) e da sua organização como expliquei atrás. Os 50Km foram por mim percorridos em 3h31m, com um média de 14,20 Km/h. Considero esta média baixa mas atendendo ao 1495,33m de acumulado, talvez não seja tão má quanto isso."

2009-07-15

24 H Monsanto 2009 - Fotos NC

E aqui vão mais umas fotos de malta a pedalar em Monsanto.
Já havia por aí bocas a insinuar que era só grelhador e "mines", mas pedalar " 'tá quieto"...

Ora bem...
Lá conseguimos arrastar o pessoal para uma sessão fotográfica para fingir que estavam a participar nas 24H, de modo a calar essas bocas.
Só assim se justifica o ar alegre com que eles estão a pedalar :-)





24 H Monsanto 2009 - Comentário do PL

Este foi o comentário enviado pelo PL para o Forum-BTT.
À falta de melhor rescaldo fica aqui este registo...

"Acompanho as 24 H da Escola Aventura desde Vila de Rei, embora nessa edição apenas como espectador. Foi o suficiente para decidir que queria participar na festa pelo lado de dentro.
Caí de paraquedas com mais três companheiros na primeira edição de Proença-a-Nova, dando origem "formal" ao grupo de pedalada em que me integro. Arrastámo-nos até aguentarmos, mas decidimos que queríamos voltar no ano seguinte. Este evento tem algo de especial para nós e todos os anos temos feito questão em participar e levar família e amigos, aproveitando a ocasião para uma festa à maneira com grelhador "non stop" e "mines" à farta.
Já participei em equipas de quatro, a solo e este ano numa mais desportiva em equipas de oito mistas, para poder gozar o ambiente que me passou ao lado na última participação (a solo).

Não me queixo do valor da inscrição e não é por achar barato. É caro, mas é claro desde o início e só participa quem quer. Irritam-me mais outras coisas caras que tenho que pagar porque sou obrigado (mas isso é outra conversa e não tem nada a ver com BTT).
O mesmo não se passa com outras pessoas com quem falei, que se começam a sentir desmotivadas para participar num evento (caro) que não foi organizado a pensar nelas, por se estar a tornar demasiado dirigido aos "pros".
Pode ser uma opção da organização tornar o evento tão duro que apenas participarão os atletas de elite (ou os que pensam que são), mas isso e o valor total da participação (que não se esgota na inscrição) inevitavelmente vai afastar muita da gente que faz a festa. É uma questão de estratégia e não me pronuncio sobre isso.

Eu gostaria de continuar a participar nesta festa pelos motivos que referi acima (embora não seja pro nem pense que sou), mas começa a ser complicado arranjar quem me acompanhe nesta maluqueira. As borbulhas (alergia ou insectos, ainda estou para perceber) dos últimos dois anos também não ajudam a mobilização, mas isso será provavelmente motivado por uma má escolha do nosso local de acampamento, porque aparentemente a maioria dos participantes não foi atacada.

Depois destas considerações gostava de sugerir a quem escolhe o percurso que não passe por ele apenas uma vez, mas sim durante seis horas seguidas. Talvez assim perceba porque algumas pessoas se queixam da exigência desnecessária. O percurso deste ano até era muito giro e até tiraram as escadas, que era uma coisa que eu reclamei nas duas edições anteriores, mas era demasiado exigente (especialmente à noite).
Lembro-me que na primeira edição de Proença havia um troço do percurso que foi substituído durante a noite, eventualmente por se achar que era demasiado perigoso às escuras. Porque não repetir esta experiência, que em Monsanto até seria fácil, tendo em conta as vezes que o percurso se tocava (ou quase). Facilitava também o controlo nocturno e diminuia a possibilidade de aldrabice.

Fala-se de custos de organização, mas insiste-se num percurso de 12-13 km, que tem dificuldades acrescidas de controlar, abastecer, assistir em caso de emergência e eventualmente custos acrescidos com o controlo policial. Um percurso de 8 km seria mais económico. O que aparentemente podia ser mais chato para quem vai a solo é compensado por mais passagens na meta, onde de facto está a "animação". Este ano até teve mais uma travessia de estrada. Se a polícia é de borla tudo bem, mas se tem que ser paga não percebo a opção. Já participei em provas de 24 h a solo com percursos mais pequenos e não achei chato (antes pelo contrário).

Uma prova destas é para ser ganha pelos "pros" mas sem "turistas" perde o brilho e a mística, o que acabará por se ressentir no ambiente e inevitavelmente comprometerá edições futuras, a não ser que se arranjem patrocínios fortes, o que parece estar complicado.

Para terminar (que o texto já vai longo) apenas mais algumas referências:
Sente-se falta do café distribuído pela noite fora e até do caldo verde que chegou a haver em Proença.
Sente-se falta da animação nocturna na zona da meta. Este ano o ambiente estava particularmente parado.
Um must este ano foi a barraquinha Isostar, por outro lado a da Mule Bar estava pessimamente situada, pois só quem fazia duas voltas seguidas passava por ela.
Este ano a actualização das classificassões deixou muito a desejar e nós até tínhamos uma equipa de 2 a lutar pelos lugares cimeiros.
Repensem os lugares para distribuir águas. Em alguns deles só se bebia se se parasse. O início dos singles não me parece o melhor local para distribuir águas.
Por mim, escusam de dar T-shirts. Já só servem para panos para limpar a bicla. Evitam também perder tempo no secretariado por causa dos tamanhos, e das trocas, aproveitando os recursos para tarefas mais importantes e diminuindo as filas que se chegaram a registar em certas alturas. Podem assim poupar e reduzir o valor das inscrições, mas também podem arranjar outra lembrança que não tenha tamanho nem seja passível de troca. Uma câmara de ar, por exemplo, seria mais útil neste tipo de provas. As melhores lembranças são as mais improváveis. Já me deram vinho, azeite, um púcaro inox. Qualquer uma delas é melhor que uma t-shirt (para mim, obviamente).

Espero que esta mensagem não seja encarada como uma crítica fácil e destrutiva, pois não foi essa a intenção. Pelo contrário, repito que gostaria de continuar a participar integrado numa trupe Just4Fun, mas não está fácil. Se o que acima referi servir para melhorar a prova fico satisfeito.

Uns dias depois da prova, no meio de duas coçadelas dizia que Monsanto nunca mais, mas depois da borbulhagem amansar já estava a pensar onde é que hei-de ir montar o estamine no ano que vem para não vir todo picado."

2009-06-22

24 H BTT 2009 - Monsanto - Lisboa - 13 e 14 de Junho

Vamos manter a tradição...

Até parecia mal este blogue ter notícias em cima da hora, por isso, agora que já passou mais de uma semana, vamos lá a começar os ecos das 24 Horas BTT Just4Fun.

O mais fácil é referir as classificações, que é pouco mais que copiar o trabalho da organização ;-) :

Solo Masculinos:
85º – Ricardo Flores – 8 voltas
96º – Francisco Gomes – 7 voltas
97º – Sérgio Duarte – 6 voltas
(classificados 126)

Solo Femininos:
5ª – Rosário Gomes – 6 voltas
(classificadas 7)

Equipas de 2 Masculinos:
6º - João Pedro e João Bronze – 29 voltas
(Classificadas 18)

Equipas de 8 Mistas:
5º - NH, EN, PL, DN, FF, TF, AF e AAF – 26 voltas
(Classificadas 5 equipas, mas a nossa era a única com duas senhoras ;-) )

Destaque para as melhores classificações de sempre das participações Just4Fun nas 24 H BTT, obtidas pela Rosário e pela equipa mista de oito ;-)

Pronto... OK... depois da brincadeira vamos lá reconhecer o evidente: o JP e o JB fizeram uma dupla espectacular e levaram as camisolas sorridentes a um estrondoso, espantástico, piramidal, fenomenoso sexto lugar em equipas de dois.
Foi um espectáculo acompanhar a prova destes dois que pedalaram como se não houvesse amanhã e andaram sempre a morder os calcanhares da equipa que ficou em quinto e a fugir da que ficou em sétimo.
Também... não seria de esperar menos de um equipa movida a JP e JB :-)

E tomem lá mais umas fotos para dar cor ao blogue, que isto está muito branco (e não é JP branco ;-) ).





Voltaremos dentro de... "algum tempo" com outros ecos desta prova.

2009-06-18

E agora algo completamente diferente... as 24H

Isto é só para recordar que faltam os relatos, rescaldos e fotos.
Não estão esquecidos, é preguiça mesmo. Se fosse para pedalar estava tudo em pulgas, agora para digitar...

Bom, mas para esta mensagem não ser tempo completamente perdido ainda aqui se deixam duas imagens de um dos verdadeiros heróis que fez uma prova "non stop" ;-) Outras fotos e relatos seguirão... ia a dizer "proximamente", mas é melhor dizer "um dia destes" :-)

Raid BTT Minde 2009

A actualização deste blogue deixa muito a desejar...

Já acabaram as 24 H de Monsanto com mais uma brilhante participação Just4Fun e agora é que vêm aqui falar do Raid de Minde, que já foi há... para aí... uma data de tempo...

Bem, mas como vale mais "dar-te que na nuca" ;-) aqui fica o relato do JP, que apesar da resinguice levou as camisolas sorridentes bem alto :-)

"JP, Calhau... e Minde

Propositadamente no título, veio a palavra calhau a seguir a JP. Foi desta forma que me senti nos primeiros 20 kms deste Raid a Minde, terra e serra dos calhaus...!!

Depois de abusos no dia anterior, que incluíram acabar de jantar às 23h, ter comido que nem um "alarvo" e me ter deitado quase às 2 da manhã, tudo conjugado fez com que logo às primeiras pedaladas tivesse sentido que não "estava em dia sim"! Foi um sofrimento só, até ao km 20, tendo mesmo equacionado desistir, pois não me sentia muito bem. Só como exemplo, eu que até nem transpiro muito e gasto poucos dos líquidos que levo, desta vez cheguei ao abastecimento por volta dos 19 kms e picos... já sem gota de água na garrafa que transportava na camisola, nem pinga de isostar no bidom que ía no suporte! Algo não estava bem...!! Calhau... ió ió ió...! (para a próxima, não te esqueças de fazer o mesmo!) :(

Bem, após ter ingerido liquídos em abundância neste abastecimento e ter comido um pouco, lá me animei e decidi voltar à prova. Encontrei o meu ritmo (finalmente) e a coisa começou a animar. Começei a passar alguns concorrentes, coisa que até aí tinha sido precisamente o inverso. Era vê-los passar... e nada de reagir!

Os kms foram passando, a ânimo reencontrado e apenas a dificuldade do percurso muito técnico evitava que pudesse progredir um pouco mais! Até que... eis-me chegado ao km 40, onde tinha ínicio a longa subida de cerca de 5 kms, os 2 últimos dos quais (sensivelmente) num single-track em pedra. Para quem fez o Lisboa-Fátima, viu parte desse caminho já na longa subida de asfalto que antecede a descida a Minde. Aqui, o cansaço e a tentativa de recuperar o tempo perdido no início, fez-se notar! O ritmo baixou obrigatoriamente, mas apenas 2 outros concorrentes me passaram aí. Mais à frente, já na entrada em Minde e após o single-track (downhill urbano de Minde) consegui recolar aos mesmos, tendo mesmo conseguido ultrapassá-los.

E assim teve lugar mais uma saga... desta vez com contornos perfeitamente evitáveis de véspera!

Resumiu-se no 55º lugar final entre 323 que termiram a distância. Com o tempo total de 2h43m15s, nos cerca de 48,5 kms com 1000 mts de acumulado de subidas (muito técnicas) à média de 18 km/h.

Quem voou baixinho, foi o nosso amigo João Santos (deu a volta a Salvaterra de Magos connosco). Esse indígena, cometeu a proeza de chegar em 18. com 2h26m27s, e com mais 5 kms percorridos do que os restantes. Pois, quando seguia entre os 10 da frente já a cerca de 10 kms da meta, enganou-se na última divisão dos percursos e após 2,5 kms quase sempre a descer, foi avisado que estava enganado. Encheu-se de raiva, voltou a trás e "pimbas por ali acima". Veio apanhar uns quantos, mas não os suficientes para retomar a classificação em que seguia. Ficou-se pelo 18. lugar, o que de si só já seria uma proeza, quanto mais naquelas condições adversas!

E pronto, já resumi o que se passou! lol. Desculpem a brevidade dos meus relatos. São simples e objectivos! :p "

2009-06-12

Just4Fun City nas 24 H de Lisboa


Os Just4Fun já instalados no Parque de Monsanto preparados para as 24 H BTT de Lisboa 2009.

2009-06-01

TriumviratumBTT - 16 de Maio de 2009 - O relato

TriumviratumBTT II – O regresso dos Just4Fun

Como sabem as três pessoas (não Just4funers) que visitam este blogue, em Setembro de 2008 atirámo-nos cheios de fé ao desafio colocado pelo TriumviratumBTT, que consiste em ligar Leiria, Torres Novas, Tomar e regressar às origens a pedalar num percurso fora de estrada, com cento e quarenta quilómetros e uns trocados. Batemos com o nariz no escuro da noite ao fim de doze horas, com cerca de dez dúzias de quilómetros feitos.

Viemos para casa lamber as feridas no ego e massajar o orgulho, na expectativa de lá voltar em Maio de 2009.
No dia 16 de Maio às 7:00 lá estavam em Leiria seis Just4funers pedalantes e três apoiantes para tentarem dar a volta ao percurso. Desta vez talvez estivéssemos mais apreensivos, dado que sabíamos melhor o que tínhamos pela frente. A chuva que ia caindo também não ajudava a animar, mas a vontade de concluir a volta era muita.
Foto da praxe junto à Fonte Luminosa... "até já" à equipa de apoio... e “ala que se faz tarde”...
A experiência anterior permitiu-nos seguir sem hesitações o percurso, ainda que os GPS’s nos empurrassem logo para a outra margem do rio, e assim fomos galgando os quilómetros iniciais embrenhando-nos no Valinho da Curvachia passado pouco tempo. A chuva que tinha caído e continuava a molhar-nos deixou o terreno pesado e com muita lama mas lá progredimos em bom ritmo. Mentalmente íamos fazendo contas à média e ao tempo que demoraríamos a completar a rota. Serra acima fomos passando pelos pontos onde na tentativa anterior tínhamos registado furos e pensando que esperávamos que a saga não se repetisse. A coisa foi correndo bem até que um fura. Alguns de nós terão pensado: “Já começou a maldição dos furos...”.
Substituição da câmara por outra com Magic Seal e alguns aproveitaram para contar os remendos que a câmara furada tinha (reutilização: ambiente “oblige”). Parece que eram nove, mas ainda assim o furo conseguiu encontrar um bocado de borracha virgem.
Os quilómetros seguintes lá pelo alto da Serra foram percorridos sempre a olhar para os pneus, mas desta vez não tivemos o azar de Setembro.O primeiro encontro com a equipa de apoio teve lugar antes de se começar a descer a sério para Torres Novas numa terra perto da Pedreira do Galinha, famosa pelas pegadas de dinossáurios. Foi a altura de repor os níveis e de fazer pequenas afinações no material que tinha sofrido muito nas primeiras horas. A chuva tinha parado e o moral estava alto.Próxima paragem Torres Novas e agora é quase sempre a descer. Foi a parte mais rápida do percurso. Tão rápida que quase chegávamos antes da equipa de apoio. Era altura de comer qualquer coisa à laia de almoço, mas não se podia demorar muito, que o tempo não pára. Mais uma afinações mecânicas e lá vamos nós direitos a Tomar. Próxima paragem: Paço da Comenda.

Alguns de nós sofreram um bocado neste troço. Por exagero de ritmo inicial, por terem comido demais, porque já se levavam muitas dezenas de quilómetros nas pernas, ou tudo conjugado, o grupo partiu-se ao meio na subida para os moinhos da Pena. Lá no alto reagrupámos e seguimos juntos até ao ponto de apoio, onde voltamos a demorar um bocado mais que o desejável, no intuito de tentar recuperar o corpo e a mente.Tomar era já ali e se a hipótese de completar o percurso em doze horas começava a ficar comprometida, ainda restavam muitas horas de luz para pensarmos que não chegaríamos ao fim. Começou a equacionar-se a possibilidade de dividir o grupo em duas equipas, dado que naturalmente três de nós estavam com um ritmo muito mais vivo que os restantes. Podíamos assim tentar que uma equipa chegasse antes das doze horas. Decidiu-se que chegaríamos todos juntos, fosse com que tempo fosse. Era o espírito Just4Fun em acção.

Tomar foi passada rapidamente demorando apenas o tempo necessário para a fotografia na praça central, dado que vinha já aí a subida para o Convento, que não é pêra doce.
O próximo ponto de apoio foi no Aqueduto de Pegões e as paragens iam ficando cada vez mais demoradas, aproveitando-se para comer e recuperar ânimo, que o corpo já teimava em não recuperar.
Sabíamos que se seguia um sobe e desce massacrante e arrancámos com cautela para não estoirar definitivamente. Alguns, no entanto, pareciam tão frescos como no início e seguiam a um ritmo impressionante, tendo depois que esperar que o restante gang reagrupasse.
Estação de Fátima: Paragem rápida e lá vamos nós.
Vilar dos Prazeres... No ano passado a noite caiu-nos em cima neste ponto. Desta vez o Sol ainda ia alto. Era claro que as doze horas eram uma miragem, mas faltavam cerca de 30 quilómetros... Já cheirava a Leiria. Era preciso um cataclismo para não conseguirmos concluir. Após uma paragem também algo demorada seguimos para Santa Catarina e daqui para a frente era tudo novidade. Havia informações que não eram “favas contadas” até ao final e que ainda penaríamos um bocadinho numa subida. As paragens para descansar e reagrupar passaram a ser mais frequentes e a tal subida que se esperava acabou por ser feita em duas etapas para os três da retaguarda, mas na paragem para abastecimento em Santa Catarina os sorrisos foram-se abrindo e a sensação de conquista foi-nos invadindo. Não foi sem sofrimento que se fez a última etapa antes de Leiria, onde se acumularam alguns enganos, alguns por desatenção nossa, outros induzidos pelo track. Nesta última fase ficou-nos na retina um longo single a descer ao longo de uma ribeira que nos soube muito bem. A aproximação a Leiria é penalizada pelo progresso, que nos faz andar a fugir das vias rápidas, onde mais uma vez os tracks e o terreno nem sempre batiam certo, mas por palpite, ou pelo método da tentativa e erro, lá se foi encontrando o caminho a seguir. Estávamos já com os últimos raios de Sol quando entrámos em Leiria. Entretanto um dos GPS’s já tinha ficado sem bateria e outro tinha tido uma paragem algures antes de Torres Novas, mas passados uns quilómetros conseguiu-se pôr a funcionar. Restavam três, mas posteriormente constatou-se que um destes não tinha gravado o percurso. Não eram estes azares que nos iriam tirar o sabor de vitória com que voltámos à fonte luminosa para a foto final, treze horas e vinte e um minutos depois de termos dado a primeira pedalada.Brindou-se com champanhe fornecido pela equipa de apoio e seguimos para casa do JB, para o banho e jantar com o que tinha sobrado dos abastecimentos.

O regresso a Lisboa foi penoso, depois de dormir poucas horas na noite anterior e do esforço de pedalar durante 148 km com quase 3000 metros de acumulado de subidas, mas a sensação de vitória manteve-nos acordados.

Cumpriu-se o Triumviratum. Parabéns a quem teve a ideia de lançar este desafio e a quem o conseguir concluir. Nós já conseguimos, venham os próximos.