2012-10-17

BRM Pavia200 - 13 de Outubro de 2012


Mini relato do PL:

“Depois de quase dois anos desde o último BRM, voltei a participar num da distância mais pequena, que ligaria Vila Franca de Xira a Pavia e regressava ao ponto de partida. Estavam previstos 214 km e bom tempo para a prática da modalidade.

Desde o início fui à boleia num comboio até cerca do km 75 a médias por volta de 28km/h, mas depois mudou o maquinista e a minha carruagem ficou para trás. Ainda persisti em acompanhar durante 10 km, mas felizmente o discernimento bateu forte e deixei-os ir. 
Ainda assim, à conta da média inicial acima das minhas expectativas, cheguei a Pavia bem antes do meio-dia (menos de 4 horas para 103 km). 

O regresso foi sempre sozinho durante os quase 120 km que faltavam e maioritariamente com vento contra (o melhor que se arranjou foi vento de lado :-p ). Demorei mais de 6H30 no regresso, pelo que cheguei por volta da 18:30 (15 minutos antes do tempo que tinha planeado), apesar de ter registado no total 219 km, em vez dos 200 anunciados e dos 214 do Roadbook.

Foi um dia de dois records:
- máximo tempo e quilometragem sem parar (Vila Franca até Pavia: one shot);
- maior distância percorrida num dia (219 km).

Para o ano há mais e haverá também a oportunidade de tentar as distâncias seguintes, agora que já por duas vezes cumpri BRM’s de 200 km.”

2012-10-16

Skyroad Granfondo - Lousã, 13 de Outubro de 2012

Relato do SD da participação da equipa JB/SD: 

"Foi espetacular o Granfondo da Lousã, Aldeias do Xisto!
Quando chegámos à zona da partida, já a buzina tinha soado mas, com calma, ainda integrámos o pelotão e passámos o primeiro controlo apenas 2 minutos depois.  O atraso não se deveu a nada em especial, apesar de às 6.00 ainda termos estado a fazer uma ligação com cabos de bateria para pôr um carro a trabalhar.

Arrancámos com muito frio e eu, em particular, só com a jersey J4F de manga comprida no pelo, senti bem a aragem fresca da Lousã. Apesar de ter o corta-vento no camelback, não quis parar para o vestir porque sabia que iriamos começar a subir não tardava nada e depois o calor instalava-se.

Cedo começámos a acumular altimetria. A subida era suave, estávamos em pelotão e a estrada era nossa. Íamos ultrapassando e íamos sendo ultrapassados por autênticos comboios de profissionais. Esta foi uma corrida cheia de nomes sonantes que terminou com a vitória do José Silva no Granfondo (150km) e do Vitor Gamito a cortar a meta em simultâneo com o Bruno Pais no Mediofondo (98km).

A organização Ultra-Spirit em conjunto com o Montanha Clube, esteve exemplar. Apesar de as estrada não terem sido cortadas, havia GNR’s por todo o lado. A organização tinha também um vasto conjunto de motas de apoio que nos acompanharam ao longo de toda a distância, transportando algumas delas médicos e camerman’s. Além de motas havia também carros decorados a circular que quase nos faziam pensar que estaríamos numa Volta qualquer. Abastecimentos de qualidade! Sem dar garrafas aos atletas, havia sempre inúmeros copos disponíveis com água, sumo, cola e até Goldnutrition (último abastecimento). Havia também fruta partida, sandes, bolos e cubos de marmelada e barritas da Goldnutrution (último abastecimento). Em alguns abastecimentos e até no topo de uma íngreme subida, tínhamos sempre um grupo a tocar para nós, ora com acordeão, ora com tambores. Ambiente fantástico o que se fazia sentir. Havia também apoio mecânico prestado pela Trek.

A altimetria máxima nunca passou os mil metros, mas fomos lá algumas vezes. Numa das subidas em que o JB metia conversa (para variar!) desta vez com um GNR, este já oferecia a sua mota trocando um bocadinho de cavalo. Soubemos então que o simpático agente faz BTT e falou-nos dos bons trilhos da zona.

Após a Pampilhosa da Serra onde ataquei uns saborosos bolinhos de pastelaria que me souberam maravilhosamente, deparámo-nos com uma subida em empedrado que não esperávamos. Subida bastante íngreme mas, felizmente, não demasiado extensa, sempre feita a cavalo nela, como deve ser. Após este esforço, enfrentámos uma subida de 5km que apesar de não ser nada de especial, foi nela que quebrei. Deveríamos estar com cerca de 75km percorridos. Naquele momento, seguia com o JB e tínhamos alcançado um conhecido seu. Aproveitando o facto de irem os dois a conversar, fiquei um pouco para trás tentando gerir. O JB acabou por o deixar ir e seguiu sempre comigo, apesar de eu insistir no contrário. Obrigado amigo!! Segui uns valentes km’s com uma sensação de fraqueza, apesar de, na minha opinião, me manter hidratado e alimentado.

Pela frente e até ao fim, restava ainda uma subida de 13 ou 14 km’s, assinalada pela organização com indicação de quilómetro a quilómetro e com informação da pendente média da subida. Antes deste momento, mais um excelente abastecimento, desta feita o da Goldnutritition. Após 2 copos de bebida, 1 cubo de marmelada e meia banana, arranco e comecei aos poucos a sentir que voltava novamente a mandar nas minhas pernas. Iniciávamos agora a longa subida, serpenteando pela serra com uma temperatura muito agradável e uma luz excelente. Quilómetro após quilómetro, sempre em conversa, fomos vencendo todas as inclinações. Estávamos, novamente, perto dos mil metros e até ao fim faltavam 20km e… todos, todos eles a descer! Foi uma descida alucinante como devem imaginar. O piso aqui estava um pouco mais degradado do que o restante tapete que apanhámos que, diga-se de passagem, era excelente. Mesmo este alcatrão não era nada nada mau… nas curvas de maior perigosidade havia sempre sinalética de perigo, ora via sinal ora via um elemento da organização com uma bandeirinha em riste. Dez quilómetros depois de iniciar a descida, tive de parar para vestir o corta-vento pois com a deslocação de ar o frio era tanto que já nem sentia o peito. A velocidade máxima em todo o percurso foi de 78,6km/h. Bati o meu recorde e olhem que não me esforcei para lá chegar…

Até ao fim, foi mais do mesmo e cortei a meta em 435º (de 519º finalistas) com um tempo de chip de 07:08:38.
No meu ciclo-contador foram 154,82km com 6:48:01 a andar a uma média de 22,70km/h e com um pico máximo de 78,6km/h. A altimetria acumulada fora de 2800m+.

Hei-de voltar a percorrer este asfalto, seja num evento da Ultra-Spirit seja num Just4Fun. Talvez até mais neste e se houver companhia, tanto melhor.
Para fechar, falta-me dizer que o NC também esteve presente e quase que íamos tendo um elemento Just4Fun no pódio (apesar de ele envergar a camisola dos Mumu da Talega). A organização até o contactou para o informar que ficara em 2º lugar e que tinha a televisão à sua espera para uma entrevista! :-)  Acontece que o Nuno se tinha inscrito no Granfondo e acabou por fazer o Mediofondo e o seu tempo dava-lhe o segundo lugar na prova grande. Mesmo assim o José Silva já tinha chegado!!!
Foi um Skyroad para recordar."

Subida à Torre - 22 de Setembro de 2012

Relato do SD:

"O “Assalto à Torre”, foi bem executado e correu conforme o previsto. Foram 2 anos de meticulosa preparação para que nada falhasse no dia… :-)

Tínhamos por objetivo alcançar o ponto mais alto de Portugal continental e, com o centro de operações nas Penhas da Saúde, delineámos um percurso com uma extensão de 110Km, o qual foi rigorosamente executado sob a preciosa contribuição do São Pedro que contribuiu, e muito, para o sucesso desta operação.

Após um ligeiro pequeno almoço na Pousada da Juventude, começámos logo a subir em direção ao centro de limpeza de neves. Foram apenas 2 kms de ligeiro aquecimento, até apontarmos à longa descida que nos levaria pelo Vale de Manteigas até aquela bonita localidade. Descida rápida, com uma estrada ligeiramente aos ‘S’s e onde se ultrapassava com facilidade os 60km/h.

Paragem para o café matinal antevendo a primeira subida do dia – direção Gouveia. Subida longa mas bastante aprazível, onde nos teremos cruzado com um par de carros em toda a sua extensão. Com uma vista de cortar a respiração, serpenteámos a serra observando rebanhos e aves, enquanto mantínhamos um ritmo calmo que nos permitiria enfrentar o prémio de montanha do dia com outros reservas de energia.

Concluída a primeira ascensão, e antes de apontarmos a Gouveia, tempo para tomar uma primeira barrita acompanhada da melhor água da serra, na nascente do Mondeguinho. Com a tradicional boa disposição, rolámos pela serra ganhando velocidade, cortando curvas e atacando os travões quando o velocímetro atingia medições de respeito.

Entrámos como saímos de Gouveia, ou seja, rápido, mesmo após termos experimentado o empedrado no centro desta cidade serrana. Por estradas nacionais menos movimentadas, dirigimo-nos em seguida para Seia onde a espaços perdíamos um elemento, sempre que havia figos ou uvas na berma da estrada.

Reunidas as tropas em Seia, era hora de petiscar alguma coisa antes de atacarmos a subida do dia. Encontrámos no centro da vila, o queijo e as bifanas que nos iriam forrar o estômago. Com energias retemperadas, apontámos ao inicio da subida e cedo experimentámos novas relações de transmissão.

Iniciámos a subida juntos, mas cedo nos fomos separando pois era preciso encontrar o ritmo adequado a cada um. Após um início um pouco mais duro, agrupámo-nos junto a um estabelecimento comercial para então sairmos com destino à aldeia mais alta de Portugal – Sabugueiro.

À entrada do Sabugueiro, o miradouro permitiu contemplar a paisagem e aguardar pelos elementos que agora, rolavam rápido na descida para esta aldeia. Cruzámos a povoação e parámos na fonte. Era altura de nos abastecermos e mentalizarmos para a parte mais complicada do dia. A saída do Sabugueiro em direção à Lagoa Comprida, é feita através de uma subida com uma inclinação um pouco mais agressiva, comparando com o que tínhamos vindo a sentir até então.

Espaçados, subíamos ao nosso ritmo ao mesmo tempo que nos íamos expondo aos elementos, começando a fazer-se sentir um pouco mais de vento por esta altura. Aos 1500m de altitude, encostámos junto a um lago para reagruparmos novamente. A Lagoa Comprida estava à distância de mais uma subida que vencemos com determinação.

Os quilómetros que se seguiram até à Torre, foram feitos sempre que era possível, com os olhos postos nas gigantescas “bolas” que marcam aquele local e que se avistavam ao longe. Por esta altura, já nos tínhamos cruzado com alguns motards que simpaticamente acenavam e com alguns automóveis de matricula estrangeira que, em jeito de incentivo, os seus condutores oram batiam palmas ora gritavam palavras de incentivo. Como mais tarde pude confirmar com os restantes, estes acenos partiram sempre de veículos com matricula estrangeira…

Já perto da Torre, o vento fez-se sentir mais forte e as últimas centenas de metros que tínhamos de vencer não foram de borla. Uma vez chegados, houve um pouco de tudo. O João Pedro que chegou primeiro, não contente com a quilometragem do seu conta-quilómetros, dá mais umas voltas ao marco geodésico, “só para acertar”, enquanto aguarda a vinda do João Bronze. Juntos, aguardaram depois por mim à porta de uma loja de artesanato local. Penso que não tenha demorado muito a chegar, mas cheguei com uma sensação de mau estar e sentei-me a descansar. Nesse momento, observei os meus gémeos que, sem me doerem, estavam a contorcer-se. Provavelmente, a mente não os teria ainda informado que já tinham atingido o ponto mais alto onde alguma vez já teriam pedalado. Enquanto os meus companheiros que já tinham feito cume se degustavam com determinadas iguarias líquidas da zona, e enquanto eu recuperava ao sabor de uma bebida energética, o PL chegou com o seu ar bem disposto, ar de quem estava bem e se regozijava por ter cumprido o objetivo.

Agora reunidos, haveria que registar fotograficamente o momento, e rápido, pois fazia-se sentir muito vento e algum frio. Para dar algum colorido extra, o PL surge com uma pequena bandeira de Portugal que orgulhosamente é exibida perante a objetiva.

O difícil estava feito. Agora faltava percorrer a última longa descida do dia, em direção às Penhas da Saúde. Com embalo, devorámos os quilómetros que se seguiram, “ajudados” por um vento forte que nos sacudia. Uma última subida nos separava da Pousada, subida essa vencida pelo JP que desferiu um forte ataque deixando a concorrência a comer pó… :-)

No final do dia, após momentos de descanso aproveitado por alguns meninos para dormir, descemos à Covilhã para jantar no restaurante “O Neca”, que nos tinha sido recomendado na Pousada. Depois do jantar, subimos ainda a um jardim onde havia uma festa com música e umas tasquinhas e onde pudemos apreciar algo que só existe nesta zona do país – cherovia. Tanto quanto percebi, é uma raiz que antes substituía a batata na refeição e que hoje, é confecionada de variadas formas. Experimentámos a fartura de cherovia, a cherovia salgada e a cherovia doce, reunindo esta última o consenso da cherovia mais apreciada pelos funners.

Já tarde, fizemo-nos à serra, subindo até à Pousada. Durante a subida, comentávamos a volta que tínhamos previsto para o dia seguinte, caso não chovesse. Tínhamos por objetivo para o dia seguinte, descer até Manteigas e dar uma volta, por forma a terminarmos com a subida da Covilhã para as Penhas, uma subida muito dura.

O mau tempo que se fazia sentir na manhã de domingo, acompanhado de nevoeiro e vento, não era compatível com os nossos objetivos e decidimos adiar esta volta para uma nova oportunidade. Sim, claro… regressaremos um dia!

A todos os meus companheiros, o meu obrigado por estes momentos.
Foi fantástico!"