Não é que tivéssemos deixado de pedalar, mas este sítio é que esteve num estado de letargia agudo.
Na verdade, como se vê pelas três entradas abaixo (carregadas de rajada) há quem tenha andado a pedalar por aí... e muito. Isto fora as que nem sequer mereceram relato.
Ora, aproveitando a maré, fica já registado o anunciado regresso de uma equipa Just4Fun às provas de 24 Horas de BTT. Depois da moda das participações a solo, o pessoal assumiu que estava com saudades da participação em equipa e rapidamente (ou nem tanto) se arranjaram quatro "voluntários" para irem a Coruche no fim do mês.
Parece que ainda há possibilidade da participação de mais just4funners. Vamos ver.
Entretanto consta por aí que o pessoal está a assumir que está demasiado "maduro" para andar pelos montes e há muita gente a fugir para a estrada. Isto apesar de haver quem diga que "o alcatrão faz mal à saúde".
Vamos ver se a próxima entrada neste sítio não vai demorar sete meses, como aconteceu agora.
2012-06-03
Randonneurs 300 – Planícies e Montados – 14 de Abril de 2012
Relato do TA:
"Atão lá vai um daqueles resumos! O patrão vai adorar a minha prestação hoje…
"Atão lá vai um daqueles resumos! O patrão vai adorar a minha prestação hoje…
Precisamente por causa da volta que
constatei que vou ter de largar umas verdinhas (pela lista que já fiz acho que
vai ser uma daquelas roxas) para me preparar para chuva a sério… O casaco
impermeável J4F foi ineficaz para toda aquela chuva, os sapatos que levei são
de verão e nem levei as sobre-capas, as pernas só iam com protecção para o
frio, os já falados alforges/bagageira…
Mas começando pelo princípio, após uma
curta noite de sono (a alvorada às 4 da matina não permitiu mais) e de um
briefing conciso, arranquei para o 3º randonneur juntamente com cerca de 20
‘artistas’, finalmente com direito a passaporte já que nos 2 anteriores fui
‘ilegal’ (por dificuldade em obter uma prova de seguro: nem a Federação de
Triatlo nem a de Ciclismo se dignaram a emitir a declaração, bem diferente da
FPCUB que em menos de uma semana após a inscrição já me tinha enviado o
documento).
O arranque começou no Parque Desportivo de
Vila Franca de Xira em direcção a Porto Alto, Coruche… Assim que começou a
raiar o dia (isto é meramente ilustrativo pois eram tantas nuvens que nem o céu
se via), a chuva começou a cair com intensidade e perdi a minha companhia
(Pedro e Albano) que parou para se preparar. Eu segui com a chuva a penetrar
aos poucos na minha roupa. Voltei a ter companhia (Ângela) por breves kms até
Azervadinha (km 55) que nos recebia com uma calçada que necessitava de alguns
cuidados a atravessar. Aí a chuva tinha dado tréguas e o equipamento ia secando
aos poucos.
Seguiu-se Couço e depois Montargil já com o
Sol a bater, sempre junto à barragem. Esta zona requer mais umas visitas pois é
bem agradável e calma (para desgosto dos hotéis que pareciam desertos). O
primeiro posto de controlo foi em Ponte de Sôr (114 km) a que cheguei com cerca
de 4.30h. Os últimos 10/15km foram chatos com rectas enormes e vento moderado
contra. A partir daqui o trajecto ia-se tornar mais acidentado em direcção a
Avis (nunca me tinha acontecido mas a dada altura comecei a sentir montes de
sono), Pavia (fiquei mal-disposto depois de ter comido um Morgado e meia
Pepsi), Arraiolos (188 km) e mesmo entre as árvores sentia-se um vento de
rajada bastante intenso (fez-me lembrar um duatlo em Arronches, lembram-se SD e
JB?). O pescoço, nuca e pés já se ressentiam por isso parei para esticar o
esqueleto. Reencontrei o Pedro, Albano e Ângela. Segui na companhia deles até
ao 2º posto de controlo, pouco antes de Montemor-o-Novo em Fonte do Petalim (km
206) em que me foi prestada alguma assistência à nuca. Para minha frustração
recomeçou a chover.
Deste ponto em diante terminariam as
subidas mas o vento, a chuva e o empeno acumulado não permitiam grandes
velocidades. A juntar a isto tive um problema com um dos sapatos: o cleat
soltou-se do pedal e ficou no pedal. Eu e o Pedro tentámos sem sucesso arranjar
forma de recolocar o cleat pois a cabeça do único parafuso que restava já não
tinha qualquer rasgo ou forma para permitir o seu aperto. Assim lá tive de
fazer 25km com um pé a escorregar do pedal (entre Vendas Novas e Pegões com a
ajuda de um alicate conseguimos enroscar a cabeça do parafuso e assim apenas
tinha de encaixar o parafuso no cleat já preso ao pedal). A noite foi caindo e
o frio juntou-se à chuva. As paragens eram cada vez mais frequentes e o
quinteto (juntou-se o Basílio) ia quase sempre junto. A Ângela queixava-se de
um braço, eu do pescoço mas preferia continuar a pedalar até que decidimos
separar o grupo combinados a reencontrar-nos em Porto Alto. Enquanto eu e o
Albano esperávamos no Continente de Porto Alto, apareceu o resto do grupo: a
Ângela tinha caído mesmo à entrada do parque. Aparentemente já não tinha força
num dos braços. Após comer, aquecer e avaliar o estado dela decidimos seguir 3
a pedalar (eu, Albano e Basílio) e o Pedro acompanhava a Ângela que faria os
restantes 12km a pé. Terminei às 23:02h. O resto do dia foi banho de imersão,
jantar e cama
Achei piada porque uma das moças da
Organização, o Pedro e o Albano (os elementos que iniciaram o Randonneurs
Portugal) lembravam-se de mim (e da inexistência de seguro do ano passado) e do
Sérgio (que logo disse ‘pois, ele veio aos 200 e aos 300 mas depois não pôde
vir aos 400 porque já tinha outra coisa na agenda’, para mim tens de fazer-lhes
a vontade)
Escrito ao abrigo do meu desacordo com o
Acordo Ortográfico"
Maratona de Sintra – 1 de Abril de 2012
Relatos do SD:
Os Just4Fun marcaram presença na Maratona de Sintra e logo na distância de
75km.
Eu
e o Tiago, apesar de nem nos termos visto por lá, completámos os 75km num tempo
muito semelhante, 05:46 e 05:54 respetivamente.
Quem
conhece Sintra sabe que arranjar 75Km em pleno PN é fácil. Difícil seria fazer
o mesmo sem subidas e… já agora, sabemos que ainda era possível apimentar mais
a dificuldade e a altimetria, que já por si ultrapassava os 2100m de acumulado
positivo. Ainda assim, posso resumir que foi uma maratona com um nível de
exigência muito elevado. Ainda não tinha chegado a Monserrate e já as
pernas me faziam lembrar que 8 dias antes andava a fazer a Maratona de
Barcelona e já agora, que a última vez que andara de bicicleta tinha sido a 12
de Fevereiro no Duatlo das Lezírias. “No pain, no gain…”
Talvez
seja de não andar mais horas de bicicleta mas apesar de Sintra não ser uma
Serra dura a nível de terreno (refiro-me a calhau), acusei uma dor de
costas/rins que para o fim me dificultava a pedalada e não me deixava sentado
confortável em cima da bicicleta. Cheguei mesmo a parar para esticar o
esqueleto. Sinal dos tempos? Serão as cruzes a dizer que já não tenho idade
para andar a passear 6 horas no monte numa semi-rígida? L
O
vencedor, Tiago Silva, por sinal trabalha a uns 20 metros de mim! Tenho de lhe
ir pedir explicações… É outro campeonato! E outra idade também, é um facto…
Abraço
e ao TA, os meus parabéns pois só quem lá foi sabe o que nós passámos."
SD
Randonneurs – 200 km – 11 de Fevereiro de 2012
Relato do TA:
"É verdade. É
um percurso fantástico a atravessar locais de grande beleza. Os parabéns à
Organização, especialmente ao João Almeida que esteve também até à última para
me conseguir a declaração de seguro junto da Federação Portuguesa de Ciclismo.
Não tivemos sucesso e por isso integrei como elemento não oficial o pelotão de
45/50 ciclistas com um elemento no feminino. Depois do briefing, partimos de
Santarém um pouco atrasados devido a alguns retardatários. Assim o grupo lá se
dividiu em 2 (pelo menos era essa a intenção da Organização) de modo a
circularmos com maior segurança. O trajecto baseia-se em duas estradas
nacionais: N3 no sentido NE e a N118 no retorno atravessando o rio em Belver.
Torres Novas,
o 2º Posto de Controlo (o 1º foi na partida) foi atingido rapidamente e sem
grandes demoras apontámos ao Entroncamento, Vila Nova da Barquinha, Tancos e
Constância onde as longas rectas, apenas com o rio e os inúmeros quartéis
militares como companhia, eram batidas com um forte vento que prejudicava em
muito o andamento.
O relevo
começou então a tornar-se mais acidentado. Entre o km 70 e o 122 foram vários
os picos a conquistar: Vimieiro, Mouriscas, Penhascoso, Mação e mais tarde
Gavião (este sim feito com companhia) deram muito que fazer com a hora e o
calor a avançar pelo que fui aproveitando as várias fontes para me reabastecer.
Mação era o 3º PC e onde nos era disponibilizado um saco de reabastecimento
caso o pretendêssemos. Aí fiz uma pausa de meia horita, pois as pernas (e rabo
e costas e nuca e …) já denotavam a falta de treino. Arranquei para uma descida
bem simpática com Belver lá em baixo que nos recebia com um pavé demolidor.
Passando para a margem Sul, seguiu-se Gavião, 4º PC lá bem no cimo e depois de
uma enorme descida o percurso compôs-se e ajudado por um vento pelas costas,
conseguíamos deslizar no ondulado ribatejano a mais de 35kmh. As estradas
apresentavam um óptimo piso.
Em Rossio ao
Sul do Tejo enganei-me no trajecto, fazendo mais um par de kms o que até
foi positivo pois assim que reentrei no percurso dei de caras com um
mini-pelotão encabeçado pelo organizador João Almeida. Depois de subirmos para
o Tramagal a bom ritmo e com uma vista sobre o rio impressionante, vim à
conversa com ele o que se revelou uma injecção de energia. O João parecia
incansável, para trás e para a frente, animando todo o grupo. Mesmo assim as
pernas iam sentido a picada da cãibra a instalar-se e na Chamusca (PC5), o
‘druida João’ deu-me duas bombas de sais para evitar males maiores. Lá seguimos
depois da Coca-Cola rumo a Alpiarça onde o gémeo direito deu o berro. Ainda
consegui ir junto do grupo até à subida final (que quase parecia uma partida de
mau gosto mas Santarém é assim mesmo…) que nos levaria ao Jardim do Município
em Santarém para um merecido lanche após quase 10h e 212km (215 com os enganos)
de estrada."