Relato do
SD da participação da equipa JB/SD:
"Foi
espetacular o Granfondo da Lousã, Aldeias do Xisto!
Quando
chegámos à zona da partida, já a buzina tinha soado mas, com calma, ainda
integrámos o pelotão e passámos o primeiro controlo apenas 2 minutos depois.
O atraso não se deveu a nada em especial, apesar de às 6.00 ainda termos
estado a fazer uma ligação com cabos de bateria para pôr um carro a trabalhar.
Arrancámos
com muito frio e eu, em particular, só com a jersey J4F de manga comprida no
pelo, senti bem a aragem fresca da Lousã. Apesar de ter o corta-vento no
camelback, não quis parar para o vestir porque sabia que iriamos começar a
subir não tardava nada e depois o calor instalava-se.
Cedo
começámos a acumular altimetria. A subida era suave, estávamos em pelotão e a
estrada era nossa. Íamos ultrapassando e íamos sendo ultrapassados por
autênticos comboios de profissionais. Esta foi uma corrida cheia de nomes
sonantes que terminou com a vitória do José Silva no Granfondo (150km) e do Vitor
Gamito a cortar a meta em simultâneo com o Bruno Pais no Mediofondo (98km).
A
organização Ultra-Spirit em conjunto com o Montanha Clube, esteve exemplar.
Apesar de as estrada não terem sido cortadas, havia GNR’s por todo o lado. A
organização tinha também um vasto conjunto de motas de apoio que nos
acompanharam ao longo de toda a distância, transportando algumas delas médicos
e camerman’s. Além de motas havia também carros decorados a circular que quase
nos faziam pensar que estaríamos numa Volta qualquer. Abastecimentos de
qualidade! Sem dar garrafas aos atletas, havia sempre inúmeros copos
disponíveis com água, sumo, cola e até Goldnutrition (último abastecimento).
Havia também fruta partida, sandes, bolos e cubos de marmelada e barritas da
Goldnutrution (último abastecimento). Em alguns abastecimentos e até no topo de
uma íngreme subida, tínhamos sempre um grupo a tocar para nós, ora com
acordeão, ora com tambores. Ambiente fantástico o que se fazia sentir. Havia
também apoio mecânico prestado pela Trek.
A
altimetria máxima nunca passou os mil metros, mas fomos lá algumas vezes. Numa
das subidas em que o JB metia conversa (para variar!) desta vez com um GNR,
este já oferecia a sua mota trocando um bocadinho de cavalo. Soubemos então que
o simpático agente faz BTT e falou-nos dos bons trilhos da zona.
Após a
Pampilhosa da Serra onde ataquei uns saborosos bolinhos de pastelaria que me
souberam maravilhosamente, deparámo-nos com uma subida em empedrado que não
esperávamos. Subida bastante íngreme mas, felizmente, não demasiado extensa,
sempre feita a cavalo nela, como deve ser. Após este esforço, enfrentámos uma
subida de 5km que apesar de não ser nada de especial, foi nela que quebrei.
Deveríamos estar com cerca de 75km percorridos. Naquele momento, seguia com o
JB e tínhamos alcançado um conhecido seu. Aproveitando o facto de irem os dois
a conversar, fiquei um pouco para trás tentando gerir. O JB acabou por o deixar
ir e seguiu sempre comigo, apesar de eu insistir no contrário. Obrigado amigo!!
Segui uns valentes km’s com uma sensação de fraqueza, apesar de, na minha
opinião, me manter hidratado e alimentado.
Pela
frente e até ao fim, restava ainda uma subida de 13 ou 14 km’s, assinalada pela
organização com indicação de quilómetro a quilómetro e com informação da
pendente média da subida. Antes deste momento, mais um excelente abastecimento,
desta feita o da Goldnutritition. Após 2 copos de bebida, 1 cubo de marmelada e
meia banana, arranco e comecei aos poucos a sentir que voltava novamente a mandar
nas minhas pernas. Iniciávamos agora a longa subida, serpenteando pela serra
com uma temperatura muito agradável e uma luz excelente. Quilómetro após
quilómetro, sempre em conversa, fomos vencendo todas as inclinações. Estávamos,
novamente, perto dos mil metros e até ao fim faltavam 20km e… todos, todos eles
a descer! Foi uma descida alucinante como devem imaginar. O piso aqui estava um
pouco mais degradado do que o restante tapete que apanhámos que, diga-se de
passagem, era excelente. Mesmo este alcatrão não era nada nada mau… nas curvas
de maior perigosidade havia sempre sinalética de perigo, ora via sinal ora via
um elemento da organização com uma bandeirinha em riste. Dez quilómetros depois
de iniciar a descida, tive de parar para vestir o corta-vento pois com a
deslocação de ar o frio era tanto que já nem sentia o peito. A velocidade
máxima em todo o percurso foi de 78,6km/h. Bati o meu recorde e olhem que não
me esforcei para lá chegar…
Até ao
fim, foi mais do mesmo e cortei a meta em 435º (de 519º finalistas) com um
tempo de chip de 07:08:38.
No meu
ciclo-contador foram 154,82km com 6:48:01 a andar a uma média de 22,70km/h e
com um pico máximo de 78,6km/h. A altimetria acumulada fora de 2800m+.
Hei-de
voltar a percorrer este asfalto, seja num evento da Ultra-Spirit seja num
Just4Fun. Talvez até mais neste e se houver companhia, tanto melhor.
Para
fechar, falta-me dizer que o NC também esteve presente e quase que íamos tendo
um elemento Just4Fun no pódio (apesar de ele envergar a camisola dos Mumu da
Talega). A organização até o contactou para o informar que ficara em 2º lugar e
que tinha a televisão à sua espera para uma entrevista! :-) Acontece que o
Nuno se tinha inscrito no Granfondo e acabou por fazer o Mediofondo e o seu
tempo dava-lhe o segundo lugar na prova grande. Mesmo assim o José Silva já
tinha chegado!!!
Foi um
Skyroad para recordar."
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