2009-08-29

Trilhos de Baco - Vidigueira - 23 de Agosto de 2009

Relato do TA, mais recente "aquisição" dos Just4Fun:

"O toque de alvorada às 5h15m (ainda por cima a deitar-me tarde) fazia-me crer que a prova não ia ser de boa memória. Após arrumarmos o equipamento no carro segui junto com o Henrique, o único a aceitar o convite, rumo à Vidigueira: 'Trilhos de Baco'. Esta é mais uma daquelas provas míticas na qual ainda não havia participado. E se isso não fosse motivo suficiente para participar nesta prova, a contribuição aos soldados da paz da Vidigueira seriam-no certamente (15 EUR sem direito a almoço mas com recibo para descontar no IRS por ser um donativo aos Bombeiros, com almoço seria mais 10 EUR). Inicialmente tinha previsto ir lá passar a noite e participar no passeio nocturno mas optei por ir apenas à maratona. Após um bom pequeno-almoço, apesar do preço cobrado na estação de serviço da auto-estrada), seguimos rumo ao local da prova.

Faltava ainda meia horita, o suficiente para tratar da bicicleta e levantar o dorsal (que incluía a habitual t-shirt, uma garrafinha de vinho branco da zona e outra de azeite). Após a concentração dos cerca de 750 aventureiros a partida deu-se pontualmente às 9h. Estava com algum receio da prova: 70kms no interior alentejano em pleno Agosto não seria pêra doce. Após um reajuste no banco seguimos em direcção aos trilhos de terra.

Na realidade a prova estava a correr da melhor forma, tanto que após uma hora já tínhamos chegado ao primeiro posto de abastecimento. Parece que infelizmente para alguns a prova não estava a correr tão bem pois, antes de chegarmos a esta paragem, cruzámo-nos com uma ambulância em marcha de urgência.

Após comermos e nos refrescarmos, pois convinha não deixar o calor vencer, seguimos para o segundo troço. Acordámos que iríamos abrandar o ritmo para não nos desgastarmos demasiado. Após umas subidas que considerámos bastante simples de ultrapassar e descidas bem rasgadinhas, chegámos a meio da prova, perto das antenas, com duas horas de prova. Mesmo abrandando, o ritmo era alto. Novo reforço alimentar (com melão, bananas e uns bolos muito agradáveis) e de líquidos (água e Coca-Cola), mais um pouco de óleo na corrente (por sinal presente em todos os abastecimentos) e voltámos à carga. Era também aqui que o percurso se separava, 40km em frente, 70 para a esquerda a subir até às antenas.

Aí a vista era fantástica e os trilhos também: um carrossel alucinante com umas descidas tão compridas que quase não era preciso pedalar para vencer as subidas. Parecia tudo correr da melhor forma até que o Henrique se queixou de cãibras. Também a minha perna direita apresentava os primeiros sinais de fadiga, julgo eu, provocados pela prova da Malveira na semana anterior. Decidi acompanhar o Henrique nos restantes km da prova, ainda faltariam 25 para o final. O ritmo desceu consideravelmente e era necessário encontrar o equilíbrio entre o pedal e a cãibra que teimava em moer. As pequenas paragens para descansar, esticar, massajar os músculos sucediam-se. Mais uma banana, um pouco de gel e água e seguimos viagem. Mais umas descidas, estas indicadas como perigosas, fosse pela pedra solta ou pelos regos. Quase caía, não pela dificuldade do percurso mas porque os pneus não me inspiram muita confiança: escorregam demasiado em terra. Aos 48km havia uma paragem apenas de água. Esperávamos um posto de abastecimento aos 50 mas afinal só apareceu aos 55. Foi a única coisa a apontar em toda a organização. Entre o km 50 e 55 o percurso foi essencialmente a subir, pouco inclinado mas durante bastante tempo e o calor começava a apertar. Estariam seguramente mais de 40º C. No final da terra o acesso ao 3º posto de abastecimento era uma enorme descida em alcatrão com duas ou três curvas em cotovelo.

Mais água, mais fruta, mais bolos, estica aqui massaja além e estávamos preparados para o último troço. O terreno ia ter muito poucas oscilações mas a perna do Henrique atingiu o limite. Desmontámos. Seguimos até ao final da subida a pé. A vista essa era fantástica, junto a um campo de girassóis. Para mim o Alentejo é assim: seco, por vezes árido, tórrido mas de uma beleza sem igual. Passámos algumas vinhas onde já não havia sombras para nos escondermos. Descarreguei parte da água por cima. Estava quentinha mas deu para esfriar um pouco o corpo. Atravessámos mais um troço de alcatrão e o Henrique voltou a desmontar. Faltavam uns míseros 5kms. E eram para ser feitos. Animei como pude o Henrique e até consegui puxá-lo para um pequeno sprint. Subimos até ao último posto de controlo mesmo à entrada da Vidigueira, bastava fazer um troço em terra – a descer – e a chegada à meta era logo a seguir. Fomos quase os últimos mas terminámos a prova.

No próximo ano estarei lá de novo, seguramente acompanhado por um grupo maior: pelo prazer de pedalar, pelo prazer que as paisagens do Alentejo me dão e pelo prazer de contribuir para que o esforço e dedicação dos Bombeiros Voluntários da Vidigueira não se extinga.

Dados:
Distância 70km
Acumulado 1300m
Tempo 5h40m
Calorias 3075"

2009-08-18

Passeio FEXPOMALVEIRA - 16 de Agosto de 2009

Relato do SD:

"Domingo dia 16 de Agosto, os Just4Fun marcaram presença na FExpoMalveira2009. Eu, o João Pedro, o Nuno (presente no passeio que fizemos a Muge) e o Tiago (colega da CGD) apontámos todos como heróis para o passeio dos 50Km.

Desde já uma palavra à Organização que me surpreendeu pela positiva. O passeio que estava previsto para arrancar às 9:00 arrancou às 9:17. É bom lembrar as 500 inscrições, ainda assim, os 17 minutos foram passados com o tradicional briefing seguindo-se o sorteio de um GPS Garmin bem como equipamento da equipa Liberty Seguros. Normalmente os sorteios estão reservados para o final do evento e obrigam os participantes por vezes a longas esperas por isso, o meu aplauso pelo modus operandi. Os elogios à organização continuam pois o percurso estava muito bem marcado (apesar de me ter enganado uma vez mas a culpa foi exclusivamente minha), os abastecimentos foram óptimos (recordo-me de uns bocadinhos de pão cobertos com doce) e havia sempre malta da organização e também GNR nos cruzamentos com o asfalto (tanto quanto me lembro, só não havia num). Quem gosta de álcool ainda pôde fazer o gostinho à goela com umas mines que a organização tinha nos abastecimentos. Foi a primeira vez que vi isto…

O passeio em si, deu trabalho. Apesar de saber como é a zona em redor da Malveira imaginei que os 50Km iam ser piece of cake mas enganei-me. Estava tão convencido que ia passear que nem retirei o lastro que suporta a cadeirinha que transporto na bicicleta à semana. Nas subidas quando me lembrava que podia ir mais de um quilo mais leve só me chamava nomes. Houve ali muito trabalhinho durante as 3:31 que demorei a chegar novamente à Malveira. Esgotei a transmissão e cheguei a andar com a ‘moeda’ atrás, pois só assim se venciam algumas autênticas paredes. Em alguns sítios a bicicleta subia mesmo para as costas dos trepadores, especialmente em algumas zonas de muita pedra. Sim, estes 50km foram bem fustigados nesse sentido pois apanhámos muitas zonas de piso demolidor. Mas este passeio não se fez só de subidas, descidas também as houve. E que descidas!! No briefing a organização deu a conhecer a zona do Gerês como uma zona muito técnica, perigosa e como tal opcional. Quem não se sentisse à vontade para passar pelo Gerês tinha uma alternativa. O Gerês acrescentava cerca de 2Km ao percurso e quando dou por mim lá estava a fazer o seu sigle track. Ao princípio achei a coisa engraçada e procurei não pensar muito. Descidas feitas com as rodas bloqueadas, precipício do lado esquerdo, curva à direita seguida de curva à esquerda e… descida brutal em frente. Imaginei que a coisa não ía correr muito bem até porque havia um gancho pronunciado à direita no fim da descida, pelo que tive o juízo de desmontar. Acho que foi a melhor opção. Segundo o JP, foi neste início de descida que ele caiu mas felizmente sem qualquer consequências. Devido à queda a corrente saltou-lhe e teve ainda uns instantes a tentar recolocá-la pois esta ficara entalada custando a sair.

Os últimos metros incluíam um lance de escadas algo prolongado e aqui o Nuno chegou a furar mas o carro estava a escassos metros e a meta ali à vista.

No fim soube também que o Tiago tinha tido um azar e caíra, felizmente também sem consequências de maior e que também tivera um furo mas conseguiu ir remediando dando umas bombadas.

Acabámos todos por fazer o passeio mais ou menos de uma forma individual. Após 50m da partida parei e estive uns instantes de volta de uma câmara que imprevisivelmente ficara sem pilhas. Por este motivo não tenho registo fotográfico. Recuperei e apanhei o Tiago mas também rapidamente o perdi pois estávamos ainda no início da prova e estava por ali muita gente. Ainda tentei ir buscar o JP mas nunca cheguei a ver a ‘cenoura’ (mas alguma vez eu ia buscar o JP…!). Após a chegada, novo abastecimento e neste, encontro o JP que me diz ter chegado à instantes. Eram 13h. Afinal a cenoura não estava muito longe…

Gostei da volta (para mim perdeu a classificação de passeio!) e da sua organização como expliquei atrás. Os 50Km foram por mim percorridos em 3h31m, com um média de 14,20 Km/h. Considero esta média baixa mas atendendo ao 1495,33m de acumulado, talvez não seja tão má quanto isso."