2008-12-21

Tróia-Sagres - 13 de Dezembro de 2008

Os Just4Fun estiveram presentes mais uma vez, desta vez com seis elementos.
Os relatos dos participantes em baixo:

Relato do SD:

"5:00. Toca o despertador. Saio do certo para o incerto. Deixo para trás o conforto da cama e desperto para um longo dia que se prevê… duro.
5:25. Tento não fazer barulho, saindo de casa do jeito que muitos costumam entrar a estas horas, i.e., com pezinhos de lã. Arrumo os últimos sacos e aguardo no carro pela chegada do amigo Paulo Leitão. Chuvisca. Afinal as previsões meteorológicas parecem não se ter enganado.
5:30. Chega o amigo Paulo Leitão. Trocamos um ensonado cumprimento. São horas de ir buscar o nosso motorista de serviço.
5:40. Pontual, Francisco Gomes já esperava na rua pela nossa passagem.
6:00. À hora prevista, recolhemos o amigo João Bronze que se faz acompanhar da sua KTM. Com tudo arrumado, seguimos para o ponto de encontro.
6:30. Área de serviço de Palmela. Ponto de encontro para o primeiro café. Delgado Nunes, Pedro Martinho e Fernando Ferreira, apoiados pela Elisabete Novais, constituem os restantes Just4Fun para este… passeio.

Decidimos este ano não utilizar o barco, para chegar a Tróia. Face aos atrasos provocados pela afluência de participantes no ano anterior, preferimos ir de carro, garantindo deste modo a hora de chegada. Durante a viagem até Tróia, a chuva mostra o que nos espera ao longo do dia. Já perto de Tróia, por volta das 7:45 vêem-se já ciclistas a pedalar. Chegámos às 7:50 ao novo cais marítimo de Tróia e começámos de imediato os preparativos para sairmos a pedalar o quanto antes, pois o dia já nascera e queríamos aproveitar ao máximo a sua luz.

8:10. Deixamos os carros e damos as primeiras pedaladas. À frente combina-se uma estratégia de rotação de forma a facilitar o andamento do grupo. Com um ritmo moderado, poupando energias para os muitos quilómetros que tínhamos pela frente, circulo com o Paulo Leitão e João Bronze à frente e observo que os restantes elementos do grupo arrancaram com um ritmo mais lento. Compreendo os seus andamentos, afinal é a primeira vez que enfrentam este desafio.

Ainda não tínhamos chegado à Comporta e já os primeiros pingos se faziam sentir. Neste momento quis acreditar que se tratasse de algum arrufo passageiro entre nuvens, ao mesmo tempo que pensava no impermeável e nas capas dos sapatos que deixara na pickup. Continuei o meu ritmo. Afinal era eu que ia agora a impor o andamento. Um olhar para trás sobre o ombro e já não vejo na minha roda o meu grupo. Verifico então que pedalam a alguns metros atrás pelo que decido manter o meu ritmo.

Começa a chover com mais intensidade. A temperatura não é muito baixa e o vestuário vai resistindo à água. Os nossos carros de apoio brincam à apanhada connosco, esperando a espaços por nós. De objectiva em punho registam a nossa passagem a cada momento. Digo bom dia aos companheiros de viagem que ultrapasso e repondo na mesma moeda aos que passam por mim. Já perto de Pinheiro da Cruz envolvo-me com a viatura de apoio dos ciclistas do Clube de Loulé. Circulando atrás dos seus ciclistas, este carro distribuía CO2 desinteressadamente a todos os que se juntavam à sua retaguarda e obrigava a ultrapassagens fora de mão! Foi o que tive de fazer, não sei antes demonstrar o meu descontentamento por tal comportamento quando passei junto ao vidro do condutor.

A viagem tinha descanso marcado mais à frente. Nos preparativos desta travessia, recordei-me do bem que me soube um café quentinho acompanhado de uma bolachinha, 2 anos antes. Decidi então preparar algo semelhante para oferecer aos meus amigos e que bem que me soube um café quentinho tomado abrigado numa paragem de autocarro. Aliás, as paragens e as cabines revelaram-se importantes infra-estruturas este ano. Café tomado e estômago aconchegado, decidi continuar viagem para não arrefecer mas devia ter esperado um pouco mais pois o segundo carro de apoio transportava um delicioso bolo feito pela Elisabete. Bolas se eu soubesse…

A chuva não dava tréguas e o vento fazia-se sentir de sudoeste. Com a estrada molhada, o guarda-lamas dianteiro retinha a água mas com o vento forte que se fazia sentir, esta era toda dirigida para o pé esquerdo. A impermeabilização das meias que estreei nesta travessia começava a mostrar que as mesmas não estavam ao nível de intempéries pois começava a sentir água no pé, embora a temperatura do mesmo se mantivesse.

Os quilómetros passavam e a chuva e o vento… nem por isso. Comecei a sentir algum mal-estar em cima do selim e não conseguia encontrar a melhor posição sentado. A estrada virava agora em direcção a Porto Covo e o piso degradava-se significativamente. Pedalava agora mais devagar, negociando com o vento a minha progressão. Pouco depois, oiço o chamamento do João Bronze e alegro-me por ter companhia nos quilómetros seguintes. Mais atrás, o Paulo Leitão parava para reabastecer. Percebi que o João Bronze estava bem fisicamente mas que estava aflito das mãos e dos pés. Dizia que estavam uns cubos de gelo. Pouco depois, vimos um ciclista a substituir uma roda no seu carro de apoio, pois este tinha furado. Que grande azar! Quando virámos em direcção a Odemira, a estrada melhorou significativamente e continuei a viagem na companhia do João Bronze. Uns quilómetros à frente, parávamos junto a um café para reabastecer. Dentro de uma cabine telefónica, o Paulo Leitão usava o telemóvel para saber dos restantes elementos do grupo. Percebemos que o Fernando Ferreira e o Pedro Martinho acompanhavam agora a Elisabete dentro do carro de apoio ao Delgado Nunes que vinha um pouco mais atrás. Ao tomarmos um café, rimo-nos com um cartaz afixado na parede que dizia qualquer coisa como “…Leitão quente!”. Era precisamente como o Paulo gostaria de estar… Preparei-me para seguir viagem, pois estava a começar a tremer com frio quando percebo que o João Bronze estava bastante afectado do frio nas mãos e que tinha as suas luvas totalmente molhadas. Emprestei-lhe um par sequinho e ao que parece, foi o ‘click’ que precisava para continuar a enfrentar a chuva.

Pedalámos em seguida uns bons quilómetros juntos mas comecei-me a afastar nas subidas pois estas têm de ser feitas ao meu ritmo, caso contrário, são mais dolorosas. A seguir a Aljezur apanhámos outros ciclistas. Um deles em conversa comigo dizia-me que devíamos ser os últimos. Esta não era certamente a minha preocupação do dia. Chegar, seria uma vitória para mim e com este objectivo em mente continuei a enfrentar as adversidades naturais. Por esta altura, já passara o mau estar provocado pelo selim que é como quem diz, já tinha o rabo formatado. A chuva fria batia forte na cara, parecendo agulhas. Os óculos todos molhados dificultavam a visão. De cabeça baixa, olhava por cima dos óculos para perceber a configuração da estrada. A última subida do dia aproximava-se. Mais do que esta, preocupava-me uma dor no joelho direito que se vinha a agravar nos últimos quilómetros. Tentava pedalar mais com a perna esquerda, evitando esforçar o joelho. Ao chegar às imediações da Serra da Carrapateira, o vento distrai-se e concede-nos um pouco de descanso. Bem fisicamente, tirando a dor no joelho, forte psicologicamente ou não estivesse perante a última dificuldade do dia, subi toda a serra a um ritmo muito forte, contente por cada pedalada que dava, feliz por cada metro que vencia. Passei a todo o gás por um grupo e disse-lhes… “Embora! Lá em cima, é Sagres!”. Adorei a sensação de disponibilidade física que senti nesta parte final do percurso. Olhei para trás e não vi os meus amigos pelo que segui no meu andamento.

As rectas até Vila do Bispo foram percorridas já com pouca luz. A intempérie que se fez sentir partiu alguns ramos e estes, caídas na berma da estrada eram autênticas armadilhas. Numa delas estive quase a cair. Não vira o ramo quando a roda da frente resvalou ao o tocar mas consegui controlar-me em cima da bicicleta. Os últimos quilómetros até Vila do Bispo, foram feitos com o carro de apoio atrás a dar-me alguma iluminação. Pensei nos meus amigos que vinham mais atrás e que não teriam luzes. Também eu tinha as minhas no carro mas… parar para as montar quebrava o andamento. Acelerei o ritmo e parei à entrada da Vila do Bispo pedir ao Francisco Gomes para ir lá atrás dar as luzes ao pessoal. Segui então viagem sozinho, iluminado com a última luz do dia mas agora descontraído porque estava a chegar a Sagres e estes últimos quilómetros são acompanhados de uma berma onde é possível pedalar fora da faixa de rodagem.

Pouco antes de entrar em Sagres, o carro de apoio junta-se novamente a mim e segue-me até ao destino. Vejo a placa da vila e faço um gesto em forma de vitória, com o braço esquerdo. Estava a terminar a minha quarta participação, sem dúvida a mais dura de todas elas. Chegar ao fim com estas condições não é para todos nem é só uma questão de preparação física pois se o fosse teríamos tido seguramente a companhia do Fernando e do Pedro Martinho. Chegar ao fim com estas condições é uma questão de teimosia, insistência, luta, determinação e capacidade de espírito de sofrimento. Factores estes que contribuíram sem dúvida para que o sentimento final de vitória sobre todas as adversidades fosse ainda maior!

Nem após a nossa chegada a chuva parara. Sem condições para trocar de roupa, uns usaram as paragens de autocarro enquanto outros, foram atrás de uma espécie de quiosque para se despirem. Que bem que soube vestir uma roupa quentinha. Seguimos em seguida para a Zambujeira onde jantámos todos juntos. Ironicamente a viagem de regresso foi marcada… pela ausência de chuva! Assim terminou a nossa participação no Tróia-Sagres de 2008. Para a história (para a minha história, claro…) ficam os 196,44km percorridos em 8:50:09 a uma média de 22.23km/h e com uma velocidade máxima de 47,90km/h..

Até para o ano!"


Relato do PL:
"E à quarta foi de vez...
Depois de algumas ameaças que acabaram por não se concretizar, na quarta vez que participei no Tróia-Sagres levei com todo o mau tempo que ficou prometido nos outros anos.
Decididamente esta edição ficou marcada pelo dilúvio que se abateu sobre nós no sábado 13 de Dezembro do ano da (des)graça de 2008.
Pronto, não há mais nada de relevante a contar, pelo menos que me lembre...
...Ou então só isto é que me ficou na memória.
Talvez com um ligeiro esforço me consiga lembrar de mais alguma coisa, mas assim de repente não me vem nada à cabeça.
Esperem...
Lembrei-me agora de me parecer ter chegado a Sagres. Pelo menos a imagem que me ficou na retina era parecida com a dos outros anos e o pessoal estava todo contente e a dar os parabéns a quem chegava a pedalar, por isso devia ser mesmo Sagres. É que eu passei pela placa sem a ver, o que é estranho, porque quem participa nesta aventura faz duzentos quilómetros a pedalar só para ver.
Para onde é que eu iria a olhar?
Se calhar ia olhar para uns metros à frente da roda, como na maior parte do percurso. Ah! Já me lembro. Nessa altura, como já era de noite, não levava óculos e ia de cabeça baixa para tentar que a pala do capacete me protegesse os olhos da chuva e do vento.
Mas estava a chover quando chegámos a Sagres? Pelos vistos sim, mas não me lembro. Lembro-me vagamente de, quando coloquei a luz em Vila do Bispo, reparar que iluminava as gotas de chuva à minha frente, o que até fazia um efeito engraçado.
Aos poucos vou-me lembrando de alguma coisa, já não é mau.
Fazendo um bocadinho mais de esforço lembro-me da alegria que foi começar a subir a Carrapateira, não só porque significava que o fim estava próximo, mas também porque pela primeira vez não sentia o vento contra. Se calhar não estava a favor, mas só o facto de não estar contra já foi um alívio.
Lembro-me de alguns quilómetros antes ter que pedalar para conseguir andar a 20 km/h em descidas onde noutras alturas facilmente se passava os 40km/h sem pedalar.
Lembro-me de passar muito tempo a pedalar sozinho entre Sines e S. Teotónio, ver muitos participantes parados na berma a arrumarem o equipamento e pensar:
- Só espero conseguir aguentar.
Lembro-me de algures no meio do percurso olhar para baixo e ver água a correr em bica pelas mangas, a água levantada pela roda da frente ser toda empurrada pelo vento para o sapato esquerdo e de sentir as gotas da chuva batidas pelo vento a picarem-me na cara ao ponto de fazer doer. Lembro-me que essa terá sido das alturas mais complicadas. Já pedalámos muito, mas ainda falta muito, as pernas começam a dar sinais preocupantes e a dúvida de conseguirmos chegar ao fim é ampliada pela intempérie que nos está a cair em cima.
Lembro-me de ter deixado cair um bidon que escorregou nas mãos molhadas e que se partiu quando bateu no asfalto. Lembro-me de parar rapidamente para beber o resto da bebida que ainda continha e de ficar apreensivo porque não sabia onde estava o carro de apoio. Lembro-me de colocar o bidon partido e vazio no suporte para o deitar no lixo na próxima oportunidade. Lembro-me de ter encontrado o primeiro caixote menos de um quilómetro depois e de, quando ia parar, ter visto o carro de apoio junto a um café com mais dois companheiros de infortúnio (SD e JB). Lembro-me também de, em vez de colocar o bidon no lixo, ter tido um bocadinho de boa disposição para fingir que ia deitar a bicicleta no caixote, perante o olhar (incrédulo?) do pessoal. Lembro-me que este encontro, esta brincadeira e um café me deram ânimo na altura mais complicada e de termos seguido os três juntos (ou perto) quase até ao final, o que facilitou a conquista do objectivo.Lembro-me de me ter enganado junto a Milfontes porque não levava GPS. Mas porque é que não levava GPS?
Lembro-me vagamente de ter passado, após São Torpes, um troço de estrada esburacada com vento e chuva contra e progredir à vertiginosa velocidade de 15km/h.
Lembro-me de ter feito o troço entre a Lagoa de Santo André e Sines com mais três companheiros, mas quem eram eles? Das fotografias que já vi, parece-me que são o PM, FF e o DN, mas as fotos estão desfocadas como as minhas recordações. Esperem, eram mesmo eles. Foi um bocado fixe, porque em grupo passam-se melhor os quilómetros. Até deu para dizer umas larachas.Continuando este esforço de memória lembro-me de ter bebido um café em Brescos preparado pela equipa de apoio, acompanhado por um bolo de nozes que souberam muito bem e de começar a ficar gelado apenas por estar uns minutos parado.
Já agora, também me lembro de começar a pedalar sob um chuvisco que cumpria a previsão atmosférica e de me tentar enganar pensando:
- Isto é só agora de manhã e já passa.
Afinal passou, mas para pior.
Lembro-me de tentar ligar o GPS antes da partida e não dar nada, porque tinha a bateria descarregada, de me arrepender de não ter verificado isso na véspera e de pensar:
-Já é a quarta vez que fazes o percurso, não te vais enganar.
Pois é... foi por isto que não levei GPS e sempre me enganei.
Afinal, com algum esforço lembrei-me de muita coisa. Até me consigo lembrar do SD, JB, DN, PM e FF que embarcaram nesta maluqueira comigo e do FG e EN que se deixaram enganar para irem conduzir os carros de apoio e que muitas vezes devem ter pensado:
- Mas quando é que eles ganham juízo e entram para os carros?
Parece que à vinda para Lisboa jantámos todos juntos. Pois foi... e eu comi moelas que estavam muito boas, mas onde foi?...
Zambujeira... é isso! (Acho eu).
Num esforço final de memória consigo recordar que levava um Polar na bicla a marcar o tempo. Deixa lá ir ver os registos...
...
Olha, o Polar diz que comecei a pedalar às 8:12 e parei às 17:58, o que dá um tempo de 9:46. Diz também que estive parado um total de 53 minutos, pelo que se conclui que pedalei durante 8 horas e 53 minutos. Vá lá... estava à espera de pior, muito pior, mas quem é que queria saber o tempo de travessia no meio de um temporal daqueles, quando a incógnita era se conseguia chegar ao final.

Agora, uma semana depois do dia D (de Dilúvio), e depois de muito pensar e ler sobre os riscos corridos, chegar ao fim não parece tão importante como foi no próprio dia. Foi uma questão de teimosia mais do que outra coisa e teimosia não revela necessariamente inteligência, mas a partir de determinada altura, quem é que, com o mínimo de discernimento, continuaria a pedalar naquelas condições? Foi de certeza o triunfo do irracional sobre o racional, mas está feito com efeitos colaterais mínimos, que é o que interessa.
Para o ano, quero ver se lá estou, mas numa de passeio, que depois deste não há Tróia-Sagres que me assuste (haja irracionalidade suficiente).
PL"

2008-11-25

Algés Muge Algés em estrada - 23 de Novembro de 2008

Os preparativos para o Tróia-Sagres 2008 já começaram há algum tempo e no Domingo dia 23 de Novembro foi dia de aferir a forma dos Just4Fun para enfrentarem este desafio.
Estavam previstos 163 quilómetros, saindo de Algés, passando pelo Parque das Nações, Vila Franca de Xira, Azambuja, Valada, Ponte de Muge, Salvaterra de Magos, arredores de Benavente, Recta do Cabo, Vila Franca de Xira e regresso a Algés pelo caminho que se seguiu de manhã. A maioria acabou por fazer um bocado mais, como adiante se verá.
A avaliar pela forma como correu esta volta é de esperar que os Just4Fun tenham este ano uma representação de peso no Tróia-Sagres.

Aqui fica o relato da volta feito pelo SD:

"Que volta! Ontem faltaram-me 19 kms para chegar a Sagres e quando terminei… estava em Massamá outra vez. :-)

Foi uma volta muito engraçada, cheia de boa disposição e com tudo a ajudar. Até o almoço parece que foi encomendado! …e se calhar até foi pois parece que houve quem tivesse pago 20€ de inscrição para este passeio Just4Fun! Gente Saloia mas cheia de pedala e boa disposição.

Foram 9 os heróis que ontem compareceram ao treino. Saídos a pedalar das suas tocas ainda de madrugada e com luzes nas bicicletas, uns de Oeiras, outros de Massamá e outros de Algés, encontrámo-nos às 7 horas na estação de comboios de Algés. Pouco depois, chegou de carro o JP acompanhado do Nuno e do João. Pelo caminho, recolhemos o amigo JB que também saído da sua toda a pedalar compareceu às 8 horas na Torre Vasco da Gama. Pelotão formado e a dar gás em direcção a Muge. O ritmo era vivo e as paragens ocasionais. Ora para esperar o regresso do JP que em fuga do pelotão nem ouviu o grito do Ipiranga: “É à direita!!”, ora para comer uma bucha. A chegada a Muge foi mais cedo do que o previsto e ainda houve tempo pelo caminho para que o amigo DN reparasse uma bicicleta de estrada de um companheiro que ia apeado. Grande mecânico Just4Fun que sacou da malinha Sport Billy 2 braçadeiras que rapidamente fixaram o desviador dianteiro de novo no quadro e assim permitiu ao ciclista seguir o seu caminho.

Em Salvaterra de Magos comemos numa esplanada umas belas febras no pão com o grelhador ao lado e o cozinheiro praticamente dedicado aos Just4Fun. Estávamos a passar na rua à procura de um sítio para almoçar quando nos assediaram com carnucha grelhada na hora. Ficámos com o número de telefone do nosso amigo e ficou prometido que voltaríamos um dia. Não falha!

De regresso a Algés, o ritmo depois do almoço foi ao contrário do que se podia prever, i.e., mais forte ainda (terá sido de alguma malagueta na carne?). Houve mesmo a necessidade de pedir aos fugitivos para segurarem o andamento. Aqui era curioso… vinha o FF lá de trás a dizer para abrandarmos e depois o nosso amigo seguia na dianteira mas eu percebo… aquela bicicleta ficou muito melhor com uns pneus emprestados e já experientes nestas andanças.

No Terreiro do Paço o amigo JB deixou a nossa companhia, não sem antes ser vaiado e apupado de “panilhas” pois disse que ir para casa de Metro…

De novo em Algés, 8h depois de termos começado a pedalar, despedi-me do pessoal que tinha carro para o regresso e segui com o PL. Pouco depois, seguia sozinho no meu regresso a casa. Quando cheguei tinha 188km feitos e 7h46m de pedalada. Um bom passeio domingueiro, portanto. :-) "

e os comentários do JP:

"O meu obrigado a todos, pelo excelente dia passado!
Estou certo que o João Santos e o Nuno Cosme, também apreciaram. Pelo menos, foram os seus comentários!
Este é para já, o meu record de quilómetros feitos num só dia: 171,07 kms.
A média, também foi jeitosa. Acima dos 25 km/h. Contando que a entrada em Lisboa fez baixar um pouco. Tive a oportunidade de verificar à passagem pelos 150 km, na zona de Sacavém, e aí estávamos com uma média a rondar os 27 km/h. O que para aquele acumulado de quilómetros, é considerável!
Onde é que há uns 3/4 anos atrás, qualquer um de nós pensaria que isto seria possível? Atendendo ainda para mais, o facto de estarmos todos a ficar menos novos...! ;-)

O almoço acabou por ser melhor do que o esperado! Ainda bem que tinha feito o reconhecimento da zona, três semanas antes...! ;-)

Não houve avarias. Não houve furos. Houve uma queda logo de início algo aparatosa e assustadora, pelo menos para quem a viu em primeiro plano. Felizmente sem gravidade!"

Passeio de S. Martinho - Cuba - 16 de Novembro de 2008

No dia 16 de Novembro um grupo 17 Just4Funners e amigos participaram no tradicional passeio de S. Martinho em Cuba.
O formato já é nosso conhecido, pois foi a quarta vez que lá fomos: uma primeira parte (até ao abastecimento) em grupo compacto e com guias e uma parte final em percurso marcado e com andamento livre.
O dia esteve espectacular tornando o passeio muito agradável.
Antes do início, como habitual, tivemos as castanhas e a água-pé da praxe e o abastecimento foi variado, como costume, embora desta vez tenhamos a registar que os que chegaram em último já não tiveram direito a provar as tradicionais iguarias com que nos costumam presentear. Um ponto a rever pela organização, ainda mais quando se sabe que esta tem toda a informação necessária sobre a extensão (em quilómetros e tempo) do pelotão. Um outro ponto a necessitar revisão prende-se com a distância percorrida até ao abastecimento, que este ano foi maior que o costume fazendo com que algumas pessoas menos habituadas a estas lides começassem a ressentir-se fisicamente. Ora chegar tarde e não ter nada para abastecer é desagradável.
Mesmo com estes reparos, este é um daqueles passeios a que voltamos todos os anos e é de esperar que assim continue a ser.
Ficam aqui três fotos de elementos em plena pedalada (retiradas do BTT-TV) e duas fotos do almoço abrilhantado pelo grupo coral de Cuba, que animou o pessoal, apesar dos nítidos problemas de captação de som e do desrespeito de muitos participantes que teimavam em fazer barulho durante a actuação, mas o BTT é o reflexo da sociedade e nem todos os que pedalam primam pela educação.



2008-11-09

Meleças-Negrais - 9 de Novembro de 2008

Os Just4Fun são assim, basta falar em convívio gastronónico e eles aparecem. Veja-se no post de 6 de Novembro de 2008 do Blogue da Burra (link aqui ao lado).

Desta vez foram 10 elementos a ligarem Meleças e Negrais para se deliciarem com umas belas sandes de leitão e um espumante tinto bem fresquinho.

Aqui em baixo estão eles a olhar para a "Oreo" que se mantinha em pé atravessada na linha do comboio. Provavelmente estariam à espera que passasse um comboio que esmagasse a "bolacha" para ver se o respectivo ciclista escolhia uma "Spezidróglio" (vulgo "Moulinex") ou um "Canhãodágua" para a substituir. (Este parágrafo é uma "private joke" de ponta a ponta)

Estava um dia magnífico para pedalar, que começou com uns belos pastéis de nata (desta vez patrocinados pela EN) e que já começam a ser tradição no início dos passeios. A parte pior foi o regresso de Negrais, com mais subidas que a parte inicial e já sem o incentivo das sandes.
Como de costume o passeio foi pontuado com umas quedazitas ligeiras aqui e ali (mais ali do que aqui), mas nem isso arrefeceu a boa disposição geral.
Nas núvens andava o AAF a estrear a sua máquina nova e neste passeio pôde experimentar todos os tipos de pisos para aferir bem as diferenças entre as bicicletas rígidas e as de supensão total.

O festival gastronómico Just4Fun continua no próximo fim-de-semana em Cuba.

2008-11-06

Halloween em Sintra - 31 de Outubro de 2008


Relato do SD

“Na passada sexta-feira lá foram os Just4Funner’s JB e SD ao Passeio Nocturno do Halloween, na Serra de Sintra. Foi isso mesmo, um passeio, apesar de nos termos inscrito no Grupo Alto. Foram 20km a percorrer trilhos já nossos conhecidos mas… de noite.
O Clube BTT Lisboa preparou este 2º evento que considerámos bem organizado. Em cada grupo, um guia e um cerra-filas, que inicialmente associei a um qualquer cão de raça mas mais não é que o célebre ciclista-vassoura. Dotados de rádios, os guias estavam em permanente contacto e assim foram conduzindo os dois grupos. Do percurso destaco a subida a Stª Eufémia, o single por detrás dos Capuchos e a mítica Pedra Amarela. Se a primeira nunca tinha experimentado subir de bicicleta e se a segunda feita à noite tem outro encanto, a vista da Pedra Amarela foi qualquer coisa de soberbo e representou para mim o ponto alto do dia, ou da noite, no caso. Sob um céu estrelado e a deixar ver o que os olhos conseguirem alcançar, conseguimos avistar do marco geodésico o farol do Cabo Espichel o que, em linha recta são exactamente 43Km. Impressionante! No fim do passeio, ainda presenciámos um par de trovões seguidos dos respectivos clarões o que nos fez recordar por momentos que estávamos na noite das bruxas. A terminar e já nos últimos 2km em direcção ao carro, apanhámos as primeiras pingas mas nada que nos arrefecesse o ânimo pois na roulote no estacionamento ainda nos iríamos atirar a dois bifanões acompanhados das respectivas bebidas.

Gostámos e não achámos caro pois aos 10€ da inscrição se retirarmos os 3,5€ do bifanão e a bebida (não sei preço) e contarmos com uma engraçada cabaça-vela e uma caneta em forma de fémur como lembranças, fica uma noite bem passada por cerca de 5€.

Creio que depois desta nocturna ganhei um adepto do BTT ao luar, não é verdade senhor JB? É difícil transmitir a sensação de andarmos por aqueles trilhos à noite pelo que se quiserem senti-la, eu acompanho-vos! Por enquanto sei que posso contar com o amigo do pódio.”

2008-10-11

Passeio de apoio ao Paulo Pedro - 27 de Setembro de 2008


No dia 27 de Setembro os Just4Fun estiveram presentes com uma participação de peso neste passeio de apoio à recuperação do Paulo Pedro.
Foi um passeio muito agradável, que serviu para rever alguns Just4Funners menos assíduos e iniciar alguns amigos nas pedaladas.
Terminou com uma almoçarada à boa maneira Just4Fun.
Foi um dia muito bem passado, daqueles que não vamos esquecer.
Ficam aqui algumas do evento (umas tiradas por nós e outras publicadas no ForumBTT).










2008-09-22

Arruda-Atlântico 2008 - 21 de Setembro de 2008

Desencaminhados por dois elementos do ForumBTT, três Just4Funners (DN, FF e PL) compareceram à partida deste raide, cujo objectivo era ligar Arruda dos Vinhos ao Atlântico e regressar à Arruda. Estavam previstos mais de 95 km e cerca de 1300 m de altitude acumulada.

Cumprimos o percurso de 98 km em 9:09 em perigos e guerras esforçados, mais que permitia a força humana, quase chegávamos à Taprobana ;-)

Aquilo foi mais duro do que se estava à espera, não apenas pelo acumulado de subidas, que segundo as nossas contas rondou os 1700 m, mas porque no regresso apanhámos chuva e muita lama o que complicou bastante a progressão. Mesmo assim cumprimos o percurso na íntegra, o que parece ter sido feito por poucos, pois estávamos na cauda do pelotão e havia poucas marcas de rodas nos locais mais enlameados.

Almoçámos umas bifanas banais na Praia do Navio perto de Santa Cruz, mas pelo caminho comemos amoras, uvas de vários tipos, peras e figos. Um espectáculo.

Quando a percalços, ainda no asfalto da Arruda o PL foi ao charco por causa de um “31” arranjado por um artista que ia de carro a implicar com os ciclistas. Um toque no travão da frente e lá vai ele a escorregar pelo asfalto molhado. Nada de ferimentos (além do orgulho), mas partiu os suportes dos bidons, o que podia ser complicado para seguir em autonomia. Logo ali desenrascou-se com a fita de tecido que traz na bolsa do selim e “siga a Marinha”. Lá pelo km 20, numa subida, sente a transmissão presa e pára logo. Um arame de 3 mm de espessura tinha-se enfiado pela corrente e estava preso no rolete inferior do desviador. Chegou-se a temer o pior mas depois de verificado que não havia nada partido fez-se uma reparação de recurso para permitir continuar a andar e aproveitou-se uma paragem mais à frente para fazer os acertos finais.
Desta vez calharam-lhe os azares, que acabaram por não ser muito complicados.

Concluindo, não houve Beja (ex-Penedo Gordo), mas houve um quase Portalegre e passámos em algumas zonas bem engraçadas, que não ficam a dever nada às paisagens alentejanas, bem pelo contrário.

Havemos de lá voltar para fazer uma coisa mais ligeira, a começar e acabar mais perto do Atlântico, evitando assim as zonas mais complicadas e usando alguns dos trilhos mais engraçados.

2008-09-10

Desafio TriumviratumBTT - 6 de Setembro de 2008

No dia 6 de Setembro os Just4Fun atiraram-se ao percurso do TriumviratumBTT, com vontade e determinação para cumprir o desafio antes das 12 horas que estão estabelecidas como tempo limite, mas fomos vencidos pelos percalços que nos foram retardando a progressão ao longo do dia, tendo sido apanhados pela noite na zona de Ourém, com 120 km percorridos em 12 horas. Ficou um certo amargo de boca, porque o sentimento geral era que se conseguiria concluir o percurso, mas logo ali foi decidido que em Maio estaríamos de volta para vencer o Desafio.
A partida de Leiria foi mais tarde do que o programado e já passava das oito horas quando tirámos a foto junto à Fonte Luminosa e começámos a pedalar. Nestas coisas os que vêm de longe costumam ser os que chegam primeiro, o que acabou por se verificar. Na véspera à noite seguiram cinco que ficaram a dormir na Praia do Pedrógão (SD, JP, DN, PL e JB) e na manhã seguinte ainda estavam a caminho de Leiria quando ficaram a saber que o PM e o FF (que vinham de Lisboa de madrugada) já lá estavam há muito tempo. A "culpa" do atraso foi do JB ;-) que além de os deixar ficar lá em casa ainda arranjou pão com chouriço acabadinho de fazer e cafés expresso à maneira. Quem é que quer pedalar com estas mordomias? ;-)

Os preparativos foram acompanhados de algumas gotas de chuva que felizmente não passaram de ameaças, mas as coisas começaram a correr contra-feição ainda em Leiria onde andámos um bocado à nora para seguir as indicações dos GPS’s, que teimavam em nos dizer que o percurso seria pela margem contrária do rio. Após algumas hesitações e depois de andarmos para trás e para a frente lá encarreirámos e rapidamente entramos no Valinho da Curvachia, que é uma zona muito bonita e que nos ficou nas retinas. Iniciava-se então a ascensão mais longa do percurso que fomos cumprindo a bom ritmo e sem contratempos além de muitos arranhões nas silvas que teimam em invadir os caminhos.
Mal sabíamos nós o que as silvas ainda nos guardavam mais à frente.
Com pouco mais de 20 km paramos para reparar um furo, o que é encarado em ambiente de brincadeira até porque serviu para tirar umas fotos e comer qualquer coisa. Os próximos três furos antes de Torres Novas começaram a deixar alguma preocupação ao SD porque foi o mais massacrado e aos restantes, porque a perspectiva da má sorte calhar a todos começava a ser real. Para terminar a primeira etapa “em beleza” o DN partiu o dropout a cerca de cinco quilómetros de Torres e depois de analisar o que fazer decidiu-se transformar a bicicleta em Single Speed para permitir chegar ao final da etapa. Com estes contratempos e com mais uma meia dúzia de enganos no percurso a possibilidade de cumprir o desafio começava a estar em causa, mas ainda não era impossível, bastava que os azares parassem e que o terreno fosse propício a maiores velocidades, o que não se verificou. Não só o terreno não permitia recuperar muito tempo como o massacre dos furos continuou e começou logo à saída do excelente almoço com que a equipa de apoio (EN e TF) nos brindou em Torres Novas.
Tínhamos andado 50 m quando o SD verificou que tinha um novo furo, mas não ficaria por aí. Até Tomar o PL também teria que parar uma vez para meter ar e esperar que o Magic Seal actuasse, mas na zona da Bezelga (onde estava outro ponto de abastecimento) teve mesmo que desmontar a roda de trás para ver o que se passava porque continuava a perder ar. Foram retirados cinco picos do pneu e apesar da câmara ter vários furos foi montada novamente porque montar uma câmara sem Magic Seal seria provavelmente uma pior opção, tendo em conta a quantidade de picos que teimava em se cravar nos pneus. A verdade é que o líquido milagroso foi fazendo o seu trabalho daí para a frente.

A aproximação a Tomar foi feita sem grandes ocorrências, apenas com mais uns enganos no percurso e no centro da cidade tirámos a foto da praxe, seguindo de imediato para o Convento onde estaria o próximo ponto de apoio. Aqui houve um ligeiro desencontro com o carro de apoio. O apoio estava lá, mas sem carro e ligeiramente afastado do percurso. Como íamos com o nariz no guiador quem ia à frente não se apercebeu que era para parar e continuou. Depois de alguns acertos por telemóvel combinámos encontrar-nos junto ao Aqueduto de Pegões (se entretanto o carro chegasse, pois o DN tinha ido à procura do dropout).

Chegados ao aqueduto estivemos a avaliar se passávamos por cima ou não. Dois de nós ainda andaram um pouco a pé em cima do aqueduto para ver a paisagem e avaliar a situação, mas decidiu-se ir por baixo.
Entretanto chegou o carro de apoio com o DN e um dropout novo, que ele começou logo a montar na bicicleta. Aproveitámos a desculpa para fazermos uma paragem mais prolongada para comer e beber, porque já era hora de lanche. Nesta altura era claro que não conseguiríamos concluir o percurso de dia e portanto restava-nos aproveitar ao máximo o passeio e o convívio e chegar o mais longe possível. Foi o que fizemos. Chegámos às imediações de Ourém já ao anoitecer, não sem que antes o SD voltasse a furar, o DN também tivesse um furo e o PL tivesse que parar para voltar a meter ar na roda de trás para tentar continuar sem reparar o furo, porque estávamos a poucos quilómetros do ponto onde se tinha decidido que iríamos parar. Nota engraçada para o último furo do SD e o do DN que estavam parados a 100 metros um do outro e a 300 metros da estação de Fátima, onde a equipa de apoio nos esperava. Aos gritos comunicamos uns com os outros e o DN vem a correr para junto do SD e reparam os furos em simultâneo. Mais uns metros e reparavam os furos na zona de abastecimento.

Seguiu-se uma operação de resgate de ciclistas em que alguns foram buscar os carros a Leiria para recolher todo o pessoal e terá sido o período mais complicado, já que não havia agasalhos e estava a ficar fresco. O pessoal teve que esperar cerca de uma hora com a roupa suada até os carros chegarem, o que não foi nada agradável.

Em Maio voltaremos a desafiar o percurso, esperando ter menos azares, mas também um pouco mais preparados para os contratempos, de modo a tentarmos perder menos tempo parados e acabar dentro das doze horas, o que é perfeitamente possível, pois desta vez estivemos apenas cerca de oito horas e vinte minutos a pedalar.

Para finalizar umas dicas para quem tentar fazer o desafio:
Não descurem os pneus e câmaras. A possibilidade de ter muitos furos é bem real.
É aconselhável ter um apoio externo. Além de facilitar os abastecimentos pode ser essencial para recolha de ciclistas.
Muita atenção ao percurso. Há zonas onde é muito fácil haver enganos e muitos enganos pequenos são muito tempo perdido. Aconteceu-nos isso muitas vezes, quer por distracção, quer por fraca recepção de satélites.
Aproveitem para ver as paisagens. O percurso é muito variado e passa por zonas muito bonitas.

2008-07-23

Passeio da EPI - Mafra - 20 de Julho de 2008 e conquista do Forte do Juncal

O AAF e o PL foram a Mafra participar no passeio de 25 km organizado pela EPI na Tapada Militar e vieram satisfeitíssimos.
Foi um passeio à moda antiga, feito sem grandes correrias, com uma organização impecável e um percurso do melhor, concentrando nos 25 km tudo o que se pode imaginar para este tipo de passeios (sem cair em exageros).
As marcações estavam claríssimas e o acompanhamento no terreno foi impecável.
Ainda tivemos direito a um abastecimento de fruta, água e sumos e tudo isto a custo zero (para os participantes, obviamente).
É completamente merecido um semáforo bem verde (a cor do crachá da unidade, por acaso)

Aproveitou-se que estávamos a passar pelo Forte do Juncal para “picar” mais um forte das Linhas de Torres. Este seria difícil de conquistar de outra maneira, dado que se situa bem dentro da Tapada Militar. Na verdade não o visitámos, cumprindo as instruções de não sair dos caminhos, que nos foram dadas no briefing, mas tirámos uma foto bem juntinho a ele. Ainda parecem ser perceptíveis os restos do fosso mesmo junto ao caminho, a que se teria acesso pelo caminho estreito à direita na foto.

2008-06-30

Fortes do Sobral - III

Foi com alguma desilusão que terminámos a conquista destes cinco fortes (ou do pouco que resta deles). As figuras geométricas que se percebem claramente na imagem aérea e que coincidem quase de modo perfeito com as plantas dos fortes não é tão perceptível quando se está no local. No forte do Alqueidão ainda se podem ver por entre as silvas onde seriam os fossos, já nos restantes, não fossem as coordenadas que nos indicavam que estávamos dentro ou junto às antigas fortificações e estas passariam completamente despercebidas.
Do Forte Novo restam apenas alguns vestígios do fosso, mas ainda é o único em que se percebe a importância da sua localização, pois a vegetação à volta mantém-se rasteira.
No Forte Grande do Alqueidão ainda resiste um miradouro construído entre 1989 e 1990 pela Engenharia do Exército, mas completamente vandalizado. A promessa de ter uma vista soberba em toda a volta, que é apregoada no folheto de divulgação da Rota dos Moinhos do Sobral, foi uma desilusão, já que o forte está completamente rodeado de eucaliptos que tapam completamente a visão. O interior, à excepção da zona junto ao miradouro, é um matagal de silvas e tojos que impede a percepção da grandeza e importância que este forte teve. Uma vergonha.No Forte do Simplício a aproximação pelo lado Norte levou-nos após muitos arranhões a uma das esquinas da construção, onde se adivinhavam ainda os restos do fosso, já quase cobertos de vegetação (maioritariamente silvas). Houve pouca coragem de prosseguir as buscas pela entrada e desistimos da conquista, quais franceses em 1810. Provavelmente uma aproximação por Sul teria mais êxito.
A entrada no Forte do Machado foi facilmente encontrada, mas nada indicava que estaríamos no interior do forte, não fosse a “rotunda” que se vê na fotografia aérea. Já à saída foi possível espreitar por baixo das silvas e perceber que ali terá existido em tempos o fosso de protecção.
Do Forte do Trinta não encontrámos praticamente vestígios e só com muito boa vontade se pôde pensar que uma depressão cavada no terreno seria o que restava do fosso nascente.
Nestes quatro fortes a diferença de cor da vegetação visível na fotografia aérea podia fazer crer que os fortes estavam bem preservados, mas na verdade o verde mais escuro são eucaliptos e o mais claro são silvas e tojos, revelando um grau de abandono confrangedor.
Neste percurso salva-se em termos históricos a placa que, na fachada da Quinta do Freixos, em Pêro Negro recorda aos passantes que ali estabeleceu o Duque de Wellington o seu Quartel-general durante o tempo de ocupação das Linhas.
Quanto à vertente ciclística, a preparação do percurso não indicava claramente, embora não fosse difícil de adivinhar que se ia subir e descer bastante. Foram apenas 25 km, mas mesmo feitos a ritmo calmo e com muitas paragens ainda tiveram um grau de exigência considerável, como comprovam os mais de 700m de acumulado de subidas.
O melhor de tudo terá sido o tempo bem passado, que as frequentes pausas proporcionaram, conjugando assim o esforço físico com a boa disposição e a conversa posta em dia.
Marcados a azul os fortes feitos nesta incursão.

Fortes do Sobral II- Relato do SD

O passeio dos Fortes Arranhados sucede ao passeio dos Fortes Picados e é assim o segundo passeio desta saga que promete deixar marcas nos “Fortes” que se fizerem a eles.
Foram seis os “Fortes” (SD,JB,JP,PL,FF,EN) que ontem se juntaram no Sobral de Monte Agraço para um passeio à descoberta de fortificações imaginárias. Sim, imaginárias porque de cinco fortificações apenas vimos restos de uma. Quanto às outras podemos dizer que estivemos no sítio e há registo fotográfico, por isso não duvidem!
Desta vez os Fortes não trouxeram marcas de melgas mas sim de silvas, espinhos e outras coisas capazes de riscar o cromado. Muito pico tinha aquele percurso. Depois ainda houve dois malucos que sob o pretexto do Geocaching se fizeram a um trilho fechado e ladeado de vegetação espinhosa só para ir abrir a tupperware. Ainda assim consta que saíram desse caminho arranhados mas felizes ostentando nas mãos uma cobra de borracha e uma Geocoin, quais troféus. Quanto à cobra de borracha, assim que a EN viu a cobra ao longe levantou-se e estava prestes a subir ao marco geodésico quando o JB disse que era a brincar. Por falar em bicheza (cobra, não confundir com o JB), perto do mal cheiroso atrelado com os cães com que nos cruzámos tive de desviar a roda de uma que se deslocava para a berma e à primeira vista tinha um comprimento jeitoso. Por acaso parecia-se em tudo com a de borracha que guardava no Camelbak. Cheguei a pensar que ela tinha fugido. Estivemos perto das ventoinhas eólicas que adornam hoje as nossas serras e todos pudemos apreciar as suas generosas dimensões. Houve até quem se pusesse a divagar e a imaginar pendurado nas pás das hélices.
Terminámos o passeio em asfalto e eliminando o último troço previsto dado o avançado da hora e também o facto de o único trilho que estávamos a ver no momento ser... estreito e ladeado de silvas.
Foi um passeio agradável como todos os nossos e que contou com a presença feminina da EN que se portou à altura!
Venham as próximas fortificações, sem melgas, sem silvas e sem outras coisas tais!

Fortes do Sobral - 29 de Junho de 2008

Seguir-se-á em breve um relato mais detalhado, mas fica desde já a informação que foi concluída a abordagem a mais cinco fortes das Linhas de Torres. Neste caso foram os mais próximos de Sobral de Monte Agraço e a operação teve um êxito relativo. Todos foram encontrados, mas nem todos devidamente conquistados devido a estarem na sua generalidade engolidos pelo matagal.Fomos ainda a Pêro Negro com o intuito de beber uma "mine" com o Duque de Wellington, no seu Quartel-general situado na Quinta dos Freixos, mas não o apanhámos em casa.

2008-06-23

24 H 2008 - Comentários do PL


Relativamente à nossa participação, acho que dificilmente podia ser melhor. O simples facto de estarmos ali todos a petiscar no Domingo em amena cavaqueira prova isso (embora eu cavaqueasse pouco, porque estava mesmo todo roto).
Gostava particularmente de agradecer ao JM a disponibilidade e as febras, entremeada, salsichas, chouriço e picanha que ele conseguia fazer "no ponto", mesmo com instrumentos que se desfaziam à aproximação do calor. Uma das voltas que dei deveu-se a ele, pois como fui estando sempre bem abastecido não tive que ir perder uma hora (ou mais) na fila para o jantar. Com isto acho que ganhámos mais um elemento para participar na próxima edição. É que se nós nos queixávamos do calor a pedalar, imagino o calor que estava junto ao fogareiro. Para o ano ele vai preferir pedalar. Difícil vai ser arranjar substituto à altura. Se nós estamos aflitos das pernas, ele estará aflito dos dedos, com as queimaduras.

Quanto às classificações... Pois é, aquilo tinha classificações... Eu fiquei bem classificado. Fiz 15 voltas, não foi mau. Tinha ganho as minhas 24H se tivesse conseguido fazer as 16 a que me tinha proposto, mas não houve mesmo condições para fazer a volta nocturna a que me baldei após ter estado a trocar o cabo do desviador da frente. Uma tarefa tão simples demorou-me eternidades para fazer as afinações finais, mas o discernimento e a coordenação motora já não eram as melhores após mais de 120 km e a avaria acabou por servir como desculpa para ficar a descansar mais cedo. Levantar às 5:30 foi um martírio e custou mais do que quando pedalava em equipa, quando tinha mesmo que saltar da tenda porque alguém estava à minha espera. Neste caso a motivação que arranjei foi ver o nascer do Sol a pedalar. Estranhamente as primeiras voltas da manhã correram-me melhor do que esperava e na segunda consegui mesmo fazer tempo ao nível das que fazia no início do dia anterior, pelo que aproveitei para tentar recuperar algum do atraso no plano de prova e garantir assim as 15 voltas, que eram o objectivo do "plano B".

Ah, mas havia outras pessoas a competir, não é?
As senhoras portaram-se muito bem e a equipa Red Bull deve ter mesmo sido movida a latinhas dessas, porque parece que andavam a competir internamente para ver quem fazia o melhor tempo e o resultado foi o 19º Lugar nas equipas de quatro masculinas, que foi o melhor resultado de sempre dos Just4Fun.

A propósito de Red Bull, na última volta vinha à conversa com outro solista que me dizia que não tinha dormido, mas houve duas vezes que quase que tinha adormecido na tenda, mas que se levantou rapidamente. Dizia-me ele também que o que lhe tinha valido foram seis latas de Red Bull que tinha bebido durante a noite.
É assim: uns bebem Red Bull e outros bebem "mines". Não há competição possível :-)

Entretanto, o meu 29º lugar nos solos masculinos foi muito melhor do que eu podia esperar, tendo em conta os 109 participantes e a dureza do percurso.
Na segunda-feira seguinte estava um bocado massacrado, mas passados dois dias já estava a pensar na próxima, o que deve querer dizer que o meu estado de insanidade se agravou. É que já tenho idade para ter juízo ;-)

Uma palavra final sobre o percurso...
Foi provavelmente o percurso mais engraçado das 24H em que participei, muito variado e com singles espectaculares, mas se era adequado para algumas passagens não seria o melhor para uma prova de 24 horas. Já nem falo da dureza física nem da persistência de obrigar os participantes a descer escadas, quando há alternativas válidas. Falo sim da perigosidade crescente de algumas zona à medida que se degradavam com os milhares de passagens dos concorrentes e da dificuldade de ultrapassar e ser ultrapassado nas longas zonas estreitas.
Já agora, para que conste, eu até desço escadas, como comprova a foto abaixo que foi recolhida a partir do ForumBTT, acho é que não há necessidade de massacrar concorrentes e material, mas ao fim de quatro participações já vi que é chover no molhado e não vale a pena reclamar.

2008-06-16

24 Horas BTT - Lisboa - 14 e 15 de Junho de 2008

Espectacular participação dos Just4Fun nesta festa do BTT nacional.
O ambiente é único e até há quem consiga pedalar quando a vontade é ficar no acampamento a petiscar e bebericar as já famosas "mines".

Comentários detalhados seguir-se-ão dentro em pouco, mas fica desde já a lembrança de um fim-de-semana bem passado, em que (contrariamente ao ano passado) não tivemos baixas nos efectivos e os 15 atletas se portaram muito bem, terminando tudo numa churrascada como manda a sapatilha. O nosso grelhador estava tão bem situado e o cheirinho que emanava era tão apetitoso que foi muitas vezes cobiçado por quem passava ao longo da tarde de Sábado e no almoço de Domingo. Complicada foi a desmontagem da Just4Fun Zone, dado que não havia vontade nem para mexer um dedinho.

Quanto às classificações:

Solo Masculinos
1º Ricardo Melo : 31 voltas ...
29º PL: 15 voltas
36º DN: 14 voltas
44º PM: 13 voltas
79º FF: 9 voltas ...
109º Rui Santos: 1 volta

Solo Femininos
1ª Ausília Vistarini: 25 voltas ...
9ª EN: 6 voltas
12ª TF: 4 voltas
13ª RG: 3 voltas
14ª Cláudia Martins: 3 voltas

Equipa de quatro Masculinos
1º Bicisintra: 41 voltas ...
19º Just4Fun^2: 33 voltas
95º Just4Fun^3: 21 voltas ...
112º Vacas Velhas Mountain Bike Team: 9 voltas

Aqui ficam desde já umas fotos de:
Montagem da Just4Fun Zone

Cinco das 8 camisolas Just4Fun que alinharam à partida
Uma das fotos que foi possível tirar no percurso