2012-10-17

BRM Pavia200 - 13 de Outubro de 2012


Mini relato do PL:

“Depois de quase dois anos desde o último BRM, voltei a participar num da distância mais pequena, que ligaria Vila Franca de Xira a Pavia e regressava ao ponto de partida. Estavam previstos 214 km e bom tempo para a prática da modalidade.

Desde o início fui à boleia num comboio até cerca do km 75 a médias por volta de 28km/h, mas depois mudou o maquinista e a minha carruagem ficou para trás. Ainda persisti em acompanhar durante 10 km, mas felizmente o discernimento bateu forte e deixei-os ir. 
Ainda assim, à conta da média inicial acima das minhas expectativas, cheguei a Pavia bem antes do meio-dia (menos de 4 horas para 103 km). 

O regresso foi sempre sozinho durante os quase 120 km que faltavam e maioritariamente com vento contra (o melhor que se arranjou foi vento de lado :-p ). Demorei mais de 6H30 no regresso, pelo que cheguei por volta da 18:30 (15 minutos antes do tempo que tinha planeado), apesar de ter registado no total 219 km, em vez dos 200 anunciados e dos 214 do Roadbook.

Foi um dia de dois records:
- máximo tempo e quilometragem sem parar (Vila Franca até Pavia: one shot);
- maior distância percorrida num dia (219 km).

Para o ano há mais e haverá também a oportunidade de tentar as distâncias seguintes, agora que já por duas vezes cumpri BRM’s de 200 km.”

2012-10-16

Skyroad Granfondo - Lousã, 13 de Outubro de 2012

Relato do SD da participação da equipa JB/SD: 

"Foi espetacular o Granfondo da Lousã, Aldeias do Xisto!
Quando chegámos à zona da partida, já a buzina tinha soado mas, com calma, ainda integrámos o pelotão e passámos o primeiro controlo apenas 2 minutos depois.  O atraso não se deveu a nada em especial, apesar de às 6.00 ainda termos estado a fazer uma ligação com cabos de bateria para pôr um carro a trabalhar.

Arrancámos com muito frio e eu, em particular, só com a jersey J4F de manga comprida no pelo, senti bem a aragem fresca da Lousã. Apesar de ter o corta-vento no camelback, não quis parar para o vestir porque sabia que iriamos começar a subir não tardava nada e depois o calor instalava-se.

Cedo começámos a acumular altimetria. A subida era suave, estávamos em pelotão e a estrada era nossa. Íamos ultrapassando e íamos sendo ultrapassados por autênticos comboios de profissionais. Esta foi uma corrida cheia de nomes sonantes que terminou com a vitória do José Silva no Granfondo (150km) e do Vitor Gamito a cortar a meta em simultâneo com o Bruno Pais no Mediofondo (98km).

A organização Ultra-Spirit em conjunto com o Montanha Clube, esteve exemplar. Apesar de as estrada não terem sido cortadas, havia GNR’s por todo o lado. A organização tinha também um vasto conjunto de motas de apoio que nos acompanharam ao longo de toda a distância, transportando algumas delas médicos e camerman’s. Além de motas havia também carros decorados a circular que quase nos faziam pensar que estaríamos numa Volta qualquer. Abastecimentos de qualidade! Sem dar garrafas aos atletas, havia sempre inúmeros copos disponíveis com água, sumo, cola e até Goldnutrition (último abastecimento). Havia também fruta partida, sandes, bolos e cubos de marmelada e barritas da Goldnutrution (último abastecimento). Em alguns abastecimentos e até no topo de uma íngreme subida, tínhamos sempre um grupo a tocar para nós, ora com acordeão, ora com tambores. Ambiente fantástico o que se fazia sentir. Havia também apoio mecânico prestado pela Trek.

A altimetria máxima nunca passou os mil metros, mas fomos lá algumas vezes. Numa das subidas em que o JB metia conversa (para variar!) desta vez com um GNR, este já oferecia a sua mota trocando um bocadinho de cavalo. Soubemos então que o simpático agente faz BTT e falou-nos dos bons trilhos da zona.

Após a Pampilhosa da Serra onde ataquei uns saborosos bolinhos de pastelaria que me souberam maravilhosamente, deparámo-nos com uma subida em empedrado que não esperávamos. Subida bastante íngreme mas, felizmente, não demasiado extensa, sempre feita a cavalo nela, como deve ser. Após este esforço, enfrentámos uma subida de 5km que apesar de não ser nada de especial, foi nela que quebrei. Deveríamos estar com cerca de 75km percorridos. Naquele momento, seguia com o JB e tínhamos alcançado um conhecido seu. Aproveitando o facto de irem os dois a conversar, fiquei um pouco para trás tentando gerir. O JB acabou por o deixar ir e seguiu sempre comigo, apesar de eu insistir no contrário. Obrigado amigo!! Segui uns valentes km’s com uma sensação de fraqueza, apesar de, na minha opinião, me manter hidratado e alimentado.

Pela frente e até ao fim, restava ainda uma subida de 13 ou 14 km’s, assinalada pela organização com indicação de quilómetro a quilómetro e com informação da pendente média da subida. Antes deste momento, mais um excelente abastecimento, desta feita o da Goldnutritition. Após 2 copos de bebida, 1 cubo de marmelada e meia banana, arranco e comecei aos poucos a sentir que voltava novamente a mandar nas minhas pernas. Iniciávamos agora a longa subida, serpenteando pela serra com uma temperatura muito agradável e uma luz excelente. Quilómetro após quilómetro, sempre em conversa, fomos vencendo todas as inclinações. Estávamos, novamente, perto dos mil metros e até ao fim faltavam 20km e… todos, todos eles a descer! Foi uma descida alucinante como devem imaginar. O piso aqui estava um pouco mais degradado do que o restante tapete que apanhámos que, diga-se de passagem, era excelente. Mesmo este alcatrão não era nada nada mau… nas curvas de maior perigosidade havia sempre sinalética de perigo, ora via sinal ora via um elemento da organização com uma bandeirinha em riste. Dez quilómetros depois de iniciar a descida, tive de parar para vestir o corta-vento pois com a deslocação de ar o frio era tanto que já nem sentia o peito. A velocidade máxima em todo o percurso foi de 78,6km/h. Bati o meu recorde e olhem que não me esforcei para lá chegar…

Até ao fim, foi mais do mesmo e cortei a meta em 435º (de 519º finalistas) com um tempo de chip de 07:08:38.
No meu ciclo-contador foram 154,82km com 6:48:01 a andar a uma média de 22,70km/h e com um pico máximo de 78,6km/h. A altimetria acumulada fora de 2800m+.

Hei-de voltar a percorrer este asfalto, seja num evento da Ultra-Spirit seja num Just4Fun. Talvez até mais neste e se houver companhia, tanto melhor.
Para fechar, falta-me dizer que o NC também esteve presente e quase que íamos tendo um elemento Just4Fun no pódio (apesar de ele envergar a camisola dos Mumu da Talega). A organização até o contactou para o informar que ficara em 2º lugar e que tinha a televisão à sua espera para uma entrevista! :-)  Acontece que o Nuno se tinha inscrito no Granfondo e acabou por fazer o Mediofondo e o seu tempo dava-lhe o segundo lugar na prova grande. Mesmo assim o José Silva já tinha chegado!!!
Foi um Skyroad para recordar."

Subida à Torre - 22 de Setembro de 2012

Relato do SD:

"O “Assalto à Torre”, foi bem executado e correu conforme o previsto. Foram 2 anos de meticulosa preparação para que nada falhasse no dia… :-)

Tínhamos por objetivo alcançar o ponto mais alto de Portugal continental e, com o centro de operações nas Penhas da Saúde, delineámos um percurso com uma extensão de 110Km, o qual foi rigorosamente executado sob a preciosa contribuição do São Pedro que contribuiu, e muito, para o sucesso desta operação.

Após um ligeiro pequeno almoço na Pousada da Juventude, começámos logo a subir em direção ao centro de limpeza de neves. Foram apenas 2 kms de ligeiro aquecimento, até apontarmos à longa descida que nos levaria pelo Vale de Manteigas até aquela bonita localidade. Descida rápida, com uma estrada ligeiramente aos ‘S’s e onde se ultrapassava com facilidade os 60km/h.

Paragem para o café matinal antevendo a primeira subida do dia – direção Gouveia. Subida longa mas bastante aprazível, onde nos teremos cruzado com um par de carros em toda a sua extensão. Com uma vista de cortar a respiração, serpenteámos a serra observando rebanhos e aves, enquanto mantínhamos um ritmo calmo que nos permitiria enfrentar o prémio de montanha do dia com outros reservas de energia.

Concluída a primeira ascensão, e antes de apontarmos a Gouveia, tempo para tomar uma primeira barrita acompanhada da melhor água da serra, na nascente do Mondeguinho. Com a tradicional boa disposição, rolámos pela serra ganhando velocidade, cortando curvas e atacando os travões quando o velocímetro atingia medições de respeito.

Entrámos como saímos de Gouveia, ou seja, rápido, mesmo após termos experimentado o empedrado no centro desta cidade serrana. Por estradas nacionais menos movimentadas, dirigimo-nos em seguida para Seia onde a espaços perdíamos um elemento, sempre que havia figos ou uvas na berma da estrada.

Reunidas as tropas em Seia, era hora de petiscar alguma coisa antes de atacarmos a subida do dia. Encontrámos no centro da vila, o queijo e as bifanas que nos iriam forrar o estômago. Com energias retemperadas, apontámos ao inicio da subida e cedo experimentámos novas relações de transmissão.

Iniciámos a subida juntos, mas cedo nos fomos separando pois era preciso encontrar o ritmo adequado a cada um. Após um início um pouco mais duro, agrupámo-nos junto a um estabelecimento comercial para então sairmos com destino à aldeia mais alta de Portugal – Sabugueiro.

À entrada do Sabugueiro, o miradouro permitiu contemplar a paisagem e aguardar pelos elementos que agora, rolavam rápido na descida para esta aldeia. Cruzámos a povoação e parámos na fonte. Era altura de nos abastecermos e mentalizarmos para a parte mais complicada do dia. A saída do Sabugueiro em direção à Lagoa Comprida, é feita através de uma subida com uma inclinação um pouco mais agressiva, comparando com o que tínhamos vindo a sentir até então.

Espaçados, subíamos ao nosso ritmo ao mesmo tempo que nos íamos expondo aos elementos, começando a fazer-se sentir um pouco mais de vento por esta altura. Aos 1500m de altitude, encostámos junto a um lago para reagruparmos novamente. A Lagoa Comprida estava à distância de mais uma subida que vencemos com determinação.

Os quilómetros que se seguiram até à Torre, foram feitos sempre que era possível, com os olhos postos nas gigantescas “bolas” que marcam aquele local e que se avistavam ao longe. Por esta altura, já nos tínhamos cruzado com alguns motards que simpaticamente acenavam e com alguns automóveis de matricula estrangeira que, em jeito de incentivo, os seus condutores oram batiam palmas ora gritavam palavras de incentivo. Como mais tarde pude confirmar com os restantes, estes acenos partiram sempre de veículos com matricula estrangeira…

Já perto da Torre, o vento fez-se sentir mais forte e as últimas centenas de metros que tínhamos de vencer não foram de borla. Uma vez chegados, houve um pouco de tudo. O João Pedro que chegou primeiro, não contente com a quilometragem do seu conta-quilómetros, dá mais umas voltas ao marco geodésico, “só para acertar”, enquanto aguarda a vinda do João Bronze. Juntos, aguardaram depois por mim à porta de uma loja de artesanato local. Penso que não tenha demorado muito a chegar, mas cheguei com uma sensação de mau estar e sentei-me a descansar. Nesse momento, observei os meus gémeos que, sem me doerem, estavam a contorcer-se. Provavelmente, a mente não os teria ainda informado que já tinham atingido o ponto mais alto onde alguma vez já teriam pedalado. Enquanto os meus companheiros que já tinham feito cume se degustavam com determinadas iguarias líquidas da zona, e enquanto eu recuperava ao sabor de uma bebida energética, o PL chegou com o seu ar bem disposto, ar de quem estava bem e se regozijava por ter cumprido o objetivo.

Agora reunidos, haveria que registar fotograficamente o momento, e rápido, pois fazia-se sentir muito vento e algum frio. Para dar algum colorido extra, o PL surge com uma pequena bandeira de Portugal que orgulhosamente é exibida perante a objetiva.

O difícil estava feito. Agora faltava percorrer a última longa descida do dia, em direção às Penhas da Saúde. Com embalo, devorámos os quilómetros que se seguiram, “ajudados” por um vento forte que nos sacudia. Uma última subida nos separava da Pousada, subida essa vencida pelo JP que desferiu um forte ataque deixando a concorrência a comer pó… :-)

No final do dia, após momentos de descanso aproveitado por alguns meninos para dormir, descemos à Covilhã para jantar no restaurante “O Neca”, que nos tinha sido recomendado na Pousada. Depois do jantar, subimos ainda a um jardim onde havia uma festa com música e umas tasquinhas e onde pudemos apreciar algo que só existe nesta zona do país – cherovia. Tanto quanto percebi, é uma raiz que antes substituía a batata na refeição e que hoje, é confecionada de variadas formas. Experimentámos a fartura de cherovia, a cherovia salgada e a cherovia doce, reunindo esta última o consenso da cherovia mais apreciada pelos funners.

Já tarde, fizemo-nos à serra, subindo até à Pousada. Durante a subida, comentávamos a volta que tínhamos previsto para o dia seguinte, caso não chovesse. Tínhamos por objetivo para o dia seguinte, descer até Manteigas e dar uma volta, por forma a terminarmos com a subida da Covilhã para as Penhas, uma subida muito dura.

O mau tempo que se fazia sentir na manhã de domingo, acompanhado de nevoeiro e vento, não era compatível com os nossos objetivos e decidimos adiar esta volta para uma nova oportunidade. Sim, claro… regressaremos um dia!

A todos os meus companheiros, o meu obrigado por estes momentos.
Foi fantástico!"

2012-09-10

24 H de Coruche - 30 de Junho de 2012

Mini rescaldo do PL:

"No rescaldo das 24H de Coruche, vejam este vídeo e descubram o Wally ao minuto sete e picos ;-)
Aviso já que não sou eu J

Ao ver as imagens e agora já mais a frio, concluí que há muito tempo que não tinha tão boas recordações de uma participação numas 24H (mesmo tendo vindo cheio de betadine ;-) )
A organização da prova teve algumas coisas menos boas, mas o cômputo geral foi, a meu ver, muito positivo.
Fiquei com vontade de voltar a participar e isso muito se deve à equipa que constituímos (SD, DN, JHB e PL) e que funcionou muito bem. Um ou outro desencontro que existiram fazem parte da participação numa prova deste tipo. Acho que é praticamente impossível estar 24 H a pedalar sem haver um ou outro contratempo, senão depois nem havia nada para contar, não é?
Foi pena não termos alguém que não tivesse que pedalar para dar mais algum colorido à nossa presença. Pode ser que da próxima vez alguém se disponibilize a acompanhar os malucos. A propósito disto, escusam de ter medo de ser empurrados para o grelhador só porque não pedalam. Desta vez não foi grelhador, nem respetivo operador especializado, mas o DN arranjou maneira de grelhar uns secretos às três da manhã, no equipamento dos vizinhos, que souberam muito bem, (acompanhados pela míni que se impunha J).
Acho que foi a primeira vez que comi uma sandes a “dormir” ;-)

No final, classificados em 12º Lugar em 16 equipas de quatro, com 35 voltas e a 12 da equipa vencedora. Não foi mau para um percurso exigente em termos físicos e técnicos."

2012-06-03

Estamos de volta às pedaladas

Não é que tivéssemos deixado de pedalar, mas este sítio é que esteve num estado de letargia agudo.

Na verdade, como se vê pelas três entradas abaixo (carregadas de rajada) há quem tenha andado a pedalar por aí... e muito. Isto fora as que nem sequer mereceram relato.

Ora, aproveitando a maré, fica já registado o anunciado regresso de uma equipa Just4Fun às provas de 24 Horas de BTT. Depois da moda das participações a solo, o pessoal assumiu que estava com saudades da participação em equipa e rapidamente (ou nem tanto) se arranjaram quatro "voluntários" para irem a Coruche no fim do mês.
Parece que ainda há possibilidade da participação de mais just4funners. Vamos ver.

Entretanto consta por aí que o pessoal está a assumir que está demasiado "maduro" para andar pelos montes e há muita gente a fugir para a estrada. Isto apesar de haver quem diga que "o alcatrão faz mal à saúde".

Vamos ver se a próxima entrada neste sítio não vai demorar sete meses, como aconteceu agora.

Randonneurs 300 – Planícies e Montados – 14 de Abril de 2012



Relato do TA:
"Atão lá vai um daqueles resumos! O patrão vai adorar a minha prestação hoje…

Precisamente por causa da volta que constatei que vou ter de largar umas verdinhas (pela lista que já fiz acho que vai ser uma daquelas roxas) para me preparar para chuva a sério… O casaco impermeável J4F foi ineficaz para toda aquela chuva, os sapatos que levei são de verão e nem levei as sobre-capas, as pernas só iam com protecção para o frio, os já falados alforges/bagageira…

Mas começando pelo princípio, após uma curta noite de sono (a alvorada às 4 da matina não permitiu mais) e de um briefing conciso, arranquei para o 3º randonneur juntamente com cerca de 20 ‘artistas’, finalmente com direito a passaporte já que nos 2 anteriores fui ‘ilegal’ (por dificuldade em obter uma prova de seguro: nem a Federação de Triatlo nem a de Ciclismo se dignaram a emitir a declaração, bem diferente da FPCUB que em menos de uma semana após a inscrição já me tinha enviado o documento).

O arranque começou no Parque Desportivo de Vila Franca de Xira em direcção a Porto Alto, Coruche… Assim que começou a raiar o dia (isto é meramente ilustrativo pois eram tantas nuvens que nem o céu se via), a chuva começou a cair com intensidade e perdi a minha companhia (Pedro e Albano) que parou para se preparar. Eu segui com a chuva a penetrar aos poucos na minha roupa. Voltei a ter companhia (Ângela) por breves kms até Azervadinha (km 55) que nos recebia com uma calçada que necessitava de alguns cuidados a atravessar. Aí a chuva tinha dado tréguas e o equipamento ia secando aos poucos.

Seguiu-se Couço e depois Montargil já com o Sol a bater, sempre junto à barragem. Esta zona requer mais umas visitas pois é bem agradável e calma (para desgosto dos hotéis que pareciam desertos). O primeiro posto de controlo foi em Ponte de Sôr (114 km) a que cheguei com cerca de 4.30h. Os últimos 10/15km foram chatos com rectas enormes e vento moderado contra. A partir daqui o trajecto ia-se tornar mais acidentado em direcção a Avis (nunca me tinha acontecido mas a dada altura comecei a sentir montes de sono), Pavia (fiquei mal-disposto depois de ter comido um Morgado e meia Pepsi), Arraiolos (188 km) e mesmo entre as árvores sentia-se um vento de rajada bastante intenso (fez-me lembrar um duatlo em Arronches, lembram-se SD e JB?). O pescoço, nuca e pés já se ressentiam por isso parei para esticar o esqueleto. Reencontrei o Pedro, Albano e Ângela. Segui na companhia deles até ao 2º posto de controlo, pouco antes de Montemor-o-Novo em Fonte do Petalim (km 206) em que me foi prestada alguma assistência à nuca. Para minha frustração recomeçou a chover.

Deste ponto em diante terminariam as subidas mas o vento, a chuva e o empeno acumulado não permitiam grandes velocidades. A juntar a isto tive um problema com um dos sapatos: o cleat soltou-se do pedal e ficou no pedal. Eu e o Pedro tentámos sem sucesso arranjar forma de recolocar o cleat pois a cabeça do único parafuso que restava já não tinha qualquer rasgo ou forma para permitir o seu aperto. Assim lá tive de fazer 25km com um pé a escorregar do pedal (entre Vendas Novas e Pegões com a ajuda de um alicate conseguimos enroscar a cabeça do parafuso e assim apenas tinha de encaixar o parafuso no cleat já preso ao pedal). A noite foi caindo e o frio juntou-se à chuva. As paragens eram cada vez mais frequentes e o quinteto (juntou-se o Basílio) ia quase sempre junto. A Ângela queixava-se de um braço, eu do pescoço mas preferia continuar a pedalar até que decidimos separar o grupo combinados a reencontrar-nos em Porto Alto. Enquanto eu e o Albano esperávamos no Continente de Porto Alto, apareceu o resto do grupo: a Ângela tinha caído mesmo à entrada do parque. Aparentemente já não tinha força num dos braços. Após comer, aquecer e avaliar o estado dela decidimos seguir 3 a pedalar (eu, Albano e Basílio) e o Pedro acompanhava a Ângela que faria os restantes 12km a pé. Terminei às 23:02h. O resto do dia foi banho de imersão, jantar e cama

Achei piada porque uma das moças da Organização, o Pedro e o Albano (os elementos que iniciaram o Randonneurs Portugal) lembravam-se de mim (e da inexistência de seguro do ano passado) e do Sérgio (que logo disse ‘pois, ele veio aos 200 e aos 300 mas depois não pôde vir aos 400 porque já tinha outra coisa na agenda’, para mim tens de fazer-lhes a vontade)

Escrito ao abrigo do meu desacordo com o Acordo Ortográfico"

Maratona de Sintra – 1 de Abril de 2012

Relatos do SD:

Os Just4Fun marcaram presença na Maratona de Sintra e logo na distância de 75km.

Eu e o Tiago, apesar de nem nos termos visto por lá, completámos os 75km num tempo muito semelhante, 05:46 e 05:54 respetivamente.

Quem conhece Sintra sabe que arranjar 75Km em pleno PN é fácil. Difícil seria fazer o mesmo sem subidas e… já agora, sabemos que ainda era possível apimentar mais a dificuldade e a altimetria, que já por si ultrapassava os 2100m de acumulado positivo. Ainda assim, posso resumir que foi uma maratona com um nível de exigência muito elevado. Ainda não tinha chegado a Monserrate e  já as pernas me faziam lembrar que 8 dias antes andava a fazer a Maratona de Barcelona e já agora, que a última vez que andara de bicicleta tinha sido a 12 de Fevereiro no Duatlo das Lezírias. “No pain, no gain…”

Talvez seja de não andar mais horas de bicicleta mas apesar de Sintra não ser uma Serra dura a nível de terreno (refiro-me a calhau), acusei uma dor de costas/rins que para o fim me dificultava a pedalada e não me deixava sentado confortável em cima da bicicleta. Cheguei mesmo a parar para esticar o esqueleto. Sinal dos tempos? Serão as cruzes a dizer que já não tenho idade para andar a passear 6 horas no monte numa semi-rígida? L

O vencedor, Tiago Silva, por sinal trabalha a uns 20 metros de mim! Tenho de lhe ir pedir explicações… É outro campeonato! E outra idade também, é um facto…

Abraço e ao TA, os meus parabéns pois só quem lá foi sabe o que nós passámos."
SD
















Randonneurs – 200 km – 11 de Fevereiro de 2012

Relato do TA:

"É verdade. É um percurso fantástico a atravessar locais de grande beleza. Os parabéns à Organização, especialmente ao João Almeida que esteve também até à última para me conseguir a declaração de seguro junto da Federação Portuguesa de Ciclismo. Não tivemos sucesso e por isso integrei como elemento não oficial o pelotão de 45/50 ciclistas com um elemento no feminino. Depois do briefing, partimos de Santarém um pouco atrasados devido a alguns retardatários. Assim o grupo lá se dividiu em 2 (pelo menos era essa a intenção da Organização) de modo a circularmos com maior segurança. O trajecto baseia-se em duas estradas nacionais: N3 no sentido NE e a N118 no retorno atravessando o rio em Belver.

Torres Novas, o 2º Posto de Controlo (o 1º foi na partida) foi atingido rapidamente e sem grandes demoras apontámos ao Entroncamento, Vila Nova da Barquinha, Tancos e Constância onde as longas rectas, apenas com o rio e os inúmeros quartéis militares como companhia, eram batidas com um forte vento que prejudicava em muito o andamento.

O relevo começou então a tornar-se mais acidentado. Entre o km 70 e o 122 foram vários os picos a conquistar: Vimieiro, Mouriscas, Penhascoso, Mação e mais tarde Gavião (este sim feito com companhia) deram muito que fazer com a hora e o calor a avançar pelo que fui aproveitando as várias fontes para me reabastecer. Mação era o 3º PC e onde nos era disponibilizado um saco de reabastecimento caso o pretendêssemos. Aí fiz uma pausa de meia horita, pois as pernas (e rabo e costas e nuca e …) já denotavam a falta de treino. Arranquei para uma descida bem simpática com Belver lá em baixo que nos recebia com um pavé demolidor. Passando para a margem Sul, seguiu-se Gavião, 4º PC lá bem no cimo e depois de uma enorme descida o percurso compôs-se e ajudado por um vento pelas costas, conseguíamos deslizar no ondulado ribatejano a mais de 35kmh. As estradas apresentavam um óptimo piso.

Em Rossio ao Sul do Tejo enganei-me no trajecto, fazendo mais um par de kms  o que até foi positivo pois assim que reentrei no percurso dei de caras com um mini-pelotão encabeçado pelo organizador João Almeida. Depois de subirmos para o Tramagal a bom ritmo e com uma vista sobre o rio impressionante, vim à conversa com ele o que se revelou uma injecção de energia. O João parecia incansável, para trás e para a frente, animando todo o grupo. Mesmo assim as pernas iam sentido a picada da cãibra a instalar-se e na Chamusca (PC5), o ‘druida João’ deu-me duas bombas de sais para evitar males maiores. Lá seguimos depois da Coca-Cola rumo a Alpiarça onde o gémeo direito deu o berro. Ainda consegui ir junto do grupo até à subida final (que quase parecia uma partida de mau gosto mas Santarém é assim mesmo…) que nos levaria ao Jardim do Município em Santarém para um merecido lanche após quase 10h e 212km (215 com os enganos) de estrada."