2008-06-30

Fortes do Sobral - III

Foi com alguma desilusão que terminámos a conquista destes cinco fortes (ou do pouco que resta deles). As figuras geométricas que se percebem claramente na imagem aérea e que coincidem quase de modo perfeito com as plantas dos fortes não é tão perceptível quando se está no local. No forte do Alqueidão ainda se podem ver por entre as silvas onde seriam os fossos, já nos restantes, não fossem as coordenadas que nos indicavam que estávamos dentro ou junto às antigas fortificações e estas passariam completamente despercebidas.
Do Forte Novo restam apenas alguns vestígios do fosso, mas ainda é o único em que se percebe a importância da sua localização, pois a vegetação à volta mantém-se rasteira.
No Forte Grande do Alqueidão ainda resiste um miradouro construído entre 1989 e 1990 pela Engenharia do Exército, mas completamente vandalizado. A promessa de ter uma vista soberba em toda a volta, que é apregoada no folheto de divulgação da Rota dos Moinhos do Sobral, foi uma desilusão, já que o forte está completamente rodeado de eucaliptos que tapam completamente a visão. O interior, à excepção da zona junto ao miradouro, é um matagal de silvas e tojos que impede a percepção da grandeza e importância que este forte teve. Uma vergonha.No Forte do Simplício a aproximação pelo lado Norte levou-nos após muitos arranhões a uma das esquinas da construção, onde se adivinhavam ainda os restos do fosso, já quase cobertos de vegetação (maioritariamente silvas). Houve pouca coragem de prosseguir as buscas pela entrada e desistimos da conquista, quais franceses em 1810. Provavelmente uma aproximação por Sul teria mais êxito.
A entrada no Forte do Machado foi facilmente encontrada, mas nada indicava que estaríamos no interior do forte, não fosse a “rotunda” que se vê na fotografia aérea. Já à saída foi possível espreitar por baixo das silvas e perceber que ali terá existido em tempos o fosso de protecção.
Do Forte do Trinta não encontrámos praticamente vestígios e só com muito boa vontade se pôde pensar que uma depressão cavada no terreno seria o que restava do fosso nascente.
Nestes quatro fortes a diferença de cor da vegetação visível na fotografia aérea podia fazer crer que os fortes estavam bem preservados, mas na verdade o verde mais escuro são eucaliptos e o mais claro são silvas e tojos, revelando um grau de abandono confrangedor.
Neste percurso salva-se em termos históricos a placa que, na fachada da Quinta do Freixos, em Pêro Negro recorda aos passantes que ali estabeleceu o Duque de Wellington o seu Quartel-general durante o tempo de ocupação das Linhas.
Quanto à vertente ciclística, a preparação do percurso não indicava claramente, embora não fosse difícil de adivinhar que se ia subir e descer bastante. Foram apenas 25 km, mas mesmo feitos a ritmo calmo e com muitas paragens ainda tiveram um grau de exigência considerável, como comprovam os mais de 700m de acumulado de subidas.
O melhor de tudo terá sido o tempo bem passado, que as frequentes pausas proporcionaram, conjugando assim o esforço físico com a boa disposição e a conversa posta em dia.
Marcados a azul os fortes feitos nesta incursão.

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